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B

BRASÍLIA RASÍLIA -DF.-DF.

U

(2)
(3)

Elaboração Elaboração

Rebeca Confolonieri Rebeca Confolonieri

Julio Cesar Pissuti Damalio Julio Cesar Pissuti Damalio

Produção Produção

Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração

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Sumário

Sumário

 APRESENTAÇÃO

 APRESENTAÇÃO............... 55

ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA 

ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA ............ 66

INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO............... 88 UNIDADE I UNIDADE I URINÁLISE URINÁLISE .................. 99 CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO À URINÁLISE INTRODUÇÃO À URINÁLISE............... 99 CAPÍTULO 2 CAPÍTULO 2

FUNÇÃO E DOENÇAS RENAIS

FUNÇÃO E DOENÇAS RENAIS............ 1414

CAPÍTULO 3 CAPÍTULO 3

EXAME FÍSICO DA URINA 

EXAME FÍSICO DA URINA ................ 1717

CAPÍTULO 4 CAPÍTULO 4

EXAME QUÍMICO DA URINA 

EXAME QUÍMICO DA URINA ...... 2020

CAPÍTULO 5 CAPÍTULO 5

EXAME MICROSCÓPICO DA URINA 

EXAME MICROSCÓPICO DA URINA ............ 2525

CAPÍTULO 6 CAPÍTULO 6

CONTROLE DE QUALIDADE EM URINÁLISE

CONTROLE DE QUALIDADE EM URINÁLISE............ 3737

UNIDADE II UNIDADE II

OUTROS FLUIDOS BIOLÓGICOS

OUTROS FLUIDOS BIOLÓGICOS............... 4040

CAPÍTULO 7 CAPÍTULO 7 FLUIDOS SEROSOS FLUIDOS SEROSOS............... 4040 CAPÍTULO 8 CAPÍTULO 8 FLUIDO SINOVIAL FLUIDO SINOVIAL............... 4343 CAPÍTULO 9 CAPÍTULO 9

FLUIDO SEMINAL (SÊMEN)

FLUIDO SEMINAL (SÊMEN)................ 4646

CAPÍTULO 10 CAPÍTULO 10 FLUIDO AMNIÓTICO FLUIDO AMNIÓTICO............... 5252 CAPÍTULO 11 CAPÍTULO 11 SUOR SUOR............... 5454

(5)

CAPÍTULO 12 SALIVA ... 56 CAPÍTULO 13 SUCO GÁSTRICO... 58 CAPÍTULO 14 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO... 60

PARA (NÃO) FINALIZAR... 64

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 Apresentação

Caro aluno

 A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD.

Pretende-se, com este material, levá-lo à reexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos especícos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém ao prossional que busca a formação continuada para  vencer os desaos que a evolução cientíco-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.

Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na prossional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.

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Organização do Caderno

de Estudos e Pesquisa

Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradável. Ao nal, serão indicadas, também, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares.

 A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos e Pesquisa.

Provocação

Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor conteudista.

Para refletir

Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.

Sugestão de estudo complementar

Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.

Praticando

Sugestão de atividades, no decorrer das leituras, com o objetivo didático de fortalecer o processo de aprendizagem do aluno.

Atenção

Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a síntese/conclusão do assunto abordado.

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Saiba mais

Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões sobre o assunto abordado.

Sintetizando

Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.

Exercício de fixação

Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/ conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não há registro de menção).

Avaliação Final

Questionário com 10 questões objetivas, baseadas nos objetivos do curso, que visam verificar a aprendizagem do curso (há registro de menção). É a única atividade do curso que vale nota, ou seja, é a atividade que o aluno fará para saber se pode ou não receber a certificação.

Para não finalizar

Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.

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Introdução

O Caderno de Estudos e Pesquisa “Urinálise e Fluidos Biológicos” foi elaborado com o objetivo de proporcionar a você, aluno(a), conhecimentos básicos aplicados na área laboratorial, assim como sua interação com outras áreas das ciências da saúde.

Para tanto, serão apresentados, de forma concisa, abrangente e cuidadosamente estruturada, os elementos da análise dos uidos biológicos, visando acompanhar as constantes mudanças no campo da Medicina Laboratorial.

O exame de urina é um meio especíco de avaliação da função renal do organismo humano, sendo, portanto, um forte elemento diagnóstico no estudo das patologias em geral.

Para a avaliação dedigna de todos esses uidos biológicos, o emprego de técnicas sensíveis e especícas é fator preponderante para o bom desenvolvimento da análise. Nesse sentido, abordar-se-ão a maneira correta para a coleta de cada amostra, quem pode realizá-la e como são feitas suas análises especícas.

Este Caderno lhe fornecerá, ainda, uma visão detalhada das estruturas físicas, químicas e microscópicas da urina e dos outros tipos de uidos biológicos, oportunidade em que serão abordadas as análises dos líquidos serosos, líquido sinovial, líquido seminal, líquido amniótico, suor, saliva e suco gástrico, apontando o signicado clínico e sua importância. Ademais, seu estudo será enriquecido com ilustrações recentes aplicadas principalmente à Medicina Laboratorial.

Objetivos

»  Aprofundar conhecimentos sobre os líquidos biológicos do organismo. »  Aprofundar estudos sobre a importância da realização do exame de urina. » Saber associar o quadro clínico do paciente aos resultados encontrados. » Estimular a reexão crítica em cada tipo de exame.

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UNIDADE I

URINÁLISE

CAPÍTULO 1

Introdução à Urinálise

História e Importância

 A medicina laboratorial teve início com a análise da urina. Embora os métodos não fossem sosticados, a observação da urina permitia ao médico obter informações diagnósticas a partir da turvação, cor, odor, volume, viscosidade e até mesmo pela presença de açúcar ao perceberem que certas amostras atraíam formigas. Os meios modernos de urinálise ampliaram seu campo de ação, abrangendo não só o exame físico, mas também a análise bioquímica e a microscopia do sedimento urinário.

No século XVII, com a invenção do microscópio, foi possível realizar o ex ame do sedimento urinário e criar métodos para sua quanticação.

 Além da amostra de urina ser de obtenção rápida e fácil, fornece informações sobre muitas das principais funções metabólicas do organismo, por meio de exames laboratoriais simples. Essas características se ajustam às tendências atuais em favor da medicina preventiva.

Devido ao fato de o exame urinário ser um método muito valioso de triagem metabólica, pode-se detectar, além de doenças renais, o início assi ntomático de patologias como o diabetesmellitus e as hepatopatias.

Formação e Composição

 A formação da urina ocorre nos rins, como um ultraltrado do plasma, a partir do qual são reabsorvidos glicose, aminoácidos, água e outras substâncias essenciais ao metabolismo do organismo.

 A ureia, um produto residual do metabolismo do fígado a partir de proteínas, é responsável por quase metade do total de sólidos dissolvidos na urina. O principal sólido inorgânico dissolvido é o cloreto, seguido pelo sódio e o potássio. A ingestão dietética inuencia as concentrações desses compostos inorgânicos, o que torna difícil estabelecer níveis normais.

Substâncias como hormônios, vitaminas e medicamentos também são encontrados na urina. Também pode conter elementos formados, como células, cilindros, cristais, muco e bactérias, sendo que o aumento desses é indicativo de doença.

(11)

UNIDADE I

URINÁLISE

Para ter certeza de que um determinado FLUIDO é realmente urina, pode-se dosar ureia e creatinina nessa alíquota já que tais substâncias se encontram presentes em altas concentrações se comparadas a outro FLUIDO corporal.

 Volume

O volume urinário depende da quantidade de água excretada pelos rins, portanto, a quantidade excretada, em geral, é determinada pelo estado de hidratação do organismo.

Os fatores que inuenciam o volume de urina são:

» ingestão de líquidos;

» perda de líquidos por fontes não renais;

»  variações na secreção do hormônio antidiurético; e

» necessidade de excretar grandes quantidades de solutos, como glicose ou sais.

O débito urinário médio é de 1.200mL a 1.500mL, porém podem ser considerados normais os  valores limites de 600 mL a 2.000 mL.

