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6 Gestão Integrada

No documento COMITÊ EDITORIAL 26/11/2012 (páginas 84-86)

De acordo com British Standards Institution (2007), os Sistemas de Gestão, possuem grande similaridades das diretrizes das normas, proporcionando uma facilidade de integração dos sistemas, sejam eles da Qualidade (ISO 9001), Meio Ambiente (ISO 14001), Saúde e Segurança Ocupacional (OHSAS 18001) e Responsabilidade Social (SA 8000), entre outros. O mesmo é ressaltado por Pombo e Magrini (2008), ao apresentarem a tendência crescente dos Sistemas de Gestão Integrada no Brasil, demonstrando as similaridades entre a ISO 9001, ISO 14001 e OHSAS 18001.

De acordo com Coelho (2000, apud BRENDLER E BRANDLI, 2011), uma excelente oportunidade para reduzir custos com o desenvolvimento e manutenção de sistemas separados, ou de inúmeros programas e ações que, na maioria das vezes, se sobrepõem e acarretam gastos desnecessários, é por meio da integração dos sistemas de gestão de uma organização em um único sistema (SGI).

[...] os benefícios do SGI poderiam ser sintetizados em: redução na documentação, redução nos custos, sinergia nos sistemas de gerenciamento, redução das auditorias e da necessidade de treinamento, melhoramento da comunicação entre departamentos, melhoramento da imagem da empresa [...] (DOUGLAS E GLEN, 2000, apud BRENDLER E BRANDLI, 2011).

Para Ribeiro Neto (2008), a implantação e manutenção da normatização de sistemas de gestão integrada nas empresas (SGI) ocorrem em virtude da necessidade do desenvolvimento de um sistema único para o gerenciamento das múltiplas certificações obtidas pelas mesmas. Esse sistema necessita coordenar os diversos requisitos, integrar os elementos comuns e reduzir redundâncias, uma vez que lidar com sistemas isolados,

cobrindo diferentes questões, e assegurar que esses mantenham-se alinhados entre si e com as estratégias organizacionais, não é uma tarefa fácil.

[...] a manutenção de iniciativas isoladas pode também levar a conflitos, desperdício de recursos e questionamentos sobre o valor de se manterem essas certificações. Não é impossível, por exemplo, imaginar uma solução que melhore a qualidade de um produto, mas piore os impactos ambientais ou os riscos à saúde e segurança, e vice- versa [...] (RIBEIRO NETO, 2008).

Além disso, os sistemas de gestão (SGI) também permitem que ocorra a integração dos demais sistemas de gestão em uso na empresa, atendendo como um sistema global de gestão.

[...] sistemas de gestão tem elementos estruturais comuns. Em geral, começam com uma política que deve ser desenvolvida e promovida pela alta direção. Por exemplo, a NBR ISO 9001, em sua subseção 5.3; a NBR ISO 14001, em sua subseção 4.2; a OHSAS 18001, em sua subseção 4.2; a SA 8000 em sua seção 9; e a NBR 16001, em sua subseção 3.2, estabelecem explicitamente o requisito de definição das políticas de qualidade, meio ambiente, saúde e segurança e responsabilidade social, respectivamente. Na seqüência, exigem que a organização desenvolva o planejamento do seu sistema de gestão e estabeleça objetivos e metas que permitam aferir o sucesso de seus planos. Concluído o planejamento, requerem a implementação e operação [...] (RIBEIRO NETO, 2008).

Nesse âmbito, visualiza-se a possibilidade de um sistema que contemple a administração realmente eficiente, que integre todas as necessidades para atendimento de um mercado exigente e, ao mesmo tempo, consciente de que o trabalhador e seu meio ambiente devem ser preservados.

Entretanto, Khanna et al (2009), alertam como obstáculos dos SGIs: a falta de suporte da administração; falta de treinamento; as auditorias; a falta de comunicação; as barreiras culturais e; a inexistência de guias específicos para a implementação do SGI. Em pesquisa desenvolvida no ano de 2010, sobre a integração dos sistema de gestão ambiental no sistema de gestão de qualidade, Brendler e Brandili (2011) também ressaltam os conflitos enfrentados pelas empresas no processo de implantação das normas:

[...] por outro lado também pode ser percebida uma desvantagem no que se refere à gestão integrada dos sistemas: é muito mais passível de incluir procedimentos ou instruções irrelevantes no processo, que acabariam por torná-lo maior que o necessário, ou seja, a facilidade de integração é tanta, que se a empresa não controlar e verificar a real necessidade de emissão pode-se ter um sistema inchado e moroso [...] (BRENDLER E BRANDLI, 2011).

Também foram percebidas outras desvantagens de integração dos sistemas, tais como: sistemas de gestão maiores e um pouco mais documentados, necessitando de atualizações constantes e mudanças; custo de tratamento e/ou remoção de não conformidades elevados, porém com a possibilidade de redução com o tempo; mudanças nos processos ou ampliações, fazendo com que o sistema seja alterado e; no

caso de acidentes ou falhas operacionais mais graves, podendo afetar a credibilidade do sistema implantado. (BRENDLER E BRANDLI, 2011).

Já para Tronco et al (2005), há a possibilidade de que os SGIs possam envolver todas as áreas das empresas, respeitando as especifidades de cada uma, bem como atendendo às necessidades organizacionais e promovendo a adesão de todos no processo de gestão de melhoria contínua.

Brendler e Brandli (2011), ainda ressalta que, os SGIs são uma tendência crescente e irreversível, em que as semelhanças dos sistemas favorecem toda e qualquer abordagem de integração.

Como é possível observar, embora existam algumas restrições, a aplicação de sistemas de gestão integrada nas empresas é imprescindível, uma vez que deve-se considerar a necessidade de um sistema único para o gerenciamento das múltiplas certificações. Também é possível considerar que, além da qualidade, normatizada pela ISO 9001, necessária para a prestação de serviços ou produção de qualquer item, existe hoje a importância de assegurar o desenvolvimento sustentável, a responsabilidade social e os direitos dos trabalhadores.

7 Metodologia

O presente estudo baseia-se na tipologia de Vergara (2009), que classifica as pesquisas quanto aos fins e quanto aos meios. O estudo foi desenvolvido como uma pesquisa qualitativa, quanto aos fins, e como uma pesquisa bibliográfica e de campo quanto aos meios. Pesquisas descritivas, segundo Gil (2007), podem ter como objetivo estudar as características de um grupo, levantando opiniões, atitudes e crenças de uma população. A pesquisa também é bibliográfica porque, para a fundamentação teórico-metodológica do trabalho, foi realizada uma investigação sobre os preceitos teóricos de qualidade, meio ambiente, segurança, saúde ocupacional e responsabilidade social. De acordo com Gil (2007), uma pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de artigos científicos e livros. Configura-se como pesquisa de campo, pois foi realizado um estudo nas unidades da empresa Klima Equipamentos, localizada no município de Mogi das Cruzes/SP. Esta empresa foi escolhida para a pesquisa, pois estava implantando o processo de Sistema de Gestão Integrada (SGI).

A coleta de dados e a estruturação de modelos para diagnóstico ocorreram por meio da observação, análise de documentos e pela realização de entrevistas não-estruturadas com os Diretores e funcionários da empresa. Vale ressaltar que, as informações obtidas foram tratadas de forma qualitativa e interpretadas a partir das discussões contidas na fundamentação teórica que norteou o desenvolvimento deste estudo.

No documento COMITÊ EDITORIAL 26/11/2012 (páginas 84-86)