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De acordo com o Manifesto Republicano de 1870, o pensamento republicano cultivou suas raízes e foi marcado, definitivamente, pela marcha evolutiva dessas ideias, dando um novo impulso à consolidação “dos direitos da nação”. Abordava as questões religiosas, a abolição e a questão militar, que se desenvolveram no mesmo ritmo em que avançavam as aspirações federalistas, visando a uma ampliação de autonomia política e administrativa das províncias.

Conforme afirmação, a seguir:

Em dezembro de 1870 é divulgado o Manifesto Republicano, que procura “buscar em melhor origem o fundamento dos direitos da nação” e é na excessiva centralização “na liberdade aparente e no despotismo real” que se cifra a crítica acerba ao regime então existente, assinalando ainda que o Brasil, antes ainda da ideia democrática, encarregou-se a natureza de estabelecer o princípio federativo (VENÂNCIO FILHO, 1996, p. 111).

O Manifesto Republicano, em sua configuração teórica, defende a excelência dos ideais republicanos, como doutrina política, na orientação das fundações dos partidos republicanos de São Paulo (1873) e, em Minas Gerais (1888), “a política do café-com-leite”, além do Rio Grande do Sul (1882). Estes estados moveriam a política durante a Primeira República e, certamente, não só associados aos partidarismos políticos estaduais, mas às estruturas que nutriam as oligarquias e o coronelismo brasileiro. A publicação do Manifesto Republicano em 1870 representou o marco simbólico do início da campanha contra a monarquia no país. Esse documento reuniu e divulgou as medidas que seriam adotadas com a implantação de um governo republicano e federalista.

Segundo Bello (1969, p. 11):

O Manifesto de 1870 é um documento sem vibração emocional. O problema básico da abolição da escravatura, essência do Império, é cuidadosamente evitado, de certo para não irritar os escravocratas paulistas e fluminenses.

Talvez por isso mesmo, mostra-se medíocre a capacidade de proselitismo dos republicanos. São elementos muito precários de propaganda os pequenos e quase sempre insignificantes jornais e clubes republicanos que se fundaram por todo país. Não se destacam os primeiros deputados republicanos que chegaram ao Parlamento.

De acordo com o autor, a propaganda abolicionista estava não só a favor da Nação, mas também dos republicanos que lutavam pelo poder. A campanha abolicionista absorvia, de algum modo, o movimento Republicano. Este era apoiado pela Igreja Católica que aprovava a chegada da República, a qual traduzia os anseios nacionais da vida livre e do progresso da nação.

No Manifesto Republicano de 1870, a respeito do ensino/instrução primária, escola ou educação escolar, a não ser um pequeno apontamento, como crítica ao tolhimento das liberdades por parte do Império, qual seja: “[...] a liberdade do ensino suprimida pela inspeção arbitrária do governo e pelo monopólio oficial” (MANIFESTO REPUBLICANO, 1870, p. 10).

O Manifesto Republicano de 03/12/1870, cerca de 20 anos antes da Proclamação da República, em 15/11/1889, foi um documento que deu suporte efetivo ao movimento republicano brasileiro.

Para Araújo (2012, p.119):

[...] além da crítica ao poder imperial e de evocações ao passado que dariam sustentação ao republicanismo, algumas palavras de ordem se fazem recorrentemente presentes. Dentre outras: defesa dos direitos da nação, soberania do povo, homens livres subordinados aos interesses da pátria, liberdade civil e política, democracia, patriotismo, críticas aos privilégios de religião, de raça, de soberania e de posição, vontade coletiva do povo brasileiro, eleições livres, liberdade de consciência, liberdade econômica, liberdade de imprensa, liberdade de associação, liberdade do ensino, liberdade individual, princípio federativo, autonomia das unidades federadas, o papel das municipalidades em relação ao princípio federativo, governo representativo, soberania nacional, liberdade democrática, necessidade de uma assembleia constituinte, instauração de um novo regime, partido republicano federativo.