Redução do volume diário normal de urina, também chamado de oligúria, geralmente se dá quando o organismo se encontra em um estado de desidratação devido à perda excessiva de água em decorrência de episódios de vômito, diarreia, transpiração ou queimaduras graves.

Quando ocorre anúria, ou seja, cessação do uxo urinário, a oligúria pode ser resultante de qualquer tipo de lesão renal grave ou até de uma diminuição do uxo sanguíneo para os rins.

Nictúria é o aumento na excreção noturna de urina. Já a poliúria é o aumento do volume urinário diário, que, por sua vez, está muito associada ao diabetesmellitus e ao diabetes insípido.

Coleta

O recipiente da amostra deve ser devidamente etiquetado com o nome do paciente, data e hora da colheita, lembrando que as etiquetas devem ser postas sobre o recipiente e não sobre a tampa.  Amostras mantidas à temperatura ambiente por mais de uma hora, sem conservantes, podem

apresentar as seguintes alterações:

»  Aumento do pH, bactérias, turvação;

» Diminuição da concentração de glicose, cetonas, bilirrubinas, urobilinogênio; » Desintegração de hemácias e cilindros; e

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URINÁLISE

 UNIDADE I

 A orientação e preparação adequadas dos pacientes, principalmente quando do sexo femi nino, não se constitui, na prática diária, um procedimento dos mais simples. Por isso, frequentemente no deparamos com amostras de urina inadequadamente colhidas, que apresentam características de contaminação com uxo vaginal.

No caso de pacientes do sexo feminino, elas devem ser orientadas a lavarem cuidadosamente as mãos e, após enxaguá-las, afastar os lábios vaginais e lavar os órgãos genitais externos em torno da uretra com água e secar com lenços de papel ou limpar com lenços de higiene. Após essa higiene, os lábios  vaginais devem ser mantidos afastados até a micção e durante ela. A primeira parte jato da micção deve ser desprezada. Após isso, se colhe aproximadamente 50 mL e se despreza o restante. As pacientes devem colher a amostra de urina imediatamente após realizar a higiene, sem se levantarem do vaso; caso contrário, o procedimento de higiene deve ser repetido. O rigor necessário na higiene dos órgãos genitais externos torna o êxito do procedimento de coleta difícil de ser alcançado.

Como alternativa para o procedimento de higiene, recomenda-se que a paciente proceda à colheita da urina após lavar bem as mãos e, com os dedos indicador e médio, afastar bem os grandes lábios  vaginais. Com leve pressão, promover a reticação da uretra feminina, que normalmente apresenta

uma curva descendente de, aproximadamente, 45° (Quadro 1).

Quadro 1 – Orientação para Coleta de Urina para Pacientes do Sexo Feminino

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UNIDADE I

URINÁLISE

Os pacientes do sexo masculino devem ser orientados a lavarem cuidadosamente as mãos e, após enxaguá-las, retrair o prepúcio, se existente, para permitir cuidadosa lavagem da glande peniana, apenas com água, ou então realizar essa limpeza com lenços de higiene. Após essa higiene, sem permitir que o prepúcio volte a cobrir a glande peniana, deve ser realizada a coleta desprezando o primeiro jato da micção, recolhendo, assim, no frasco fornecido pelo laboratório, aproximadamente 50 mL do jato médio. Por m, desprezar o restante da urina dessa micção (Quadro 2).

Quadro 2 – Orientação para Coleta de Urina para Pacientes do Sexo Masculino

Fonte: <http://www.pmvc.ba.gov.br/v1/images/editor/images/lab%283%29.jpg>. Acesso em: 25 set. 2012.

Tipos de Amostras

Para se obter uma amostra de urina signicativamente dedigna em relação ao estado metabólico do paciente, é necessário controlar alguns aspectos da coleta (Tabela 1), como:

» hora;

(14)

URINÁLISE

 UNIDADE I

» dieta;

» medicamentos ingeridos; e » método de colheita.

Tabela 1 – Relação entre o tipo de amostra e sua finalidade

Tipo de Amostra Finalidade  Aleatória (Ao acaso) Urina Tipo I ou de Rotina

Primeira da Manhã Urina Tipo I ou de Rotina Teste de Gravidez Proteinúria Ortostática Em Jejum (2ª da Manhã) Monitoramento de Diabetes 2 horas Pós-Prandial Monitoramento de Diabetes

Glicosúria

Teste de Tolerância à Glicose (TTG) Acompanham as amostras de sangue no TTG 24 horas (Tempo Marcado) Testes Bioquímicos Quantitativos

Por Cateterização Cultura de Bactérias Coleta de Jato Médio Urina Tipo I ou de Rotina

Cultura de Bactérias

 Aspiração Suprapúbica Coleta de Urina da Bexiga para Cultura de Bactérias Citologia

Prova de Valentine Infecção de Próstata

Fonte: STRASINGER, S.K.Uroanálise e Fluidos Biológicos. 3. ed. São Paulo: Editora Premier, 2000, p. 7.

A urina do paciente com poliúria possui alta densidade. Nesse caso, deve-se investigar a possibilidade de diabetes mellitus.

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CAPÍTULO 2

Função e Doenças Renais

Fisiologia Renal

O ser humano possui dois rins que têm cor vermelho-escura em forma de um grão de feijão e cada um deles contém, aproximadamente, 1 a 1,5 milhões de néfrons. Os néfrons controlam a capacidade renal de depurar seletivamente resíduos provenientes do sangue e, ao mesmo tempo, de manter a água essencial e o equilíbrio eletrolítico no organismo, por meio das seguintes funções renais:

» uxo sanguíneo renal; » ltração glomerular; » reabsorção tubular; e » secreção tubular.

Escreva sobre cada uma das funções renais acima citadas.

O sistema urinário, encarregado da produção, coleta e eliminação da urina, está localizado no espaço retroperitonial, de cada lado da coluna vertebral dorsolombar. Em uma pessoa adulta, cada um dos rins mede 12 cm e pesa 130 a 170g.

É constituído pelos rins direito e esquerdo; pela pelve renal, que recebe os coletores de urina do parênquima renal; pelos ureteres, bexiga e uretra. Os rins são envolvidos por uma cápsula brosa que, no nível do hilo renal, se deixa atravessar pela artéria renal, pela veia renal e pela pelve coletora, que se continua com o ureter. O parênquima renal apresenta duas regiões bastante distintas: a região periférica, cortical ou córtex renal, e a região central, medular ou medula renal (Figura 1).

Figura 01 – Rim esquerdo e suas partes

(16)

URINÁLISE

 UNIDADE I

Entre as diversas funções dos rins, vale destacar algumas.

» É responsável pela eliminação dos resíduos tóxicos produzidos pelo nosso organismo

como a ureia e o ácido úrico. É a sua função de ltração, de limpeza ou de depuração.

» Controla o volume dos líquidos; portanto, qualquer excesso de água no corpo é

eliminado pela urina – é o chamado efeito diurético.

» Exerce controle sobre os sais de nosso corpo, eliminando os seus excessos ou

poupando-os nas situações de carência.

»  A partir do controle do volume (líquidos) e dos sais, exerce grande inuência sobre

a pressão arterial e venosa do nosso organismo.

» Produz e secreta hormônios: a eritropoetina, a vitamina D e a renina. A eritropoetina

interfere na produção dos glóbulos vermelhos e a sua falta pode levar a uma anemia de difícil tratamento. A vitamina D, calciferol, controla a absorção intestinal de cálcio. E a renina, junto com a aldosterona, controla o volume dos líquidos e a pressão arterial de nosso organismo.

Doenças Renais

Entre as principais doenças renais, destacam-se:

» Nefrite: caracteriza-se pela presença de albumina e sangue na urina, edema

e hipertensão.

» Infecção Urinária: o paciente se queixa de dor, ardência e urgência para urinar. O

 volume urinado torna-se pequeno e frequente, tanto durante o dia como à noite.  A urina é turva e mal cheirosa, podendo surgir sangue no nal da micção. Nos casos em que a infecção atingiu o rim, surge febre, dor lombar e calafrios, além de ardência e urgência para urinar.

