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As empresas para se manter no mercado, cada vez mais competitivo, precisam adotar um posicionamento estratégico, que represente situação favorável frente à concorrência. Wernke (2001).

A gestão estratégica tradução da expressão inglesa Strategic Cost Management, tendo a função de orientar e controlar as diversas atividades da empresa, visando à melhoria continua de desempenho, analisando todas as variáveis com as devidas comparações as abordagens tradicionais das análises de custos, de acordo com Perez jr., et al (2001).

Martins (2000 apud PEREZ JR., et al, 2001, p. 285) argumenta que, “a expressão gestão estratégica de custos vem sendo utilizada nos últimos tempos para designar a interação que deve haver entre o processo de gestão de custos e o processo de gestão da empresa em sua totalidade”.

Conforme Wernke (2001, p. 67), tais estratégias podem ser entendidas como:

a) Liderança de custo: deve-se ter um produto de baixo custo, para que se possa obter um bom potencial de manutenção de preços baixos;

c) Enfoque: deve-se encontrar um nicho no mercado, no qual seja possível competir favoravelmente e nesse mercado restrito podem ser utilizados as estratégias genéricas “liderança em custos” ou diferenciação.

As empresas estão sendo obrigadas a se adaptar a nova realidade do mercado e a se aperfeiçoar de forma continua, buscando a excelência produtiva, exigindo especialização e competência nas atividades, se esta quiser manter-se no mercado. Bornia (2002). Neste contexto, Abreu interpreta da seguinte forma:

A globalização da economia e a velocidade com que ocorrem as mudanças tecnológicas vêm acentuando a necessidade de as organizações buscarem constantemente a melhoria de seus produtos e/ou serviços. Isso reforça de maneira crescente a competição que vem se verificando no cenário empresarial mundial, fazendo com que as entidades busquem consolidar suas estratégias de permanência no mercado.

As estratégias escolhidas podem ser focadas em custos ou diferenciação, variando de acordo com os interesses e as potencialidades que a empresa possui ou que pode vir a oferecer a seu mercado consumidor, (ABREU, 2011, p. 34).

No quadro 1 consta a comparação entre as abordagens tradicionais de análise de custos e a gestão estratégica:

Quadro 1: Comparação, abordagens tradicionais de análise de custos e a gestão estratégica

As informações decorrentes da abordagem

tradicional limitam as seguintes análises A gestão estratégica de custos permite a utilização de ferramentas mais apropriadas para gestão empresarial

*Análise do ponto de equilíbrio Break- even point; *Valor presente;

*Análise de índices financeiros; *Retorno sobre o investimento; *Ferramenta TQC- qualidade total

*Análise de agrupamento de atividades;

*Análise dos geradores ou direcionadores de custos (cost drivers);

*Análise das atividades que agregam/não agregam valor;

*Análise dos processos operacionais e

administrativos;

*Análise do benchmarking; *Análise do custo da qualidade; *Análise da rentabilidade de clientes;

*Análise de redução dos tempos dos ciclos operacionais;

*Análise de fragmentação/ concentração de atividades;

*Custeio de produtos e serviços. Fonte: Govindarajan e Shank (1997 apud PEREZ JR., et al, 2001, p. 286).

Portanto a avaliação gerencial necessita ir além de indicadores de custo, embora seja crucial, necessita de uma visão global, que possa contemplar os pontos fracos e fortes da empresa, onde as informações estejam compatíveis a realidade em que está inserida, e os

métodos atuais e apropriados, de forma que a gestão estratégica seja de fato eficiente e eficaz no processo de conclusões e recomendações.

2.6.1 Alavancagem

O conceito de alavancagem se assemelha ao de uma alavanca empregado em física, ou seja, por meio de uma força pequena no braço maior da alavanca é possível mover um peso muito maior no braço menor, de forma análoga à razão existente entre os braços da alavanca, a razão para esse feito está nos gastos fixos da empresa. Bruni e Famá (2004), como os gastos fixos podem situar-se nos dois lados do balanço patrimonial, a alavancagem empresarial pode ser classificada em:

- Alavancagem operacional: decorre da existência de gastos fixos relacionados a ativos (investimentos) e atividades operacionais da empresa, como depreciação, folha de pessoal, aluguéis etc.;

- Alavancagem financeira: decorre da existência de gastos fixos relacionados ao passivo (financiamento) da empresa, como os juros pagos e dividendos preferenciais, quando pagos como percentual sobre o capital composto por ações preferenciais. Bruni e Famá (2004, p. 249).

