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De acordo com a Constituição, todo réu em processo de crime doloso contra a vida, tem direito a um julgamento por um júri imparcial formado por seus pares. Devido à extensa cobertura da mídia, a seleção do júri imparcial em um caso de alta repercussão pode ser extremamente difícil. Os jurados provavelmente terão desenvolvido alguns preconceitos sobre o caso com base na cobertura da mídia à qual foram expostos. A imparcialidade de potenciais jurados não tem como ser avaliada durante o processo de seleção de jurados, e do grupo de jurados em potencial.

Os advogados da defesa e a acusação não questionam os membros do grupo de jurados sobre vários aspectos referentes ao caso, incluindo sua exposição à publicidade antes do julgamento e sua capacidade de tomar decisões imparciais e seguir as instruções do juiz.

A exposição aos vários meios de comunicação tem um impacto prejudicial sobre as pessoas, pois implicitamente constrói ideias e preconceitos. Mesmo que os jurados em potencial achem que não tenham sido influenciados pela exposição à publicidade, na verdade, foram prejudicados. O correto seria que aqueles jurados que sintam que não podem deixar de lado suas percepções prévias sobre um caso, ou que não podem seguir as instruções do juiz, fossem eliminados "por justa causa", sem fazerem parte do número de recusas máximas que acusação e defesa têm direito.

Pouco se discutiu até o momento sobre os possíveis efeitos das mídias sociais nos processos judiciais. Novas mídias, como blogs, facebook ou twitter, permitem que o público compartilhe fatos e opiniões sobre processos judiciais. Esses sites, assim como os mecanismos de busca como o Google, apresentam novos desafios para réus, advogados e juízes. A informação está mais amplamente disponível do que nunca, e jurados em potencial, que podem não se deparar com um caso na mídia tradicional, podem ser influenciados pelas reações de outros em sites de mídia social.

Devido ao desenvolvimento atual da tecnologia como um todo, as mídias e redes sociais atuam como grande fator de aumento do uso da internet pelos indivíduos como meio de comunicação. A internet proporciona às pessoas o acesso à inúmeras informações e

maneiras de se comunicar com os outros, e isso faz como que, hoje em dia, entrar em contato com outra pessoa seja algo extremamente fácil. Assim, o uso da comunicação através das redes sociais como meio de veiculação de informações pode atuar como um expansor de compartilhamento e recebimento de informações sobre um crime ou um processo pelas pessoas, sendo que estas poderão ser futuros jurados, e o fato de terem obtido e compartilhado informações e opiniões sobre o caso pode ter consequências significativas no julgamento

Os problemas causados pela publicidade antes do julgamento podem ser abordados de várias maneiras, porém, apesar do efeito prejudicial e controverso da publicidade pré-julgamento, os juízes não podem impedir a imprensa de divulgar informações verdadeiras sobre julgamentos criminais, pois isso violaria o direito à publicidade. Assim, uma vez que a publicidade pré-julgamento não pode ser impedida, os juízes e tribunais devem encontrar maneiras de minimizar seu impacto sobre a imparcialidade do julgamento.

O tribunal pode adiar o processo para permitir que a publicidade inicial se dissipe. O juiz também pode, no momento de dar as instruções do júri, instruir especificamente os jurados a ignorar a publicidade pré-julgamento. No entanto, essas abordagens podem não ser eficazes na eliminação do preconceito do jurado.

Em casos em que se acredite que o julgamento será prejudicado pela publicidade prévia, pode ser solicitada uma mudança de local, o que afasta o julgamento da jurisdição onde o crime ocorreu. Embora a Constituição garanta o Júri no local em que o crime ocorreu, devido ao princípio do juiz natural, essa regra pode ser dirimida mediante a apresentação de importantes argumentos para a mudança de local. Embora essa estratégia possa neutralizar a exposição à cobertura da mídia local, ela faz pouco para reduzir o impacto em casos de cobertura nacional. Além disso, a mudança do local do julgamento raramente é concedida pelos nossos tribunais de segundo grau, não bastando a alegação de intensa cobertura midiática sobre o caso.