» Cálculo Renal: a cólica renal, com dor no anco e costas, é muito característica, quase

sempre com sangue na urina. Em certos casos, pode haver eliminação de pedras.

» Obstrução Urinária: ocorre quando há um impedimento da passagem da urina

pelos canais urinários, por cálculos, aumento da próstata, tumores, estenoses de ureter e uretra. A ausência ou pequeno volume da urina é a queixa característica da obstrução urinária.

» Insuciência Renal Aguda: é causada por uma agressão repentina ao rim, por falta

de sangue ou pressão para formar urina ou por obstrução aguda da via urinária. A principal característica é a total ou parcial ausência de urina.

» Insuciência Renal Crônica: surge quando o rim sofre a ação de uma doença que

deteriora irreversivelmente a função renal, apresentando-se com retenção de ureia, anemia, hipertensão arterial, entre outros.

(17)

UNIDADE I

URINÁLISE

» Tumores Renais: o rim pode ser acometido de tumores benignos e malignos.

E as queixas são de massas palpáveis no abdômen, dor, sangue na urina e obstrução urinária.

» Doenças Multissistêmicas: o rim pode se ver afetado por doenças reumáticas, diabete,

gota, colagenases e doenças imunológicas. Podem surgir alterações urinárias em doenças do tipo nefrite, geralmente com a presença de sangue e albumina na urina.

» Doenças Congênitas e Hereditárias: um exemplo dessas doenças é a presença de

múltiplos cistos no rim (rim policístico).

» Nefropatias Tóxicas: causadas por tóxicos, agentes físicos, químicos e drogas.

Caracterizam-se por manifestações nefríticas e insuciência funcional do rim.

» Síndrome Nefrótica: é o conjunto de sintomas associados a um aumento da

permeabilidade glomerular. Os sintomas gerados por essa síndrome são principalmente a proteinúria, hipoproteinemia e edema. São vários os tipos de doença renal que se manifestam na forma de síndrome nefrótica. Um exemplo é a glomerulonefrite.

» Glomerulonefrite: ocorrem basicamente duas formas de alteração imunológica:

a primeira, é a lesão que resulta da deposição de complexo antígeno-anticorpo circulante no glomérulo. A segunda, são as lesões resultantes de reação de anticorpos diretamente contra antígenos glomerulares, exemplicados pela doença Antimembrana Basal Glomerular (anti-GBM). Então, pode-se descrever o processo siopatológico da seguinte maneira: há uma entrada de antígeno no sangue formando, assim, o complexo antígeno-anticorpo; o complexo é depositado no glomérulo, onde se formam anticorpos anti-GBM; formando os complexos, ocorrem inamação e ativação de medidores químicos (complementos e leucócitos); os leucócitos e as enzimas lisossômicas vão até a região e atacam a membrana  basal glomerular; como consequência, ocorre a alteração da permeabilidade da membrana, cando impossível a ltração normal; as alterações ocorridas podem levar à insuciência renal (aguda ou crônica) ou até à falência renal.

» Pielonefrite: resulta da infecção do tecido renal ou da pelve, que pode ser

ocasionada a partir de diversas fontes. A manifestação dessa doença, assim como da insuciência renal, pode ser de duas formas: aguda ou crônica. Essa doença é mais comumente causada por bactérias, mas também pode ser causada por vírus ou por fungos. A forma aguda da doença provém da contaminação bacteriana oriunda da uretra ou de instrumentação, mas também pode ser levada até os rins pelo sangue que passa por uma área infectada do organismo. A forma crônica pode ser idiopática, juntamente com a obstrução ou reexos oxigenados de cálculos renais ou por presença de bexiga neurogênica.

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CAPÍTULO 3

Exame Físico da Urina

Coloração

 A variedade da cor da urina vai desde a ausência de cor até o negro, podendo ser devido a funções metabólicas normais, atividade física, substâncias ingeridas ou patologias. Porém, é de responsabilidade clínica determinar se essa alteração de cor é normal ou indicativo de doença.  As descrições de cor mais comuns são: amarelo-claro; amarelo; amarelo-escuro e âmbar. Para uma  boa análise da amostra coletada deve-se olhar através do recipiente contra um fundo branco, sempre

em local com boa iluminação.

 A cor amarela da urina é devido à presença de um pigmento denominado urocromo. Amostras amarelo-escuras ou âmbar podem ser causadas pela presença anormal do pigmento bilirrubina. A urina que contém a bilirrubina pode também conter o vírus da hepatite.

Muitas colorações anormais na urina são de natureza não patogênica, sendo causadas pela ingestão de alimentos, vitaminas e medicamentos bastante pigmentados.

 Aparência / Aspecto

É um termo geral usado para se referir à transparência da amostra urinária. Os termos utilizados para descrever a aparência são: límpido, ligeiramente turvo e turvo.

Quando recém-eliminada, a urina geralmente é transparente, porém em casos patológicos, em que existe a grande quantidade de piócitos (leucócitos), hemácias, células epiteliais, cristais e bactérias, a amostra deverá se apresentar turva.

Turvação

 As quatro principais substâncias que causam a turvação são os leucócitos, as hemácias, as células epiteliais e as bactérias. Outras substâncias incluem lipídios, sêmen, muco, linfa, cristais, leveduras, matéria fecal e contaminação externa.

O fato de a urina recém-eliminada apresentar-se turva pode ser motivo de preocupação. Correlação Laboratorial da Turvação Urinária

1. Urina Ácida = uratos amorfos e material de contraste radiográco. 2. Urina Alcalina = fosfatos amorfos e carbonatos.

(19)

UNIDADE I

URINÁLISE

3. Termossolúvel = uratos amorfos e cristais de ácido úrico.

4. Solúvel em Ácido Acético Diluído = hemácias, fosfatos amorfos e carbonato.

5. Insolúvel em Ácido Acético Diluído = leucócitos, bactérias, leveduras e espermatozoides. 6. Solúvel em Éter = lipídios, linfa e quilo.

Densidade Urinária

É denida como uma medida da densidade das substâncias químicas dissolvidas na amostra. Sua medida é feita para vericar a capacidade de concentração e diluição do rim.

Em uma urina normal, os valores da densidade variam de 1.015 a 1.025, no volume de 24 horas. Já em amostras colhidas ao acaso, pode variar de 1.003 a 1.030.

No exame de urina tipo I, a densidade fornece informações preliminares importantes e pode ser facilmente determinada com o uso de urodensímetro, refratômetro, ou tiras reativas.

Escreva a respeito dessas três maneiras de se verificar a densidade em uma amostra de urina.

Os valores da densidade podem variar e, portanto, indicar algumas patologias.

» Densidade baixa = diabete insípido, nefrite crônica, transtornos de origem

nervosa e ingestão de grande quantidade de líquidos.

» Densidade elevada = diabetes mellitus, casos de desidratação e nefrite

parenquimatosa.

Odor

É uma propriedade física observável, pois, assim que recém-colhida a urina possui um odor característico de seus componentes aromáticos. O odor é classicado como próprio, sui generis ou característico.

Quando a amostra ca muito tempo em repouso, o cheiro de amônia passa a ser predominante devido à degradação da ureia. A urina em decomposição adquire um odor pútrido ou amoniacal devido à fermentação bacteriana.

 As causas frequentes de odores fortes são:

» infecções bacterianas (cheiro forte e desagradável); e

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URINÁLISE

 UNIDADE I

O tipo de dieta e alguns medicamentos também alteram o odor urinário.

A urina alcalina fica preta quando em repouso; passa a apresentar precipitados opacos e brancos e tem densidade de 1.012. O que dever causar mais preocupação nessa amostra é:

a. a cor;

b. a turvação;

c. a densidade;

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CAPÍTULO 4

Exame Químico da Urina

Os resultados do exame químico da urina fornecem informações sobre o metabolismo de carboidratos do paciente, funções renais e hepáticas e equilíbrio ácido-básico. Abaixo, são descritos esses exames.

