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FLORA E VEGETAÇÃO VEGETAÇÃO ATUAL

No documento ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL (páginas 98-104)

4.9. FAUNA, FLORA E CONSERVAÇÃO DA NATUREZA

4.9.3.1. FLORA E VEGETAÇÃO VEGETAÇÃO ATUAL

A flora do PNDI alberga uma variedade de endemismos regionais e ibéricos. A diversidade de biótopos aqui presente deve-se a variações de clima, relevo, geologia e outros aspetos históricos que caracterizaram esta paisagem em particular.

A vegetação natural do Douro Internacional marca presença em todo o seu esplendor nas encostas do rio Douro, revestindo as arribas do Douro de bosques endémicos de zimbro dominados maioritariamente por zimbros (Juniperus oxycedrus) e por azinheiras (Quercus rotundifolia), que penetram pelos vales dos afluentes do Sabor e do Águeda.

Na zona de planalto temos uma conjugação entre os locais mais temperados com carvalhais de Quercus pyrenaica (carvalho-negral) e em zonas marcadamente mediterrânicas, azinhais e sobreirais (Quercus suber) com zimbros. Este riquíssimo património natural pode ainda contar com os bosques de Celtis australis (lódão-bastardo) nas encostas mais húmidas do Douro e afluentes. Sendo uma área tipicamente mediterrânica, a vegetação aqui presente é o reflexo dessas influências climáticas.

A maior parte dos elementos florísticos mais importantes estão localizados no leito de cheias do rio Douro ou na sua proximidade.

As comunidades vegetais mais representativas no PNDI e presentes na zona de intervenção são identificadas de seguida.

a) Azinhais de Quercus rotundifolia

Os bosques de Quercus rotundifolia (azinheira) são sem dúvida as formações vegetais com maior representatividade no PNDI, com uma distribuição generalizada em todo o território, embora preferencialmente nas zonas mais abrigadas e de difícil acesso onde a agricultura não se conseguiu instalar ou já foi abandonada. diversos exemplares de Q. rotundifólia acidentados e de mais difícil acesso e apresentando um hábito pouco sub-desenvolvido. A figura seguinte é ilustrativa.

4. CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA

Relatório Técnico – Ampliação da Pedreira n.º 6314 “Lastra do Traugal”

88 Figura 38: Exemplar de Q. rotundifolia na zona de intervenção.

b) Carvalhais de Quercus pyrenaica

Estas formações encontram-se preferencialmente dispersas pelo topo das superfícies planálticas (acima dos 650 metros de altitude) no PNDI, subsistindo como bosques isolados ou como sebe natural de divisão entre as parcelas das culturas cerealíferas. Na zona de intervenção, os exemplares de Q. pyrenaica encontram-se sub-desenvolvidos e ocorrem, pontualmente, na presença de Quercus robur, que é uma espécie de características climatológicas mais temperadas e húmidas, menores altitudes e de solos menos pobres.

Na zona de intervenção ocorrem diversos exemplares de Q. pyrenaica em estado sub-desenvolvido, em especial em locais menos intervencionados pelo Homem.

4. CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA

Relatório Técnico – Ampliação da Pedreira n.º 6314 “Lastra do Traugal”

89 Figura 39: Exemplar de Q. pyrenaica na zona de intervenção

c) Bosques higrófilos

Nas margens dos rios e ribeiros do PNDI dominam comunidades onde pontifica Alnus glutinosa (amieiros), Salix salvifolia (salgueiros), Fraxinus angustifolia (freixos) e também Celtis australis (lódão). Na zona de intervenção não há ocorrência de vegetação higrófila natural, exceptuando-se alguma vegetação que se instalou nas áreas de bordadura das lagoas artificiais que foram construídas. Nesta situação ocorrem exemplares de Salix spp. (Salix salviifolia), etc..

4. CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA

Relatório Técnico – Ampliação da Pedreira n.º 6314 “Lastra do Traugal”

90 Figura 40: Vegetação nos lagos artificiais instalados na zona de intervenção

d) Matos pré-florestais

As comunidades arbustivas que constituem normalmente a primeira etapa de substituição dos bosques climácicos, são: os giestais de flor amarela, constituídos Cytisus scoparius (giesta das vassouras), Cytisus striatus (giesta-amarela) e pontualmente, nas áreas de maior altitude, a giesta piorneira (Genista florida subsp. polygaliphylla). Aparecem ainda as chamadas piorneiras (Retama sphaerocarpa) que constituem esporadicamente as orlas arbustivas dos bosques de azinheira.

Na zona de intervenção a ocorrência de giestal é muito evidente. Sobressaem os espécimes Cytisus multiflorus (giesta-branca), C. scoparius (giesteira-das-vassouras), C. striatus (giestaamarela), Genista hystrix (giesta-amarela), Echinospartum ibericum (caldoneira), e até um espécime que parasita as giestas Orobanche rapum-genistae (ver figura seguinte).

4. CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA

Relatório Técnico – Ampliação da Pedreira n.º 6314 “Lastra do Traugal”

91 Figura 41: Giestal na zona de intervenção

Figura 42 e 43: Exemplar de Orobanche rapum-genistae (à esq.) e exemplar de Echinospartum ibericum (=E. lusitanicum).

4. CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA

Relatório Técnico – Ampliação da Pedreira n.º 6314 “Lastra do Traugal”

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e) Comunidades herbáceas de plantas vivazes

Comunidades de Stipa gigantea

As comunidades de Stipa gigantea planalto de Miranda. Tipicamente aparecem em territórios supramediterrânicos, na série do Quercus pyrenaica e em solos graníticos.

Na zona de intervenção é muito visível o desenvolvimento destas comunidades. A figura seguinte é ilustrativa.

Figura 44: Comunidades de Stipa gigantea na zona de intervenção

Comunidades herbáceas terofíticas

As comunidades herbáceas pioneiras de terófitos (plantas anuais) mediterrânicas pertencem à ordem Helianthemetea guttati. Identificou-se a seguinte associação no teritório em estudo:

- Anthoxantho aristati-Holcetum setiglumis. Surge em áreas graníticas supra e mesomediterrânicas. É dominada por Holcus setiglumis, Anthoxanthum aristatum, Ornithopus compressus, Tolpis barbata, Tuberaria guttata, Leontodon longirostris, Aira caryophyllea, etc.;

4. CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA

Relatório Técnico – Ampliação da Pedreira n.º 6314 “Lastra do Traugal”

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f) Comunidades arbustivas mais representativas na zona de intervenção

A comunidade arbustiva com maior expressão dentro da zona de intervenção é Matos préflorestais, logo seguido das comunidades de Stipa gigantea. As formações de matos préflorestais constituem muitas vezes a primeira etapa arbustiva a colonizar os terrenos abandonados pela cerealicultura, logo seguidas pelas arçãs (Lavandula stoechas subsp. sampaiana). Os estevais (Cistus ladanifer) estão ausentes da zona de intervenção devido à prevalência de solos graníticos em vez de solos xistosos.

De acordo com o reconhecimento florístico efetuado em Junho de 2011, constata-se que a envolvente da zona de intervenção inclui, pelo menos, os taxa, que constam do quadro 21. O inventário florístico é despido de interesse conservacionista e não contempla qualquer endemismo ou espécie protegida, com a exceção dos exemplares de Quercus rotundifolia e de Olea europaea europaea que necessitam de autorização prévia de abate.

Quadro 26: Espécies vegetais presentes na zona de intervenção

Agrostis commista

Cytisus multiflorus

No documento ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL (páginas 98-104)