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GÊNESE E SIGNIFICADO DA OBRA

No documento UM DESTINO SEGUINDO CRISTO (páginas 130-137)

Realizou-se a oferta da Obra, isto é, um novo passo em frente na sua longa viagem do céu à Terra. Agora o seu caminho no mundo toma uma forma cada vez mais autônoma. O filho concebido pelo pai, gerado pela mãe, que com longa elaboração interior lhe deu um corpo na Terra, tirando-o da própria carne, começa a caminhar, com as suas pernas, como criatura independente. É neste momento que aqui resumimos a sua posição, para defini-la sobre o fundo do quadro geral de todo o fenômeno. Mais adiante, em outros capítulos, observaremos este caso mais exatamente no plano parapsicológico. Agora, queremos, sobretudo, orientar-nos para compreender a sua origem, significado e desenvolvimento, no momento desta encruzilhada em seu percurso. Depois de haver compreendido como tudo isso funciona, poderemos melhor avaliar as conseqüências.

A respeito deste caso se falou muito de mediunidade. Ora, se isso é assim, o é em forma tão diversa da comum, que chega a ser difícil catalogá-lo sob este nome. Segundo o tipo corrente, a mediunidade é: passiva, inconsciente, irresponsável, genérica, promíscua. A mediunidade, em nosso caso, é, pelo contrário: ativa, consciente, responsável, específica, exclusiva. Como se vê, estamos nos antípodas.

Expliquemos. Não é que neste caso o sujeito não receba. Ele funciona como instrumento, mas de forma diferente. No caso comum o médium adormece, abandonando-se na passividade, como instrumento cego e irresponsável, nas mãos de qualquer entidade espiritual que queira apossar-se dele. Isto para que ela transmita a seu bel-prazer uma comunicação qualquer, sem que o sensitivo possa intervir, seja como escolha autônoma da comunicação, seja como consciência do seu conteúdo e da técnica do fenômeno. Em nosso caso, ao inverso, o médium coloca-se num estado mais ativo de superconsciência do que o normal, sabe com quem se comunica e o que lhe é transmitido; disso assume toda a responsabilidade depois de o ter bem compreendido e examinado. Ele coloca-se livremente neste estado receptivo com o objetivo de executar um específico trabalho conceitual, somente esse e não qualquer outro, para determinados fins espirituais e não somente o de comunicar. Por fim limita o contato e o mantém apenas com a fonte de pensamento dele conhecida, não se submetendo a nenhuma outra. Em nosso caso, o sensitivo não é um instrumento puramente mecânico no nível físico, como é a mão do psicógrafo. Ele permanece no plano mental, onde funciona como colaborador encarregado de executar a parte mais simples da obra, que consiste em expressá-la com palavras, em traduzi-la na forma mental

própria do estágio evolutivo humano. Encontrando-se o médium totalmente desperto e tudo controlando, esse caso possui a vantagem de não ser possível que a sua mediunidade seja utilizada como desabafo do subconsciente, deixando-a livre no estado de transe com a fonte inspirativa

A superioridade desse tipo de contato espiritual é devida ao fato de que ele corresponde aos fins da evolução, que ele corresponde aos fins da evolução, que consistem no desenvolvimento da consciência e não em paralisá-la para colocá-la a serviço de desconhecidos, cuja identidade e valor moral desconhece. Elementos ruins já ternos bastantes na Terra, para que seja necessário ir à procura deles noutro lugar. O objetivo da vida e avançar, e não retroceder. O que não serve para o fim principal que é evoluir, é de importância secundária.

