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(1996) citado por Ercole (2003), Deganutti et al (2000) são compostos por um tanque digestor anaeróbio que contém o

3.5 A NÁLISE DA S USTENTABILIDADE DAS A LTERNATIVAS L OCAIS DE T RATAMENTO E

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ANITÁRIOS

Para análise das alternativas locais de tratamento de efluentes sanitários foi elaborado quadro de comparação de alternativas x variáveis, um instrumento para facilitar a compreensão das pessoas no processo de tomada de decisão, para a escolha do sistema, baseando-se nas variáveis e alternativas abordadas nos itens anteriores.

O quadro é composto nas colunas pelas alternativas de tratamento de esgoto e nas linhas as variáveis selecionadas para análise, de modo que essa disposição auxilia na visualização das pessoas, possibilitando uma análise conjunta dos resultados. Para este estudo, utilizou-se o quadro de comparação elaborado por Martinetti (2006), com as 19 alternativas apresentadas. Há outras alternativas existentes para tratamento local de efluentes sanitários residenciais que não estão listadas nesse quadro, que é um objeto em constante construção e atualização.

Os quadros de comparação (ver o quadro na íntegra no apêndice B) que serão apresentados mostram os resultados individuais da análise da sustentabilidade de cada

alternativa local de tratamento de efluentes sanitários residenciais com base nas dimensões ambiental, econômica, social, política e cultural, dentro da perspectiva do equilíbrio dinâmico dos territórios.

Neste estudo considerou-se a análise da sustentabilidade dos sistemas para habitações com até 5 morados. É importante observar que algumas dessas alternativas propostas podem ser também utilizadas para pequenas comunidades, em sistemas condominiais, em estabelecimentos comerciais, hotéis, entre outros, impactando na área de implantação e volumes de efluentes tratados.

Neste caso, a análise deverá contemplar o número de pessoas a serem atendidas, impactando no dimensionamento do sistema. Para padronizar a análise da sustentabilidade e não ampliar o seu escopo, foi estipulado que seriam avaliados sistemas aplicados a habitações unifamiliares para até 5 habitantes. Dados do PNAD 2013 mostram que o número médio de moradores por domicílio particular permanente no Brasil é de 3,1. Para a região Norte, este valor é de 3,6 habitantes por domicílio, portanto quase 4 habitantes por residência (IBGE, 2014). O valor de 5 habitantes engloba as diferentes habitações unifamiliares brasileiras.

Os quadros foram subdivididos de acordo com o tipo de tratamento: I- Sistema de tratamento misto (águas cinzas e águas negras), II- Sistema de tratamento de águas negras (sistemas hídricos combinados com tanques sépticos e sistemas hídricos não combinados com tanque séptico), III- Sistema de tratamento de águas cinzas e IV- Sistema de tratamento não hídrico (banheiro seco).

3.5.1 SISTEMA DE TRATAMENTO MISTO (Águas Cinzas e Águas Negras)

Esse sistema não realiza a separação das águas em águas cinzas e águas negras. Isso resulta em um maior volume de efluente a ser tratado se comparado com o volume de efluentes em sistemas com separação das águas. Com base nos dados de estimativa de consumo de água por equipamento sanitário da USP, apresentados por May (2008) e dados de geração de esgoto, por dia, de acordo com a ABNT NBR 7229, para uma casa com 5 habitantes, temos:

• Contribuição diária de esgoto para classe baixa: 500 litros / dia.

• Águas Negras (vaso sanitário): 29%, ou seja, 145 litros de efluente por dia.

• Águas Cinzas (demais equipamentos): 71%, ou seja, 355 litros de efluente por dia. Com relação à dimensão ambiental da sustentabilidade, sistemas que não fazem a separação das águas acarretam em maiores volumes de efluentes a serem tratados e, consequentemente, maior volume de água contaminada, prejudicando essa dimensão. Além disso, a dimensão das unidades de tratamento de efluentes sanitários residenciais também são maiores, resultando em maior consumo de materiais para construção do sistema e sua maior complexidade de manutenção. Também esses sistemas podem acarretar em um maior volume de lodo a ser digerido e tratado.

Esses fatores impactam diretamente na dimensão econômica da sustentabilidade, no que se refere aos custos de implantação e consumo dos materiais, além de maior consumo de água. Na dimensão social e cultural há uma maior aceitabilidade dos sistemas, pois, ainda, não há cultura de separação dos efluentes. Também seu uso é facilitado pela não necessidade de alteração da tubulação existente na edificação ou construção de novos ramais de coletores.

A dimensão política deve ser beneficiada se o processo de tomada de decisão para escolha de sistema local de tratamento de efluente sanitário residencial for participativo e propiciar que as pessoas tomem decisões adequadas ao contexto local e social, com acesso às informações necessárias.

Uma das formas de possibilitar o acesso ao conhecimento para permitir tomadas de decisão conscientes foi a construção do quadro comparativo (alternativas x variáveis), uma ferramenta que auxilia na visualização e interpretação das alternativas e comparação entre os sistemas para que os usuários finais para que façam escolhas adequadas às suas necessidades.

Em se tratando do equilíbrio dinâmico dos territórios, os ecossistemas possuem determinada capacidade de recuperação, retornando a uma situação homeostática, dentro de certo período de tempo. Sistemas de tratamento que não fazem separação das águas dificultam esta atividade, uma vez que levam aos sistemas maiores

volumes de efluentes para passarem pelo processo, e consequentemente, maior tempo para retorno a uma situação de equilíbrio. Para o sistema de tratamento misto são apresentadas duas alternativas, com respectivos quadros de comparação: 1- sistema reciclagem das águas e 2- sistema industrializado.

3.5.1.1 Análise da Sustentabilidade do Sistema Reciclagem das Águas

Para análise da sustentabilidade do sistema reciclagem das águas será apresentado o quadro de comparação para escolha de alternativa de tratamento de efluente sanitário residencial do sistema (Quadro 3.6), o Quadro 3.7 com os fluxos da água, energia, materiais e participação e análise da sustentabilidade do sistema.

QUADRO 3. 6- Quadro de comparação para escolha de sistema local de tratamento de efluente sanitário

residencial para sistema de tratamento misto: Sistema de Reciclagem das Águas.

ALTERNATIVAS