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Após o período pós-guerra, houve uma expansão dos mercados de capitais internacionais, devido aos aumentos dos fluxos de investimentos globais ligados às políticas de recuperação pós-guerra, e também estimulados pelo desenvolvimento dos mercados cambiais off-shore, nos quais transações financeiras eram sujeitas a controles muito mais reduzidos. O aumento de fluxos de capitais de curto-prazo sujeitou países a pressões cambiais que eventualmente oprimiram o sistema de taxas cambiais do Bretton Woods e fragilizou as novas economias em desenvolvimento durante a década de 1990, especificamente os países do leste asiático:

Há um consenso crescent que o aumento excessive de dívidas de curto prazo foi a causa das crises financeiras da décadade 90, particularmente do leste-asiático. Diferente contas colocam pesos diferentes em uma gama de fatores – corrupção, falta de transparência, subsidies mal direcionados e péssimas garantias de empréstimos, regulamentações fracas na área financeira, desalinhamento de taxas de câmbio reais, uma grande dívida externa, e taxas de câmbio fixadas que foram mantidas por tempo demais. Porém, poucos analistas dúvidam que exposições excessivas para dívidas de curto-prazo deixaram os países do leste-asiático vulneráveis à mudanças repentinas nas expectativas do mercado e pânico financeiro. (RODRIK E VELASCO, 1999, p. 1)53.

Portanto, enquanto problemas associados com aos arranjos de financiamentos e pagamentos de comércio e transações provindas de conta correntes se mantiveram como uma preocupação constante em relação ao funcionamento do sistema financeiro internacional, uma maior atenção foi devotada para operar, controlar e responder aos fluxos de capitais que estão, constantemente, aumentando em volume devido à progressiva liberalização de contas de capitais ao redor do mundo.

A integração progressiva das economias em desenvolvimento na rede dos mercados financeiros internacionais resultou na sua maior importância dentro da esfera dos debates referentes à reforma do sistema financeiro internacional. Além do mais, com os efeitos das crises financeiras da década de 1990, os frágeis mercados emergentes foram ainda mais integrados nesta discussão para aperfeiçoar sistematicamente a arquitetura financeira mundial.

O planejamento do mundo pós-guerra, na década de 1950, trouxe à tona um arranjo de organizações que lidariam com a estabilidade financeira e pagamentos internacionais e reconstrução econômica. As negociações associadas a esse processo, eventualmente, ergueu as seguintes poderosas entidades:

FMI (Fundo Monetário Internacional) – O único regime global que se aplica a transações monetárias transfronteiriças pertence ao FMI. Entretanto, suas

obrigações mais relevantes, que estão inseridas nas Cláusulas de Acordo (Articles of Agreement), referem-se a transações correntes e não de capitais. A Cláusula IV (Article IV), das Cláusulas de acordo do Fundo, aponta que a finalidade principal do sistema monetário internacional é fornecer uma estrutura que facilite o fluxo de capitais entre países54;

Banco Mundial – Participa no sistema financeiro internacional como uma fonte de financiamentos em um número de moratórias ocorridas nas recentes crises financeiras, e também fornece assistência técnica a alguns países, como um esforço para melhorar e reformar seus setores financeiros e seus regimes de regulamentação e supervisão;

GATT-Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (General Agreement on Tariffs and Trade) – Após 1999, com o acordo para criar a Organização Mundial

do Comércio (OMC), o GATT expandiu seu mandato em relação aos investimentos internacionais.

Além dessas, também foram criadas as seguintes organizações:

OCDE-Organição de Cooperação de Desenvolvimento Econômico (Organization of Economic Co-operation and Development) – Estabeleceu regimes de fluxos de capitais com Code of Liberalization of Capital Movements (Códigos de Liberalização de Movimento de Capitais) de 1961, que incentivam seus países membros a não possuir restrições na mobilidade de capitais;

CEE/EU – Comunidade Econômica Européia (European Economic Community) – Em 1988 foi exigida a abolição das restrições nos fluxos de

capitais entre os residentes dos países membros. Porém, permitiu-se o direito a controlar fluxos considerados de curto-prazo, em períodos de dificuldades financeiras, ou para tomar medidas necessárias para melhorar o funcionamento do sistema de impostos e supervisão prudencial;

BIS (Bank for International Settlements) – Criado em 1930, com a intenção de “promover a cooperação dos bancos centrais e para fornecer facilidades adicionais para operações financeiras internacionais”. Recentemente, tornou-se o fórum principal e agora fornece apoio a um número de organizações, para reduzir e gerir os riscos em transações bancárias internacionais. O Comitê de Basiléia sobre Supervisão Bancária com função de promover uma maior

54 A Cláusula IV, em relação a transferências de capitais, permite recursos a controles de capitais somente se esses não barram pagamentos para transações correntes (AKYÜS e CORNFORD, 1999).

estabilidade bancária aatravés da promoção de regulamentações mais fortalecidas e cooperações entre supervisores nacionais mais eficaz, se tornou o mais conhecido.

O Council on Foreign Relations, concluíram que, para moderar os efeitos do ciclo boom

– bust, é necessário administrar a composição dos fluxos de capitais objetivando a redução do

risco da ocorrência de crises enquanto os benefícios de um maior acesso ao mercado seja beneficiado. Assim, é estipulado que seja necessário:

• Maiores impostos para fluxos de capitais de curto-prazo;

• Esses impostos devem ser transparentes e não-discriminatórios, focados nos preços e não quantidades, sem barrar a entrada instituições financeiras internacionais na indústria de serviços financeiros;

• O FMI deve intensificar a sua supervisão sobre a gestão da dívida pública dos países membros, com um foco para desencorajar a dependência dívidas de curto-prazo atreladas a uma moeda estrangeira;

• Quando a estrutura do Acordo de Basiléia for revisada, os regulamentadores financeiros deve evitar colocar um peso relativo em relação à esquemas que incentivam fluxos de curto-prazo; e

• Regulamentadores financeiros devem considerar mais regulamentações diretas. Essas devem impor um custo de capital mais alto para empréstimos bancários que tem o destino centro financeiros off-shore que não estipulam um padrão internacional de requerimento de capital mínimo (GOLDSTEIN, et al, 2001, p. 60 – 61).