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CAPÍTULO 4 – Apresentação e Análise dos Resultados

4.1 Análise da Percepção de cada stakeholder pesquisado

4.1.3 Fornecedores

Os fornecedores pesquisados, os quais tinham conhecimento das ações sociais realizadas e características da Têxtil, não mostraram de fato que a gama de informações tidas era ampla. A maioria não conhece com maior intensidade os projetos realizados. Sabem apenas sobre o educacional, que é o maior, e de onde parte o interesse da empresa de construí- los. Relatam também que a sociedade não é participante ativa na construção das ações e que não interfere, deste modo, com qualquer participação. Para eles, os problemas que podem surgir são solucionados no âmbito interno à empresa e, com isso, as principais ações sociais são fundamentadas e visualizadas melhor por parte dos agentes internos.

4.1.3.1 Categorias de Responsabilidade Social

O gráfico a seguir dá uma ideia de como é o entendimento dos fornecedores em relação à dimensão categorias da responsabilidade social.

100,0% 0,0% 0,0%0,0%0,0% 0,0%0,0%0,0% 0,0%0,0%0,0% 0,0%0,0%0,0% 0,0%0,0%0,0% 0,0%0,0%0,0% 0,0%0,0%0,0% 0,0%0,0% 50,0% 0,0% 0,0% 50,0% 0,0% 50,0% 50,0% 0,0% 0,0% 0,0% 50,0% 0,0% 0,0% 0,0% 50,0% 0,0% 50,0% 100,0% 50,0% 0,0% 0,0% 50,0% 0,0% 100,0% 0,0% 0,0% 0,0% 50,0% 100,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%

Econôm Econôm 1 Legal Legal1 Ética Ética1 Di sc ri c Di sc ri c 1

Di sc orda T otalmente Di sc orda Muito Di sc orda Pouc o Nem c onc orda/nem dis c orda

Concorda Pouco Concorda Muito Concorda T otalmente

Gráfico 7: Resultados da Dimensão Categorias - Fornecedores Fonte: Dados da Pesquisa

Observa-se que, em algumas variáveis, houve 100% de muita concordância como nas categorias econômica e discricionária; e na categoria legal, houve 100% de concordância total na segunda variável. Isto mostra que possivelmente, segundo os pesquisados, há a existência de alguma categoria do modelo tridimensional na responsabilidade social da Têxtil.

Os valores obtidos pela pesquisa quantitativa mostram, a seguir, a percepção dos fornecedores.

CATEGORIAS Valor Médio Desvio - Padrão Coeficiente de Variação (%)

ECONÔMICO 5,75 0,36 6,2

LEGAL 6,25 1,06 16,9

ÉTICO 4,75 1,06 22,3

DISCRICIONÁRIO 5,00 0,71 14,2 Tabela 13: Valores Quantitativos para a dimensão Categorias - Fornecedores

Fonte: Dados da Pesquisa

A partir dos dados, observa-se que a categoria econômica obteve significativa concordância, e que os fornecedores avaliam como existente este tipo de caráter na empresa. Produtos com qualidade e que atendem eficazmente aos requisitos dos clientes foram analisados positivamente como integrantes da organização, como também a adequação dos preços ao poder de compra desses clientes. A média de respostas esteve perto de 6 e a oscilação dos dados de 6,2% mostram que as opiniões não são divergentes, mas que

encontram-se todas entre as escalas de maior concordância. A estrutura econômica é, também segundo os entrevistados, propriamente consolidada na Têxtil.

“Os produtos são de ótima qualidade, posso te dizer que o maior concorrente da empresa está perdendo mercado. O produto não é final, ainda vai passar por outras fases do processo produtivo, mas o que é gerado é adequado em relação ao preço”.

Em meio a um grande número de clientes e fornecedores, como também de consumidores, e conforme já pontuado anteriormente, é natural que a organização seja vista como eficiente do ponto de vista econômico, dado seu porte e características de mercado.

Os fornecedores também têm uma visão positiva em relação à existência de ações sociais estruturadas e mais voltadas para requisitos legais. A maior média entre as categorias mostrou uma quase que total concordância pelos fornecedores, 6,25, e a baixa dispersão de respostas de praticamente 17%. Os fornecedores afirmam que os produtos estão de acordo com as normas do código de defesa do consumidor e que não há o conhecimento do descumprimento de normas legais. Essas variáveis tiveram respectivamente, 50% e 100% de total concordância. Em relação aos fornecedores entrevistados, eles mencionam que conhecem muitas atividades de responsabilidade social desenvolvidas em benefício das famílias dos funcionários, e que elas têm um caráter legal, já que a maioria são fundamentadas na busca pela adequação a exigências regulamentais.