Um punhado de casos recebe tanta atenção que os envolvidos no processo podem lucrar com livros, filmes ou aparições na televisão. Tais oportunidades podem criar conflitos de interesse e distorcer a capacidade das principais partes do processo ao desempenhar suas funções.

Todos os julgamentos no Brasil estão abertos ao público, mas isso significa que as pessoas podem comparecer pessoalmente e assistir ao ato. A lei nada garante sobre as transmissões televisivas e pela internet, em que pese elas terem o condão de expandir

enormemente o número de pessoas que podem assistir a um júri em andamento, porém, alguns doutrinadores já levantam questões sobre como esse amplo escrutínio público pode alterar os procedimentos judiciais e influenciar o comportamento das pessoas.

Câmeras e atenção da mídia podem fazer com que uma testemunha conte os fatos diferentemente, porque teme a intimidação resultante de sua exposição. Por exemplo, se uma pessoa testemunhou um crime por um membro de gangue, a gangue poderia retaliar a testemunha por narrar o acontecido, se a identidade da testemunha estava amplamente exposta ao público durante o julgamento. Desta forma, os jurados podem ser influenciados sabendo que um grande público examinará a eles e a sua decisão, seja ela qual for, e os impactos potenciais dessa consciência levantam sérias preocupações sobre se um acusado receberá um julgamento justo.

O formato de "eventos esportivos" ou “reality show” na cobertura da mídia é especialmente problemático durante o período pré-julgamento. Este formato encoraja a espectador a escolher um time/participante e torcer por ele. Na maioria dos casos de alta publicidade, a imprensa inicial é tipicamente pró-acusação, de modo que muitos fatos incriminatórios estão ligados ao nome do réu no corpo da notícia, e o público tende a ignorar as palavras "em tese", “suspeito”, entre outras em frente às imputações que são feitas ao investigado/réu.

Os jurados enxergam um caso através do prisma de suas experiências e crenças. Esse fenômeno é ainda mais relevante em um processo de alta repercussão midiática. A maioria dos potenciais jurados terá lido sobre, ouvido, ou assistido a notícias que podem se tornar evidências em um caso. Eles não podem ser impedidos pelo juiz ou tribunal, e tendo em vista que eles são, afinal, humanos, vão começar a formar impressões, opiniões, e conclusões, bem como irão discutir seus pontos de vista com familiares, amigos e colegas de trabalho, como forma de resultado desta exposição na mídia.

Embora a influência da mídia na predisposição de opinião dos jurados seja significativa, existem fatores igualmente importantes que afetam como um jurado reage aos fatos e forma sua convicção para julgar em um caso de alta publicidade. Como descrito acima, os jurados podem perceber elementos para condenar ou absolver em quaisquer situações, através do filtro de suas próprias experiências de vida e crenças.

Essas experiências e crenças se tornam ainda mais importantes em um julgamento coberto pela mídia, porque os jurados estão dando o que eles acreditam ser um veredicto

levando em conta uma variedade de questões sociais, bem como as evidências do processo, e suas concepções prévias. Assim, o veredicto se torna uma declaração pessoal sobre questões de aplicação da lei, raça, riqueza, violência e outros fatores da vida em sociedade.

A mídia incute uma série de pressões inconscientes nos jurados em um julgamento de um processo de alta veiculação. Os jurados sabem que estão sendo observados pela sociedade. Eles não estão apenas tomando uma decisão por si mesmos, mas estão fazendo uma declaração para sua família, colegas de trabalho, comunidade e sociedade como um todo. Isso faz como que os veredictos sejam tomados considerando-se muitos outros fatores em um nível além das evidência do processo.

5 PROPOSTA DE SOLUÇÃO PARA O CONFLITO

A colisão entre o direito à liberdade de expressão e o direito a um julgamento criminal justo e imparcial deve ser resolvida através do uso da técnica da ponderação, visto que tratam-se de duas garantias constitucionais, e assim sendo, conforme anteriormente exposto no presente trabalho, a prática da censura prévia é hipótese aceita de maneira extremamente excepcional pelo ordenamento jurídico pátrio, somente nos casos em que não seja possível a composição posterior de eventuais danos.

