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gestores e equipe pedagógica que não atenderem às determinações instituídas pela Secretaria em relação ao cumprimento das ações propostas pelo programa “Planejamento Estratégico”.

Criado para disseminar uma cultura organizacional nas áreas pedagógicas e administrativas de todas as escolas da rede estadual de educação do Rio de Janeiro, o programa se define por um modelo de trabalho pautado na Gestão Integrada, com a utilização de metas por área para cada instância da SEEDUC-RJ.

Como um programa dessa proporção é pioneiro na área de educação do Estado, e o modelo que está sendo utilizado já foi desenvolvido em outras redes públicas estaduais de outros estados, como é o caso de Minas Gerais, Ceará, Pernambuco e São Paulo, é importante que essa filosofia de trabalho seja incorporada ao cotidiano das escolas.

Como o servidor que está na função de gestor escolar possui maior grau de responsabilidade administrativa e pedagógica na unidade, este deve exercer seu papel de líder para aproximar e disseminar nos demais servidores a busca de uma gestão compartilhada e comprometida com os resultados pedagógicos dos alunos. Além disso, deve cumprir suas atribuições de acordo com as determinações legais em relação ao destino das verbas financeiras repassada pela União e Estado, divulgando periodicamente os gastos através das prestações de contas em locais de fácil acesso para todos os membros da comunidade escolar. O não cumprimento desses dois casos específicos poderia acarretar a perda da função de gestor escolar por parte do servidor da Secretaria.

Como o Estado do Rio de Janeiro possui um histórico de mudança constante no comando da SEEDUC-RJ, conforme relatado no primeiro capítulo deste trabalho, alguns gestores, acostumados com essa troca de secretário, insistem em manter uma postura centralizadora na sua gestão. São comuns casos em que a permanência do gestor da Secretaria normalmente tem um tempo menor que a permanência do gestor escolar.

Partindo desse princípio e tendo passado quatro anos da implementação do “Planejamento Estratégico” na rede, é possível ressaltar a importância do programa para a educação do Estado do Rio de Janeiro no cenário nacional. Várias de suas ações vêm demonstrando que essa iniciativa pode continuar contribuindo para uma melhor organização administrativa e pedagógica nas escolas. Prova dessa afirmação pode ser comprovada com os resultados alcançados pela educação do Estado em relação ao avanço no IDEB nos anos de 2011 e 2013, em que a rede pública estadual saiu da penúltima posição no IDEB de 2009 e, atualmente, ocupa a quarta posição no ranking nacional, segundo os resultados do INEP em 2014.

É possível observar, diante das respostas apresentadas por seis dos quinze Agentes, que um dos principais fatores responsáveis pelo baixo atingimento das metas pelas escolas da Regional Norte Fluminense tem relação com a postura

adotada pelo líder da gestão escolar. Diante da constatação desse fato e do relato formalizado em documento de visita elaborado pelo Agente para cada escola acompanhada e repassado ao membro de equipe do grupo de trabalho nas reuniões que ocorrem na Regional, a Secretaria deve tomar as devidas providências para que os responsáveis estejam em consonância com as determinações legais. Os Diretores Regionais possuem autonomia para fazer o pedido de abertura de uma sindicância para apurar a falta de postura por parte do gestor. Caso se confirme, eles devem encaminhar, através de um ofício, um pedido de exoneração do gestor à SEEDUC-RJ para que ocorra a nomeação de outro servidor para ocupar essa função.

Para a abertura do procedimento administrativo e apuração de falta de cumprimento das determinações (resoluções, portarias e decretos) expressas pela Secretaria por parte dos gestores escolares, inicialmente, é preciso respeitar a legalidade do princípio constitucional do devido processo com a possibilidade de defesa por parte do servidor que sofre a ação. No caso específico, cabe ressaltar que o pedido de abertura de sindicância é feito via ofício pelo diretor administrativo da Regional junto ao gestor responsável pela secretaria. Essa responsabilidade compete ao servidor que foi nomeado para exercer a função em cada uma das quatorze Regionais da Secretaria.

Como a forma de ocupação das funções estratégicas na Secretaria desde 2011 deixou de ser estritamente política, tendo passado a vigorar a meritocracia na rede, os processos seletivos internos que acontecem anualmente servem para disseminar uma nova cultura no âmbito das instâncias da SEEDUC-RJ. Soma-se a esse fato a atitude adotada pela sede ao criar outro critério que diz respeito à avaliação trienal para todos os ocupantes de funções estratégicas. Dessa forma, o secretário, subsecretários, superintendentes e diretores que atuam na Secretaria de Educação avaliam todos os gestores escolares e divulgam os resultados no Diário Oficial do Estado de acordo com critérios estabelecidos pela atual gestão.

Por fim, gostaria de ressaltar essa ação como uma das mais importantes deste Plano de Intervenção, apesar de entender que não é o fato de o gestor escolar ser nomeado por indicação política ou por processo seletivo que vai consolidá-lo como um bom condutor das ações e atitudes adotadas pela equipe da escola. A adoção da meritocracia na rede estabelecida pela SEEDUC-RJ, através de concurso

interno, somada à avaliação trienal, demonstra a preocupação da Secretaria em buscar alternativas que melhor possam ser associadas ao modelo de gestores que atuam na esfera pública e que, de certa forma, são responsáveis por conduzir os rumos de trabalho de uma equipe de servidores públicos mantidos com os recursos dos impostos recolhidos pela União e Estados pagos pelos cidadãos do nosso país.

Para que seja feita uma análise mais detalhada em relação à importância do papel que o AAGE desempenha no processo de condução do programa, faz-se necessário que o gestor escolar sirva de parâmetro para os demais membros que fazem parte da comunidade escolar. Com as novas atribuições da função do gestor, decorrentes das transformações contemporâneas nas relações de trabalho tanto em instituições públicas e privadas, houve uma (re) definição das tarefas que esses profissionais desempenham nas instituições mantidas pelo Estado. Aqueles que, até os dias atuais, insistem em manter posturas centralizadoras e antidemocráticas estão na contramão da história e precisam compreender que certas atitudes não são condizentes com o momento que a sociedade está vivendo. O objetivo da tabela 6 é dar subsídios para que a ação se realize.

Tabela 6: Contribuições para a Ação 4

Política de consequência para a equipe gestora que não atenderem às determinações do programa