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Para Lopes (2010) uma formação empreendedora enfatiza o uso intenso de metodologias de ensino que permitem aprender fazendo, e se caracteriza por isso, pois o indivíduo se defronta com eventos críticos que o forçam a pensar de maneira diferente, buscando saídas e alternativas, ou seja, aprendendo com a experiência, com o processo.

Para atender às demandas contemporâneas, o empreendedor precisa adquirir conhecimentos e habilidades relacionados com o que deseja realizar e continuar a conceber, além de desenvolver e concretizar visões que norteiam as atividades que dirige: “a coisa mais importante é estar num processo dinâmico de aprendizagem, em que possa continuar a aprender indefinidamente [...] ele continuará a aprender coisas que considera interessante ou que tenha identificado como necessárias para seu objetivo” (FILION, 1991, p. 64).

Souza et al (2005) afirmam ser essencial para a formação empreendedora a existência de dispositivos que proporcionem ao aluno aprender a compreender o mundo, comunicar e colaborar em contexto competitivo. É necessário também desenvolver o raciocínio criativo e a capacidade de resolução de problemas, para

que se possa encarar a vida em uma perspectiva criativa, com domínio pessoal, processo no qual são desenvolvidos o autoconhecimento, o autodesenvolvimento e o pensamento sistêmico. Estes possibilitam clareza na percepção do todo e das relações entre as partes e a liderança. Essa formação enfatiza a perseverança, a imaginação e a criatividade, associadas à inovação, passando a ser importante não só o conteúdo do que se aprende, mas, sobretudo, como é aprendido. Uma formação que abrace todas essas características necessita, para atingir seus objetivos, de uma adequação dos conteúdos e de práticas didático-pedagógicas mais apropriadas, sem focar apenas em métodos comuns de transmissão de conhecimentos contemplados pelo ensino tradicional.

2.4.1 Educação Empreendedora

O termo Educação Empreendedora surgiu no século XVII e teve origem na economia, buscando inspirar nos alunos a vontade de empreender. Para isso, busca desenvolver as qualidades e habilidades necessárias á um empreendedor, como a capacidade de enxergar oportunidades, a proatividade e a confiança. Investir em uma educação empreendedora significa investir no futuro sócio econômico de um país, tento em vista as dificuldades econômicas encontradas no Brasil, empreender pode ser a solução para aqueles que não conseguem um local no mercado de trabalho.

A Educação Empreendedora consiste na busca pelo desenvolvimento de qualidades e habilidades necessárias a um empreendedor, a alguém que pretende ter seu próprio negócio. O objetivo final deve ser formar indivíduos preparados para alcançar sucesso, independentemente de vierem a iniciar novas empresas (DOLABELA, 2003).

Para Lopes (2010):

O conceito de Educação Empreendedora abrange todos os níveis educacionais, incluindo tanto a concepção mais ampla segundo a qual o ensino promove o desenvolvimento de atitudes e habilidades que não são diretamente relacionadas à criação de novos negócios, quanto uma concepção mais restrita e que focaliza a criação de um negócio.

De acordo com Fillion (1999), o campo de empreendedorismo tem atraído muitos especialistas de diversas áreas e se encontra um ponto de aglutinação das

ciências humanas. O autor também destaca que a Educação Empreendedora é diferente do ensino tradicional por ser mais ligada à experiência, à prática e à contextualização do mundo real, além de preparar o indivíduo para lidar com riscos, incertezas, falta de recursos e incentivar a análise e a criatividade.

Rabbior (1990 em Guimarães, 2002) traça como objetivos da educação empreendedora:

● conscientizar a respeito do empreendedorismo e da carreira empreendedora;

● influenciar atitudes, habilidades e comportamentos empreendedores; ● desenvolver qualidades pessoais relacionadas às competências necessárias para o mundo moderno: criatividade, assumir riscos e assumir responsabilidades;

● incentivar e desenvolver empreendedores;

● desenvolver conhecimentos, técnicas e habilidades focados no mundo dos negócios e necessários para a criação de uma empresa;

● auxiliar empreendedores e empresas, através de conhecimento e ferramentas, a melhorar sua competitividade.