Para Ana Paula de Barcellos (2005, p. 23) a ponderação é “a técnica jurídica de solução de conflitos normativos que envolvem valores ou opções políticas em tensão, insuperáveis pelas formas hermenêuticas tradicionais”.

Ainda, para a referida autora

a ponderação pode ser descrita como uma técnica de decisão própria para casos difíceis (do inglês ‘hard cases’), em relação aos quais o raciocínio tradicional da subsunção não é adequado. A estrutura geral da subsunção pode ser descrita da seguinte forma: premissa maior – enunciado normativo – incidindo sobre premissa menor – fatos – e produzindo como conseqüência a aplicação da norma ao caso concreto. O que ocorre comumente nos casos difíceis, porém, é que convivem, postulando aplicação, diversas premissas maiores igualmente válidas e de mesma hierarquia que, todavia, indicam soluções normativas diversas e muitas vezes contraditórias. A subsunção não tem instrumentos para produzir uma conclusão que seja capaz de considerar todos os elementos normativos pertinentes; sua lógica tentará isolar uma única norma para o caso (2008, p. 55).

Neste sentido, conforme explica Schreiber, para realizar a ponderação no caso concreto o juiz deverá buscar entre as opções de soluções, medidas que sejam capazes de promover o fim do conflito de direitos alcançando o objetivo desejado, qual seja, um julgamento sob as garantias do devido processo legal; dentre as soluções deverá verificar aquela que causará a menor restrição possível ao direito contraposto – no caso, a liberdade de expressão; deverá, ainda, avaliar se o grau de restrição imposto à liberdade de expressão é justificável em vista da relevância da realização do fim que se busca alcançar (2008, p. 385).

Ainda, conforme a autora, é possível fazer uso do direito de resposta para resolver o conflito exposto. O juiz presidente do tribunal do júri, se provocado pela respectiva parte, poderá determinar à empresas de comunicação que abram espaço para novas abordagens do tema, desta vez com esclarecimentos e refutações sobre notícias anteriormente veiculadas, sempre que se fizer claro o caráter prejudicial delas à investigação e processamento de

determinado fato criminal. Para a autora, tal medida seria equivalente à levar o contraditório para a imprensa (2008, p. 394).

Ainda que seja desejável uma nova disciplina legislativa do direito de resposta, prevendo de forma expressa sua aplicação a casos de trial by media, tal medida pode ser adotada como resultado de ponderação judicial, desde que adequadamente justificada, atendendo-se ao postulado da proporcionalidade. Ela é idônea para reequilibrar o tom do discurso prejudicial ao réu, eventualmente adotado no acompanhamento midiático de um caso criminal, podendo se mostrar eficaz para neutralizar a campanha de mídia que ponha em cheque o julgamento justo (2008, P. 394).

Desta maneira, devidamente evidenciada a colisão de direitos no caso concreto, devem ser usados critérios de ponderação para alcance da solução desejada. Neste âmbito, aduz Schreiber que inúmeras medidas podem ser tomadas no sentido de solucionar o referido conflito, de forma que podemos separá-las em dois grupos distintos: a) medidas que não implicam em restrição à liberdade de expressão; b) medidas restritivas à liberdade de expressão.

Tais medidas devem ser adotadas pelo juiz responsável pela condução do julgamento ou pelo Tribunal ad quem, e o habeas corpus é ação judicial adequada à análise dos riscos que a publicidade opressiva de um julgamento criminal pode gerar para a garantia do julgamento justo. Quase todas prescindem de mediação legislativa, podem ser adotadas pelo juiz valendo-se da técnica da ponderação em concreto. O postulado da proporcionalidade é adequado à solução da colisão posta, pois envolve duas normas-princípio, e confere maior racionalidade à decisão judicial que resolver o conflito, implicando na menor restrição possível da liberdade de expressão apta a restabelecer as condições em que seja viável julgar o réu sob as garantias do devido processo legal (2008, p. 414).