De acordo com esta citação, o Manifesto Republicano apresenta questões políticas em que foram identificados somente os interesses que davam sustentação ao regime republicano. Vale observar que em todo o Manifesto estava ausente a instrução primária. O Manifesto Republicano iniciou-se em torno da proclamação da República e mostrou dificuldade de se construir um “herói” para o novo regime governamental. Entretanto, os heróis surgiram em curto tempo com as lutas que precederam a nova ordem. O candidato apontado para o papel

de herói republicano, no Brasil, foi Deodoro da Fonseca, que proclamou a República Brasileira, em 15 de novembro de 1889.

O Governo Imperial atendia aos interesses da camada elitizada constituída de duas correntes significativas: a primeira estava ligada à lavoura tradicional que era a de cana-de- açúcar, tabaco e algodão. A segunda referia-se ao café - a nova lavoura. O café, nesse período, dominava o aparelho do Estado, admitindo, assim, a participação dos cafeicultores que conduziam os rumos do país, em favor de seus interesses.

A palavra República “[...] é um termo de origem latina que significa coisa pública (em latim: res, rei significa coisa; e pública, em oposição a privatu) [...]”, somente registrado em português, a partir do século XV, representando a orientação antiga: “República coisa do povo, considerando tal, não todos os homens de qualquer modo congregados, mas a reunião que tem seu fundamento ao consentimento jurídico e na utilidade comum” (CÍCERO, 1973, p. 30).

Quando Cícero menciona povo, significa que: “[...] é todo povo. Isto é, toda a sociedade fundada com condições expostas em toda cidade, ou, até mesmo, toda constituição particular, toda coisa pública”. Por isso, entende-se que toda coisa do povo necessita ser regida por uma autoridade, apoiada sobre o princípio que presidiu a formação do Estado. A ideia de que os representantes do povo devem elaborar leis as quais vão ao encontro do povo, complementa o sentido do termo República.

Assim,

Sendo lei o laço de toda a sociedade civil, e proclamando seu princípio a comum igualdade sobre que a base assenta uma associação de cidadãos cujos direitos não são os mesmos para todos? Se não se admite a igualdade da fortuna dos direitos parece menos obrigatório entre os membros de uma mesma República. Que é, pois, o Estado, senão uma sociedade para o Direito? (CÍCERO, 1973, p. 32).

A República deve ser conduzida por leis as quais se unem em uma teia que ligam e interligam todos os pilares do governo, isto é, como uma sociedade é capaz de criar leis para si própria, promovendo a identificação entre quem cria e quem recebe uma regra de conduta. E, ao mesmo tempo, as leis são criadas, planejadas e organizadas por pessoas, transformando- se em uma constituição que controla o país, uma vez que o ser humano é um legislador livre e consciente do conjunto de normas e leis morais que adota em sua existência social.

No Dicionário de Ciências Sociais: “República é uma forma de governo sem monarca, associada mais à representação popular efetivada através de alguma forma de processo eletivo e, em diversos graus, aos princípios da democracia liberal” (SILVA, 1986, p. 1066).

A República é, muitas vezes, equiparada à democracia, porém, observa-se que há repúblicas nitidamente democráticas na forma, mas, na prática, são Estados governados por um ou por alguns, e não por muitos, conforme regem os princípios democráticos. É a participação do povo na decisão das ações nas políticas públicas de todos e não de poucos que decidem por muitos. Ou seja, a República é a estrutura de poder instituída sobre determinado território ou população de natureza duradoura, representativa do povo e instituída para a sua defesa que se constitui em sociedade.

Assim, República é definida por Kant (1998, p. 83) como:

Essa Constituição [republicana] é uma única Constituição política duradoura, na qual a lei é autônoma e não está vinculada a nenhuma pessoa em particular, [...] Toda república verdadeira e não pode ser outra coisa senão um sistema representativo do povo, para a defesa dos seus direitos.

A contribuição de Kant (1998), cuja concepção republicana fundamenta-se em interpretações, concretizadas em fundamentos da Constituição Republicana, tem como base os princípios de liberdade, participação e igualdade de seus membros, o que possibilita a integralização do indivíduo à sociedade, em relação a uma única legislação comum, onde reina a igualdade de todos, enquanto cidadãos, de acordo com os princípios regulamentados em leis constitucionais.

