Grupo 1 – Medicamentos para distúrbios gastrintestinais

Com a denominação sintomática variando entre: acidez estomacal, dor de estômago, dispepsia, enjoo, náusea, vômito, epigastralgia, má digestão, queimação, pirose, esofagite péptica, distensão abdominal, cinetose e hérnia de hiato6 _obteve-se

a indicação de medicamentos dos profissionais conforme disposto no quadro 7. A partir disso, foi realizada busca de artigos utilizando-se os nomes dos medicamentos indicados conforme a tabela 3.

4.2.1.1.1 Butilbrometo de escopolamina

Foi realizada busca no PubMed com o descritor hyoscine butylbromide. Seguindo a classificação dos estudos pela qualidade da evidência segundo Sistema GRADE43_{, que descreve como qualidade da evidência alta (Quadro 6), as revisões}

sistemáticas com ou sem metanálises de ECRs e também somente ECRs, aplicou-se o filtro para revisões sistemáticas com e sem metanálises. Para este medicamento, foram encontradas seis revisões sistemáticas com metanálises e seis revisões sistemáticas sem metanálises. Todas foram excluídas após a leitura dos títulos. Aplicou-se então o filtro estudos clínicos e 183 artigos foram encontrados. Todos foram excluídos após a leitura dos títulos por não apresentarem relação com tema proposto. Aplicou-se então o filtro revisões e 24 artigos foram encontrados. Destes, após a leitura dos títulos, quatro artigos foram incluídos por apresentarem relação com as indicações terapêuticas presentes neste trabalho e 20 foram excluídos.

O quadro 12 apresenta os artigos selecionados na revisão sistemática.

Quadro 12 - Artigos selecionados na revisão sistemática sobre butilbrometo de escopolamina.

(Continua)

Autores Título Classificação

do artigo no PubMed Qualidade da Evidência Papadopoulos et al (2014)46 Hyoscine N-butylbromide (Buscopan®) in the treatment of

acute ureteral colic: what is the evidence?

Quadro 12 - Artigos selecionados na revisão sistemática sobre butilbrometo de escopolamina.

(Conclusão)

Autores Título Classificação

do artigo no PubMed Qualidade da Evidência Tytgat GN (2008)47 Hyoscine butylbromide - a review on its parenteral use in acute abdominal spasm and as

an aid in abdominal diagnostic and therapeutic procedures.

Revisão A

Tytgat GN (2007)48

Hyoscine butylbromide: a review of its use in the treatment of abdominal cramping and pain

Revisão A

Mackway-Jones K, Teece S

(2003)49

Buscopan (hyoscine butylbromide) in abdominal colic

Revisão A

Cabe salientar que quando a qualidade da evidência é considerada alta, é muito improvável que trabalhos adicionais irão modificar a confiança na estimativa do efeito43_.

Após a leitura completa dos artigos selecionados, foram extraídas as informações presentes no quadro 13, que serviram de base para elaboração do critério racional para prescrição do referido medicamento.

Quadro 13 - Informações extraídas dos artigos selecionados a partir da revisão sistemática sobre butilbrometo de escopolamina.

(Continua)

Referências Informações extraídas

Papadopoulos et al (2014)46

Não foram encontradas evidências que apoiem o uso de butilbrometo de escopolamina em dores abdominais

Quadro 13 - Informações extraídas dos artigos selecionados a partir da revisão sistemática sobre butilbrometo de escopolamina.

(Conclusão)

Referências Informações extraídas

Tytgat GN (2008)47 _{O butilbrometo de escopolamina é frequentemente}

usado para cólicas associadas ao trato urinário. De acordo com as evidências, a administração deste medicamento nessas situações segue protocolos não

revisados por pares e baseados em recomendações empíricas. O medicamento parece não ser eficaz em dores abdominais não associadas a espasmos de musculatura lisa. Em caso de dor associada a cálculos

renais, o uso de anti-inflamatórios não esteroides de forma isolada mostra-se mais eficiente que o uso de

butilbrometo de escopolamina.