Para a autora (2008, p. 413), no primeiro grupo encaixam-se as seguintes medidas para solução: a) questionário e instrução dos jurados; b) desaforamento c) adiamento do júri; d) sequestro de jurados; e) vedação de introdução no processo de provas produzidas pela imprensa. Contudo, explica que tais medidas são pouco idôneas diante da intensidade das campanhas midiáticas muitas vezes instauradas em determinados processos, razão pela qual devem ser descartadas lançando-se mão de outras soluções, essas mais restritivas, quais sejam: a) ampliação do direito de resposta; b) restrição da publicidade do julgamento; c) imposição de punições posteriores à publicação; d) ordem judicial de proibição de divulgação

de provas ilícitas; e) ordem judicial de proibição temporária de veiculação de notícias sobre o julgamento.

6 CONCLUSÃO

Nos tempos medievais uma pessoa poderia ser submetida a todos os tipos de provações e torturas para provar sua inocência – como por exemplo ser forçada a pegar uma pedra no fundo de um balde com água fervendo. Culpa ou inocência seriam provadas dependendo se, após três dias, sua pele permanecesse queimada e empolada (caso em que seria considerada culpada) ou curada (caso em que seria declarada sua inocência). E descobrir se uma mulher era uma bruxa era fácil: tudo que era necessário fazer era jogá-la em um rio. Se ela flutuasse, era uma bruxa, e se ela afundasse, era inocente.

Atualmente, gostamos de pensar que desenvolvemos métodos um pouco mais avançados do que esses no sistema de justiça criminal. Mas, o julgamento pela mídia talvez seja tão prejudicial para o caso de uma pessoa acusada quanto os sórdidos exemplos acima. Ele se opõe ao nosso sistema de leis, à valoração das provas legalmente produzidas durante o processo judicial e à presunção de inocência.

Mas se o caso se desenrola na mídia, no momento em que um processo chega ao tribunal, o júri supostamente imparcial (ou mesmo o juiz) já pode ter ouvido informações e alegações (não admissíveis pelas normas judiciais) que são capazes de prejudicar seriamente a justiça.

Julgamentos feitos pela mídia, ou trial by media - hoje em dia um conceito bastante conhecido -, vão diretamente de encontro a questão da proteção do direito a um julgamento justo. A cobertura da mídia (para não mencionar, ainda, as mídias sociais), permite que as pessoas possam ouvir, julgar e condenar os acusados, tudo isso a partir do conforto de suas próprias casas.

Isso gera um problema que é a colisão entre o direito a um julgamento justo, por um lado, e a liberdade de expressão e o interesse público (incluindo a publicidade da justiça), por outro.

Enquanto o público tem o direito de saber se o Poder Judiciário está trabalhando com a celeridade e idoneidade necessária, chega um ponto em que a cobertura excessiva da mídia pode afetar um julgamento justo. Encontrar um equilíbrio entre esses dois aspectos muitas vezes se mostra quase inviável.

De fato, a influência causada pela atuação da mídia em veicular notícias e teses sobre casos criminais pode ter consequências nos processos judiciais, possivelmente resultando em incapacidade de se obter um julgamento justo.

O acontecimento de um fato delituoso é uma ocorrência de interesse público e, por consequência, a investigação e a eventual punição conferida ao acontecimento são matérias de interesse da coletividade. Da mesma forma, o andamento dos trabalhos dos órgãos envolvidos na apuração e processamento do crime, quais sejam, a polícia, o poder judiciário e o Ministério Público, também são assuntos que interessam à sociedade no geral. Assim, a imprensa tem interesse em noticiar os fatos criminosos e seus respectivos processos, tendo em vista que a demanda de consumidores deste tipo de informação nunca para de crescer.

