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GERENCIAMENTO DO LIXO ELETRÔNICO POR INSTITUIÇÕES PÚBLICAS FEDERAIS NO MUNICÍPIO DE HUMAITÁ-AM

Os artigos contidos neste bloco apresentam diagnósticos referentes ao gerenciamento de resíduos eletroeletrônicos em instituições públicas e privadas São trazidos também estudos

2.1. GERENCIAMENTO DO LIXO ELETRÔNICO POR INSTITUIÇÕES PÚBLICAS FEDERAIS NO MUNICÍPIO DE HUMAITÁ-AM

ALMEIDA, Fernanda Lemos de

Estudante do curso Técnico de Nível Médio em Informática, Bolsista Pibic Jr. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas, Campus Humaitá (IFAM) felemos2@hotmail.com

RORIZ, Pedro Augusto Costa

Mestre em Ciências de Florestas Tropicais Professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas, Campus Humaitá (IFAM) pedro.roriz@ifam.edu.br

SOARES, Ricardo Loureiro

Mestrando em Ciências da Educação (Tecnologia Educativa) - Universidade do Minho, Portugal Professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas, Campus Humaitá (IFAM)

ricardols@ifam.edu.br

RESUMO

Lixo eletrônico é todo material em desuso produzido pelo descarte de equipamentos, peças ou dispositivos eletroeletrônicos como computadores, celulares e eletrodomésticos. Sem a disposição correta, esse resíduo pode causar danos ambientais e à saúde humana devido a sua composição com diferentes tipos de materiais e metais pesados. Tendo em vista que o descarte dos resíduos sólidos no município de Humaitá-AM é feito no lixão da cidade e que as unidades locais das instituições públicas federais tem responsabilidades socioambientais, o trabalho teve como objetivo conhecer os processos de descarte de lixo eletrônico nas organizações públicas federais de Humaitá. Para obter os resultados, foi aplicado questionário em dez instituições. Através dos dados levantados foi possível compreender que a maioria das instituições tem problemas com a destinação final desse resíduo e ficam sem alternativas para fazê-la. Os resultados ainda apontaram para um conhecimento mediano dos entrevistados sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos.

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1.INTRODUÇÃO

Lixo eletrônico é todo resíduo material produzido pelo descarte de equipamentos eletrônicos obsoletos como televisores, rádios, telefones celulares, eletrodomésticos, todos os equipamentos de microinformática, vídeos, filmadoras, ferramentas elétricas, DVD’S, lâmpadas fluorescentes, brinquedos eletrônicos e tantos outros produtos concebidos para facilitar a vida moderna (RODRIGUES, 2012;DAMASCENO et al., 2015).Este tipo de resíduo tem aumentado muito uma vez que o desenvolvimento tecnológico contínuo reduz a vida útil de equipamentos eletrônicos (DAMASCENO et al., 2015) em um processo denominado obsolescência planejada (BARTL, 2014).

Ao tornar-se resíduo, o eletrônico deve ser direcionado à reciclagem, reutilização ou, se não houver condições para tais processos, deve ser descartado de forma que não prejudique o meio ambiente onde será inserido. Apesar de grande parte dos metais utilizados nos componentes eletrônicos poder ser reutilizado e gerar bom retorno econômico (MAZZOLI et al., 2013), há dificuldade na reciclagem de eletrônicos devido a sua complexidade (NNORO e OSIBANJO, 2008).

Os eletrônicos descartados de forma incorreta representam o tipo de resíduo sólido que mais cresce no mundo. Um dos problemas do manejo dessa variação de resíduos está nas substâncias tóxicas não biodegradáveis em sua composição quequando expostas a céu aberto ou despejadas diretamente no solo podem poluir o solo, o ar, os lençóis freáticos e causar prejuízos à saúde humana (KIDDEE et al., 2013). O lixo eletrônico é um problema de responsabilidade das empresas, do governo, da sociedade e das instituições de ensino em seus diversos segmentos, que devem assumir o compromisso quanto ao ciclo completo desses equipamentos (BEIRIZ, 2005).

No intuito de preservar o meio ambiente, promover e exigir formas corretas de descarte de resíduos sólidos, foi criado a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010 (BRASIL, 2010), abordando soluções para o descarte de lixo eletrônico, que em seu art. 33, estabelece que é de responsabilidade dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, a estruturação e implementação de sistemas de logística reversa para esses produtos. Esse sistema é baseado na ideia de estender a responsabilidade do produtor, de acordo com o princípio do direito ambiental internacional do “poluidor pagador” (KIBERT, 2004). O agente gerador do resíduo (ou poluição) torna-se responsável por ele.