Ora, a primeira coisa que se realiza nos casos de nosso tipo é exatamente a ascensão espiritual do sujeito. Assim, o fenômeno, através do qual ela se realiza, se poderia melhor chamar de "telepatia". Trata-se realmente de uma comunicação consciente entre duas fontes de pensamento: uma espiritual, e a outra encarnada no plano físico; a primeira tão imaterial que pode ser individualizada somente como corrente de pensamento ou centro conceitual irradiante. Mas o maior valor de tal fenômeno consiste no fato de que ele interessa de perto à evolução, enquanto se verifica entre dois planos diversos. Estabelece- se, assim, uma comunicação pela qual se realiza uma descida de valores ideais do Alto, funcionando um indivíduo como canal desta descida. Então, ele se eleva do plano físico até à fonte para captar-lhe o pensamento e depois transportá-lo à Terra, absorvendo-lhe o valor espiritual em primeiro lugar para si próprio. Temos, portanto, um caso de telepatia entre dois centros pensantes situados em dois níveis diferentes, resultando deste contato também uma escola de ascensão do inferior por obra do superior e em direção ao seu nível. Aqui a função evolutiva assume uma tarefa de primeiro plano, seja como descida de ideais na Terra para o progresso da humanidade, seja como ascensão espiritual do indivíduo comunicante, graças a tal estado de contato e colaboração. De fato, a fonte é conhecida; é uma só e sempre a mesma; a relação constante é devida a uma estabilidade na sintonização da qual nasce uma espécie de convivência espiritual, situação permanente, bem definida, correspondente a fins preestabelecidos.

O fenômeno resulta, portanto, do concurso de várias condições: sensibilização do sujeito por evolução; contato com a fonte de pensamento situada num plano mais elevado; sintonização com ela; estabilização de contato telepático, através do qual se fixa a ponte da comunicação. Tudo isso deixa intactos e livres os dois centros de pensamento comunicantes, cada um ficando íntegro em sua personalidade, inconfundível, independente, sem qualquer abdicação, confusão ou mistura de tipo mediúnico Forma-se, assim, um elo permanente entre duas consciências, uma união entre dois elementos complementares, como pode suceder na Terra, no plano físico, com o matrimônio. Fazemos esta aproximação como confronto, porque a tendência do fenômeno aqui em exame é justamente a de chegar a uma fusão estável e profunda de almas, que se ligam para fazer em conjunto um trabalho espiritual, que é o fruto a nascer desta união. Por isso falamos de colaboração.

Não se pode dizer que o princípio da união pai-mãe, da qual nasce o filho, deva ficar limitado ao nosso plano físico e que ele não se possa repetir em mais altas formas paralelas no plano espiritual, no qual os dois elementos geradores, do produto de sua união, são de natureza exclusivamente conceitual. Cada um dos dois contribui com as suas diferentes qualidades complementares. Vemos na natureza que a centelha da gênese criadora nasce sempre da fusão de dois elementos opostos desse tipo. Ora, se é difícil que tais uniões espirituais possam realizar-se no tipo corrente, que fica saciado no seu nível, porque neste plano lhe é fácil encontrar o seu termo complementar, elas são mais fáceis de verificar em nível mais evoluído. Aí constituem uma necessidade, dado que, pela sua natureza, o outro termo, para se completar, tem necessidade de encontrar o seu elemento complementar, evolutivamente, mais no alto. Isto pode acontecer sobretudo para quem, no momento em que amadureceu ao ponto de poder dar o salto evolutivo que o leva a um nível biológico superior, procura juntar-se a qualquer coisa na Terra, no plano humano, e não consegue encontrar.

Esta relação pode comparar-se também àquela que existe entre mestre e discípulo. Mas, em nenhum caso, nunca uma das duas personalidades se apossa da outra e a ela se substitui. Todavia, a diferença de nível evolutivo não impede a aproximação e a colaboração que se realizam sempre com o maior respeito pela personalidade do outro. O mestre transmite e fecunda, mas não se apossa por esse fato do discípulo, não se lhe substituindo. É lei que, quanto mais se evolui, tanto mais se respeita, como coisa sagrada, a personalidade do próximo.