Tiras Reativas

 A tira reagente é a técnica mais amplamente usada na detecção de substâncias químicas na urina. Uma única tira pode conter até 10 tipos de testes. São constituídas por pequenos quadrados de papel absorvente impregnados com substâncias químicas e aderidos a uma tira de plástico.

Uma escala de comparação de cores é anexada às tiras reagentes, usualmente no rótulo do seu recipiente. O desempenho delas deve ser testado diariamente usando soluções de controle baixo, normal e alto.

Os testes são feitos mergulhando rapidamente as tiras em uma urina recente, bem homogeneizada. O excesso deve ser removido, tocando a borda da tira brevemente em um papel absorvente. O contato da tira com a urina faz com que ocorra uma reação química e, então, a mudança cromática.

 As áreas de teste da tira devem ser observadas nos intervalos de tempo especícos. As mudanças de cor das almofadinhas de reagentes devem ser comparadas visualmente com a cor da escala fornecida  junto com as tiras.

 Automação em Urinálise

 A automação no procedimento de urinálise tem permitido aos laboratórios o fornecimento de resultados mais precisos e seguros.

O intervalo de tempo entre a coleta do material e o processamento do teste é crítico nos exames de urina. Por isso, a automação, tanto da análise morfológica quanto química das amostras, tem se tornado um diferencial nos serviços laboratoriais.

 Alguns laboratórios têm leitoras automáticas de tiras. Esses instrumentos detectam eletronicamente as mudanças de cor nas almofadinhas de reagentes. A tira reagente é mergulhada na amostra pelo técnico e a tira úmida é inserida no aparelho. Os resultados são mostrados em um painel digital e pode ser impresso automaticamente.

O uso desses instrumentos elimina o erro técnico devido às diferenças de tempo de leitura ou à interpretação das cores.

(22)

URINÁLISE

 UNIDADE I

pH

Os pulmões e os rins são os principais reguladores do equilíbrio ácido-básico do organismo.

O pH é a medida do grau de acidez ou alcalinidade da urina. Um indivíduo sadio produz a primeira urina da manhã com pH ligeiramente ácido, entre 5,0 e 6,0. Por outro lado, as outras amostras obtidas durante o dia terão uma variação de pH de 4,5 a 8,0.

Existem alguns fatores que podem inuenciar na mudança do valor do pH urinário: a dieta, o uso de medicações, doenças renais e doenças metabólicas, como diabetesmellitus.

O conhecimento do pH é importante na identicação de cristais observados no exame microscópico.  A precipitação de substâncias químicas também pode colaborar para a formação de cálculos renais.

Proteínas

 A análise da proteína é mais indicativa para se concluir um quadro de doença renal, mas também pode ser causada por outras condições como infecções do trato urinário.

 A albumina, por ter baixo peso molecular, é a principal proteína sérica encontrada na urina normal.  A urina normal contém quantidade muito baixa de proteínas, sendo em média menos de 10 mg/dL

ou 150 mg por 24 horas.

O aumento da proteína na urina é denominado proteinúria. São observadas em processos degenerativos tubulares, associadas a processos infecciosos bacterianos, em enfermidades  vasculares e na hipertensão maligna.

 A principal fonte de erro na utilização das tiras reagentes ocorre quando a urina é extremamente alcalina e anula o sistema de tamponamento.

Glicose

 A análise da glicose é a prova de detecção que está incluída em todos os exames físicos de urina e, muitas vezes, é o principal objetivo dos programas preventivos de saúde pública.

 A presença de glicose detectável na urina é chamada de glicosúria, o que indica que a glicose sanguínea ultrapassou o limiar renal da glicose. Essa condição ocorre no diabetesmellitus.

Cetonas

Os chamados corpos cetônicos são produtos derivados do metabolismo dos ácidos graxos, tendo origem hepática.

O termo cetona engloba três produtos intermediários do metabolismo das gorduras: acetona, ácido  beta hidroxibutírico e ácido acetoacético; portanto, quando o organismo metaboliza gordura de

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UNIDADE I

URINÁLISE

forma incompleta, são excretadas cetonas na urina. Esses compostos da cetona não se apresentam em quantidades iguais na urina. A acetona e o ácido beta-hidroxibutírico são produzidos a partir do ácido acetoacético, sendo relativamente constante em todas as amostras as proporções de 78% de ácido beta-hidroxibutírico, 20% de ácido acetoacético e 2% de acetona.

Entre as razões clínicas para esse aumento do metabolismo das gorduras citam-se a incapacidade de metabolizar carboidratos como ocorre no diabetes mellitus; o aumento da perda de carboidratos por  vômitos; e a ingestão insuciente de carboidratos associada à carência alimentar e redução de peso.

Como as acetonas evaporam na temperatura ambiente, a urina deve ser bem tampada e refrigerada se não for testada rapidamente.

Sangue

O sangue pode estar presente na urina em forma de hemácias íntegras ou de hemoglobina, que é um produto da destruição das hemácias. Quando em grande quantidade, pode ser detectado a olho nu. A hematúria produz urina vermelha e opaca; por outro lado, a hemoglobinúria se apresenta na coloração vermelha e transparente.

Na análise microscópica do sedimento urinário, observa-se a presença de hemácias íntegras, mas não a de hemoglobina livre produzida por distúrbios hemolíticos ou por lise das hemácias no trato urinário. O método mais preciso para determinar as presença de sangue é a avaliação química, pois, uma vez detectado, se pode utilizar o exame microscópico para distinguir a hematúria da hemoglobinúria.  A hematúria tem mais relação com distúrbios de origem renal ou urogenital, e o sangramento

seria resultante de traumatismo ou irritação dos órgãos desse sistema. Entre algumas causas de hematúria estão os cálculos renais, as doenças glomerulares, tumores, traumatismos, pielonefrites, e exposição a produtos tóxicos ou a drogas.

 A hemoglobinúria pode ocorrer como resultado da lise das hemácias no trato urinário ou pode ser causada por hemólise intravascular e a subsequente ltração de hemoglobinas através dos glomérulos. Isso ocorre em casos de anemias hemolíticas, reações transfusionais, queimaduras graves, infecções e exercício físico intenso.

Bilirrubina

 A bilirrubina é um composto amarelo, muito pigmentado, devido ser um produto da degradação da hemoglobina.

Sua forma direta ou conjugada atravessa o túbulo renal e aparece na urina; portanto, a bilirrubina é encontrada mais comumente em pacientes com icterícia mecânica.

 A hepatite e a cirrose são exemplos comuns de doenças que produzem lesão hepática. As provas rotineiras para detecção de bilirrubina com tiras reativas utilizam a diazotização.

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URINÁLISE

 UNIDADE I

Escreva um pequeno texto sobre a diazotização.

Há um teste qualitativo, no qual se realiza a agitação da urina formando uma espuma amarelada ou amarelo-esverdeada e cor âmbar, que indicará pesquisa positiva para bilirrubina, usando amostra recente. O reativo usado nessa prova é o Reativo de Fouchet.

Urobilinogênio

Como a bilirrubina, o urobilinogênio é um pigmento biliar resultante da degradação da hemoglobina. É derivado da bilirrubina pela ação da ora bacteriana intestinal. Aproximadamente metade da sua produção é reabsorvida, retornando ao fígado, e uma parte pequena cai na circulação, sendo excretada pelos rins.

Por ação da luz e do ar atmosférico, o urobilinogênio que ca no intestino se oxida formando a urobilina (pigmento responsável pela característica cor das fezes).

O urobilinogênio aparece na urina porque, ao circular no sangue, a caminho do fígado, pode passar pelos rins e ser ltrado pelos glomérulos. Se houver obstrução do ducto biliar, haverá o impedimento da passagem normal de bilirrubina para o intestino.

Por meio do exame qualitativo, usando o Reativo de Ehrlich, o urobilinogênio reage com o p-dimetilaminobenzaldeído, formando uma coloração vermelho-cereja.