“[...] as famílias dos funcionários participam de muitas semanas comemorativas em prol da segurança do trabalho, saúde, assistência social, acompanhamento psicológico, e muitos outros”.

Os fornecedores entrevistados verificam a natureza legal das atividades sociais pela empresa realizadas.

“Não conheço bem todas as iniciativas desenvolvidas. Mas acredito que não são muitas voluntárias, pois agente nem tem conhecimento. Na verdade, não existe o hábito aqui pelas empresas da localidade de adotar uma postura de responsabilidade social, muitos nem sabem o que é isso. Nem também as pessoas valorizam o que pode ser feito. Acho que essas coisas dificultam quando alguém decide, assim, ser socialmente responsável. Pra isso precisa de apoio interno e externo à fábrica”.

Para os fornecedores considerados tanto na pesquisa quantitativa como na pesquisa qualitativa, a organização estudada trabalha sob pré-requisitos de natureza legal. E as atividades sociais por ela realizadas têm muito mais um cunho regulamental que uma natureza discricionária, devendo-se ressalvar que os fornecedores não conhecem minuciosamente os projetos feitos, e que as informações que possuem foram, segundo eles, todas originárias ou obtidas pela própria empresa.

A categoria ética foi vista por eles com menor aplicabilidade na organização, mas ainda assim obteve concordância, com 4,75 de valor médio e uma média dispersão de pouco mais de 22%. A não existência de um código de ética pode acarretar numa consequente dúvida da aplicação de princípios éticos, e este fato pode ter dado a esta categoria 50% da opinião nem concordância nem discordância pelos pesquisados. 50% deles concordam muito que o respeito à integridade física e moral de clientes é uma prática constante na empresa. E alguns deles, também 50%, concordam pouco com a existência de um código de ética.

Eles manifestaram ainda o não conhecimento sobre o descumprimento de valores éticos e morais, os quais devem ser, de acordo com a categoria ética, os arraigados e integrantes aspectos partes da cultura empresarial, que devem ser existentes para o adequado ambiente de trabalho. Questionados sobre se a organização desenvolve alguma atividade na comunidade que influencia beneficamente os costumes, deveres e modo de proceder das pessoas na comunidade, ou até mesmo no âmbito interno, um entrevistado mostrou que acredita na abertura da empresa para procedimentos éticos, e ainda que:

“Conheço o [projeto educacional], sei que é um programa para formação de jovens e adolescentes bastante abrangente. A maioria dos projetos tem parceria e alguns são de iniciativa própria”.

A visão dos fornecedores sobre o posicionamento ético da empresa é bem divergente da opinião dos funcionários, já que estes apontam para a necessidade da empresa de maior abertura para tratamento de suas questões particulares e problemáticas que estejam relacionadas mais diretamente ao seu ambiente de trabalho, e também maior disponibilidade de cursos ou palestras sobre o tema ética. No entanto, os fornecedores acreditam que a organização, conhecida regionalmente, possui toda uma estrutura baseada em valores éticos, e que seus funcionários trabalham totalmente mediante esses princípios.

Na categoria discricionária, as opiniões foram bem homogêneas, com pouco mais de 14% de variação e média 5. O desvio padrão de 0,71 também mostra percepções em consonância umas com as outras. Todos os entrevistados concordam muito que a empresa

desenvolve projetos educacionais ou ambientais na comunidade a qual se insere, e 50% concordam pouco que ela promove campanhas voltadas para melhoria da qualidade de vida das pessoas da região e se mostra aberta em atendê-los.

De fato, a abertura com a comunidade para este tipo de iniciativa é pouco observada, conforme já especificado, por seu déficit de conhecimento sobre responsabilidade social e sua pouca iniciativa de interagir com a empresa. Esta última demonstra ainda pouca intenção para promoção de um balanço social ou para abertura de institutos ou mecanismos do tipo para diálogo com a comunidade.

Questionados sobre se sabem da existência de projetos para melhoria da qualidade de vida das pessoas da comunidade ou se a empresa se mostra aberta para solucionar possíveis problemas existentes, os fornecedores mostraram o conhecimento sobre o projeto educacional realizado.

“Sim, ela tem campanhas mas não sei te falar como funcionam. [Então, ela não divulga?] Acho que a divulgação não é tão organizada, mas já vi cartazes e a [pessoa responsável pelo desenvolvimento dos projetos] já me falou sobre eles. A parte ambiental não é tão trabalhada, ou pelo menos não tenho conhecimento à fundo. Sei que eles tem uma escola dentro da empresa. [...] Não acho que a empresa sofre pressões da comunidade, não existe essa cultura”.