Tal fenômeno não pode surpreender, porque vemos que ele não é excepcional na natureza, onde existe este princípio de dependência e subordinação de um elemento em função de outro, de tipo complementar, sem que isso signifique a sua diminuição, mas somente a sua complementação. Vemos,

assim, que os planetas giram à volta do sol, os elétrons em torno do núcleo do átomo, as nações mais débeis em redor das mais potentes, os subordinados à volta do seu chefe, a fêmea em torno do macho etc. Em todos os casos, verifica-se sempre o mesmo fenômeno, pelo qual, logo que surge um indivíduo de tipo centro, dispõem-se ao redor dele e se põem com ele a funcionar aqueles que lhe são complementares. Esta é uma técnica que a vida adota para coordenar os seus movimentos e organizar os elementos menores em unidades coletivas maiores. Ora, é natural que também o evoluído seja envolvido nesta técnica e que a siga, pondo-se a operar em relação a um centro proporcionado ao seu tipo de evoluído, isto é, uma fonte espiritual situada acima do plano humano.

Forma-se um elo de relações, como um acasalamento entre o elemento periférico e o central, com recíprocas funções, integrando-as. Não podemos aqui aprofundar o estudo desta técnica, que, neste momento, observamos só para explicar o caso tomado em exame. Tudo isso sucede de forma espontânea e automática, em obediência a determinadas leis. Querer violá-las, falsificando e usurpando posições que não correspondem à verdadeira natureza do indivíduo que as ocupa, é loucura que somente a inconsciência do involuído pode julgar realizável. Tal acasalamento é tanto mais livre e consciente quanto mais evolutivamente se sobe. Nos planos superiores, ele se alcança por consentimento recíproco e depois implica a observância dos compromissos que cada um tomou em relação ao outro, conforme a própria natureza e posição, como fazem o pai e a mãe, segundo a parte que a cada um respeita no trabalho comum de formar uma família. Como neste caso, constitui-se, então, um círculo fechado, baseado na cooperação, defendido pelo dever da recíproca fidelidade, sem promiscuidade de relações estranhas. Nestas uniões espirituais tal situação de exclusividade é imposta pela necessidade de coordenar o trabalho comum e de construir um único sistema de forças.

Nos contatos espirituais, tal exclusividade é necessária também, porque a passagem de outra personalidade através da que recebe deixa sempre vestígios. Daí a necessidade de que a fonte seja pura, bem individualizada e que fiquem fechadas as portas ao ingresso de quaisquer outras entidades desconhecidas que não se tenham joeirado e livremente escolhido. Em suma, a casa de nosso espírito não se pode deixar aberta a todos. A posição da mulher é sã e honesta, quando ela se oferece no matrimônio para formar uma família, e não quando introduz na sua intimidade qualquer macho que queira dispor dela. Deste modo a casa torna-se uma estrada suja por onde passam todos, mas impossível de ser habitada. Então, o contato é provisório e estéril, dele não nasce coisa alguma, além de um fugaz prazer, e não se chega a nenhuma construção espiritual como fruto da união. Não se forma o sistema centro-periférico, e tudo se dispersa sem fecundação nem criação. A vida repudia esses namoros vazios que não servem para os seus fins. Desse trabalho, de fato, não nasce um fruto orgânico, mas apenas detritos de pensamento, células espalhadas; não se gera um filho completo, feito para crescer e viver.

Eram necessárias essas premissas para compreender o nosso caso. Podemos, assim, entender como o fenômeno se produz pela conjunção de três elementos. Então, a Obra resulta constituída pela fusão dos seguintes termos:

1) A fonte de pensamento, ou fonte inspirativa, ou centro irradiante, isto é, o ponto de origem do fenômeno, o elemento positivo, ativo, dinamizante, fecundador, iniciador do movimento, si- tuado no plano espiritual.

2) O ser humano a ele subordinado, funcionando como instrumento de recepção, mas em posição de colaborador livre e consciente que a ele se liga por adesão espontânea para cumprir o mesmo trabalho, embora de forma complementar. Este funciona como canal na descida de princípios ideais, para dar a sua expressão no plano humano. Para fazer isso ele deve receber, e também captar, pensar, interpretar, traduzir, fazer tudo o que é necessário para executar a parte do trabalho que lhe compete. Neste sentido ele é fecundado, mas não passivamente; antes é um elemento cooperador complementar do primeiro na execução da mesma Obra, ainda que seja em posição subordinada. Assim, o elemento que está no alto se abaixa, enquanto aquele que está embaixo se eleva, até se encontrarem e se fundirem num mesmo circuito. Disto se vê que a importância do fenômeno reside no seu aspecto evolutivo mais do que no telepático, que não é senão um meio para alcançar o fim maior da vida, que é a evolução, neste caso, a do elemento humano cooperador. Trata-se, de fato, como referimos acima, de uma aproximação entre dois níveis evolutivos diferentes para estabelecer uma comunicação que se resolva num curso de espiritualidade que fatalmente tende a fazer subir a parte inferior.