A logística reversa consiste em atividades relacionadas com os fluxos de entrada de materiais ou suprimentos e, de saída de produtos. Segundo LEITE (2000) éa área da logística empresarial que visa equacionar os aspectos logísticos do retorno dos bens ao ciclo produtivo ou de negócios, por meio da multiplicidade de canais de distribuição reversos de pós-venda e de pós-consumo, agregando-lhes valores econômico, ecológico, legal e de localização. Muitas empresas vêm praticando a Logística Reversa, obrigadas por legislações ambientais ou pressões de organizações ambientalistas (ROGERS E TIBBEN-LEMBKE, 1998).

Em instituições públicas brasileiras, estudos mostram que nem sempre há uma forma de gestão adequada para o lixo eletrônico. Muitas vezes é armazenado (OLIVEIRA e EL-DEIR, 2011;

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RIBEIROet al., 2014) ou doado (OLIVEIRA E NEGREIROS, 2010; BISCAINO, 2012), não garantindo a continuidade da responsabilidade ambiental e efetiva solução do problema.

No município de Humaitá – AM,o processo de descarte final dos resíduos sólidos tem como destino o “Lixão de Humaitá”, onde são despejados diretamente no solo e expostos a céu aberto. Isso ocorre, pois o município ainda não implementou maneiras ou conta com empresas responsáveis pela coleta seletiva obrigatória, nem dispõe de um aterro sanitário, como prevê a PNRS. Considerando os possíveis impactos ambientais causados pelo lixo eletrônico e a necessidade de instituições públicas apresentarem planos e ações de responsabilidade socioambiental, o presente trabalho buscouidentificare conhecer os processos de descarte de lixo eletrônico nas organizações públicas federais domunicípio de Humaitá, como parte do projeto de Pibic Jr. intitulado “Lixo eletrônico no município de Humaitá: características, disposição e conscientização da comunidade”, desenvolvido no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia – Campus Humaitá.

2.METODOLOGIA

O estudo foi realizado no município de Humaitá que está localizadona região sul do estado do Amazonas, fazendo limites com os municípios de Tapauá - AM, Canutama - AM, Manicoré - AM e Porto Velho – RO (Figura 1). Possui área de 33.121,557 Km² e população estimada em mais de 50.000 habitantes(IBGE, 2015).

Figura 3 - Limites políticos do município de Humaitá -

AM

Fonte: Próprio autor

Como instrumento de pesquisa foi utilizado um questionário, aplicado durante o período de 25/02/2016 a 15/03/2016, a servidores que atuam nas unidades locais de todas asinstituições federais do município de Humaitá: 54° Batalhão de Infantaria de Selva - Exército Brasileiro; Agência

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da Receita Federal do Brasil; IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas); INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária); FUNAI (Fundação Nacional do Índio) - Coordenação Regional do Madeira; DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte); IFAM (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas) - Campus Humaitá; IBAMA; (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis); ICMBio – Instituto Chico Mendes de Conservação Da biodiversidade; IEAA/UFAM – Instituto de Educação, Agricultura e Ambiente da Universidade Federal do Amazonas. O questionário foi utilizado como método direto de obtenção dos resultados acerca da frequência com que são adquiridos novos equipamentos eletrônicos para as instituições e qual a destinação final desses resíduos eletrônicos.

Para responder às questões, foi selecionado, quando a unidade dispunha, do funcionário responsável pelo almoxarifado ou setor equivalente de controle de patrimônio. Quando não havia setor competente, as questões foram direcionadas ao representante maior dessa unidade ou outro indicado por ele.

O questionário foi composto de seis questões sendo cinco objetivas (Questões de 1 a 5) e uma discursiva:

1 - Qual é o seu conhecimento sobre lixo eletrônico?

2 - Com que frequência são comprados novos aparelhos eletrônicos para a instituição? 3 - Como é realizada a coleta ou o descarte de lixo eletrônico em sua instituição?

4 - Nos últimos três anos quantas vezes trocou de: Computador; Monitor; Notebook/Netbook; Impressora; Teclado; Nobreak; Mouse; Modem; Pen drive; Fonte de energia; Aparelho de som; Aparelho eletrônico; HD externo; outros.

5 - Você conhece Política Nacional de Resíduos Sólidos?

6 - Qual sua opinião sobre o lixo eletrônico em relação as providências que são exercidas na presente instituição?

Os dados foram analisados e apresentados na forma de gráficos e tabelas.

3.RESULTADOS

Após a aplicação do questionário nas instituições federais foram obtidos os seguintes resultados:

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Figura 4 - Respostas à 1ª questão: Qual o seu conhecimento sobre lixo eletrônico?

