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Estado para os AAGEs que atendem a escolas em município (s) fora de seu domicílio.

A questão refere-se ao número de municípios que cada AAGE precisa percorrer para realizar as visitas e cumprir seu trabalho na função. É possível observar, através das respostas, que somente seis dos quinze Agentes possuem seu grupo de escolas em um único município.

Esse ponto também merece uma atenção especial por parte da gestão da SEEDUC-RJ, uma vez que a própria Secretaria em nenhum momento vem determinando nos editais dos processos seletivos que os servidores devem residir no município da sede da Regional ou na localidade onde exista o grupo de escolas a serem acompanhadas. Nota-se, a partir deste estudo, que, no grupo de Agentes da

Regional em análise, é possível perceber que quatro servidores percorrem dois municípios para atender a seu grupo de escolas, sendo que cinco deles transitam entre três municípios diferentes para cumprir suas horas de trabalho. O quadro 4 retrata o local da residência desses Agentes, o município onde se localizam parte das escolas acompanhadas e a distância percorrida para a realização de suas tarefas.

Quadro 4: Municípios de residência e municípios onde se localizam algumas escolas acompanhadas e distâncias percorridas

Município de residência Município de localização da escola Distância percorrida em Km (apenas um percurso)

Campos dos Goytacazes Cambuci 79,8

Campos dos Goytacazes Cardoso Moreira 54,8 Campos dos Goytacazes São Francisco de Itabapoana 50,7 Campos dos Goytacazes São João da Barra 39,2

Rio das Ostras Quissamã 82,3

Rio das Ostras Conceição de Macabu 76,2

Rio das Ostras Carapebus 55,6

Rio das Ostras Macaé 27,1

Macaé Quissamã 55,2

Macaé Conceição de Macabu 49,1

Fonte: Elaboração própria.

A partir dos dados apresentados pelo quadro, nota-se a distância que os Agentes precisam percorrer até chegar ao destino para atender às escolas e cumprir suas funções. Até o presente momento, a SEEDUC-RJ não disponibiliza nenhum meio de transporte para atender a esses casos específicos de longas distâncias. Sendo assim, no que diz respeito à forma de deslocamento e à relação com o percurso, não há nenhum tipo atendimento específico para amenizar os casos. É importante levar em consideração que o interior possui apenas um único meio de transporte público para o atendimento no deslocamento diário, gerando maior desgaste para aqueles que não possuem outro tipo de locomoção para chegar até os locais de difícil acesso, como, por exemplo, as áreas rurais. Pelo fato de a análise da pesquisa ter levado em consideração apenas a distância entre as localidades,

cabe lembrar que algumas dessas escolas acompanhadas se localizam em áreas de distritos que pertencem aos respectivos municípios. Dessa forma, a distância pode sofrer modificações por conta de determinadas de unidades escolares que se encontram em zona rural.

Diante do fato de ter compartilhado essa experiência na prática, com o grupo de AAGEs, e por acompanhar um pouco da trajetória do grupo após deixar a função, acredito que este seja um dos principais fatores que mais desgastam o trabalho desses servidores e que, de certa forma, serve para explicar alguns pedidos de exoneração por parte dos Agentes que passaram por essa mesma situação. Por mais que a própria Secretaria reconheça a necessidade e pague, além da gratificação, o valor extra de R$ 500,00 para todos AAGEs a fim de minimizar os gastos de deslocamento nas visitas, o fato de ter que se deslocar constantemente em regiões com transporte público precário e único (no caso, o ônibus público), como é o caso desses servidores do interior, aumenta o desinteresse por parte de alguns servidores em exercer ou de continuar na função pela dificuldade relativa a essas condições.

Para amenizar o fato de ter que se deslocar diariamente em transporte público, gerando maior perda de tempo e desgaste ao servidor que exerce a função, e sabendo que a Secretaria disponibiliza carros na Regional para atender aos diretores – pedagógico e administrativo –, além dos servidores que atuam na inspeção escolar, no deslocamento diário para realização de seus trabalhos, cabe expandir esse benefício para os profissionais que também exercem uma função importante nas ações do “Planejamento Estratégico” idealizado pela atual gestão da SEEDUC-RJ.

Soma-se a isso o fato de alguns servidores “apadrinharem”, ou seja, além de darem o suporte nas ações do programa para seu grupo de escolas, são obrigados a orientar e acompanhar uma ou mais unidades que se encontram sem o Agente em função de pedido de exoneração, seja por conta dos desgastes físicos ou por interesses particulares. Cabe ressaltar que alguns Agentes deixam a função e realizam o PSI para diretor de unidade escolar, o que possibilita concentrar o trabalho em apenas uma única unidade escolar.

É comum a Secretaria publicar em sua home page o edital do concurso para as funções estratégicas apenas uma vez por ano, já que, normalmente, essas vagas

ociosas são preenchidas quando ocorre a finalização de todas as etapas dos processos seletivos. É importante ressaltar que cada função possui um PSI específico. Dessa forma, caso resolva exercer outra função, o servidor deverá ser aprovado em todas as etapas do processo e realizar a escolha por ordem de classificação para a Regional para a qual fez a opção.

Enquanto essa questão não se resolve, percebe-se, diante das respostas nos questionários aplicados, que oito desses Agentes fazem uso do seu transporte particular, ou seja, para conseguirem cumprir com suas obrigações inerentes a função, utilizam o carro próprio nos deslocamentos diários até as escolas. Dessa forma, é possível perceber a necessidade de um automóvel específico por Regional para auxiliar o AAGE nos deslocamentos em locais de difícil acesso, conforme apresentado na tabela 5.

Tabela 5: Contribuições para a Ação 3

Pedido de um automóvel para auxiliar os Agentes nos deslocamentos em áreas de difícil acesso Ação: Fazer um levantamen- to da área territorial da Regional que apresenta escolas em locais rurais e de difícil acesso Objetivo: Para auxiliar no deslocamento dos Agentes em locais onde o transporte público é precário. Local: Regional Norte Fluminen- se Período: Ao longo do ano letivo. Responsável:

SEEDUC-RJ Método: Disponibilida- de de um veículo para traslados dos Agentes que orientam escola em áreas de difícil acesso. Custo: Aluguel de um veículo e um motorista junto à empresa terceirizada que presta serviço ao Estado. Fonte: Elaboração própria.