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No Brasil, a escola primária graduada foi implantada em São Paulo, no ano de1893, a partir da reunião de escolas isoladas agrupadas pela proximidade entre elas, recebendo, por essa razão, a denominação de grupo escolar. E escola modelo era um anexo ao grupo escolar, onde funcionava a escola normal. Isto deixa claro que as outras escolas, como as isoladas, não deixaram de funcionar, configurando-se o grupo escolar como uma escola urbana, moderna e complexa.

Os primeiros grupos escolares foram instalados em prédios, especialmente, construídos para abrigar a instituição; estes possuíam uma arquitetura monumental e edificante que

colocava a escola primária à altura de suas finalidades políticas e sociais, servindo para propagar a divulgação dos governos republicanos. Além de palácios modernos, a organização administrativa e didático-pedagógica, desses estabelecimentos, era considerada, pelos reformadores, como superior à das escolas isoladas e reunidas, o que lhes conferia visibilidade pública e prestígio social.

O reconhecimento dos grupos escolares, como escola primária, voltada para a formação do caráter e desenvolvimento de virtudes morais e sentimentos patrióticos, fomentaram e justificaram as expectativas, em relação a sua institucionalização e à formação de alunos para o ingresso à carreira e ao trabalho; às lutas e à identidade profissional, aspectos fundamentais relacionadas à escola primária como instituição.

Com a criação dos grupos escolares - que reunia, em um simples prédio, as escolas já existentes em uma só localidade nos centros urbanos do Brasil - nasceu o ensino graduado, decorrente do processo da reforma instituída pelo estado. No Brasil, a criação dos grupos escolares surgiu da seguinte maneira: se houvesse uma escola em um raio de dois a três quilômetros, havia a obrigatoriedade de uma escola, e o governo autorizava o funcionamento em um só prédio, de cinco a dez salas de aula. Cada grupo escolar poderia comportar até dez escolas isoladas. Estas escolas aglomeradas proporcionavam uma quantidade de professores referentes a agrupamentos de alunos, contando com adjuntos necessários a critério da diretoria.

Sobre a escola graduada, Souza (1998, p. 38) destaca:

No Brasil, a escola graduada de ensino primário, compreendendo múltiplas salas de aulas, várias classes de alunos e vários professores, aparece pela primeira vez no ensino público de São Paulo, na década de 1890. A nova modalidade escolar não chegou a ser rigorosamente discutida por educadores, intelectuais e políticos que se mobilizaram em torno das questões relacionadas à educação popular nas décadas finais do Império: renovação de ensino, formação de professores, papel do Estado na difusão do ensino primário, obrigatoriedade escolar, financiamento da instrução pública entre outras.

De acordo com o autor, o fato que motivou a criação do grupo escolar foi a iniciativa de reunir escolas até a sua consolidação em certa unidade, o que transformaria as escolas reunidas em um grupo escolar, uma escola primária una e unida. Várias discussões possibilitaram o surgimento de uma nova escola primária, tratando de questões relacionadas à renovação do ensino por métodos, à formação profissional dos professores, ao interesse do estado no financiamento da instrução pública e obrigatoriedade da frequência escolar.

Os grupos escolares e seu processo de organização significavam, portanto, não apenas uma forma de organizar a educação, mas, fundamentalmente, uma estratégia de atuação no campo educativo escolar, moldando práticas, legitimando competências, propondo metodologias, enfim, impondo uma outra prática pedagógica e social dos profissionais do ensino através da produção e divulgação de novas representações escolares.

O autor defende a criação dos grupos escolares como uma nova reorganização da instrução primária, como algo que proporcionava um desenvolvimento na estratégia, na forma e no conteúdo da instrução pública, que transformava o modelo anterior de instrução primária. Além disso, a organização dos grupos escolares gerava um crescimento do controle e expropriação dos saberes dos professores da escola primária.

Os grupos escolares foram implantados como instituições de ensino, em 1893, e organizados nos moldes da escola graduada, contrastando com a escola unitária, regida por um só professor. O grupo escolar, em seguida, converteu-se em um símbolo de mudança e renovação do ensino primário, no Brasil.