Nitrito

 A prova para detecção de nitrito é útil para o diagnóstico precoce das infecções da bexiga (cistite), pois muitas vezes os pacientes são assintomáticos ou têm sintomas vagos, que levariam o médico a pedir uma cultura de urina. A prova com nitrito também poderá ser empregada para avaliar o sucesso da terapia com antibióticos e para examinar periodicamente pessoas que têm infecções recorrentes.  Alguns dos microrganismos que, frequentemente, causam Infecção do Trato Urinário (ITU) são a  Escherichia coli , a Klebsiella sp, o Proteus sp e a Pseudomonas sp. As bactérias Gram negativas produzem enzimas que convertem os nitratos urinários em nitrito. Não se destina a substituir a cultura de urina como principal prova de diagnóstico e controle das infecções bacterianas, mas sim a detectar os casos em que a necessidade de cultura pode ser evidente.

Leucócitos

 A presença de leucócitos indica uma possível infecção do trato urinário.

Essa prova não tem o objetivo de medir a concentração de leucócitos, e os fabricantes recomendam que a quantidade seja feita por exame microscópico.

(25)

UNIDADE I

UNIDADE I

││

URINÁLISEURINÁLISE

Outra vantagem de análise bioquímica é a possibilidade de detectar a presença de leucócitos lisados

Outra vantagem de análise bioquímica é a possibilidade de detectar a presença de leucócitos lisados

que não aparecem no exame microscópico.

que não aparecem no exame microscópico.

Densidade

Densidade

 A capacidade renal

 A capacidade renal de reabsorver seletivamente de reabsorver seletivamente substâncias químicas esubstâncias químicas essenciais e ssenciais e água a partir doágua a partir do

ltrado glomerular é uma das funções mai

ltrado glomerular é uma das funções mais importantes do organismo.s importantes do organismo.

O complexo processo de reabsorção, muitas vezes, é a primeira função renal a se tornar deciente;

O complexo processo de reabsorção, muitas vezes, é a primeira função renal a se tornar deciente;

por isso, a avaliação da capacidade de reabsorção renal é um componente necessário do exame de

por isso, a avaliação da capacidade de reabsorção renal é um componente necessário do exame de

urina (sumário).

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CAPÍTULO 5

CAPÍTULO 5

Exame Microscópico da Urina

Exame Microscópico da Urina

Introdução

Introdução

O exame do sedimento microscópico da urina é importante para avaliação do estado funcional do

O exame do sedimento microscópico da urina é importante para avaliação do estado funcional do

rim. Durante a análise, pode-se vericar a

rim. Durante a análise, pode-se vericar a presença ou evolução de infecções; doenças e presença ou evolução de infecções; doenças e traumas dotraumas do

trato urinário. Além disso, certos resultados, como a presença de cristais anormais, podem sugerir

trato urinário. Além disso, certos resultados, como a presença de cristais anormais, podem sugerir

uma desordem metabólica.

uma desordem metabólica.

É de extrema valia que todas as amostras de urina sejam analis

É de extrema valia que todas as amostras de urina sejam analisadas o mais breve possível para evitaradas o mais breve possível para evitar

a deterioração celular e multiplicação de

a deterioração celular e multiplicação de bactérias ou de outro micro-organismo.bactérias ou de outro micro-organismo.

 A amostra

 A amostra a ser a ser analisada deverá analisada deverá ser recente ser recente e obte obtida conforme ida conforme solicitação médica: solicitação médica: em frasco em frasco limpo elimpo e

devidamente identicado. Os elementos que compõem o sedimento urinário podem sofrer diversas

devidamente identicado. Os elementos que compõem o sedimento urinário podem sofrer diversas

mudanças estruturais, devido a mudança de pH, decomposição bacteriana, baixa densidade (urinas

mudanças estruturais, devido a mudança de pH, decomposição bacteriana, baixa densidade (urinas

muito diluídas), alterações provocadas por medicações e até mesmo pelo tipo de dieta.

muito diluídas), alterações provocadas por medicações e até mesmo pelo tipo de dieta.

Portanto, o procedimento é meticuloso e cuidadoso, a m de evitar possíveis falhas que,

Portanto, o procedimento é meticuloso e cuidadoso, a m de evitar possíveis falhas que,

posteriormente, venham comprometer o diagnóstico clínico.

posteriormente, venham comprometer o diagnóstico clínico.

 A

 A melhor melhor maneira maneira pela qual pela qual o o exame exame microscópico microscópico é é realizado tem realizado tem que ser que ser consistente, consistente, incluindoincluindo

a observação de, no mínimo, dez campos em menor e maior aumento (100 e 400x). A observação

a observação de, no mínimo, dez campos em menor e maior aumento (100 e 400x). A observação

em menor aumento tem por objetivo avaliar a disposição dos elementos, a composição geral do

em menor aumento tem por objetivo avaliar a disposição dos elementos, a composição geral do

sedimento e a presença ou não de cilindros. A identicação e contagem de todos os elementos

sedimento e a presença ou não de cilindros. A identicação e contagem de todos os elementos

presentes são realizadas em aumento de 400x.

presentes são realizadas em aumento de 400x.

Componentes do Sedimento

Componentes do Sedimento

Hemácias

Hemácias

 A

 A presença presença de de hemácias hemácias (Figura (Figura 2) 2) na na urina urina possui possui grande grande relação relação com com lesões lesões na na membranamembrana

glomerular ou nos vasos do sistema urogenital. A observação de hematúria pode ser essencial para

glomerular ou nos vasos do sistema urogenital. A observação de hematúria pode ser essencial para

diagnóstico de cálculo renal.

diagnóstico de cálculo renal.

Figura 2 – Hemácias Figura 2 – Hemácias

Fonte:

Fonte: <http://tecnicaspa<http://tecnicasparaestudos.blogspotraestudos.blogspot.com.br/2008/06/hematria-eliminao-de-um-nmero-an.com.br/2008/06/hematria-eliminao-de-um-nmero-anormal.html>.ormal.html>.

 Acesso em: 2 out

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UNIDADE I

UNIDADE I

││

URINÁLISEURINÁLISE

 As hemácias

 As hemácias são estruturas que podem são estruturas que podem ser confundidas, por ser confundidas, por exemplo, com células exemplo, com células leveduriformes.leveduriformes.

Possuem forma de discos bicôncavos ou esféricos e sem núcleo.

Possuem forma de discos bicôncavos ou esféricos e sem núcleo.

 Aquelas

 Aquelas de de tamanhos tamanhos variáveis variáveis e e que que têm têm protrusões protrusões celulares celulares são são denominadas denominadas dismórcas dismórcas ee

aparecem mais em casos de hemorragia glomerular. Hemácias dismórcas também podem ser

aparecem mais em casos de hemorragia glomerular. Hemácias dismórcas também podem ser

encontradas nas amostras de pacientes que realizaram exercícios físicos intensos.

encontradas nas amostras de pacientes que realizaram exercícios físicos intensos.

Hemácias devem ser avaliadas quanto à quantidade e morfologia (presença ou ausência de dismorsmo

Hemácias devem ser avaliadas quanto à quantidade e morfologia (presença ou ausência de dismorsmo

eritrocitário). A célula mais relacionada com a hemorragia glomerular é o acantócito (Figura 3).

eritrocitário). A célula mais relacionada com a hemorragia glomerular é o acantócito (Figura 3).

Figura 3 – Acantócito Figura 3 – Acantócito

Fonte: <http://www

Fonte: <http://www.scielo.br/scielo.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&.php?script=sci_arttext&pid=S1676-24442005000200005>. pid=S1676-24442005000200005>. Acesso em: Acesso em: 2 out. 2 out. 2012.2012.

Leucócitos

Leucócitos

Os leucócitos (Figura 4) são os glóbulos brancos; já os piócitos cons

Os leucócitos (Figura 4) são os glóbulos brancos; já os piócitos constituem os leucócitos degeneradostituem os leucócitos degenerados

resultantes da luta contra infecção microbiana.

resultantes da luta contra infecção microbiana.

Diferente das hemácias, os leucócitos são mais facilmente visualizados e identicados por

Diferente das hemácias, os leucócitos são mais facilmente visualizados e identicados por

apresentarem grânulos citoplasmáticos e núcleos lobulados.

apresentarem grânulos citoplasmáticos e núcleos lobulados.