Tytgat GN (2007)48 _{O butilbrometo de escopolamina apresenta-se como}

boa opção de tratamento para pacientes com sintomas de dor abdominal ou desconforto associado a cãibras. Mackway-Jones K,

Teece S (2003)49

Resultados clínicos relacionados a ação rápida e eficácia, combinados com boa tolerabilidade, apoiam o

uso de butilbrometo de escopolamina em uma variedade de indicações relacionadas a espasmos abdominais agudos (cólicas), em trabalho de parto e cuidados paliativos, além de ter seu uso recomendando

durante procedimentos abdominais diagnósticos e terapêuticos, onde o espasmo pode ser um problema. A partir das informações apresentadas no quadro 13, foi definido o seguinte critério de prescrição racional para butilbrometo de escopolamina:

É recomendada a prescrição de butilbrometo de escopolamina para dor associada a espasmos abdominais agudos. Em caso de dor associada a cálculos renais, o uso de anti-inflamatórios não esteroides de forma isolada mostra-se mais eficiente que o uso de butilbrometo de escopolamina.

4.2.2.1.2 Hidróxido de alumínio

Realizou-se busca no PubMed com o descritor Aluminum hydroxide. Foram encontrados 7.068 artigos, sendo que 23 eram revisões sistemáticas com metanálises e 13 revisões sistemáticas sem metanálises. 33 artigos foram excluídos após a leitura

dos títulos e três artigos foram incluídos por apresentarem relação com as indicações terapêuticas presentes nesta pesquisa.

O quadro 14 apresenta os artigos selecionados na revisão sistemática.

Quadro 14 - Artigos selecionados na revisão sistemática sobre hidróxido de alumínio.

Autores Título Classificação

do artigo no PubMed Qualidade da Evidência Phupong V, Hanprasertpong T (2015)50

Interventions for heartburn in pregnancy Metanálise A Ferreira Silva R, Rita Carvalho Garbi Novaes M (2014)51

Interactions between drugs and drug-nutrient in enteral nutrition: a review based on evidences

Revisão sistemática A Parojcić J, Corrigan OI (2008)52

Rationale for ibuprofen co- administration with antacids:

potential interaction mechanisms affecting drug

absorption

Metanálise A

Após a leitura completa dos artigos selecionados, foram extraídas as informações presentes no quadro 15, que serviram de base para elaboração do critério racional para prescrição do referido medicamento.

Quadro 15 - Informações extraídas dos artigos selecionados a partir da revisão sistemática sobre hidróxido de alumínio.

(Continua)

Referências Informações extraídas

Phupong V, Hanprasertpong T

(2015)50

Não há ensaios clínicos randomizados em grande escala que permitam avaliar o alívio da azia na gravidez. Um estudo avaliou o efeito do hidróxido de magnésio e alumínio, mais simeticona, nas formas líquido e comprimido, em comparação com placebo. Para o desfecho primário desta revisão (alívio da azia), mulheres que receberam tratamento farmacêutico relataram alívio completo da azia com maior frequência do que mulheres que não receberam tratamento ou placebo.

Quadro 15 - Informações extraídas dos artigos selecionados a partir da revisão sistemática sobre hidróxido de alumínio.

(Conclusão)

Referências Informações extraídas

Ferreira Silva R, Rita Carvalho Garbi Novaes

M (2014)51

A ingestão de alguns medicamentos com alimentos, em alguns casos, é recomendada, mas não em outros, devido a interferências tanto na absorção do fármaco como na absorção de vitaminas e minerais (por exemplo, hidróxido de alumínio). Isto pode resultar na interferência em um processo terapêutico, o que requer a avaliação de cada caso individualmente.

Parojcić J, Corrigan OI (2008)52

O hidróxido de alumínio retarda a absorção do ibuprofeno, levando a biodisponibilidade reduzida da droga. Preparações contendo suspensão de alumínio e

magnésio concomitantemente não alteram a

farmacocinética do ibuprofeno. Foi demonstrado que a absorção de ibuprofeno foi acelerada significativamente quando administrado com hidróxido de magnésio.

A partir das informações apresentadas no quadro 15, foi definido o seguinte critério de prescrição racional para hidróxido de alumínio:

O hidróxido de alumínio mostra-se mais eficiente quando associado com hidróxido de magnésio e simeticona, especialmente em gestantes. Este medicamento pode interferir na absorção de outros fármacos, vitaminas e sais minerais. O hidróxido de alumínio de forma isolada retarda a absorção do ibuprofeno e o hidróxido de magnésio de forma isolada acelera a absorção do ibuprofeno. Quando associados, a farmacocinética do ibuprofeno é mantida.