“Desconheço a maioria dos projetos, não posso citar nomes. Mas sei que são iniciativas sociais, que não se tratam de marketing institucional, até porque não existe divulgação pra nós fornecedores sobre essas ações. Sei da existência de projetos educacionais”.

As ações de cunho discricionário acabam por se tratar, segundo os fornecedores, do projeto educacional feito para jovens e adolescentes, e alguns em parceria como os de lazer e cultura. Entretanto, ressalta-se que nenhum desses é realizado por iniciativa própria, ainda que a Têxtil demonstre grande abertura para sua implantação.

Dentre os dois fornecedores entrevistados, um entende que há uma necessidade do fomento de ações discricionárias, dadas as próprias características do trabalho na empresa.

“[...] muitas das atitudes são feitas em beneficio dos funcionários. Inclusive como forma de compensar a grande carga de trabalho, a jornada é alta. Assim, as áreas de lazer e os serviços são necessidades da empresa, já que pode existir a questão da insatisfação no trabalho”.

Os números mostram que a empresa tem uma aceitação boa nesta categoria, já que as ações dessa natureza não foram vistas como em muita quantidade.

A análise da percepção dos fornecedores sobre as categorias de responsabilidade social do modelo tridimensional de performance social (1979) permite a inferência de que todas elas são tidas como características da empresa, sendo que a maior natureza vem da categoria legal, já que mesmo com a menção ao projeto educacional por parte de todos, os projetos feitos por iniciativa própria parecem, de acordo com os fornecedores, menos voluntários e mais indispensáveis para a realização das atividades.

4.1.3.2 Dimensão Comportamentos e Respostas de Responsabilidade Social

A caracterização das formas de resposta social por parte da empresa estudada não obteve heterogeneidade de opiniões. Os fornecedores tiveram percepções muito próximas em relação às respostas. Conforme o gráfico a seguir, é possível verificar que houve grande aceitabilidade por parte das variáveis apresentadas em quase todos os comportamentos.

100,0% 0,0% 0,0%0,0% 0,0%0,0% 0,0%0,0% 0,0%0,0% 0,0%0,0% 0,0%0,0% 0,0%0,0% 0,0%0,0% 50,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 50,0% 0,0% 50,0% 0,0% 50,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 50,0% 100,0% 50,0% 50,0% 50,0% 100,0% 0,0% 100,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 50,0% 50,0% 0,0% 0,0%

Reativo1 Reativo Defensi vo Defensi vo1 Ac omodativo Ac omodativo1 Pró-Ativo Pró-Ativo1 Di sc orda T otalmente Di sc orda Muito Di sc orda Pouc o Nem c onc orda/nem dis c orda

Concorda Pouco Concorda Muito Concorda T otalmente

Gráfico 8: Resultados da Dimensão Comportamento e Respostas - Fornecedores Fonte: Dados da Pesquisa

De acordo com o gráfico 8, a total concordância pode ser observada no comportamento acomodativo; como também há grande aceitabilidade (muita concordância) em algumas variáveis do comportamento reativo e também defensivo (pouca concordância).

Os valores estabelecidos também por intermédio da pesquisa quantitativa podem ser considerados a seguir:

COMPORTAMENTOS E

RESPOSTAS Valor Médio Desvio – Padrão Coeficiente de Variação (%)

REATIVO 4,75 0,36 7,5

DEFENSIVO 4,75 0,36 7,5

ACOMODATIVO 6,00 1,41 23,5

PRÓ-ATIVO 4,50 0,71 15,7

Tabela 14: Valores Quantitativos para a dimensão Comportamentos e Respostas - Fornecedores Fonte: Dados da Pesquisa

Observa-se que as médias estiveram muito próximas, assim como alguns valores dos desvios padrão e coeficientes de variação. Verifica-se também que as frequências de maior resposta estiveram contíguas, o que remete ao fato de pouca heterogeneidade de opiniões.

A resposta reativa mostrou uma média de 4,75 e baixa variação de 7,5%. Os fornecedores não têm uma ideia formada sobre se a intenção para realização de iniciativas sociais parte, por exemplo, de reclamações da comunidade e por isso 50% deles nem concordam nem discordam que esta variável existe. Esta dúvida advém do fato de não haver grande interação entre comunidade e empresa. Todos os pesquisados concordam muito que os projetos sociais são feitos para diminuir os impactos negativos que ela pode causar no ambiente ou comunidade.