Figura 4 – Leucócitos Figura 4 – Leucócitos

Fonte: <http://biomedicinafacil.blogspot.com.br/>. Acesso em: 2 out. 2012.

Fonte: <http://biomedicinafacil.blogspot.com.br/>. Acesso em: 2 out. 2012.

 A presença de leucócitos na urina costuma indicar que há atividade inamatória nas vias urinárias.

 A presença de leucócitos na urina costuma indicar que há atividade inamatória nas vias urinárias.

Em geral, sugere infecção urinária, mas pode estar presente em várias outras situações, como

Em geral, sugere infecção urinária, mas pode estar presente em várias outras situações, como

traumas, drogas irritativas ou qualquer outra inamação não causada

(28)

URINÁLISE

 UNIDADE I

Células Epiteliais

Como as células epiteliais (Figura 5) provêm do tecido de revestimento do sistema urogenital é  bastante comum encontrá-las nos exames de urina. Em geral são registradas como raras, moderadas

e numerosas.

Figura 5 – Célula Epitelial

Fonte: <http://www.biomedicinap adrao.com/2010_ 05_01_archi ve.html>. Acesso em: 2 out. 2012.

Essas células originam-se das vias urinárias baixas e altas, podendo estar aumentadas em várias infecções do trato genital. Porém, em urinas de mulheres estarão presentes em quantidades  variáveis, sendo mais intensamente durante a gestação.

Células menos comuns no sedimento urinário são as da bexiga e do túbulo renal, que, por sua vez, podem ser indicadoras de doença renal.

Cilindros

Presença de cilindros na amostra de urina pode representar um grave prognóstico, tornando sua investigação obrigatória, pois são os únicos elementos exclusivamente renais encontrados no sedimento urinário.

Os fatores importantes na formação de cilindros são a concentração e a natureza da proteína na urina tubular, a concentração de solutos dialisáveis como os sais e a ureia, e a acidez da urina.  A glicoproteína de Tamm-Horsfall é o principal componente dos cilindros; é excretada pelas células

dos túbulos renais.

Hialinos

Os cilindros hialinos (Figura 6) são mais frequentemente encontrados e são constituídos quase que inteiramente por proteína de Tamm-Horsfall. Seu achado anormal pode acontecer em casos de desidratação, exposição ao calor, estresse emocional, e após a realização de exercício físico intenso.

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UNIDADE I

URINÁLISE

Figura 6 – Cilindro Hialino

Fonte: <http://www.flickr.com/photos/panchovaras/6356483931/>. Acesso em: 2 out. 2012.

São incolores e têm um índice de refringência semelhante ao da urina; portanto, podem passar despercebidos se as amostras forem analisadas com muita luminosidade. Contudo, o ideal é abaixar o condensador do microscópio para uma visualização mais ecaz.

Quando seu número se encontra elevado, assume um signicado clínico de glomerulonefrite; pielonefrite; doença renal crônica; e insuciência cardíaca congestiva.

Hemáticos

 A presença de cilindros hemáticos (Figura 7) indica que o sangramento é proveniente do interior do néfron. São facilmente reconhecidos por serem refringentes e terem uma cor que varia do amarelo ao marrom.

Figura 7 – Cilindro Hemático

Fonte: <http://www.infobioquimica.com/wrapper/CDInterpretacion/te/bc/295.htm>. Acesso em: 2 out. 2012.

Esse tipo de cilindro é formado, no túbulo, por aglutinação das hemácias. Sua presença indica diminuição do uxo urinário tubular e está relacionada com os processos de glomerulites.

Os sedimentos que contêm cilindros hemáticos também devem conter hemácias livres.

Leucocitários

Os cilindros leucocitários (Figura 8) têm sempre origem renal e são indicativos de doença renal intrínseca, observados com maior frequência na pielonefrite, porém ocorrem em qualquer tipo de inamação dos néfrons. São formados por leucócitos entrelaçados em uma matriz proteica.

(30)

URINÁLISE

 UNIDADE I

Figura 8 – Cilindro Leucocitário

Fonte: <http://professorwellington.zip.net/>. Acesso em: 2 out. 2012.

Esses cilindros são refringentes, com grânulos e, a menos que tenham sido desintegrados, serão  visíveis os núcleos multilobulados. A observação de leucócitos livres no sedimento também ajudará

na sua identicação.

De Células Epiteliais

Os cilindros de células epiteliais (Figura 9) se formam devido às brilas da proteína de Tamm-Horsfall se prenderem às células tubulares.

Figura 9 – Cilindro de Célula Epitelial

Fonte: <http://www.flickr.com/photos/ignacio_diez/3425704865/in/set-72157615467386820>. Acesso em: 2 out. 2012.

Esse tipo de cilindro é acompanhado por cilindros hemáticos e leucocitários, pois tanto a glomerulonefrite quanto a pielonefrite produzem lesão tubular. A identicação é facilitada por microscopia de fase.

Granulares

Os cilindros granulares (Figura 10) – nos e/ou grosseiros – são formados pela degeneração dos elementos celulares em seu interior.

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UNIDADE I

URINÁLISE

Figura 10 – Cilindro Granular

Fonte: <http://carlasofiacruz.com/microscopia-em-amostras-de-urinas>. Acesso em: 2 out. 2012.

É frequente observá-los ao lado de cilindros hialinos após períodos de estresse e de exercícios físicos vigorosos.

Céreos

Os cilindros céreos (Figura 11) são refringentes, com textura rígida e, por isso, se fragmentam ao passar pelos túbulos.

Figura 11 – Cilindro Céreo

Fonte: <http://carlasofiacruz.com/microscopia-em-amostras-de-urinas>. Acesso em: 2 out. 2012.

Sua presença é indicativa de extrema estase urinária.

 Adiposos

Os cilindros adiposos (Figura 12) são formados pela agregação à matriz, de gotículas lipídicas livres, de corpos gordurosos ovais e de lipídios provenientes da desintegração destes.

Figura 12 – Cilindro Adiposo

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URINÁLISE

 UNIDADE I

São refringentes e contêm gotículas de gordura na cor marrom-amarelada.

Largos

 A presença dos cilindros largos (Figura 13) indica acentuada diminuição da função renal, com tendência à uremia. Muitas vezes esse cilindro é chamado de “Cilindro da Insuciência Renal”.

Figura 13 – Cilindro Largo

Fonte: <http://www.flickr.com/photos/ignacio_diez/3509768157/>. Acesso em: 2 out. 2012.

Por serem moldados pelos túbulos contorcidos distais, o seu tamanho pode variar à medida que a doença altera a estrutura tubular.

Bactérias

 A urina presente na bexiga não contém ora bacteriana, mas sistematicamente se contamina com germes da ora normal da uretra e dos órgãos genitais.

 Aquelas amostras que cam à temperatura ambiente por tempo prolongado podem conter quantidades detectáveis de bactérias, que, na verdade, representam apenas a multiplicação dos organismos contaminantes.

Os laboratórios só registram a presença de bactérias (Figura 14) quando elas forem observadas em amostras recém-colhidas e em conjunto com leucócitos.

Figura 14 – Bactérias

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UNIDADE I

URINÁLISE

Leveduras

 As leveduras (Figura 15) são ovoides e podem ser observadas com brotamento ou em cadeia (hifas).

Figura 15 – Células Leveduriformes e Hifa

Fonte: <http://www.menarinidiag.pt/Produtos/sedimento_urinario>. Acesso em: 2 out. 2012.

Em pacientes com diabetemellitus podem ser visualizadas as leveduras. Já no sedimento urinário das mulheres com candidíase, a mais comumente encontrada é aCandida albicans.

Parasitas

Os protozoários do tipoTrichomonas (Figura 16) são os mais comumente encontrados no sedimento urinário, devido à contaminação por secreções vaginais.

Figura 16 –Trichomonas sp

Fonte: <http://www.medicacentar.info/images/Trich7.JPG>. Acesso em: 2 out. 2012.