A alavancagem pode ser expressa por meio dos graus de alavancagem: Quadro 2: Graus de Alavancagem

Grau de alavancagem Fórmula O que expressa

Operacional (GAO) % Lucro operacional

% Venda Relação entre variações no lucro operacional em decorrência de variações nas vendas. Decorre da existência de custos fixos operacionais. Financeira (GAF) % Lucro Líquido

% Lucro Operacional decorrência de variações no lucro operacional. Relação entre variações no lucro líquido em Decorre da existência de custos fixos financeiros. Combinada (GAC) % Lucro Líquido

% Vendas GAO X GAF

Relação entre variações no lucro líquido em decorrência de variações nas vendas. Decorre da existência de custos fixos operacionais e financeiros. Fonte: Bruni e Famá (2004, p. 252).

A alavancagem permite a compreensão, análise dos gastos e suas variações, sua representatividade no resultado final possibilitando ao gestor uma ferramenta gerencial eficaz para planejamento e tomada de decisão.

2.6.2 Rotatividade dos estoques

Gerir estoques é gerenciar informações, troca de informações no todo. O estoque é um recurso usado de forma explícita e visível. A administração correta dos recursos na gestão de estoque pode gerar benefícios em termos de lucro, redução de desperdícios e racionalização das atividades. O estoque é um regulador dos fluxos de negócios, Zanon (2008).

Existem diversas metodologias aplicáveis no gerenciamento de estoques (lote econômico de compra, curva ABC de estoques etc.), Wernke (2001, p. 160).

O giro ou rotatividade de estoque é um importante método utilizado na gestão. O giro é comportamento do estoque em relação à procura, venda e demanda, ou seja quantas vezes estoque se renova num período de tempo. Sendo assim o termômetro de circulação dos estoques, é a forma de identificar ativos inativos, produtos “aposentados”, “dorminhocos” ou “roncadores”. Quando o giro é alto os custos de armazenagem e manutenção são baixos e conseqüentemente maiores as oportunidades de cobrir despesas com margem de lucro, Zanon (2008).

O giro pode ser obtido através de valores monetários ou unidades. Geralmente prevalece o interesse pela dimensão temporal (n° de vezes) ao longo de um período de tempo, conforme Zanon (2008, p. 32) as diferentes fórmulas são:

1) Giro anual ou semestral (n° de vezes):

a) Giro = vendas anual/estoque médio anual ou Venda semestral/estoque médio semestral

b) Giro = Valor Consumido no período Valor estoque médio no período

c) Giro = Valor Financeiro das Vendas / Valor Financeiro do estoque médio anual ou semestral

d) Giro = Somatório de saídas num período / saldo médio neste período e) Giro = Custo da Mercadoria Vendida / estoques

f) Giro = Custo dos Produtos Vendidos / estoques g) Giro = venda mensal x 12 ou venda mensal x 6

estoque médio anual estoque médio semestral h) Giro = Vendas

EI+EF/2

2) Giro (número de dias) = 360 / giro anual ou 180 dias Giro semestral 3) Giro (número de meses) = 12/ giro anual ou 6/ giro semestral

4) Antigiro (anual) = estoque médio/ consumo ou venda anual ou valor do estoque/ venda média diária x 360

5) Antigiro (número de dias) = antigiro anual x 360 6) Antigiro (número de meses) = antigiro anual x12

7) Cobertura (número de dias) = Número de dias do período em estudo/ Giro Quando o quociente do giro for menor que 1 (um) significa que parte dos recursos financeiros está sendo usado para manter o estoque.

O antigiro reflete a capacidade de atendimento regular da demanda sem reposição de mercadorias. É o tempo de alcance estoque disponível.

Portanto o giro do estoque é uma importante ferramenta de gestão, um termômetro capaz de identificar as movimentações dos bens, identificando eventuais falhas e sobras, e com isso a real situação dos itens estocados.

3 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Neste capítulo se inicia o processo de análise e representação dos cálculos inerentes a Indústria Têxtil, com base em dados do primeiro trimestre de 2012. Por meio da descrição dos processos, apuração dos custos com matéria-prima, pessoal, depreciação, custos indiretos variáveis e fixos, compondo o custo total. Por meio de todas essas informações formou-se o preço de venda orientativo, e o mesmo foi confrontado com os valores atuais praticados pela organização. A compreensão de todas essas variáveis permitiu uma análise gerencial dos resultados, por meio de sua margem de contribuição, ponto de equilíbrio, margem de segurança operacional, grau de alavancagem e rotatividade dos estoques.

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