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Introdução

O Fluido Amniótico ou Líquido Amniótico (LA) encontra-se no saco embrionário que circunda o feto, protegendo-o como um amortecedor.

É formado pelo metabolismo das células do feto, pela água que atravessa a placenta e, nos últimos estágios do desenvolvimento, pela urina do feto (por volta da 36ª semana).

 A análise clínica do líquido avalia o bem-estar e a maturidade do feto. Como o líquido é produto do metabolismo fetal, os componentes fornecem informações sobre os processos metabólicos que nele estão ocorrendo e o progresso na maturação do feto.

 A análise citogenética é um importante instrumento na detecção de defeitos congênitos. Sem dúvida, será cada vez mais requisitada, graças aos avanços no mapeamento cromossômico e na terapia genética.

Coleta

O LA é colhido por aspiração com agulha no saco amniótico, procedimento chamado de amniocentese (Figura 26). Trata-se de uma técnica relativamente segura que pode ser realizada no próprio laboratório.

 As amostras devem car protegidas da luz e ser examinadas imediatamente. Necessário serem tomadas precauções especiais com as amostras destinadas à análise citogenética, pois as células devem se manter vivas para cultura em laboratório.

Figura 26 – Processo de Amniocentese

OUTROS FLUIDOS BIOLÓGICOS

 UNIDADE II

 Análise

O exame de rotina mais antigo do líquido amniótico avalia a profundidade da anemia produzida no feto pela anemia hemolítica. A destruição das hemácias do feto por anticorpos presentes na circulação materna provoca o aparecimento do seu produto de degradação, a bilirrubina, no líquido amniótico. Dosando-se a bilirrubina é possível determinar o grau de hemólise e avaliar o perigo que a anemia representa para o feto.

Nos casos de ruptura prematura das membranas amnióticas pode ocorrer infecção da mãe e do feto. Nesses casos, é feita análise para detectar a presença de leucócitos, método indicativo de infecções.  A análise da alfa-fetoproteína é usada para determinar a possibilidade de distúrbios do tubo neural,

como a anencefalia e espinha bída (a pele não se fecha e o tecido ca exposto).

 A alfa-fetoproteína é uma proteína sintetizada pelo fígado do feto, portanto é encontrada no líquido amniótico por ser excretada na sua urina.

CAPÍTULO 11

Suor

Introdução

Suor, também chamado de transpiração, é a perda de uido líquido, consistido principalmente de cloreto de sódio e ureia em solução, que é secretado pelas glândulas sudoríparas na pele de mamíferos. Animais com poucas glândulas de suor, como os cachorros, conseguem resultados similares ofegando, evaporando água do revestimento molhado da cavidade oral e faringe.

Nos humanos, o suor é uma forma de excretar dejetos de nitrogênio, mas é também, e fundamentalmente, forma de regular a temperatura. A evaporação de suor da superfície da pele tem um efeito refrescante. Então, na água quente, ou quando o indivíduo sente calor por causa de exercício, mais suor é produzido. Esse uido é aumentado por nervosismo e náusea; e diminuído por resfriados. A transpiração excessiva também é chamada de hiperidrose ou hiper-hidrose.

O suor acumulado em certas áreas do corpo humano, tais como pés, axilas e virilhas, podem ser atacados por fungos e bactérias, o que pode ocasionar odores desagradáveis. Por isso, é de extrema importância que haja uma higienização adequada desses locais. O cheiro do suor também pode  variar entre as diferentes raças humanas, uma vez que a quantidade de glândulas sudoríparas pode  variar entre pessoas de diferentes etnias.

Coleta

Para obter uma amostra correta de suor é bastante difícil, principalmente levando em consideração que o paciente deverá ser induzido a transpirar e que a qualidade do material pode ser prejudicada por contaminação ou evaporação.

 A quantidade mínima de suor a ser coletado é de 75 mg. A obtenção da alíquota pode ser feita com o uso de almofadas de gaze e papel de ltro.

Existe um meio de evitar a coleta desse líquido – aplicando-se em eletrodo de cloreto à pele após estimulação e medindo-se a concentração diretamente. Como a quantidade de sódio presente deve ser próxima à concentração de cloreto, alguns laboratórios preferem medir ambos os parâmetros para controlar melhor a qualidade do procedimento.

 Análise

 A análise do suor é realizada porque a determinação do nível de eletrólitos (sódio e cloreto) pode conrmar o diagnóstico de brose cística, que se apresenta na infância. Trata-se de uma doença metabólica que afeta as glândulas secretoras de muco.