É um organismo agelado, sendo facilmente identicado devido a seu movimento rápido no campo microscópico. É transmitido sexualmente. Além de provocar infecção do trato urinário, pode causar infecção de vias superiores quando não tratada.

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URINÁLISE

 UNIDADE I

Espermatozoides

Os espermatozoides (Figura 17) são encontrados na amostra de urina após relações sexuais ou em casos de ejaculação noturna.

Figura 17 – Espermatozoides

Fonte: <http://draalessandramatos.com.br/causas-e-investigacao.php>. Acesso em: 2 out. 2012.

Somente deve ser mencionado em urinas masculinas; caso contrário, não mencionar a presença.

Muco

O muco (Figura 18) encontrado na maioria das urinas é formado pela precipitação de mucoproteínas e são compostos de brinas.

Figura 18 – Filamentos de Muco

Fonte: <http://www.biomedicinapadrao.com/2010_05_01_archive.html>. Acesso em: 2 out. 2012.

 Aparece em forma de rede, dando uma ideia de teia de aranha, e pode estar aumentado nas uretrites. Deve-se tomar cuidado para não confundi-lo com cilindros hialinos.

Cristais

Embora algumas formações cristalinas sejam normais (Tabela 2), a presença de cristais no sedimento urinário pode, em determinados casos, estar ligada ao aparecimento de cálculo renal. A formação dos cristais se dá pela precipitação dos sais da urina submetidos a alterações de pH, temperatura ou concentração, o que afeta sua solubilidade.

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UNIDADE I

URINÁLISE

Em urinas ácidas são encontrados: uratos amorfos, oxalato de cálcio, ácido úrico, além de leucina, tirosina, cistina, e ácido hipúrico. A coloração varia do amarelo ao castanho-avermelhado. São  várias as formas: losangular, rosetas, cunhas e agulhas.

Nas urinas alcalinas são encontrados: fosfatos amorfos, fosfato triplo, carbonato de cálcio e fosfato de cálcio. As formas são: prismas, granulares, placas, halteres e esferas.

 A identicação de cristais em amostras com pH neutro pode ser difícil, pois os mesmos que normalmente são encontrados em urinas classicadas como ácidas ou alcalinas podem também estar presentes em urina neutra.

 A principal razão ao realizar identicação desse tipo de elemento na urina é detectar a presença de alguns tipos anormais (Tabela 3), que podem representar certos distúrbios, como doenças hepáticas, erros inatos do metabolismo, ou lesão renal causada pela cristalização de metabólitos de drogas nos túbulos.

Tabela 2 – Cristais normais encontrados na urina

Cristal pH Cor Clínica Aparência

Urato Amorfo Ácido Marrom-amareladoCor de Tijolo ou Refrigeradas Amostras

Oxalato de Cálcio  Ácido / Neutro (Alcalino) Incolor (“Envelopes”) Intoxicação com Produtos Químicos ou Cálculos Renais

 Ácido Úrico Ácido Marrom-amarelado

Pacientes Submetidos à Quimioterapia e

Gota

Fosfato Amorfo  Alcalino

Neutro Branco-incolor

 Após Refrigeração da Amostra

Fosfato Triplo Alcalino Incolor (“Tampa deCaixão”)

 Associado a Bactérias que Metabolizam Ureia

Carbonato de

Cálcio  Alcalino Incolor (“Halteres”)

Sem Significado Clínico

Fosfato de Cálcio

 Alcalino

Neutro Incolor Cálculos Renais

Biurato de  Amônio  Alcalino Marrom-amarelado (“Maçãs Espinhosas”) Produzido por Bactérias que Metabolizam a Ureia

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URINÁLISE

 UNIDADE I

Tabela 3 – Cristais anormais encontrados na urina

Cristal pH Cor Clínica Aparência

Leucina  Ácido /Neutro  Amarelo Necrose Hepática Aguda e Difusa

Tirosina  Ácido /

Neutro Incolor / Amarelo Hepatopatia Grave

Cistina Ácido Incolor Erro MetabólicoCongênito

 Ácido Hipúrico Ácido Amarelo

Colesterol Ácido Incolor (“Placas Chanfradas”)

Síndrome Nefrótica

Bilirrubina Ácido Amarelo Hepatopatias

Sulfonamida  Ácido /Neutro Verde

Pacientes Mal Hidratados = Lesão Tubular

 Ampicilina  Ácido /Neutro Incolor

Ingestão Insuficiente de

Líquidos

Fonte: STRASINGER, S.K. Uroanálise e Fluidos Biológicos. 3. ed. São Paulo: Premier, 2000, p. 94.

 Artefatos

Os artefatos são encontrados em urinas coletadas em frascos sujos ou em condições impróprias. O que mais confunde são as gotículas de óleo e os grânulos de amido (Figura 19), que nada mais são que o pó do talco das luvas utilizadas.

(37)

UNIDADE I

URINÁLISE

Figura 19 – Artefatos (Grânulos de Amido)

(38)

CAPÍTULO 6

Controle de Qualidade em Urinálise

Introdução

O termo “Controle de Qualidade (CQ)” designa todo um processo, cujo m é assegurar a qualidade do atendimento ao paciente. Nos laboratórios de análises clínicas, qualquer programa de CQ deve incluir técnicas de CQ na coleta e na manipulação das amostras, na realização de reações e provas, na regulagem e manutenção dos instrumentos, no registro dos resultados, na atuação e nos requisitos do pessoal técnico, na segurança e na existência de uma documentação que comprove a observância do programa.

História e Significado

 A análise microscópica da urina tem por nalidade detectar e identicar os elementos insolúveis, para cuja presença contribui o sangue, os rins, a parte inferior do sistema urogenital e a contaminação externa. Esses elementos são as hemácias, os leucócitos, os cilindros, as células epiteliais, as  bactérias, as leveduras, os parasitas, o muco, os espermatozoides, os cristais e os artefatos. Portanto,

o exame do sedimento urinário deverá compreender tanto a identicação quanto a quanticação dos elementos encontrados.

 A microscopia é a parte mais demorada a ser feita na análise da urina. Porém, sua realização é um auxiliar valioso no diagnóstico. Sua dedignidade por meio da padronização das técnicas, do aprimoramento do controle de qualidade e a educação constante do pessoal técnico ainda tem sofrido muitos investimentos a m de obter melhoras.

Metodologia

 A análise microscópica passa por diversas variações metodológicas, entre as quais o modo de preparo do sedimento, a quantidade exata de sedimento analisado, os métodos e os equipamentos utilizados para tornar o material visível e a forma como os resultados são registrados.

Hoje existem sistemas comercializados que padronizam o exame de microscopia. A comparação feita entre diversos desses sistemas mostraram diferenças físicas importantes, mas todos propiciam maior padronização do sedimento do que o método convencional.

Independentemente de o laboratório utilizar ou não o sistema comercializado, é recomendado que se adote a seguinte metodologia.

(39)

UNIDADE I

URINÁLISE

2. Deve-se homogeneizar a amostra e separar uma alíquota dela. Caso a urina

apresente turbidez devido à presença de cristais, como uratos, recomenda-se dissolvê-los por aquecimento.

3. Transferir 10 mL de urina para um tubo de ensaio cônico graduado. Considera-se o

 volume ideal de 12 mL, pois assim todas as áreas de análise das tiras reativas podem ser imersas.

4. Centrifugar o tubo a 2.000 RPM (Rotações Por Minuto) por 5 minutos. Evitar

centrifugação demorada para não causar compactação dos elementos, nem deformação dos cilindros.

5. Desprezar o sobrenadante, de modo que o sedimento permaneça com 1 mL de

 volume nal.

6. Homogeneizar bem o sedimento e passar uma gota para uma lâmina de vidro. As

gotas devem ter tamanho uniforme, sendo sucientemente pequenas para não transbordar da lâmina. Se a quantidade de líquido for excessiva, os elementos mais pesados, como os cilindros, serão empurrados para fora da área visível quando realizar a colocação da lamínula.

