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Gestão de transportes

No documento LOGÍSTICA EMPRESARIAL (páginas 89-92)

O transporte é responsável pela maior parcela dos custos logísticos, tanto para uma organização quanto na participação dos gastos logísticos em rela- ção ao Produto Interno Bruto (PIB) de uma nação, e ainda depende do está- gio de desenvolvimento econômico da nação.

Levantamentos realizados nos EUA indicam que os gastos com logística equivalem a cerca de 10% do PIB americano, o que representa cerca de US$700 bilhões, o equivalente ao PIB brasileiro. Embora não existam levantamentos específicos, estima-se que no Brasil os gastos com as atividades logísticas correspondam a cerca de 17% do PIB, com base no fato de que os gastos com transporte correspondem a 10% do PIB, e que na média o transporte corresponde a 60% dos custos logísticos. (FLEURY, 2000, p. 30)

Por essa magnitude, o transporte é uma das áreas de gestão da logística que mais atenção recebe e talvez por isso tenha surgido a confusão de en- tendimento sobre o que é a logística integrada.

A infraestrutura de transportes de uma nação influencia diretamente os custos e a eficiência do transporte. Condições precárias elevam os custos ou limitam a extensão do mercado de uma organização, ou seja, a organização

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a suprir áreas próximas ao ponto de produção. Nessa situação, a compensa- ção do custo de transporte pelo custo de produção requer que este último seja extremamente baixo.

A melhora da infraestrutura de transportes cria condições superiores de competição, incentivando a concorrência por mercados mais ampliados ou mercados antes inacessíveis a algumas organizações. Soma-se a isso o fato de que a dinâmica de preços entre concorrentes tende a estabelecer preços mais globais para um produto ou serviço e menos regionalizados de acordo com a localização.

Esta é a lógica dos preços na era globalizada, a entrada de novos con- correntes com abrangências geográficas ampliadas – logo detentores de maiores economias de escala em produção e transporte – provoca a queda dos preços. Mesmo que inicialmente os preços caiam apenas como um mo- vimento defensivo de uma organização perante a ameaça do entrante no mercado, a tendência é a de reorganização de processos e custos para que a efetiva competição se realize no mercado e, após algum tempo, as forças competitivas se ajustem.

Infelizmente, o Brasil sofre com sua infraestrutura logística desde a época da colonização. Sistemas logísticos que favoreçam o desenvolvimento de uma nação, ainda mais com a extensão do Brasil, devem contemplar a com- binação dos modais de forma mais econômica para a cobertura de toda a extensão territorial. E, porque não, extraterritorial, incentivando o comércio internacional. E, acima de tudo, uma infraestrutura logística competitiva requer investimentos em ações de manutenção, ampliação e interligação dos modais de transporte. Ainda com as privatizações de portos e ferrovias, o Brasil apresenta predominância do transporte rodoviário, o que prejudica a competitividade internacional.

Em se tratando da combinação dos modais, os fatores a se considerar para sua seleção são: a disponibilidade, a frequência de oferta do serviço, o preço, o tempo de viagem e as variações do transit time ou tempo de trânsito, o

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custos e qualidade. E, pela especificidade, é facilitado por prestadores de ser- viços focados em transporte, ou melhor dizendo, gestão de transportes.

A gestão de transportes relaciona-se com a manutenção do nível de servi- ço e com a manutenção dos custos operacionais necessários. Esses custos são relacionados à mão de obra, a equipamentos, ao combustível, à manutenção, a taxas de uso de terminais de carga e descarga, à taxa de uso de ferrovias e rodovias e aos demais custos administrativos. Os custos variáveis são os que de- pendem do volume transportado, por exemplo, mão de obra e combustível; e os fixos são relacionados a condições da estrutura do prestador de serviços, como equipamentos, veículos de transporte e instalações dos centros de distribuição.

A natureza e a amplitude dos custos fixos em si justificam a contratação de prestadores de serviço especializados, mas vale ressaltar que o foco no negócio principal de uma organização define como canalizar seus esforços e recursos. Um produtor de bens ou serviços que não esteja inserido na área de logística tem foco no seu processo de agregação de valor ao bem ou ser- viço e não no transporte.

As atividades centrais da gestão de transportes são: a designação do modal ou dos modais apropriados;  a roteirização de embarque;  programação de veículos; e  consolidação de fretes. 

A eficiência dos custos de transporte é influenciada pela correta utiliza- ção dos modais e dos veículos disponíveis, assim a roteirização se apresen- ta como um dos principais problemas. A decisão sobre uma rota consiste em otimizar a utilização dos veículos na melhor distância entre o ponto de origem e o ponto de entrega. Decide-se ainda o itinerário entre os pontos e o carregamento do veículo, deve-se definir a sequência de entrega, caso ocor- ram vários clientes na rota. Ou ainda deve-se prever situações de descarga e consolidação de novas cargas para entregas em outros pontos.

Todas as atividades do transporte influenciam os custos e o nível de serviço. Não é raro que, após muitos esforços para adequação de processos e alinha- mento com clientes, a entrega, dependente de um parceiro da organização, não saia conforme o planejado. Assim, a seleção do prestador de serviços requer

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especial atenção. Nos últimos anos, os prestadores de serviços logísticos têm se especializado muito e surgiram os chamados operadores logísticos.

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