Fonte: Próprio autor

Com as respostas à primeira questão observa-se que o lixo eletrônico é conhecido em um nível básico e sintáticotendo em vista que apenas 40% dos questionados, tem conhecimento claro sobre o tema (Figura 2). Ainda, foi notória durante a entrevista, a surpresa e curiosidade demonstradas pelos funcionários, ao deparar-se com o termo.Essa informação retrata ainda o desconhecimento de parte da população, sobre os danos causados pelo lixo eletrônico (SVTC, 2006) e sobre o potencial negativo, para o meio ambiente e consequentemente para o ser humano, do aumento no uso de equipamentos eletrônicos (BHUTTA, et al., 2011). Esse resultado demonstra que há necessidade de maior divulgação das políticas ambientais, mesmo no setor público, para que servidores possam atuar de forma responsável não só no ambiente de trabalho, mas também em sua comunidade.

A compra de equipamentos varia de instituição para instituição (Figura 3), pois cada uma segue suas devidas normas e necessidades.Instituições que foram implantadas recentemente fizeram apenas uma compra de aparelhos.Já unidades mais antigas,compram equipamentos eletrônicos com certa periodicidade. Porém, em apenas 30% dos casos, as compras são realizadas anualmente, sendo que, em algumas das instituições pesquisadas, a compra de novos equipamentos é realizada por departamento ou setor.

Em relação aos procedimentos para descarte do lixo eletrônico (Figura 4), a maioria das instituições (60%) faz o seu armazenamento em lugares específicos ou mesmo, em lugares improvisados de forma desorganizada (Figura 5).Isso acorre pelo fato das unidades locais de cada instituição não possuírem autonomia para realizar o descarte do lixo eletrônico, pois os mesmos devem obedecer àsnormas de gestão patrimonial (BRASIL, 1988) que em muitos casos fica a cargo do órgão superior (sede) de cada instituição. A mesma condição de armazenamento é retratada por Oliveira e El-Deir(2011), na Universidade Federal Rural de Pernambuco, eRibeiro et al. (2014) no Instituto Federal Fluminense.

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Figura 5 - Respostas à 2ª questão: Com que frequência sã comprados novos aparelhos eletrônicos para a instituição?

Fonte: Próprio autor

As outras instituições (40%) possuem autonomia parafazerdoações que são realizadas para outras instituições do município.A doação é uma ferramenta para se desfazer dos equipamentos eletrônicos obsoletos porém, não soluciona o problema daqueles com defeito. O ato de doação transfere a responsabilidade do descarte final para o receptor que deve ter responsabilidade socioambiental e agir de acordo com a legislação (BISCAINO, 2012), pois, de outra forma, não resolve o problema da disposição dos resíduos eletrônicos, apenas adia sua ida para o lixão.

Apenas uma instituição informou que possuicomo práticao conserto eareutilização de peças e demais materiais oriundos do lixo eletrônico restando assim, muito pouco para o descarte. A prática de reutilização de peças é apontada como essencial na gestão do lixo eletrônico (BABU, et al., 2007), sendo a primeira alternativa antes da doação e descarte para reciclagem (RIBEIROet al., 2014).

Figura 6 - Respostas à 3ª questão: Como é realizada a coleta ou o descarte de lixo eletrônico em sua instituição?

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Fonte: Próprio autor

Figura 7 - Armazenamento do lixo eletrônico

Fonte: Próprio autor

Para entender a frequência com que são comprados novos aparelhos eletrônicos, na 4ª questão, foi apresentada uma tabela para o funcionário apontar quantas vezes foi feita a troca de determinados equipamentos eletrônicos no período de três anos. Pelos resultados do Quadro 1 entende-se que em geral, as trocas ocorrem no máximo uma vez a cada três anos.

A frequência na troca dos equipamentos citados varia para cada instituição levando em consideração o tamanho da unidade local, especificidades do trabalho e políticas internas, de acordo com as seguintes condições:

Quantidade de setores e funcionários que utilizam esses equipamentos; manutenção de máquinas que tem programas específicos e não é possível realizar a troca de dados desses programas para computadores atuais por não suportarem sistemas operacionais ultrapassados; facilidades e rapidez de processamento de equipamentos atuais; equipamentos que devem ser adquiridos pelospróprios servidores (pen drive, HD externo, teclado, mouse); conserto de peças por parte da instituição ou pelo responsável pela utilização do equipamento.

Pode-se observar que parte das trocas se dá por equipamentos que se tornam ultrapassados ou obsoletos e isso, acontece cada vez mais rápido em uma política de produção denominada obsolescência planejada que faz com que produtos consumidos (principalmente eletroeletrônicos) tenham pouca durabilidade pelo lançamento de novas tecnologias ou pelo próprio tempo limitado de vida útil (BARTL, 2014).

Na quinta questão, questionados sobre seu conhecimento acerca da Política Nacional de Resíduos Sólidos, 40% dos servidores afirmaram conhecer a política (Figura 6).Após apontarem seu

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nível de conhecimento, a maioria dos funcionários, independente do grau de conhecimento, fez observações e comentários sobre a situaçãode suas instituições em relaçãoàs questões anteriores e ao debate sobre o lixo eletrônico, concluindo que o município de Humaitá encontra-se a margem dessa política e que a carência da mesma deveria ser um fato de maior preocupação por parte do governo e da comunidade.