Os entrevistados mostraram opiniões de que a empresa não enfrenta questões problemáticas e que, dessa forma, não há a necessidade da existência de um comportamento reativo por parte dela. Questionados sobre se as ações socialmente responsáveis são feitas porque os clientes ou a sociedade apresentam reclamações ou se têm o conhecimento de algum problema enfrentado, os fornecedores mostraram percepções similares.

“A sociedade não interfere muito nesse sentido de cobrar. Mas os projetos abrangem na medida do possível. Acredito que o que é feito depende da possibilidade da empresa de realizar, e talvez das necessidades”.

“A sociedade não tem reclamações, não tem essa iniciativa. A empresa oferece empregos e procura gerar um ambiente de trabalho favorável pra as atividades. Não temos o conhecimento sobre se ela tem enfrentado problemas ou alguma coisa que precisasse de uma ação social imediata”.

Assim, o comportamento reativo não é visto pelos fornecedores como existente na Têxtil, já que eles não têm conhecimento sobre se ocorre exigências para atitudes solucionadoras de conflitos por parte de agentes externos, como também internos.

Para os fornecedores, uma resposta defensiva também não é muito característica da empresa, já que a média de respostas foi a mesma do comportamento reativo, de 4,75, e a variação de respostas também de 7,5%. O baixo desvio padrão de 0,36 mostra opiniões similares em relação a este tipo de comportamento. A receptividade da empresa para com a relevância de problemas sociais ficou com 50% de pouca concordância, já que não é frequente nem necessário este tipo de posicionamento. Todos os fornecedores pesquisados concordam pouco que os programas sociais são desenvolvidos como forma de evitar acidentes ou conflitos.

Na verdade, não é que existam problemas, mas a empresa age no intuito de proporcionar, conforme já mencionado, um ambiente de trabalho mais agradável e favorável à realização das atividades cotidianas. E nesse ínterim, acaba por propiciar o não aparecimento de conflitos internos ou acidentes no trabalho. Os fornecedores entrevistados não mostraram muito conhecimento acerca da receptividade da empresa na relevância de problemas sociais.

“Deve haver sim receptividade. Não sei te dizer como é com certeza, como é na prática”.

“Acredito que sim, mas é difícil afirmar porque na verdade acho que ela não ocasiona problemas não é verdade? Pode haver sim algum conflito interno, ou alguma coisa a ser evidenciada, mas não é do nosso conhecimento”.

A existência de conflitos externos à organização não é diagnosticada pelos fornecedores. E de fato eles não existem, uma vez que os tipos de relacionamento com os agentes externos não condizem com tal perspectiva. Conflitos internos, em conformidade com a própria opinião dos stakeholders já pesquisados, não são suficientes ou não se colocam como prioridade para a definição de projetos ou iniciativas sociais.

Já a resposta acomodativa obteve a maior aceitabilidade e é vista deste modo como a que caracteriza o posicionamento responsivo da empresa. O valor médio das respostas foi de 6 e a variabilidade de 23,5%, caracterizando uma média dispersão de dados. O desvio padrão também mostra uma dispersão pequena de 1,41.

Os fornecedores acreditam que os projetos sociais desenvolvidos pela empresa têm seu foco de atuação mais em favor de seus stakeholders internos, já que para eles, se houvesse maior beneficiamento de atores da comunidade, o conhecimento das ações por parte deles seria maior. É colocado também por eles que a adoção de iniciativas de responsabilidade social tem por interesse e intenção prioritária o alcance e efetividade com princípios legais.

“Acho que os projetos que ela [a Têxtil] desenvolve são mais voltados pra os seus funcionários. Se a comunidade fosse beneficiada, agente saberia mais. Sei que ela faz doações. Pra a comunidade mesmo conheço apenas o [projeto educacional] que é feito pra formação técnica. Mas eu acho que quando agente pensa em desenvolver alguma coisa social, agente pensa logo em fazer em benefício interno pra depois ver as necessidades de fora”.

“É, ela cumpre os requisitos legais. Também uma empresa daquele porte [...] É bem provável que não tenha muita solicitação da comunidade por mais ações, acredito que não. E internamente eu não sei. Mas acho que ela ta mais pra fazer o que precisa ser feito na empresa sem ter que necessariamente ser um problema”.

Verifica-se que a maioria dos pesquisados entende que a organização não possui necessariamente questões a resolver, e que tem como foco de atuação mais fontes internas que externas. 50% dos pesquisados concordam totalmente que as ações são feitas para cumprir as exigências legais, e 50% também concordam totalmente que os projetos feitos são aqueles que os funcionários precisam e o governo solicita. Apesar de não haver intensa comunicação e interação com o público externo e o governo, os fornecedores acreditam que o comportamento de respostas da Têxtil está em conformidade com sua opinião, e até por isso esse público externo não tem tanta participação em relação às práticas da organização. Apesar da menor concordância com a resposta anterior, a resposta acomodativa obteve maior média e maior concordância total nas variáveis estabelecidas.

