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3. GOVERNO ELETRÔNICO

3.3. O GOVERNO ELETRÔNICO NO MUNDO

3.3.1. O Governo Eletrônico na América Latina

Como em todas as áreas de atuação de um governo, a conjuntura econômica, política e social de um país influência também o governo eletrônico. Os países da América Latina enfrentam, de maneira geral, os mesmos problemas: pobreza, baixa escolaridade, corrupção, entre outros. Passaram pelas mesmas fases de informatização do Estado desde os anos 80:

- o advento do computador nas repartições públicas;

- as TICs ligando os processos internos e auxiliando na troca de dados; - e a presença da internet como forma de relacionamento com os cidadãos, empresas e governos.

Porém a implantação do governo eletrônico na América Latina, com exceção do Chile e do Brasil, nos demais países iniciou-se mais tardiamente.

Os principais problemas desses outros países são: - Falta de uma política direcionada para o e-gov; - Regulamentação em geral;

- Resistências governamentais;

- Confusão sobre as Agências Governamentais sobre quem tem que regulamentar esta área.

Por isso além de regulamentações, precisam resolver questões como inclusão digital, transparência, vontade política e assim deslancharem com os programas nacionais de e-gov.

Os problemas enfrentados pelo continente estão ligados à falta de investimentos em tecnologia, falta de disponibilidade de hardware, baixo índice de acesso à internet, carência de recursos humanos, ressalta-se ainda a baixa renda da população, que dificulta a inclusão digital.

Além de políticas nacionais é preciso haver intercâmbio de conhecimento e práticas.

O Sistema de Compras Públicas do governo brasileiro já é utilizado pelo Peru e há negociações com Argentina, Equador e Chile para o desenvolvimento de projetos ligados à interoperabilidade no continente latino americano.

Integrar sistemas de informações aduanas, portos, aeroportos, processos envolvendo o fluxo de pessoas, mercadorias, certificação de documentos entre outros.

É necessário firmar acordos para a integração dos sistemas de informação e das iniciativas de governo eletrônico dos países da América Latina. Para efetivamente integrar o continente e viabilizar os entendimentos mútuos estabelecidos entre os diferentes países.

A seguir uma tabela do mesmo levantamento da ONU apresentado anteriormente, específico para a América do Sul.

País Índice 2008 Índice 2005 Posição 2008 Posição 2005

Argentina 0.5844 0.5971 39 34 Chile 0.5819 0.6963 40 22 Brasil 0.5679 0.5981 45 33 Uruguai 0.5645 0.5387 48 49 Colômbia 0.5317 0.5221 52 54 Peru 0.5252 0.5089 55 56 Venezuela 0.5095 0.5161 62 55 Bolívia 0.4867 0.4017 72 85 Equador 0.4840 0.3966 75 92 Paraguai 0.4654 0.3620 88 107 Guiana 0.4375 0.3985 97 89 Suriname 0.3472 0.3449 123 110 Região 0.5072 0.4901 Mundo 0.4514 0.4267

Quadro 11 – Posição Mundial de Desenvolvimento de Governo Eletrônico na América do Sul Fonte - Relatório da ONU: “United Nations e-goverment survey 2008 – From e- government to connected governance”. Disponível em: <http://unpan1.un.org/ intradoc/groups/public/documents/UN/UNPAN 028607.pdf> Acesso em 03 abr. 2009.

A Argentina superou o Chile e o Brasil e passou a liderar a região segundo o relatório da ONU. O fator determinante foi um aumento na infra-estrutura com um

importante incremento de assinantes de celulares e aumento do número de computadores. Mesmo começando mais tarde num programa nacional de desenvolvimento de governo eletrônico, a Argentina tem apresentado ultimamente uma política “agressiva” na área. Bolívia, Equador e Paraguai também aumentaram as suas posições no Relatório 2008, melhorando a prestação de serviços on-line nas fases de interação e transação.

A seguir uma comparação dos pontos principais das políticas de Governo Eletrônico da Argentina, Chile e Brasil:

Os principais pontos positivos:

Brasil e Chile – ambos iniciaram com estratégias para o desenvolvimento do e-gov com forte comprometimento do poder executivo.

No Brasil, em 2000 o Grupo de Trabalho em Tecnologias de Informação – (GTTI), estabeleceu um conjunto de diretrizes e metas que deram origem ao Programa de Governo Eletrônico brasileiro. E logo foi incorporado como uma política pública de desenvolvimento.

No Chile, em 1998, baseado na agenda chilena de Governo Eletrônico foi constituída a Comissão Presidencial de Novas Tecnologias, em 2000 o Comitê de Ministros de Tecnologias da Informação para coordenar as políticas públicas relativas à informática e o PRYME – Projeto de Reforma e Modernização do Estado, funcionou como uma agenda de governo eletrônico.

A Argentina iniciou-se mais tarde no governo eletrônico e somente no governo atual é que teve uma Agenda Digital elaborada, visando apoio de diversos setores da sociedade.

Outros destaques:

No Brasil – programas de inclusão digital e interoperabilidade (e-ping); No Chile – parcerias com o setor privado, aceleraram o processo do e-gov; As principais diferenças entre os dois países, é que no Brasil a política de governo eletrônico encontra-se centralizada nas esferas de governo, destacando-se a implementação do Software Livre e forte política de inclusão digital. O Chile adota a descentralização de ações e terceirização de serviços ao setor privado, possibilitando o rápido avanço do programa de governo eletrônico com a transferência ao setor especializado em tecnologias de informação e comunicação.

A Argentina prioriza parcerias com universidades e empresas privadas de serviços e investimentos.

 O principal a ser destacado é a tímida participação popular no governo. A falta de canais abertos para controle social, opiniões e sugestões dos cidadãos, enfim, exercícios de democracia;

 Integração dos diferentes bancos de dados do país, para formar uma rede única que agilize ainda mais os trâmites apresentados à sociedade;

 Falta de mão de obra qualificada, formação técnica dos funcionários da administração pública;

 Mudança das organizações públicas (resistências);  Uso do software livre;

 Desenvolver outros canais de e-serviços (celulares, cartões, etc.).

Os dois países (Brasil e Chile) adotaram estratégias de longo prazo com políticas bem estruturadas e este fato conduz a uma constante retroalimentação, comparação de experiências, reavaliação de projetos, ampliação de objetivos e atualização de modelos, dentro de um planejamento de longo prazo, que exige aperfeiçoamentos dia a dia pela própria dinâmica da evolução do conhecimento tecnológico.” (informação pessoal)6