Sobre a inovação da escola primária, Souza (2008, p. 41) afirma que:

O modelo de escola graduada, amplamente em voga nos países europeus e nos Estados Unidos desde meados do século XIX, compreendia um tipo de organização didático- pedagógica e administrativa de escola mais complexo, econômico e racional, adequado à expansão do ensino primário e nos núcleos urbanos. [...] um edifício com várias salas de aula e vários professores, uma classificação mais homogênea dos grupos de alunos por níveis de adiantamento, a divisão do trabalho docente, atribuindo a cada professor uma classe de alunos e adotando a correspondência entre classe, série e sala de aula.

Com a implantação dos grupos escolares, configurou-se uma construção ideal de escola pública primária graduada. Todos os grupos escolares foram construídos em núcleos urbanos, em prédios, especialmente, construídos para comportar de 04 a 10 escolas isoladas; estes seriam dirigidos, conforme a quantidade de professores referentes a agrupamentos de 40 alunos por sala de aula. Em média, cada grupo escolar possuía mais ou menos 460 alunos, os edifícios eram adaptados e contavam, quase sempre, com um quadro de professores normalistas, com melhor remuneração. As condições materiais e pedagógicas desses centros de ensino ancoravam as representações contrastantes entre a superioridade delas, em relação à simplicidade das escolas isoladas, instaladas nos “quatro cantos” do Brasil. E a organização didático-pedagógica dos grupos escolares favorecia o trabalho docente, quando comparado ao das escolas isoladas ou unitárias.

Segundo Vidal (2005a, p. 49):

O processo de construção do grupo escolar, como uma nova organização administrativo-pedagógica do ensino primário, concretizou em poucos anos. Uma escola urbana, moderna e de melhor qualidade. A reunião de escolas trazia todos os

princípios fundamentais que propiciam as mudanças no ensino primário: a racionalização e a padronização do ensino, a divisão do trabalho docente, a classificação dos alunos, o estabelecimento de exames, a necessidade de prédios próprios com a consequente constituição da escola como lugar, o estabelecimento de programas amplos e enciclopédicos, profissionalização do magistério, novos procedimentos de ensino, uma nova cultura escolar.

Os grupos escolares ao qual a autora se refere são a graduação do ensino, em séries subsequentes, que permitiam a racionalização curricular, ou seja, a distribuição metódica e sistemática dos conhecimentos transmitidos na escola.

A organização de um programa uniforme, distribuído em matérias escolares, controlado por diretores e inspetores de ensino, passou a direcionar o exercício da atividade docente, isto é, fez com que os professores se preocupassem com o cumprimento dos programas. A série tornou-se matriz estrutural da organização do trabalho escolar. Essa unidade temporal, aliada aos horários escolares e aos sistemas de exames, organizou as rotinas escolares, sedimentando práticas que se consolidaram em uma identidade duradoura na escola primária (SOUZA, 2008).

Entende-se que a divisão do trabalho representou para os professores certa perda de autonomia docente, em relação ao trabalho educativo, à submissão, à hierarquia e à burocracia escolar. Reduziu-se, consideravelmente, a dispersão das tarefas de ensino, facilitando o trabalho do professor, permitindo-lhe maior concentração de esforços nos conteúdos e nas atividades de uma mesma série, o que favoreceu, até mesmo, certa especialização e aprofundamento dos conteúdos de uma determinada série.

A escola primária, no seu entorno, estava vinculada a uma concepção política, social e econômica, na Primeira República, visando às possibilidades e às características do ensino público. No contexto da escola primária, encontra-se o envolvimento das práticas pedagógicas no processo intraescolar e extraescolar, lembrando que a didática está vinculada às atividades desenvolvidas em sala de aula e o pedagógico é o suporte que norteia a escola na realização de suas práticas didáticas.

No início da República, a escola primária ganha especificidade, como política pública, de acordo como novo discurso republicano, no combate ao analfabetismo, no Brasil (NAGLE, 2009). Para alicerçar esse discurso, surgiu à ideia de criar e construir os grupos escolares, como escolas modelos e ou diferentes, uma forma superior de escola primária; uma fase inovadora no ensino primário-escolar brasileiro, capaz de conviver com as outras modalidades, por exemplo, a escola isolada, quantitativamente hegemônica pelo longo tempo de sua existência.