Assim sendo, vale destacar o que Cícero (1973, p. 52) apontou:

A Constituição da República não foi obra de um homem nem de um tempo. Claramente se vêem quantas e quais foram em cada reinado, as coisas boas. Mas, afigura-se-me que chegamos àquele que, dentre todos, me parecem ser o que mais e mais claro viu na Constituição da República.

De acordo com o pensamento de Cícero, além da Constituição da República, existia um governo estabelecido que apresentava uma infinita vantagem, pelo fato de ter sido instituído entre os homens (povo) que, em sua maioria, eram governados pela autoridade e não pela razão, e nunca reconheciam autoridade, ao que não se apresentava a recomendação da antiguidade. O povo lutava por melhorias para o bem da nação e, mesmo assim, adaptava suas inovações ao antigo edifício, conservando os principais pilares e sustentáculos da Constituição, mantendo, assim, uma república forte. A história mostra-nos que o regime republicano não nasceu pronto, mas foi pensada pelo homem há vários séculos. Entende-se,

até hoje, que não existe uma república perfeita, completa, formada e íntegra. Cada nação possui um modelo republicano próprio e, cada vez mais, os países recebem os ajustes reais, para que a população viva em harmonia e paz.

A Proclamação da República aconteceu, no Brasil, com a queda da monarquia, por três grandes motivos, segundo Bello (1969, p. 03): “[...] a Questão Religiosa, a Abolição e a Questão Militar”. É evidente que a abolição marcou um grande passo na marcha final de um longo período imperial para a República, entretanto, foi decisivo também o apoio dos militares.

O governo republicano tem, em seu próprio nome, o caráter provisório, essencialmente, a finalidade de garantir a integridade da pátria e a ordem pública, assegurando o funcionamento normal dos órgãos judiciários e administrativos, os compromissos nacionais e estrangeiros, vantagens e direitos adquiridos pelos funcionários do Estado. Foram abolidos o Conselho de Estado e o Senado vitalício, como foi simplesmente dissolvida a Câmara dos Deputados. No Decreto n. 1, fica proclamada provisoriamente e decretada como forma de governo da nação brasileira: a República Federativa do Brasil. “Aos poucos a República passara do sonho para a realidade” (BELLO, 1969, p. 34). A República no Brasil, como aconteceu no passado, era prematura, ou, mais que isso, confundia-se no julgamento com a perspectiva do caudilhismo endêmico do continente, na moldura monárquica. Seria possível atender aos desejos liberalizantes do país e aos anseios de ordem e de progresso material.

O primeiro Presidente da República do Brasil afirmou, na Mensagem, que:

É chegado o momento de comunicar-vos, com íntima satisfação que o novo regímen político do Brasil foi reconhecido por quase todos os paizes da América e da Europa.

A República está felizmente em paz com todas as Nações do mundo, e tudo concorre para que sejam cordiaes as relações que com ellas mantem (BRASIL, 1891, p. 4).

Observa-se que os países americanos e europeus reconheceram a Proclamação da República Brasileira e, conforme as palavras do presidente, o novo sistema governamental foi bem aceito e se encontra em paz com todas as nações do mundo. Mas a proclamação da República Brasileira era provisória, em 1889.

O Governo foi provisório, inicialmente, comandado por Marechal Deodoro da Fonseca que, por sua vez, estabeleceu algumas modificações, tais como a reforma do Código Penal, a separação da Igreja e do Estado, a naturalização dos estrangeiros residentes no país, a destituição do Conselho, a anulação do senado vitalício, dentre outros (FAUSTO, 2000).

De acordo com Carvalho (1990, p. 39):

A República no Brasil, para esse grupo era o ato final da Questão Militar, sua solução definitiva pela eliminação de um regime que, segundo eles, era dominado por uma elite bacharelesca infensa aos interesses castrenses, desrespeitosa dos brios militares. Esse grupo não tinha visão elaborada de república, buscava apenas posição de maior prestígio e poder, a que julgava ter o Exército direito após o esforço de guerra contra o Paraguai.