A opinião pró-ativa por parte dos fornecedores obteve aceitabilidade um pouco menor. O conhecimento das ações aplicadas no âmbito interno à empresa não é grande. Assim, as pessoas ficam por vezes aptas a falar mais do projeto educacional e acabam por não verificar alguns outros projetos realizados em parceria. A média deste comportamento foi de 4,50 e a variação de respostas foi média de quase 16%. Variáveis como planejamento e adoção de projetos sociais internamente ou na comunidade local por iniciativa própria obtiveram 50% de pouca discordância e também de pouca concordância. Este resultado ambíguo é porque a empresa não adota de fato muitos projetos por iniciativa própria, tanto interna quanto externamente. Mas o projeto educacional, que é em benefício externo, por alguns visto como realizado por iniciativa própria, é considerado abrangente e organizado, e dessa forma algumas pessoas verificam esta variável como existente e outras não. Isto está diretamente relacionado ao entendimento que o indivíduo tem sobre responsabilidade social, o que para alguns impõe a necessidade do desenvolvimento de muitos projetos em benefício dos principais atores sociais com os quais a empresa interage, e outros entendem que a relevância

social parte do pressuposto de que a empresa deve considerar questões para atuação social prioritárias àqueles por ela envolvidos, mesmo que sejam em menor quantidade ou abrangência.

Outra variável pesquisada foi a adoção de projetos contra erradicação do trabalho infantil, analfabetismo, discriminação, incentivo à cultura ou outros. Essa variável obteve 100% de pouca concordância, pois projetos são realizados ainda que com conhecimento restrito.

“Tem uma escola para o trabalho com pessoas de baixa renda. E também sei da existência de um trabalho com a família dos funcionários. Muitas ações para prevenção de doenças, educacionais, projetos infantis, viagens, são disponibilizados às famílias. [...] e acho que a família dos funcionários faz parte da comunidade não é? Algumas doações também são feitas, mas não sabemos o fim, quem é beneficiado por elas”.

“Existem problemas que podem ser sanados pelo trabalho antecipado, antes que eles aconteçam. Acho que a responsabilidade social é uma forma de tratar isso. E o projeto educacional é um exemplo disso. O treinamento é próprio, prepara o próprio profissional dentro das reais condições da empresa. Os cursos técnicos formam pessoas para o trabalho e não deixam oportunidades para jovens ociosos [...] Assim eles tem oportunidade para trabalhar na empresa ou fora dela”.

Todos os comportamentos ou respostas foram vistos com grande concordância pelos fornecedores. Isto indica uma percepção algumas vezes ambígua, já que o comportamento defensivo é diferente do comportamento pró-ativo, por exemplo. Mas as opiniões indicam que, em consonância com a visão dos stakeholders internos, a Têxtil é uma empresa acomodativa no que concerne à sua responsividade social.

4.1.3.3 Dimensão Ações e Programas

Os fornecedores acreditam que há aplicação de algumas das ações e programas do modelo tridimensional na empresa pesquisada. A análise dos dados mostra que as médias foram altas, em detrimento da percepção dos stakeholders já analisados, como também a variação nas respostas não foi grande, conforme os desvios padrão e coeficientes de variação apresentados. O gráfico 9, a seguir, apresenta os resultados da escala de concordância obtida com a pesquisa quantitativa.

100,0% 0,0% 0,0%0,0% 0,0%0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 50,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 50,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 50,0% 50,0% 0,0% 50,0% 100,0% 0,0% 0,0% 50,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 100,0% 0,0% 0,0% 0,0% 50,0% 50,0% 50,0% 100,0% 50,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 100,0% 50,0% 0,0% 50,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%

Consumo Consumo1 Meio Ambiente Meio Ambiente1 Disc rimin Disc rimin 1 Seg Produto Seg Produto1 Seg Trabalho Seg Trabalho1

Disc orda Totalmente Disc orda Muito Disc orda Pouco Nem concorda/nem discorda Concorda Pouco

Concorda Muito Concorda Totalmente

Gráfico 9: Resultados da Dimensão Ações e Programas - Fornecedores Fonte: Dados da Pesquisa

O gráfico mostra que algumas variáveis das ações e programas tiveram 100% de muita concordância pelos fornecedores. Entretanto, variáveis de natureza discriminatória são desconhecidas ou não foram vistas como aplicáveis na organização estudada.

Para melhor interpretação, a tabela a seguir mostra os valores obtidos para cada ação em particular.