OUTROS FLUIDOS BIOLÓGICOS

 UNIDADE II

Os indicadores mais comuns dessa doença são os antecedentes familiares de brose cística, desenvolvimento precário, obstrução intestinal no recém-nascido, bem como insuciência pancreática ou sofrimento respiratório no lactente.

 A demonstração de níveis elevados de sódio e cloreto no suor de pacientes que apresentem qualquer desses sintomas, ou todos eles, serve para conrmar o diagnóstico de brose cística.

CAPÍTULO 12

Saliva

Introdução

 A saliva é um dos mais complexos, versáteis e importantes uidos do corpo, que supre um largo espectro de necessidades siológicas. É composta por água e diversos componentes que iniciam a digestão e protegem o trato respiratório e digestório contra vírus e bactérias. Também desempenha diversas funções. Em condições ideais de saúde, o ser humano produz de 1 a 2 litros de saliva por dia.

Suas propriedades são essenciais para a proteção da cavidade bucal, do epitélio gastrointestinal e da orofaringe. Além de umedecer os tecidos moles e duros da cavidade bucal, tem função de destaque no controle da quantidade de água do organismo. Quando o corpo está com falta de água, a boca ca seca, manifestando a sede.

Coleta

Para realizar a coleta deve ser solicitado um tubo especial, sendo mais conhecido o Salivette® (Figura 27).

Figura 27 – Salivette®

Fonte: <http://www.scimart.com/product/detail/salivette-cotton-swab-wo-prep-100pack/>. Acesso em: 27 set. 2012.

Preparação

 A coleta deve ser feita até duas horas após o horário habitual do paciente acordar ou conforme solicitação médica. Não há necessidade de jejum após dieta leve. Se, contudo, o exame for feito após as principais refeições (almoço e jantar), deve haver um intervalo de três horas entre a refeição e a coleta.

O paciente não pode fazer tratamento dentário nas 24 horas que antecedem ao exame. Antes da coleta, é necessário car três horas sem escovar os dentes. É preciso serem informados todos os medicamentos em uso.

OUTROS FLUIDOS BIOLÓGICOS

 UNIDADE II

Procedimento

» abrir o Salivette® e remover o swab;

» colocar oswab na boca estimulando a salivação;

» manter o swab  durante 3 minutos ou o tempo necessário para sentir que está

saturado de saliva;

» retornar o swab para a posição inicial no Salivette®; e » fechar rmemente.

Centrifugar por 2 minutos e transferir a saliva para o tubo de transporte/alíquota (tubo padrão). O  volume mínimo necessário de saliva é 1,0 mL.

 Análise

 A análise resulta em uma avaliação da função adrenal. O cortisol é o principal hormônio glicocorticoide produzido pelo córtex adrenal humano.

 Os níveis de cortisol são regulados por meio de um balanço com o Hormônio Adrenocorticotróco ( ACTH) da pituitária e hipotálamo, respectivamente. Níveis elevados de ACTH estimulam a córtex adrenal a liberar cortisol que, ao atingir determinados níveis, suprimem o ACTH num feedback negativo. Alguns fatores fora desse eixo metabólico podem interferir no processo, como febre, inamações, dor, stress e hipoglicemia. O cortisol e o ACTH normalmente apresentam variações circadianas com picos no período da manhã, sendo os maiores níveis encontrados em torno das 8 horas da manhã e os menores mais tarde. Assim, é aconselhável colher amostra às 8 horas para diagnóstico de insuciência adrenal e depois das 16horas para diagnóstico de síndrome deCushing.  Valores aumentados = síndrome de Cushing, síndromes de hipersecreção ectópica de ACTH,

carcinoma ou adenoma adrenal, displasia ou hiperplasia adrenal micro ou macronodular,stress.  Valores diminuídos = insuciência adrenocortical (síndrome de Addison), síndrome adrenogenital

e hipopituitarismo.

A saliva é um líquido claro, viscoso, alcalino (pH entre 6 e 7), que contém em sua composição: 95% de água, 3% de substâncias orgânicas e 2% de sais minerais. Além disso, também apresenta dois tipos de secreção proteica: uma secreção serosa e rica em ptialina, que contribui para digestão do amido; outra secreção mucosa, que contém mucina, elemento lubrificante que facilita a mastigação e a passagem do bolo alimentar pelo esôfago por meio da deglutição.

Para saber mais a respeito da Síndrome deCushing, recomendamos que você pesquise no seguinte endereço da web: <http://www.medicinanet.com.br/conteudos/ revisoes/1696/sindrome_de_cushing.htm>

CAPÍTULO 13

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