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Funções do novo director e da sua equipa

Em Outubro de 2010, o subdirector assumiu legalmente o cargo de director, em consequência de um processo eleitoral, altura em que iniciámos funções como subdirectora, tendo a equipa recebido duas novas colaboradoras.

No que à constituição da equipa diz respeito, o director provou conhecer bem as competências e personalidades de cada um dos membros, indigitando-os para os cargos e funções relacionadas com as suas áreas de interesse e para as quais se encontravam mais vocacionados.

A equipa ainda se encontra em fase de adaptação, muito longe do ideal de colaboração e confiança que deve existir entre os seus membros. A transmissão de uma ideia de união, de força e de harmonia, sobretudo em períodos conturbados e de grande pressão por parte de uma equipa de gestão é fundamental e seria ideal que isso acontecesse. Temos tentado obter uma maior colaboração dos membros da equipa em geral e a responsabilização de todos em tarefas que requeiram uma actuação conjunta. Todavia, há um longo caminho a percorrer e a ausência de reuniões periódicas dificulta esta tarefa.

Com o objectivo de promover melhores relações pessoais entre os elementos da equipa e o director, organizámos, recentemente, uma festa de aniversário surpresa para o director, que contribuiu para usufruirmos de momentos de descontracção e de convívio, que também são importantes para uma equipa de trabalho. Temos tentado, de igual modo, incentivar e apoiar algumas tomadas de decisão dos membros da equipa, elogiando a sua actuação, sempre que tal se revela oportuno. Comungamos das ideias de vários autores, entre os quais Welch, no que respeita à força do reconhecimento e do elogio na actuação dos colaboradores de uma organização. "Aproveite todas as oportunidades para incutir autoconfiança naqueles que merecem. Elogie muito e quanto mais específico for, melhor." (Welch, 2006, p. 68)

No âmbito de uma cultura de "empowerment" defendida pelo Desenvolvimento Organizacional, somos detentoras de autonomia nas questões que fazem parte da nossa área de intervenção, embora procuremos partilhar ideias e opiniões com o director,

vista, sempre que discordamos de qualquer tomada de decisão do director, fundamentando sempre a nossa posição. Neste ponto enquadra-se a importância da partilha na tomada de decisões, da reflexão e de soluções conjuntas, que nem sempre ocorrem e provocam insatisfação, sobretudo na classe docente. Estamos em posição de aconselhar e de sugerir ao director algumas estratégias de acção, por termos o privilégio de sabermos o que se passa na escola, informação que nos é transmitida por vários colaboradores dos diversos sectores. Na nossa óptica, há situações de mal-estar e constrangimentos que podem ser evitados através do diálogo. Mesmo que se trate de terminar um projecto, por exemplo, devido aos altos custos que acarreta, essa decisão deve ser discutida previamente com a pessoa responsável. Podemos dar um exemplo concreto desta situação, que tentámos, a todo o custo, resolver. O coordenador do projecto do jornal da escola (ViaEsen) apenas tomou conhecimento de que o mesmo tinha sido extinto ao receber o seu horário, com o que ficou extremamente revoltado. Conversámos e tentámos perceber a situação, tendo tomado conhecimento de que o director não teria comunicado pessoalmente o facto ao docente. Na tentativa de solucionar esta situação, sugerimos ao director um projecto de jornal que englobasse um clube de jornalismo e, na impossibilidade de haver patrocínio ou redução de custos, a criação de um jornal digital. O director concordou com a nossa sugestão de falarmos com o docente em causa e examinarmos todas as possibilidades. Infelizmente, este não se mostrou receptivo a esta abordagem, alegando que a proposta tinha sido feita tardiamente e que em breve iria solicitar a aposentação.

No que se refere à distribuição de serviço, alguns directores de turma verificaram ter perdido a continuidade da direcção de turma apenas aquando da recepção do horário. Esta situação, lícita nos casos em que estas funções não são desempenhadas cabalmente, perde o sentido no caso de uma boa, em alguns casos excelente relação pedagógica, que se constrói no tempo.

Ainda neste âmbito, alguns funcionários ficaram ao corrente das novas funções a desempenhar no primeiro dia de trabalho após as férias, sem que lhes fosse explicado anteriormente, o que não é correcto. Alguns assistentes operacionais confessaram o seu desânimo em relação a este facto e sentiram-se diminuídos, achando que os consideravam incompetentes na realização das funções anteriormente atribuídas. Mesmo que haja alguma verdade neste pressuposto, deve haver sempre uma clarificação

da situação, com críticas construtivas, numa base formativa e conducente à melhoria do desempenho dos funcionários em questão. Devemos ter em mente que um funcionário que vê o seu trabalho reconhecido e valorizado produz mais, ao passo que um colaborador frustrado e desanimado não tem a menor vontade de contribuir para o sucesso da empresa, encarando as suas funções como um fardo e uma obrigação.

Temos conseguido ser ouvidas pelo director, sempre que obtemos informações sobre o que corre menos bem atempadamente. Quando não há solução possível, fazemos questão de explicar as razões às pessoas que nos procuram, nomeadamente as decisões da tutela, marcadamente economicistas, no que se refere a uma maior atribuição de cargos e ausência de redução para os exercer na componente lectiva, como acontecia no passado. A obrigatoriedade de cada docente ter no seu horário horas para apoio a alunos e de horas canalizadas para a ocupação plena dos tempos escolares (OPTE), presente na legislação e despachos ministeriais, condicionam, de certa forma, a distribuição do serviço lectivo. Esta situação é notória no caso de docentes que têm a seu cargo projectos de reconhecido valor para a escola, ou que detêm cargos de gestão intermédia. Por outro lado, a exigência no que respeita à não atribuição de horas extraordinárias aos docentes esteve na origem de ajustes de horários, obrigando a retirar direcções de turma, por exemplo, a alguns docentes, e a sobrecarregar outros, que se sentiram lesados com a situação.

Estamos cientes de que o director se debateu com todos estes constrangimentos ao realizar a distribuição do serviço docente. No entanto, as decisões tomadas deveriam ter sido explicadas, numa lógica de transparência entre a direcção e a classe docente. Deveríamos ter tido conhecimento, como subdirectora, de algumas decisões, tendo tomado conhecimento das situações já consumadas e sem solução fácil ou sequer possível.