3) A Obra é o terceiro termo, que resulta da fusão dos dois mencionados elementos em um mesmo circuito; é a criatura espiritual gerada da união espiritual, o filho dela nascido, ao qual o primeiro termo deu a alma e o segundo o corpo, revestindo-o de uma forma no plano sensório humano.

no qual temos os seguintes termos:

1) A centelha do pensamento criador. 2) A ação que realiza a gênese, dando-lhe forma. 3) a Obra criada resultante da cooperação dos dois primeiros elementos.

Isto corresponde à natureza trifásica do universo: 1) Espírito. 2) Energia. 3) Matéria, em que se projeta a Trindade máxima: 1) Espírito, 2) Pai, 3) Filho.

Este fato não é para admirar num universo funcionando por tipos ou modelos fundamentais, repetidos em todas as alturas e dimensões. Depois destas observações, podemos compreender qual é a técnica da gênese de nossa Obra. No seu início as Mensagens Espirituais bem como A Grande Síntese representam a primeira manifestação de uma forma de contato no qual o receptor é em grande parte passivo e em que é outra individualidade que fala. Mas depois, rapidamente e, cada vez mais, nos escritos sucessivos, esse receptor se transforma em elemento ativo, abandonando o método receptivo para assumir o de colaborador que capta e interpreta. Neste momento, desaparecida a forma mediúnica inconsciente e passiva, quando o fenômeno assim se desenvolvia na sua plenitude, preenchendo a sua função fundamental, ele deixou de interessar ao Espiritismo, porque foram ultrapassados os seus limites de forma.

Este processo foi preparado por duas provas no período que vai dos 25 aos 45 anos do autor. Superada esta fase de maturação, despedaça-se o diafragma que dividia os dois termos e com as "Mensagens" se estabelece o primeiro contato. Neste instante aparece o voto de pobreza, necessário para que aquele contato pudesse fixar-se com estabilidade, rompendo toda a ligação com o mundo. Vê-se logo a importância desta decisiva tomada de posição perante todo o desenvolvimento do fenômeno. Como conseqüência desta sua primeira fase, como se referiu no final do Cap. 1 deste volume, foi traçado, na primavera de 1932, o plano de trabalho do qual depois nasceu a Obra. Naquela ocasião foi livremente fixado um compromisso de ambos os lados, com recíproco pacto de fidelidade. O centro irradiante, se bem que superior, desejava respeitar totalmente a liberdade do instrumento, oferecendo apenas e não impondo o referido trabalho, condicionando-o a uma espontânea aceitação. (Grandes Mensagens - vol. 1).

A gestação da Obra durou quase quarenta anos, e o feto se formou e nasceu. E neste momento que queremos aqui orientar-nos para compreender o que sucedeu. Tudo foi previsto há muito tempo, quando não era possível sê-lo, e se realizou segundo um processo lógico, desenvolvendo-se harmonicamente, com proporções de períodos de tempo e de meios adaptados ao fim, de modo que não se pode deixar de reconhecer, escondida na profundidade do fenômeno, a presença de uma inteligência diretora. E a constatação da existência de um plano preposto à sua execução, o qual se desenvolveu depois com regularidade, é a observação, agora já depois dos fatos consumados, de toda a arquitetura do fenômeno concebido e depois realizado em forma musicalmente rítmica, é a realidade desses fatos que nos impõe chegar a tão surpreendentes conclusões.

