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Gramática e Tradução da Língua Francesa / Língua Inglesa

No documento EVA MARIA SIQUEIRA ALVES (páginas 109-111)

2.3 As cadeiras lidas no Atheneu Sergipense

2.3.3 Gramática e Tradução da Língua Francesa / Língua Inglesa

As cadeiras de Gramática e Tradução da Língua Francesa (43 alunos matriculados em 1871) e Gramática e Tradução da Língua Inglesa (2 alunos matriculados em 1871) foram lidas nos primeiros anos do Atheneu Sergipense, adotando-se, para o ensino da “lingua Franceza –

Grammatica de Emilio Sévene*, Philon, Narrações e Selectas de Charles André*119.Para o

ensino da lingua Ingleza – Grammatica de George Gibson, Selecta de Sadler e History de F. Roma” (Regulamento do Atheneu Sergipense, 1871).

Inglês, com uma hora e meia de aula, adota até o ano de 1879 o compêndio Elementos

de Gramática Inglesa do baiano e médico Antonio Franco da Costa Meirelles, substituídos

naquele ano pela Gramática de Jacob Benzabat. Em 1892 acrescentou-se a Língua de

Longafallon, versão de Fausto Barreto.120 Em 1901, adotou-se a Selecta do Sr. Guilherme

Pereira Rabelo e no ano seguinte Longfellow’s Poetical Works, Lingard, History of

118

A outra língua referida no parágrafo é o Grego.

119

Os títulos são: Gramática Francesa, de Emile Sevenne, e Petit Cours de Littérature Française, de Charles André. A primeira, muito clara, “segue passo a passo as melhores gramáticas francesas; deixa a desejar em relação à sintaxe porque a morte prematura do autor não lhe permitiu completá-la” (Almeida, 2000, p. 164).

120

O baiano Antônio Franco da Costa Meirelles escreveu Elementos de Gramática Inglesa em 1855, aprovada pelo Conselho da Instrução Superior. Houve uma segunda edição em 1867 (Tambara, 2003, p.174).

England.121 Em 1903 acrescentou-se, a gramática de Bensabat. As Fábulas de La Fontaine foram lidas na cadeira de Francês em 1902, e em 1903 acrescentaram-se a Gramática de Emilio Sevenne e Hinos e Selecta Franceza.

Para Almeida (2000), o estudo da língua francesa esteve bem desenvolvido no Brasil da segunda metade do século XIX, pois ela era escolhida como língua diplomática, estudada e consultada por alunos das faculdades e Escolas Politécnicas. No entanto, se o número de pessoas que falavam o francês diminuiu em relação à primeira metade do século XIX, deveu- se ao fato de que os professores de francês passaram a ensinar em português, contentando-se os alunos em traduzir, avalia o autor, sem preocupar-se com o falar em francês (cf. Almeida, 2000, p.164).

O programa de Francês do Atheneu Sergipense de 1893 esteve assim distribuído:

1o ano: gramática elementar, tradução de autores fáceis, versão de trechos simples de prosa,

exercícios de conversação;

2o ano: revisão das matérias do primeiro ano;

3o ano: gramática complementar, tradução de autores mais difíceis, exercícios de versão e

conversação.

Os estudos da Língua Inglesa entraram no 4o ano do curso com gramática elementar,

leitura, tradução e versão de trechos fáceis. No 5o ano, estudava-se gramática complementar,

leitura, tradução e versão de autores mais difíceis. Aumentavam gradativamente as dificuldades de leitura e tradução.

O estudo de literatura tornou-se, pelo Decreto de 14 de março de 1890, parte integrante das cadeiras das Línguas, assim denominando-se: Língua e Literatura Nacional; Língua e Literatura Latina; Língua e Literatura Francesa; Língua e Literatura Inglesa; Língua e Literatura Alemã. Dois anos após, o termo “Literatura” restringiu-se apenas à Nacional. As cadeiras das Línguas Inglesa, Francesa, Latina, Alemã, Grega e Italiana, quando haviam, denominavam-se sem a palavra “Literatura”.

Exprime a legislação que os estudos das línguas vivas deveriam seguir a feição eminentemente prática, e “os exercicios de conversação, de composição e as dissertações sobre themas litterarios, scientificos, artisticos e historicos, reclamarão especial cuidado dos respectivos lentes” (Art.6 II, Decreto 556, 24 de agosto de 1908). Seguindo esse programa prático, no final do curso os alunos deveriam falar, ou pelo menos entender as línguas

121

O médico baiano Guilherme Pereira Rabelo residiu em Sergipe exercendo o cargo de Diretor Geral da Instrução Pública. Escreveu Elementos de Gramática descritiva e história da língua inglesa (Tambara, 2003, p.226).

estrangeiras. Com mais essas cadeiras, disponibilizava o Atheneu Sergipense para a sociedade, conhecimentos necessários para a formação dos sujeitos que se banharam com tais saberes.

2.3.4. Geografia e História

De início juntas, a cadeira de Geografia e História do Atheneu Sergipense se dividiu

em Geografia; e História Universal, principalmente do Brasil, pelo Regulamento da Instrução Pública de 1875. Passaram a ser chamadas Geografia, Cosmografia e Corografia do Brasil; e História Antiga, Média, Moderna e do Brasil em 1877.

Pelo Estatuto de 1871, os compêndios a serem adotados na cadeira de Geografia e

História eram os seguintes: “§7o. Para o de Geographia – a Geographia de Pompeu Brasil* e a

de Gaultier – edição de 1867. Atlas de Grosselin de Lamarcho, e para Historia Universal – o

compendio de Salvador Correia”.122

Um artigo publicado na imprensa local argumentava ser de acordo com a divisão das cadeiras das Matemáticas (Aritmética, Álgebra, Geometria), assim como as de Geografia e História, por razões que pareciam óbvias para o autor do texto.

[...]materias complexas e amplisseimas [sic], em um anno, quer umas quer outras, são invenciveis, doutrinadas por um mesmo professor, que ou se occupará exclusivamente de um dos ramos das sciencias, objeto de sua cadeira, deixando incompleto o respectivo curso, ou passará por todos elles de um modo imperfeito e sem proveito procurado na respectiva instituição (Jornal de Aracaju, 14 de janeiro de 1874, sem identificação de autoria).

Manuel Luiz, preocupando-se com o andamento dos estudos realizados no Atheneu Sergipense, defendia também a divisão das cadeiras, como medida essencial para uma melhor aprendizagem dos alunos. Parecer semelhante tinha o Presidente da Província, Antonio dos Passos Miranda, em seu relatório de março de 1874. Declarava, referindo-se à divisão das cadeiras:

A divisão que proponho, evita o atropelamento do ensino dessas matérias, que transmittido promiscuamente e no pouco tempo assignado ás respectivas aulas, não pode ser completo e satisfactorio para os exames.

Creadas essas cadeiras, podem as de geometria e historia ser postas a concurso e a de rethorica apenas provida por nomeação interina, conferida a pessoa de

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O Abade Gaultier escreveu Lições de Geografia. O cearence Thomaz Pompeu de Souza Brasil, bacharel em Direito pela faculdade do Recife, escreveu Lições de Geografia Geral; Compêndio de Geografia; Compêndio

elementar de Geografia Geral e especial do Brasil. Este último com uma 5a edição de 1869, foi adotado no Colégio de Pedro II, nos liceus e seminários do Império (Tambara, 2003, p.56).

No documento EVA MARIA SIQUEIRA ALVES (páginas 109-111)