A disputa pelo poder era entre os militares que tinham interesses diversos e se divergiam em suas concepções de como organizar a República. O tema corporativo foi decisivo para convencer Deodoro a participar do movimento. Reconheceu-se a resistência de civis, paisanos e outros na conspiração, cujo assunto era estritamente militar.

Com a República, os que apoiavam Deodoro resumiam-se somente ao Exército. A República da vertente de Benjamim Constant queria a salvação da pátria. Nesse sentido, absorvia-se do positivismo uma visão integrada da história, uma interpretação do passado e do presente bem como uma projeção do futuro.

A história tinha suas leis, seu movimento predeterminado em fases bem definidas, mas a ação humana, especialmente a dos grandes homens, poderia apressar a marcha envolvida da humanidade. Essa marcha, no caso brasileiro, passava pelo estabelecimento de uma república que garantisse a ordem material, entendida como incorporação do proletariado à sociedade, e a liberdade espiritual, isto é, a quebra dos monopólios da Igreja e do Estado sobre a educação, a religião, a ciência (CARVALHO, 1990, p. 42).

Muitos positivistas ligados a Deodoro da Fonseca não se conformaram com o uso exclusivo da tática do convencimento da Proclamação da República. Envolviam-se no confronto político, em conspirações e revoltas para impedir a Proclamação da República. Dentre os militares que estavam a favor do novo regime e contra os políticos que queriam a continuidade do Império, alguns eram reprovados e excomungados pela Igreja Católica, porque não estavam a favor do novo regime político.

O Brasil conquistou o regime republicano, mas a população e a nação não estavam preparadas para o acontecimento. Parte dos republicanos ficou preocupada, porque não sabia o que fazer, pois não foram planejadas pelas lideranças políticas republicanas, as ações que deveriam ser tomadas, imediatamente, para gerar as mudanças que o país precisava naquele momento.

A República herdou do Período Imperial inúmeras situações/problemas: analfabetismo, péssimas condições agrícolas, nenhuma qualidade de mão-de-obra e poucas

estradas. Na passagem do Império para a República, o país passava por uma série de transformações em diversos setores, tanto na esfera qualitativa quanto na quantitativa, isto é, nos setores: econômicos, políticos, sociais e de instrução escolar.

A seguir, a afirmação de Deodoro da Fonseca, em relação à consolidação da República:

Proclamada a República, cumpria ao Governo Provisório promover, no mais breve prazo, a reunião dos immediatos representantes da soberania nacional; e, para a respectiva eleição, é innegavel que não lhe era licito, sem contradição, recorrer ao mesmo processo que vigorava no regimen decahido, e que, como é notório, significa apenas engenhosa combinação, na qual alias não resultava-se a expressão sincera da vontade popular. Nestas condições, expediram-se os decretos de 8 de fevereiro e 23 de junho de 1890, de acordo com os quaes procedeu-se em todo o paiz a eleição no dia 15 de setembro subsequente (MENSAGEM, 1891, p. 05).

Outro setor importante da República nascente foi o dos militares. Deodoro da Fonseca tornou-se chefe do Governo Provisório e algumas dezenas de oficiais foram eleitas para o Congresso Constituinte. Eles não constituíam um grupo homogêneo. Havia rivalidades entre o Exército e a Marinha, enquanto o Exército tinha sido o articulador do novo regime, a Marinha era vista como ligada ao Império. Para o exército, a República deveria ser dotada de um poder forte, ou passar por uma fase mais ou menos prolongada de ditadura.

Instituindo a Federação, o novo regime viu-se obrigado a recorrer às forças representadas pelos coronéis, provocando o desenvolvimento das oligarquias regionais que, ao serem ampliadas, encaminharam-se para a “política dos governadores”. Em relação aos homens mais importantes de cada lugar, eram vistos os que tinham seu poderio econômico e social assentado e se mantiveram mais fortemente, ainda, como chefes das oligarquias regionais. Dessa forma, atuaram como as principais forças sociais no âmbito dos governos estaduais e federal.