Tal compreensão do fenômeno, através da visão do seu passado, é importante, porque nos leva ao conhecimento do significado da Obra, como da sua posição atual e seus prováveis desenvolvimentos. O processo que aqui vemos em ação é um caso particular da descida dos ideais à Terra, o qual estudamos no volume anterior que tem este titulo. Com a técnica que aqui examinamos, neste caso uma idéia de um plano superior desceu ao mundo, formalizando-se numa Obra escrita. Ainda mesmo no estado de pensamento somente escrito e não vivido, ela é já uma criatura completa, um organismo que funciona, move-se, vive, quer viver e por isso nasceu para continuar a existir no mundo. A Obra é de tipo crístico, evangélico, como é a fonte da qual deriva, mesmo que depois tenha de se vestir de forma racional e científica para poder ser aceita no mundo. Esta criatura, assim nascida, tem agora uma personalidade bem definida e, conforme sua natureza, começa a sua peregrinação na Terra. Deste fato resultam algumas conseqüências.

Trata-se de um sistema conceitual, amplamente explicado nos seus detalhes até às suas conclusões. Disto se vê que não há necessidade de interpretações que lhe alterem o sentido para adaptá-lo aos interesses de um grupo, seja qual for, como se costuma fazer em nosso mundo. A Obra se estendeu até à sua atual amplitude, precisamente para que pudesse também conter a sua interpretação.

A técnica da gênese da Obra nos mostra que ela é completa nos seus limites estabelecidos, pelo que, uma vez chegada à sua última palavra, ela se fecha, o fenômeno da comunicação telepática se detém, a fonte inspirativa emudece e, tendo o seu canal exaurido a sua tarefa, a transmissão se interrompe e se cala definitivamente. A criatura nasceu, é agora um ser vivo a cujo organismo não se podem mais acrescentar modificações. Ele é defendido pelas forças do Alto que reagirão contra qualquer atentado em tal sentido. A responsabilidade e as conseqüências recairão sobre quem o perpetrar. Com a Obra o

instrumento humano esgota toda a sua função. Não há, portanto, nada a modificar, acrescentar ou retirai àquilo que já está escrito e que permanece tal. O seu caminho leva agora, fatalmente, aquele instrumento para longe da Terra, na qual, por mais de oitenta anos, sofreu e trabalhou bastante. É lógico que ele se dirija para o outro termo com o qual se ligou, agora já definitivamente. Segue-se daí que qualquer chamada por via mediúnica será inútil, que qualquer comunicação obtida desse modo será ilusão um desabafo incontrolado do subconsciente do médium, mesmo que de boa-fé. Dizemos isto claramente neste livro para que fique escrito, a fim de evitar qualquer equívoco. Dado que o exato escopo de todo o processo foi a criação da Obra, uma vez alcançado, é lógico que o fenômeno deva se fechar, assim como se encerra toda a atividade genética quando nasce a criatura que foi gerada. É natural que, uma vez dito aquilo que se deve dizer, emudeça-se. Seria absurdo voltar a falar em outro lutar e época pela boca de incompetentes, estranhos ao fenômeno, desordenadamente, contradizendo os princípios de harmonia e organicidade observados tão rigidamente em toda a Obra.

Com isso esclarecemos a posição dos dois elementos: fonte inspirativa e seu instrumento humano. Falta agora, no momento de conclusão da Obra, estabelecer qual é na Terra a situação deste fruto derivado da sua fusão, o terceiro termo que dela nasceu, cuja gênese agora se completou. Cessa o trabalho inspirativo, e os dois primeiros componentes desaparecem da cena. Resta só o seu produto no ambiente terrestre. Agora entra em ação um novo fator; o mundo, por sua vez ativo e em outra direção, aquele contra o qual Cristo tão energicamente se declarou De agora em diante, a execução do trabalho não depende mais dos três termos, fonte, instrumento e Obra, mas se compõe só de dois: a Obra e o mundo.

Observemos o que acontece. Explicamos no citado volume anterior o fenômeno da descida dos ideais. Estes representam novas perspectivas biológicas, antecipações de evolução, tentativas de realizações futuras lançadas em frente para explorar o desconhecido e preparar-se para entrar em mais altos planos de evolução. Trata-se de projetos de tipos de existência mais adiantada, descidos daqueles

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