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Formas de Acesso

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CAPÍTULO III – ANÁLISE DO CORPUS

3.3 Análise das informações coletadas

3.3.4.3 Formas de Acesso

As formas de acesso aos conteúdos das mídias móveis são realizadas, principalmente, através de SMS e internet móvel, sendo os serviços de assinatura o modelo de acesso mais comum. Há, ainda, a possibilidade de alguns conteúdos virem embutidos nos aparelhos de celular, uma vez que os desenvolvedores podem vendê-los aos fabricantes que o inserem no celular. As possibilidades de acesso e as características do aparelho, de certo modo, definem o formato de conteúdo e a interatividade do usuário. Neste sentido, conforme destaca Ferreira (Anexo III, Disney), a Disney desenvolve conteúdos dos mais simples aos mais elaborados, de acordo com a forma de acesso do usuário, seja para SMS, quizz, até para smartphones.

A gente tem uma base de assinantes bem razoável, que recebe diariamente notícias de nossos personagens, curiosidades por SMS, ou seja, aí, a gente tem desde um aplicativo de dados, cujo nível de requerimento é muito baixo, técnico, de hardware local para que ele tenha acesso ao nosso conteúdo, até um aplicativo mais elaborado de iPhone, até para quem quer assistir desenhos e tudo mais (FERREIRA, Anexo III, Disney).

Entre as formas de acesso, Porto (Anexo VIII, SupportComm) explica que, pelo fato de a internet móvel ainda ser cara, o SMS ainda é o mais consumido, “mais em função da compatibilidade e também do custo. Porque para você acessar a internet no celular ainda é muito caro, além de não ser muito intuitivo, tirando o iPhone que revolucionou essa questão”. Schiffer (Anexo IX, Vivo) também destaca a popularidade do SMS, afirmando que, depois da voz, é o produto com maior penetração na base, sendo a internet móvel muito nova e cara. “A internet no celular é uma coisa muito nova ainda, então (...) apesar de que, em termos de receita, ela já está passando a receita do SMS, o tamanho do mercado é ainda bem

menor do que o tamanho do mercado para SMS” (SCHIFFER, Anexo IX, Vivo). Quanto ao acesso aos conteúdos, além do download, ele explica que há os clubes de conteúdo, nos quais o usuário subscreve-se e recebe, diariamente, um e-mail de seu interesse.

A própria Vivo tem sua solução própria, que é o Torpedo Info, que você recebe e-mails sobre várias categorias de informação. E tem o portal Wap, que também é conteúdo de terceiros, de cunho informativo. Tem parcerias com os principais jornais, meios de comunicação, sites de internet... (SCHIFFER, Anexo IX, Vivo).

De acordo com Restrepo (Anexo IV, Editacuja), o acesso à internet, através do celular, pode ser feito por GPRS, 3G, wi-fi ou bluetooth. Ele afirma que os dados são acessados, principalmente, através de wi-fi, se o celular tem wi-fi, ou através da rede de telefonia móvel. “Caso o acesso seja através da rede de telefonia móvel, precisamos viabilizar estes dados, seja através de um pacote que se contrata com as operadoras ou de algum tipo de parceria que se faz com elas para viabilizar o tráfego de dados para meu público-alvo” (RESTREPO, Anexo IV, Editacuja).

Em relação aos modelos de acesso, Porto (Anexo VIII, SupportComm) explica que o mais consolidado é o modelo de assinatura. Há, ainda, a venda avulsa, a partir dos canais de venda. De acordo com Rosa (Anexo V, MEF), o modelo de assinatura é uma alternativa ótima para o mercado de mídias móveis, amenizando a conquista diária de clientes e a venda de conteúdos, ao criar a recorrência. Ou seja, através dos serviços de assinatura, cria-se uma fidelização maior dos clientes, sem que seja necessário começar do zero, todos os dias, na conquista de usuários. Santucci (Anexo VI, PlayPhone) explica que, para se aderir a um serviço de assinatura, o interesse tem que partir do usuário.

Ele inicia o processo, enviando um comando para o número que a gente chama de large account, que é o nosso número. [...] aí, a gente responde para ele: 'para baixar esse conteúdo, você deve assinar a Playphone, R$4,99 por semana...', enfim, todas as informações necessárias. Ele responde ''sim'', confirma a assinatura, e a gente manda um link para ele no celular. Ele clica no link e baixa o conteúdo. E, aí, assim, ele tem assinatura semanal, então ele pode fazer até três downloads por semana, independente do tipo (SANTUCCI, Anexo VI, PlayPhone).

Com base nos aspectos analisados, no que se refere às formas de acesso aos conteúdos das mídias móveis, percebe-se, novamente, que o modo de consumo relacionado a essas tecnologias não está limitado a questões tecnológicas, mas sobretudo econômicas. O SMS é relevante no mercado brasileiro, pois representa um potencial de comunicação presente na maioria dos aparelhos celulares. O desenvolvimento de conteúdos multimídias, interativos, etc., porém, não é compatível com o acesso via mensagens de texto. Neste sentido, com a

democratização das mídias tecnologicamente mais avançadas, as formas de acesso tendem a se alterar, assim como os formatos dos conteúdos. Desse modo, Fiaschi (Anexo VII, Pure Bros) acredita que vai prevalecer algo semelhante às Apple Stores, quando você vai baixar os aplicativos dentro do seu próprio celular.

3.3.5 Mercado móvel

Como percebemos até agora, o mercado de mídias móveis ainda está em fase de maturação no Brasil. Em outros países, porém, o acesso às novas tecnologias e o desenvolvimento de conteúdos voltados especificamente para dispositivos móveis estão mais avançados. As características culturais, sociais e econômicas de um dado país ou sociedade interferem diretamente no consumo de mídias e tecnologias. Percebemos, por exemplo, que a produção de conteúdos no Brasil pauta-se mais nas mensagens de texto, não avançando tanto em relação à criação de aplicativos mais elaborados e interativos, uma vez que a maior parte do público brasileiro tem acesso a celulares tecnologicamente mais simples. Desse modo, no eixo temático mercado móvel, serão analisadas três categorias principais: mercado brasileiro, mercado internacional e tendências.

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