Assim, a Educação Empreendedora oportuniza ao estudante enxergar e avaliar determinada situação, assumindo uma posição proativa frente a ela, capacitando-o a elaborar e planejar formas e estratégias de interagir com aquilo que ele passou a perceber. A Educação Empreendedora auxilia na compreensão da realidade, estimulando a reflexão sobre transformações e inovações, buscando ações planejadas e tecnicamente embasadas, além de estimular e compelir a transformar positivamente sua realidade, nas esferas pessoal, econômica e social.

2.4.2 Organizações Criativas e Inovadoras

A necessidade de conviver em ambientes complexos, dinâmicos e competitivos é um dos principais fatores que tem feito às empresas buscarem a inovação contínua nos diversos aspectos do seu trabalho. A busca de vantagens competitivas tem feito às organizações tomarem decisões rápidas e inovadoras, pois as regras preestabelecidas já não causam o mesmo efeito. É essa “necessidade da inovação que tem levado a cada ano dezenas de milhares de executivos e funcionários de entidades mais heterogêneas a participarem de programas de criatividade com vistas a encontrar caminhos que lhes possibilitem fazer um uso maior de seus recursos criativos” (ALENCAR, 1996, p. 13).

A Criatividade e a Inovação são, atualmente, os elementos básicos da cultura organizacional que mais ganharam relevância na nossa era (Era da Informação), mais precisamente a partir de 1991. Ambas permitiram às empresas e países não só uma nova dimensão de desempenho, mas também “enxergar o presente pelo olhar do futuro”.

Conforme Alencar (1996):

Observa-se que criatividade e inovação são domínios muito próximos. Ambos os conceitos estão intimamente relacionados e têm sido usados, às vezes, como sinônimos. A criatividade, entretanto, pode ser considerada como o componente conceptual da inovação, ao passo que a inovação englobaria a concretização e aplicação das novas ideais. Por essa razão, o termo inovação tem sido utilizado no nível das organizações e o termo criatividade no nível do indivíduo ou grupos de indivíduos.

Teixeira (2002) descreve a criatividade como a capacidade de desenvolver uma coisa nova a partir de uma coisa antiga ou de promover a existência de algo novo, aproveitável, útil e de real e comprovada importância.

Drucker (1994) conceitua inovação como sendo o instrumento dos empreendedores pelo qual eles exploram a mudança como uma oportunidade de negócio ou serviço diferente. Para o autor a inovação pode ser aprendida como uma disciplina e ser praticada. Os empreendedores necessitam buscar de forma deliberada as fontes de inovação, as mudanças e seus sintomas que vão indicar oportunidades de sucesso da inovação.

Criatividade e inovação não são sinônimas, mas andam juntas. Criatividade é pensar coisas novas, inovação é fazer coisas novas acontecerem. Nesse sentido, percebe-se que as organizações necessitam compreender a criatividade como fomento para a inovação.

As empresas estão cada vez mais à procura de pessoas intraempreendedoras, ou seja, inovadoras e criativas. A criatividade e a inovação são temas importantes do mundo corporativo. Não basta ser criativo, tem que colocar a mão na massa e inovar, fazer acontecer. Nas empresas a inovação é o procedimento de introduzir uma ideia, colocando-a em prática. A criatividade não é só um diferencial ela é requisito obrigatório e saber inovar é a condição para continuar no mercado.

3 METODOLOGIA

Este capítulo apresenta os processos metodológicos utilizados para o desenvolvimento deste trabalho, contendo a classificação da pesquisa, o universo amostral e os sujeitos da pesquisa, coleta de dados, a análise e interpretação dos dados, e por fim a sistematização do estudo, com a finalidade de atingir os objetivos propostos.

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