Desta forma é necessário examinar o desenvolvimento confuso e contraditório da publicidade pré-julgamento e seus efeitos, porque mesmo que a imprensa veicule informações que sejam verdadeiras e úteis sobre o processo, seria errado concluir que uma pessoa normal do dia-a-dia, sem conhecimento técnico de leis e normas processuais, poderia deduzir quais informações são capazes de "manchar" um julgamento futuro. Portanto, os jurados, como membros comuns do público, ao serem chamados ao exercício da função de julgar seu semelhante, podem não alcançar uma decisão imparcial, devido ao conhecimento que adquiriram antes de se encontrarem na respectiva situação de julgadores.

Não é de bom alvitre concluir que um jurado médio seria capaz de deixar de lado o pré-julgamento que formou devido a publicidade prejudicial a um caso, até porque ele talvez possa não estar ciente de quais informações, e quais de suas percepções, têm este viés. Isto também se relaciona com a ideia de que mesmo que as pessoas conscientemente não acreditem na integral veracidade ou idoneidade da publicidade que um caso está recebendo, as informações veiculadas ainda assim estarão no fundo de suas mentes. A publicidade prévia ao julgamento é perigosa porque atinge os jurados antes do sistema legal. Abrangendo tudo isso, está a ideia de que os jurados, por serem leigos, podem ser mais suscetíveis a sofrerem influência pelas notícias veiculadas pela mídia – pelas razões previamente apontadas neste trabalho - do que um profissional técnico, qual seja um juiz de carreira.

A ideia de que a mídia tem um papel importante dentro dos processos judiciais não pode ser negligenciada. Como a maioria dos membros do público não tem acesso a julgamentos criminais ou a qualquer outro tipo de processo, seria cabível à mídia relatar os fatos com precisão, pois as informações contidas em suas notícias podem levar o público à

ignorância sobre como o sistema de justiça realmente funciona, e isso, em um futuro júri, influenciara o modo de agir das pessoas.

Tal fato mostra a importância da mídia em relatar meticulosamente as informações que divulga sobre os processos de seu interesse, a fim de educar o público adequadamente. Ao cumprir essa função, a imprensa estaria garantindo um julgamento justo, porque as pessoas, ao se tornarem jurados, saberiam o que esperar e o que realmente aconteceu, quanto ao fato delituoso e quanto ao andamento processual.

Outrossim, o que podemos inferir assistindo um simples noticiário, é que a imprensa, especificamente no que diz respeito à mídia de notícias, dedica-se a distorcer as informações quanto aos fatos relacionados a processos criminais e ao poder judiciário, veiculando uma verdadeira cobertura irresponsável. Pode parecer que a imprensa não entende quão vital pode ser seu papel, ou pode, apesar de entender, não se importar, pois está presente apenas para relatar o que acredita ser necessário.

O risco de ocorrência de um trial by media - julgamento baseado nas informações veiculadas pelos meios de comunicação - é um dos fatores mais destrutivos no que diz respeito à possibilidade de obtenção de uma decisão justa e imparcial pelo júri. Quanto maior a relevância e a repercussão do caso, maior a probabilidade de atrair a atenção da mídia, e, portanto, menor a chance de receber um julgamento justo. Isso se correlaciona diretamente com a ideia de que o trial by media refere-se a um processo ou crime que foi relatado e veiculado com muito mais frequência e intensidade do que um caso “comum”, levando-se em consideração o impacto de todos os tipos de mídia.

É quase impossível que os futuros jurados não tenham tomado conhecimento de nenhum tipo de publicidade relacionada ao caso considerando-se os processos de ampla repercussão social, tendo em vista que muitos fatores podem causar impacto nas percepções de um futuro jurado em um caso amplamente divulgado, tais quais, a falta de conhecimento quanto à verdadeira investigação do fato criminoso, bem como a incapacidade de efetuar uma distinção entre as impressões criadas pela publicidade previamente veiculada e aquelas adquiridas no tribunal através dos debates.

A questão fundamental para verificação da efetiva influência da mídia nas decisões do júri, consiste no fato de que as notícias e a publicidade se movem e se espalham de maneira rápida demais para que o ordenamento jurídico consiga garantir a proteção total ao

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