De acordo com Nagle (2009, p. 12):

[...] traduziram no plano político as condições objetivas da estrutura agrária dominante. Estabelecida a relação entre o coronelismo e os poderes públicos, daí decorreu o compromisso coronelista. Mantidas e aperfeiçoadas as características da instituição coronelista, depois da implantação do regime republicano, delas resultaram o continuísmo ou imobilismo político que caracterizou a Primeira República, bem como o fraco centralismo e as feições do então restrito colégio eleitoral e a forma comprometida das regras da elegibilidade.

Nesse sentido, o regime republicano, vigente até 1929, não manteve apenas, em toda sua plenitude, o sistema coronelista. Este foi também aperfeiçoado e ampliado pela formulação da “política dos governadores”, ou também a chamada de “política dos estados”, reflexo do mesmo sistema do plano nacional. A “política dos estados” é a política responsável pela aglutinação, no plano nacional, das forças representadas pelo coronelismo, e sem a qual, dificilmente, seria evitada a luta e o movimento no sistema republicano para alternância de poder. Esse movimento foi até o término da Primeira República, que transformou os governadores dos estados nos eleitores dos presidentes da República, escolhidos por convenções onde as “cartas estavam marcadas” (NAGLE, 2009).

As ações governamentais relacionadas “a política dos estados” eram definidas pelos dois grandes Estados: Minas Gerais e São Paulo, que quase sempre se alternavam no exercício da presidência da República, inaugurando, assim, o rodízio mineiro e paulista. Essa política foi construída sobre o coronelismo, a instituição oligárquica, representada pela “política dos governadores”, e delimitou uma apresentação coletiva singular, de acordo com a qual as posições de mando se conservavam dentro de um grupo restrito que perpetuava a mesma composição de poder (CURY, 1978).

As primeiras décadas do regime republicano apontam para uma economia voltada para a produção agrícola, de matérias-primas tropicais destinadas à exportação, concorrendo para fatores tanto de natureza externa quanto interna. Internamente, consolida-se o trabalho livre, intensifica-se o processo de imigração, acentua-se a incorporação na produção de maquinários modernos e eletricidade, e a ampliação dos transportes ferroviário e marítimo, favorecendo a circulação de produtos. Externamente, contribuiu para o incremento da economia nacional, a ampliação do mercado europeu e norte-americano, favorecido pela industrialização e ascensão de vida da população.

O princípio federativo, com a mudança do regime político, não só consagrou, mas ampliou o regime de descentralização, estabelecido pelo Ato Adicional de 1834, passando a educação escolar (primária e secundária) do plano nacional para o plano provincial; subtraiu à esfera do governo federal a organização das bases em que se devia assentar o sistema nacional de educação.

O próprio discurso de Deodoro da Fonseca indicava que era necessário construir um novo país sob a égide do federalismo, do republicanismo e dos direitos do homem. Precisava organizar esta nação republicana e federativa. Organizar a nação, nesses termos, implicava, enquanto regime federativo, uma mudança política que religasse o território nacional. De

acordo com a história do Brasil, existiam inúmeras revoltas e levantes pelo país, após a proclamação da República, no entanto, era necessário consolidar o regime republicano.

Com a incorporação do imenso território dividido em estados e esses ligados à federação, fazia-se necessário lutar por uma união e cada um precisava defender o seu espaço. Sem essa incorporação espacial não haveria como erigir um Estado Nacional de cunho federativo. Para que isso funcionasse como meio ou mediador, foi usado o mais avançado e moderno meio de comunicação da época - os telégrafos. Estes serviriam como base material de um processo que religariam os espaços políticos, então federativos, enquanto espaços de comunicações. Precisava-se incrementar a comunicação para que servisse de elo entre as pessoas e as instituições. Assim atualizaram-se os correios. Os Correios e Telégrafos eram meios básicos e estratégicos, como atualmente o é a Internet, que acontece quase instantaneamente por meio virtual. Os telégrafos eram o meio de comunicação mais avançado da época para que a comunicação pudesse ocorrer em curto tempo. De acordo com Deodoro da Fonseca, para que a comunicação fosse mais ampla, a instrução deveria ser um marco que levaria às populações, juntamente com o progresso material, o domínio da justiça e dos direitos como elementos constitutivos dos direitos humanos.

Nessa linha de raciocínio, criou-se a perspectiva de novas vias de organização da