Quadro 3- Frequência com que são comprados novos equipamentos eletrônicos

Fonte: Próprio autor

Na última questão (Qual sua opinião sobre o lixo eletrônico em relação às providências que são exercidas na presente instituição?), constatou-se que mesmo com o empenho por parte das unidades locais, em manter o descarte de lixo eletrônico o mais correto possível, não há muito o que fazer, tendo em vista as informações explanadas sobre as consequências que o descarte incorreto do lixo eletrônico causa no meio ambiente e na sociedade.

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Figura 8 - Respostas à 5ª questão: Você conhece a Política Nacional de Resíduos Sólidos?

Fonte: Próprio autor

Ao decorrer de cada relato e debate sobre o lixo eletrônico, todos os questionados concluíram e comentaram sobre a falta de estrutura e meios necessários para o reaproveitamento de lixo eletrônico no município de Humaitá. Diante dessa falha e de não se ter uma estimativa exata do tempo que levará para que esse problema seja reconhecido e solucionado, foram apontadas por alguns funcionários, soluções temporárias e acessíveis como parcerias entre empresas de reciclagem de outros municípios vizinhos, que proporcionem o recolhimento e descarte correto do lixo, assim como leilões que abrangeriam toda a comunidade local.

Como resposta e uma possível solução para o futuro ou já existente acúmulo de lixo eletrônico, um funcionário apresentou sua opinião de que, um dos principais fatores para o excessode produção de lixo em todo mundo, seja nas residências, empresas ou instituições, é o consumismo.Acrescentou ainda que a globalização e a ciência fizeram que, principalmente os eletrônicos, ganhassem uma popularidade e evolução constante e rápida, causando uma aglomeração de equipamento em desuso. Tudo isso, devido a estratégia de algumas grandes empresas de equipamento elétricos e eletrônicos que ao lançarem seus novos produtos, ressaltam suas “inovações”, para que os consumidores, venham a se desfazer dos eletrônicos antigos e adquirir o produto atualizado. Mas,com um pouco de atenção, é possível notar que ao comparar um novo modelo de um mesmo produto com o seu antecessor, são encontradas poucas utilidades novas e, que esse processo de atualização de equipamentos eletrônicos torna a população consumidora responsável pela constante produção de lixo eletrônico. Esse mesmo discurso é corroborado por Leonard (2011) que demonstra como os produtos são fabricados para se tornarem obsoletos e incentivarem o consumismo.

Alternativas para a disposição do lixo eletrônico em pequenas cidades devem partir da própria comunidade, sem esperar pelo poder público para solucionar o problema (LUNDGREN, 2012), principalmente em locais que não apresentam forte governança para reforçar e fazer valer a legislação (HICKSet al., 2005). A criação de cooperativas para a reciclagem pode promover a geração de renda e propiciar uma destinação correta aos resíduos (LUNDGREN, 2012).

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Ao término da aplicação do questionário nas instituições federais do município de Humaitá, constatou-se que, por parte das unidades locais, há preocupação com a disposição do lixo eletrônico e que as mesmas, utilizam métodos cabíveis, dentro de suas possibilidades,para dar a melhor destinação possível a esse tipo de resíduo. Uma vez que o município não conta com alternativas mais adequadas para o descarte, a solução encontrada para a maioria é armazenar, até que surjam melhores opções.

4.CONCLUSÕES

Através da aplicação de questionários nas unidades locais das instituições públicas federais do município de Humaitá foi possível verificar que a região ainda não conta com alternativas eficientes para a disposição e descarte do lixo eletrônico. As instituições muitas vezes ficam reféns de suas unidades gestoras (sede), esperando alternativas ou mesmo o recolhimento do material em desuso. Os motivos que levam a comprar novos produtos eletrônicos e sua periodicidade variam para cada instituição. Os servidores questionados, em geral, apresentam conhecimento mediano sobre a Política Nacional de Resíduos sólidos e sobre o que de fato é o lixo eletrônico.

Esses resultados demonstram que apesar da legislação ser específica sobre a utilização de logística reversa e estudos enfatizarem os cuidados que se deve ter com o lixo eletrônico na prática ainda não há alternativas eficientes e tangíveis para sua correta disposição, pelo menos para as unidades locais de instituições públicas federais do município de Humaitá. Nesse sentido, a legislação ainda precisa evoluir para facilitar e incentivar a distribuição de equipamentos eletrônicos em desuso para terceiros, que possam dar aplicação aos mesmos, mas as alternativas devem ser criadas localmente, sem esperar que as soluções venham de níveis hierárquicos superiores.

REFERÊNCIAS

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