A partir da Proclamação da República, a instrução pública foi apresentada como elo entre as diversas correntes do pensamento brasileiro. As múltiplas e divergentes linhas de pensamento, como liberais, conservadores, positivistas, ortodoxas, católicas e conservadoras, exigiram a implantação de medidas urgentes, referentes à instrução pública e à instalação de escolas primárias de qualidade, em todos os estados do Brasil.

A escola primária era a principal divulgadora dos valores republicanos, e os grupos escolares tornaram-se ícones importantes para expansão do ensino primário, nos estados brasileiros. Em relação à modalidade, os grupos escolares fizeram a diferença na aparência e em cada detalhe da organização do aprendizado.

O pensamento republicano estava presente nas atividades da instrução escolar, intimamente associado à formação da nação, como sinônimo de um estado organizado, segundo os parâmetros burgueses e democráticos. Essa associação traduzia-se no ideário das elites ligadas à necessidade de implantação - em substituição ao estado monárquico - de um regime republicano de governo em que o indivíduo comporia o corpo político do estado nacional, integrado à nação.

As práticas e atividades pedagógicas do ensino primário, nos grupos escolares, tinham apontado as intrínsecas relações entre a política republicana estadual e a difusão e modernização da escola primária. De fato, os grupos escolares sobressaíram como projeto do poder público estadual, mas, em alguns estados, os municípios, também, contribuíram na implantação dessa modalidade de escola. Era possível identificar, em diferentes estados, as semelhanças nas representações e nas práticas discursivas, em torno da importância política e social da instrução pública, vinculada às expectativas de desenvolvimento econômico, progresso, modernização e manutenção do regime republicano.

Em todo o território brasileiro, os políticos, intelectuais, reformadores e profissionais da instrução pública, dos mais recônditos cantos do país, voltaram-se, no início do século XX, para o grande empreendimento de modernização e disseminação do ensino primário, como possibilidade de superação do atraso e de constituição de uma nacionalidade.

A superioridade arquitetônica dos grupos escolares destacava-se entre as representações edificadas, em relação aos outros tipos de escolas e ao lugar ocupado por eles no processo de expansão do ensino primário. Porém, é fundamental que evite análises “enviesadas” que sobrelevam a importância dessa modalidade de instituição na disseminação da instrução pública no país, a partir do designer arquitetônico. Pois, a criação, a instalação e a expansão dos grupos escolares nos estados mostram os limites da ação reformadora nos seus aspectos

centrais, isto é, na questão da democratização da escola e da constituição de um moderno sistema de ensino.

Para compreender a escola primária como uma herança do Período Imperial, anterior ao Republicano, deve-se considerar apenas o suporte necessário à compreensão e à complexidade da convivência dessa educação com grupos escolares, que se constituiu uma nova forma de escola primária no Brasil.

No começo da República, as novas demandas postas pelas mudanças, advindas de questionamentos de alguns políticos, pela necessidade de integração do povo à nova ordem republicana e à alocação do trabalhador livre ao mercado do trabalho, evidenciaram a necessidade de reinvenção de uma nova escola, como imperativo de atendimento ao projeto de modernização da sociedade brasileira. Primeiramente, foi vista como forma de superação do atraso que ela representava, especialmente, pelas suas manifestações de precariedade, e que, posteriormente, poderia representar uma alternativa de um projeto de sociedade civilizada que atendesse aos novos reclames de controle e homogeneização social.