7. Espalhar o sedimento de maneira uniforme e cobri-lo com uma lamínula, evitando

a formação de bolhas.

8. Levar ao microscópio e percorrer toda a lamínula com a objetividade de pequeno

aumento (10x) e com o condensador baixo. Vericar a distribuição dos elementos e a presença de cilindros, muco e trichomonas. Os cilindros costumam estar nas  bordas da lamínula.

9. Passar para a objetiva de maior aumento (40x), aumentar a intensidade da luz,

levantar um pouco o condensador e, então, efetuar a contagem por campo microscópico, anotando a média.

10.  Ao se utilizar microscopia de iluminação direta deve-se ter o cuidado de reduzir

a quantidade de luz, já que muitos dos componentes do sedimento têm índice de refringência semelhante ao da urina e não serão visualizados com a luz forte.

11.  A terminologia usada no registro dos resultados pode variar de um laboratório para

outro, mas deve ser invariável num mesmo laboratório.

12.  A correlação dos resultados da microscopia deve ser feita com os resultados dos

exames físicos e bioquímicos para assegurar a precisão do registro dos dados obtidos. As amostras, cujos resultados não apresentarem correlações, deverão ser reexaminadas para vericação de erros técnicos e de transcrição.

Controle de Qualidade (CQ)

Cada etapa da análise a ser realizada deverá conter informações especícas sobre: tipo; preparação; manuseio; frequência de uso; níveis de tolerância; e métodos de transcrição dos resultados.

(40)

URINÁLISE

 UNIDADE I

Existem vários métodos de CQ para averiguar a reatividade das tiras reagentes de urina. Como os comercializados não abrangem os componentes do sedimento para aferição da análise microscópica, é preciso utilizar aferidores próprios.

» Cada turno matinal escolhe uma amostra de volume suciente para servir de

amostragem.

» Depois de realizada a análise matinal, a amostra deverá ser refrigerada para ser

submetida a uma análise completa pelos turnos seguintes.

» Os resultados serão comparados.

 Antes da análise, deve-se aguardar que a amostra atinja a temperatura ambiente. Enquanto não estiver sendo utilizada, deverá car acondicionada em refrigerador. Essa é uma maneira barata de inspecionar o desempenho.

Os resultados do CQ dependem inteiramente do pessoal que o realiza e o inspeciona. Os envolvidos nessa etapa devem compreender a importância desse serviço, e o programa tem que ser encarado como uma experiência de aprendizado e não como uma ameaça.

Em cada setor do laboratório, deve estar à disposição dos funcionários um material de consulta atual, a m de permitir sua atualização constante. É essencial que a área de trabalho seja de tamanho adequado à rotina, que esteja sempre organizada e seja segura para a boa qualidade do trabalho e ânimo do pessoal. Em todos os momentos devem ser tomadas as devidas medidas de segurança na manipulação dos líquidos biológicos.

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UNIDADE II

OUTROS FLUIDOS

BIOLÓGICOS

CAPÍTULO 7

Fluidos Serosos

Introdução

O Líquido Seroso (LS) é aquele situado nas cavidades fechadas do organismo com a função de lubricá-las, já que as superfícies entram em contato durante o movimento. Essas cavidades (pleural, pericárdica e peritoneal) são revestidas por duas membranas conhecidas como serosas. Uma delas reveste as paredes da cavidade (membrana parietal) e a outra cobre os órgãos do interior da cavidade (membrana visceral) (Figura 20).

Figura 20 – Exemplo do espaço pleural que contém o líquido seroso

Fonte: <http://www.derramepleural.com/sistema-respiratorio-anatomia.html>. Acesso em: 3 out. 2012.

Normalmente, a quantidade do líquido seroso é pequena, pois as velocidades de produção e de reabsorção são proporcionais. O derrame desses líquidos é classicado em transudatos e exsudatos. Transudatos são resultantes de um processo mecânico no qual ocorre um distúrbio sistêmico que resulta em um rompimento do equilíbrio entre ltração e reabsorção do líquido.

Exsudatos  provêm de processos inamatórios, ocorrendo, assim, comprometimento das membranas, inclusive infecções e neoplasias.

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OUTROS FLUIDOS BIOLÓGICOS

 UNIDADE II

Quadro 3 – Comparação entre análises do Transudato e Exudato

Análises Transudato Exsudato  APARÊNCIA Transparente Opaco

DENSIDADE < 1,015 > 1,015 PROTEÍNA TOTAL < 3,0 G/dL > 3,0 G/dL PROTEÍNAS, RELAÇÃO LÍQUIDO/SORO < 0,5 > 0,5 DESIDROGENASE LÁTICA (DHL) < 200 UI > 200 UI LDH SÉRICA: RELAÇÃO LÍQUIDO/SORO < 0,6 > 0,6 CONTAGEM CELULAR < 1000/ uL > 1000/uL COAGULAÇÃO ESPONTÂNEA Ausente Possível

Fonte: <http://www.slideshare.net/nettda/lquidos-serosos>. Acesso em: 27 set. 2012.

Coleta

Os líquidos serosos são colhidos por aspiração com agulha nas respectivas cavidades. Os procedimentos são conhecidos como:

» toracocentese: líquido pleural;

» pericardiocentese: líquido pericardial; e » paracentese: líquido peritoneal.

Geralmente, a quantidade colhida de cada líquido é grande para que cada alíquota que disponível em cada seção do laboratório.

Para a contagem celular é necessária uma amostra com anticoagulante; para a cultura, um tubo estéril; e para as análises bioquímicas, uma amostra heparinizada. Também é preciso colher uma amostra não heparinizada para a observação de coagulação espontânea.

 Análise

Líquido Pleural

Sua cor é transparente e amarelo-claro. A turvação em geral está ligada à presença de leucócitos e indica infecções bacterianas, tuberculose ou distúrbio imunológico como artrite reumatoide.

 A presença de sangue pode signicar lesão traumática (hemotórax), lesão na membrana (como nas neoplasias), ou pode decorrer de aspiração traumática. O encontro de neutrólos signica que há uma infecção bacteriana; já a visualização de linfócitos será sugestivo de tuberculose ou neoplasia.

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UNIDADE II

OUTROS FLUIDOS BIOLÓGICOS

Glicose baixa está associada à tuberculose, inamação reumatoide e neoplasia. Amilase elevada signica presença de pancreatite. E pH baixo se relaciona com tuberculose, neoplasia e ruptura esofágica.

Ocorre acúmulo de líquido pleural na pneumonia e carcinomas (derrames exsudatos) e também na insuciência cardíaca (distúrbio sistêmico – produção de transudatos).

Líquido Pericárdico

Encontrado entre as membranas pericárdicas. Normalmente é pequena a quantidade de líquido (10 a 50 mL).

Sua coloração é transparente e amarelo-claro. O líquido encontra-se turvo nas infecções e neoplasias. Nos distúrbios metabólicos, o líquido aspirado é transparente.

Os derrames ocorrem por infecção (pericardite), neoplasias ou comprometimento metabólico.  Valores elevados de leucócitos indicam infecção, mais especi camente endocardite bacteriana.

Níveis baixos de glicose indicam infecção bacteriana e neoplasia.

Líquido Peritoneal

O acúmulo de líquido na cavidade peritoneal é chamado ascite, por isso esse líquido é comumente denominado ascítico e não peritoneal.

 Assim como os líquidos pleural e pericárdico, o ascítico é transparente e amarelo-claro. A turvação pode indicar peritonite e até mesmo cirrose.

Líquidos turvos indicam infecções; líquidos esverdeados são encontrados quando há derrame bilia r.  Valores elevados de hemácias podem indicar traumatismo hemorrágico, enquanto que valores

elevados de leucócitos podem indicar cirrose, peritonite bacteriana.

Glicose baixa está relacionada à peritonite tuberculosa e neoplasia. Amilase elevada pode indicar quadros de pancreatite ou perfuração gastrintestinal. Ureia ou creatinina elevadas podem signicar ruptura da bexiga. E fosfatase alcalina elevada pode se associar à perfuração intestinal.

Referências

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