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4. Entrevistas

4.2. Guião da Entrevista e objectivos das perguntas

Como já foi mencionado, existem duas versões do guião, uma direccionada para técnicos de mistura ou para técnicos que estivessem bastante familiarizados com o processo e a outra direccionada para técnicos que desconhecessem o processo mas, uma vez inseridos na área de som, facultassem perspectivas e opiniões relevantes para esta temática. Estes dois guiões estão disponíveis no apêndice E.

Uma vez que os guiões são bastante semelhantes vai-se apenas esclarecer os objectivos das entrevistas a técnicos de mistura. Em ambos os guiões a entrevista inicia-se com as mesmas duas questões:

1. Há quanto tempo trabalha na área?

2. Quantos filmes já misturou em surround, 5.1? / Tem alguma experiência com misturas em surround?

Estas questões servem como uma apresentação de cada técnico e da sua experiência na área de som, se trabalha há muito tempo na área ou não, se sim quantos filmes misturou em surround 5.1 ou que tipo de experiência tem com mistura neste sistema.

3. Na sua opinião, quais são bons exemplos de boas misturas em 5.1? Porquê?

Esta pergunta tem como objectivo perceber se os técnicos têm algum filme(s) de referência, percebendo-se também, ao mesmo tempo, o que eles consideram como serem boas misturas. Alguns técnicos também facultaram exemplos de más misturas.

4. Qual considera ser a grande vantagem do surround quando comparado com o stereo?

Apesar de existir uma opinião global sobre a vantagem dos sistemas de surround, esta pergunta foi feita não só para haver registo dessa opinião, mas também para saber se há vantagens que sejam bastante óbvias. Contudo, alguns técnicos proporcionaram perspectivas negativas do sistema, explicando algumas limitações do próprio sistema.

5. A seu ver, o que mudou nas primeiras misturas em surround para as actuais?

Como a própria pergunta indica, o seu propósito é saber a opinião dos técnicos em relação à evolução das misturas de som para cinema. Obviamente que as respostas dos técnicos com pouca experiência é um pouco condicionada, não deixando, contudo de ser relevantes.

36 6. Como preparação, tive que analisar 15 de 43 filmes misturados em 5.1. Analisei filmes lançados desde 1992 (ano em que se iniciaram misturas em surround 5.1 com o certificado da Dolby) até às actualidade. Desta análise conclui que só recentemente é que se começou a recorrer mais aos canais L+R e surround para a colocação diálogos. Porquê que acha que isto aconteceu?

7. Outra conclusão foi que no início, ainda se utilizava ambientes stereo (L+R) em determinados situações, quando já havia condições para se ter ambiente surround (L+R+Ls+Rs). Porquê utilizar ambiente stereo quando se começou a utilizar o sistema 5.1 e não se utilizar tanto agora?

Achou-se pertinente a utilização dos resultados da análise dos filmes como pretexto para a discussão de alguns parâmetros. Através das respostas obtidas, consegue-se chegar a possíveis justificações para este fenómeno. Por uma questão de gestão de tempo da entrevista, optou-se por apenas abordar os fenómenos das colocações de vozes e de ambientes, uma vez que outros parâmetros iriam ser esclarecidos no decorrer das entrevistas.

8. O seu processo de mistura mudou desde que começou a trabalhar na área? Porquê?

9. O processo de mistura muda de projecto para projecto? Porquê?

Com estas duas perguntas consegue-se saber o tipo de abordagem que os técnicos têm com diferentes filmes, o porquê dessa diferença e também se consegue entender a importância que a experiência tem no desenvolvimento de competências. Achou-se pertinente fazer outra questão mais específica que permitiu saber como é que os técnicos abordam situações semelhantes em projectos diferentes. O exemplo dado foi o seguinte: Em dois filmes diferentes existe exactamente a mesma situação. Uma personagem está a falar dentro de campo e dirige-se para o lado esquerdo, até estar fora de campo, estando sempre a falar. Num filme opta por fazer a colocação da voz consoante o movimento e noutro não. Porquê? Com esta pergunta é possível perceber que factores podem influenciar determinadas decisões.

10. Como é que se consegue fazer um posicionamento espacial na mistura que esteja de acordo com a narrativa, mas que não seja intrusiva?

Esta podetá ser a questão mais difícil de se responder, mas tendo em conta que esta é uma das grandes preocupações no processo de mistura, convém ser feita para demonstrar que tipo de respostas foram dadas, conseguindo garantir se há um método específico ou não?

37 11. Qual o papel da Dolby ou da DTS no processo mistura? Que tipo de influencia têm?

Uma vez que a Dolby é uma das maiores empresas no mercado cinematográfico, faz sentido tentar perceber até que ponto é que a mesma teve influência ou influencia o processo de mistura.

12. Acha que os realizadores tiveram influência na “evolução” do processo de mistura?

13. Os realizadores costumam pedir para fazer colocação da voz?

14. Prefere ter indicações claras do realizador ou prefere ter liberdade total no processo? Porquê?

O papel do realizador é algo que convém ser discutido, não só para saber se os realizadores têm alguma intervenção no processo de mistura como também ,se a tiverem, saber que tipo de intervenção é essa, se limitam o técnico ou se incentivam novas abordagens, ou seja se o tipo de relação entre misturador e realizador pode influenciar o processo de mistura de forma significativa.

15. De modo geral, faz sentido a música estar disposta nos canais frontais (L+C+R) ou apenas no stereo tradicional (L+R)?

16. A reverberação deve ser colocada em stereo ou em surround?

Através das respostas a estas duas perguntas consegue-se fazer uma comparação entre os resultados obtidos na análise dos filmes e também é possível justificar as suas colocações.

17. Acha que existem normas/ “regras” de mistura que foram estabelecidas? Quais?

Finalmente, é questionado se os técnicos acham que existem tendências ou normas no processo de mistura e até que ponto é que elas são pertinentes ou não.

Em algumas entrevistas foram feitas perguntas adicionais que, apesar de não estarem inseridas no guião, são pertinentes e ajudam a perceber outros aspectos do processo. Estas foram algumas das questões colocadas:

Qual é a sua opinião em relação às guidelines da Dolby?

Se estas guidelines existem, então porque não foram impostas no filme Gravity, que de certa forma quebra todas essas guidelines?

38 Qual foi exactamente o papel do funcionário da Dolby que aprovava as misturas?

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