A organização das escolas primárias e dos grupos escolares era difícil e complexa. Esta presumia um novo modelo de instituição, um novo pensar e uma nova ação diante dessa complexidade instituída na sociedade, desde sua estrutura física até as relações intraescolares e extraescolares, constituídas de acordo com a racionalidade científica, e a divisão do trabalho do professor e dos outros funcionários (diretor, aluno, porteiro e serventes). Delineou-se, naquele momento, uma política de formação e de escolha de dirigentes para a educação, por meio de mecanismos tanto de estímulo quanto de punição e controle. E, assim, buscavam-se aproximações e tentavam-se conectar estudos nos campos do conhecimento que não se situavam em uma mesma matriz de pensamento. Em um mesmo paradigma, seria produtivo aprofundar o entendimento sobre cada grupo escolar, novas maneiras de ver, descrever, problematizar, compreender, analisar e dar sentido ao novo modelo da modalidade de escola, ora a ser instituído na sociedade brasileira, o que implicou em outra organização e compreensão do mundo. Embora tais aproximações e conexões envolvessem um custo - por muitas vezes, excessivo a ponto de compreender, irremediavelmente, essas tentativas de implantação dos grupos escolares, em todos os estados do Brasil, a partir de 1890 – o processo de implantação dos grupos escolares foi sendo planejado, gradativamente, ao longo da Primeira República.

A engenharia e a arquitetura dos grupos escolares foi um projeto inovador não só para a História do Brasil, mas também para chamar atenção da população, tanto por reunir em um mesmo prédio várias crianças e professores - sob a orientação e a administração de um

professor na função de Diretor - quanto por permitir a organização do ensino em séries, possibilitando ao docente maior dedicação à instrução de crianças com o mesmo nível de aprendizado.

A tarefa dos grupos escolares era garantir, por meio da instrução, que a população em seu conjunto fosse homogeneizada, e, para tanto, o conhecimento das primeiras letras e das noções de coisas eram requisitos básicos.

Nos grupos escolares, as classes deveriam ser equipadas com carteiras individuais, fixadas no chão da sala de aula, seguindo os modernos preceitos higiênicos. Cada aluno deveria ter seu lugar fixo. Nesse sentido, percebe-se que a escola, por meio de certos dispositivos pedagógicos de subjetivação, tentava produzir formas e experiências, a partir das quais as crianças pudessem se tornar sujeitos, mais confiáveis, mais controláveis, mais previsíveis (FARIA FILHO, 2000).

Vale destacar, também, que as crianças recebiam instrução escolar sob regime autoritário e ditatorial. Os alunos não podiam opinar e nem mesmo conversar, na sala de aula viviam coagidos o tempo todo, advertidos, submetidos a punições e reprimidos pelos professores. E os professores, por sua vez, sofriam repressões do estado (FARIA FILHO, 2000).

Existiam rebeldias de alguns alunos, entregues a si mesmos, porque os pais insistiam para que os filhos pudessem aprender a ler, escrever, rezar e contar na escola. Essa falta de acompanhamento resultava em indisciplina, que, por sua vez, ganhava feição de transgressão e, finalmente, chegava à marginalidade. Assim, a escola que deveria se encarregar da formação da pessoa, promovendo a humanidade, no indivíduo, assistia ao embrutecimento de crianças, adolescentes e jovens (VIDAL; FARIA FILHO, 2005b).

Com o aumento da demanda por escolarização, a complexidade aumentava, os prédios tiveram de se adequar aos princípios pedagógicos modernos, e sua arquitetura deveria atender à divisão de sexos e às diferentes jornadas diurnas e noturnas. Tais mudanças permitiram a ampliação do espaço de trabalho da mulher, nas escolas e na sociedade, uma vez que as escolas foram divididas em seções masculinas e femininas, possibilitando a participação de um número expressivo de alunas nos grupos escolares.

Observa-se, a partir de então, que os grupos escolares passaram a ser representantes de uma força moral e educativa, responsáveis pela ordem temporal da vida social dos alunos, com horários determinados de entrada e de saída da instituição, bem como de descanso. Desta forma, compreende-se que as regras e horários e outras determinações são denominações do ensino que cabem à escola.

Desse modo, nas escolas primárias, mantinha-se uma disciplina que capacitava o aluno para o trabalho, imputando-lhe um conceito de cidadania próprio dos valores da época. Nos grupos escolares existia um ponto central, foco de observação de todas as coisas que aconteciam no espaço do grupo escolar, isto é, o diretor controlava tudo e nada lhe escapava, era o centro para o qual os olhares convergiam (CÁSSIA SOUZA, 2008).

