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Capítulo 3 – Análise

3.2 Análise dos dados obtidos do corpus

3.2.1 Processo de Generalização

3.2.1.3 FUVEST

No corpus obtido no vestibular da FUVEST, a partir de 25 textos selecionados aleatoriamente, foram verificadas as seguintes ocorrências, conforme números da tabela 5, a seguir:

Tabela 5 – Quantidade de redações com ocorrências de procedimento de generalização – FUVEST

CRITÉRIOS

I II III IV V VI VII VIII

Total de redações com ocorrências 15 18 25 17 23 25 12 17 % de redações com ocorrências 60% 72% 100% 68% 92% 100% 48% 68%

Na tabela 5, os critérios que imediatamente mostram sua relevância é, mais uma vez, o critério III (Assunção de voz coletiva), que está presente em todos os textos, com 100% de ocorrências, algo recorrente (pois as tabelas 1 e 3 também apresentam os mesmos resultados) bem como o critério VI (Determinante como quantificador universal ou expressão generalizante), que na tabela 1 deixava de aparecer em apenas 3 redações (perfazendo sua presença em 96% das redações) e na tabela 3 também apresenta 100% de ocorrências. Ao verificar essas semelhança entre as três instituições, percebemos a força desses dados, em que a voz coletiva está sempre presente na escrita do vestibulando, bem como a forte tendência em ocorrer o uso especializado dos determinantes em função generalizante.

Nessa tabela, também aparecem com alta frequência os critérios V (Ausência de determinantes definidos marcados por itens lexicais de cunho conceitual para a definição de temas), constatado em 23 textos (92% do total), seguido do critério II (Expressão temporal marcando duração indefinida), que aparece em 18 textos (perfazendo 72% do total), seguido dos critérios IV (Ausência de determinantes definidos em enumerações) e VIII (Modalização deôntica), ambos presentes em 17 textos (68% do total). Os critérios em que verificamos os mais baixos percentuais de ocorrências em relação aos 25 textos são os critérios I (Argumentação pela inclusão do destinatário marcado pelo verbo na primeira pessoa do plural), que mesmo assim está presente em 15 textos, o que perfaz 60% do total (representando mais da metade do total) e VII (Falsas Delimitações), sendo este último o menos frequente,

aparecendo em 12 textos, o que perfaz o total de 48%, único critério que está presente em (pouco) menos da metade das redações. Um dado curioso que pode ser levantado a partir do critério VII é o fato de não encontrar correspondência percentual em relação às outras instituições, pois na tabela 3 (UNIFIEO) está presente em quase todos os textos (24, correspondendo a 96% do total), estabelecendo-se como um dos mais altos percentuais dessa tabela, e na tabela 1 (UFGD), está presente em 14 textos, perfazendo o total de 56%.

Esses dados mostram que o critério VII é bastante flutuante, variando em cada instituição, de modo que deixa em aberto a possibilidade de um investigação mais aprofundada para saber se há algum outro elemento que interfira no seu acionamento, seja provocando seu uso ou mesmo bloqueando-o. O mesmo pode ser dito em relação ao critério I, pois também não apresenta um padrão regular de ocorrências, do ponto de vista numérico (tabela 5 - 15 textos, 60%; tabela 3 - 12 textos, 48%; tabela 1- 20 textos, 80%), mesmo que sejam diferenças menos extremas que as verificadas em relação ao critério VII. Verifiquemos a tabela 6 a seguir:

Tabela 6 – Quantidade total de ocorrências do procedimento de generalização no conjunto das redações – FUVEST

CRITÉRIOS

I II III IV V VI VII VIII

Nº total de ocorrências 67 42 82 30 56 80 13 38 % de ocorrências 16,42% 10,3% 20,1% 7,35% 13,73% 19,6% 3,18% 9,32% Total de redações: 25 Total de ocorrências: 408

Do total de 25 redações da FUVEST foram encontradas 408 ocorrências (conforme mostra a tabela 6), distribuídas pelos 8 critérios de análise. Esse número é compatível com o número de ocorrências encontrado nas outras duas instituições (UFGD: 364 ocorrências e UNIFIEO: 433 ocorrências). Ao estabelecer o cálculo médio de ocorrências (401, aproximadamente, de um total de 1205 ocorrências em

todo o corpus), verificamos que os números da FUVEST mais se aproximam desta média.

O número total de ocorrências, bem como o percentual relacionado, confirma o critério III (Assunção de voz coletiva) como o de maior incidência, perfazendo 20,1% das ocorrências de todo o corpus (total de 82 ocorrências encontradas nos 25 textos. Note-se que, ao comparar esse mesmo critério com o que se verificou nas outras duas instituições, a FUVEST apresentou o menor número de ocorrências de Assunção de Voz Coletiva, o que se verifica ao comparar-se a tabela 6 com a tabela 4, que conta com 31,6% (total de 136 ocorrências) e a tabela 2, que conta com 31,6% (total de 115 ocorrências).

O segundo maior número de ocorrências incide sobre o critério VI (Determinante como quantificador universal ou expressão generalizante), com 80 ocorrências (19,6%), apenas duas ocorrências a menos que o critério III. Ainda sobre o critério VI, podemos observar que, na tabela 4, constam 91 ocorrências (21% do total), 2o critério mais numeroso, de modo que FUVEST e UNIFIEO apresentam a mesma regularidade. Na tabela 2, observam-se 41 ocorrências (11,26% do total), perdendo apenas para o critério I (com 83 ocorrências – 22,8% do total) e critério III. Apesar dessa última instituição fugir ao padrão das outras duas, é ainda um dos mais numerosos, de modo que é possível observar a relevância dos critérios III (Assunção de voz coletiva) e VI (Determinante como quantificador universal ou expressão generalizante) para a escrita nas redações de vestibular34.

Ainda sobre os critérios mais numerosos, seguem na sequência os critérios I (Argumentação pela inclusão do destinatário marcado pelo verbo na primeira pessoa do plural) com 16,42%, V (Ausência de determinantes definidos marcados por itens lexicais de cunho conceitual para a definição de temas) com 13,73% e II (Expressão temporal marcando duração indefinida) 10,3%. Os menos numerosos, abaixo da faixa dos 10%, são os critérios VIII (Modalização deôntica), com 9,32%, IV (Ausência de determinantes definidos em enumerações), com 7,35% e VII (Falsas Delimitações), com 3,18%.

O critério VII, o menos numeroso, contando com apenas 13 ocorrências, apresentou, na tabela 4, 59 ocorrências (12,94% do total - 3o maior critério em

34 Esse fato será melhor explorado em seção específica (3.3) deste capítulo, na qual algumas hipóteses serão levantadas.

número de ocorrências) e na tabela 2, apresentou 27 ocorrências (7,41% do total – 2o critério menos numeroso), de modo que não se verifica um padrão relacionado ao uso deste recurso nos diferentes instituições. Essa grande variação quanto ao uso de falsas delimitações necessita de uma observação mais minuciosa, de modo que se observe se há algum outro fator incidindo sobre o seu aparecimento ou sua restrição nos textos das diferentes instituições.

Na subseção seguinte, buscamos fazer uma comparação dos resultados obtidos das três instituições.