A idealização dos grupos escolares, como experiência na relação do ensino primário com a cidade, com seus espaços, prédios e população, implicou a construção de monumentos que se impusessem aos demais, significou a estruturação de um espaço específico, adaptado a uma função também específica e complexa.

No início da República brasileira, existia certa coerência no poder em dominar e controlar todas as ações pedagógicas nas escolas, como cultura comum para todos, e, além de tudo, havia concordância com a padronização das atitudes e posturas. Os professores trabalhavam coagitos e não podiam criar grandes inovações no âmbito pedagógico escolar, assim, repetiam aquilo que era proposto pelos governantes na cultura escolar, tornando tais propostas em um discurso social comum a todos os grupos escolares e em todas as escolas primárias.

Os grupos escolares, na escola primária, eram reconhecidos pela formação do caráter e desenvolvimento de virtudes morais e sentimentos patrióticos que fomentavam e justificavam as expectativas, em relação a sua institucionalização, no começo do Período Republicano. A história da escola primária possuía e possui uma relação com a história do magistério primário na formação e nas condições de ingresso na carreira e no trabalho; nas lutas em prol da identidade profissional, aspectos estes fundamentais para o entendimento da escola primária como instituição. Não se entende, portanto, a história das instituições educativas sem alunos e professores, sem lutas e disputas ideológicas que se deram, nesse período.

Nos grupos escolares, a avaliação também se revestia de dupla finalidade: o pedagógico e o disciplinar. Os exames aperfeiçoaram o sistema de classificação dos alunos em classes e séries e, ao mesmo tempo, tornaram-se mecanismos de punição, controle e hierarquização. Os exames foram utilizados como instrumento simbólico para propagar a importância da escola pública, no meio popular.

A uniformidade e a padronização dos grupos escolares seguiam algumas práticas, por meio das quais, com o passar do tempo, foi-se construindo uma identidade peculiar às escolas primárias, quais sejam: o hábito de formação de filas dos alunos, antes da entrada na sala de aula; o canto do Hino Nacional; a chamada; o registro do cabeçalho no caderno com a data, mês e ano, como nome do professor e da escola; a cópia da matéria e os exercícios escritos no

quadro; a realização do ditado, a ida do aluno ao quadro; as respostas em coro; as arguições orais; as provas escritas; os prêmios e os castigos; a exigência do silêncio; da obediência e do respeito ao professor (naquele tempo, a maioria professoras) e aos demais adultos em exercício na escola.

A seguir, na Tabela 6, apresentam-se informações a respeito da instalação dos grupos escolares, nos três estados pesquisados.

Tabela 6 - Instalação dos Grupos Escolares nos três estados pesquisados Estado Ano Lei Institucional

Maranhão 1903 Instituídos pela Lei Estadual n. 323, de 26/03/1903 na capital e no interior pela Lei Estadual, n. 363, de 31/03/1903 (MOTTA, 2006). Minas Gerais 1906 Instituídos pela Lei Estadual n. 439, de 28/09/ 1906, pelo Decreto n.

1947, de 30/09/1906, no governo de João Pinheiro (ARAÚJO, 2006).

Mato Grosso 1910 Decreto n. 258, de 20/08/1910 - criação de dois grupos escolares em Cuiabá (POUBEL e SILVA, 2006).

Fonte: Adaptado dos autores apontados na tabela.

O estado maranhense era visto como uma sociedade agrária e escravocrata, onde eram nítidas duas classes sociais, senhores e escravos, que mantinham entre si uma relação de dominação e subordinação total, e a educação não tinha valor ou nenhum papel interessante a desempenhar, conforme a classe dominante. As classes privilegiadas tinham por costume proporcionar aos filhos o estudo elementar, por meio de preceptores que ministravam, em suas próprias residências, o ensino das primeiras letras que não era considerado ensino primário. Os filhos aprendiam as letras e os números e, em seguida, eram encaminhados para Europa, principalmente para a França, a fim receber uma formação qualificada. Muitos filhos