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Habilidades do sucessor *

No documento GestãodaEmpresaFamiliar (páginas 93-96)

2. Orientação ao crescimento: momento em que a empresa, tendo se consolidado no mercado, se prepara para crescer Além de serem contratados

10.5 Habilidades do sucessor *

O sucessor terá a responsabilidade de dar continuidade à gestão da empresa, não sendo necessário ter vínculo familiar ou societário. Deve reunir habilidades conceituais necessárias para desenvolver uma gestão promissora e que atenda aos anseios daquelas pessoas que lhe confiaram tal responsabilidade.

As organizações possuem cultura própria, que podem perfeitamente ser confundida com os valores do fundador. O perfil do sucessor deve estar em sintonia com a identidade da empresa familiar, para evitar o confronto de posições antagônicas. Funcionários e antigos colaboradores são leais e conservadores ao estilo do fundador, o que pode gerar em determinado momento, conflitos e mal estar de ambas as partes.

Ainda com relação ao sucessor, tais habilidades e a aproximação com o estilo de trabalho do fundador, criam uma atmosfera de reconhecimento, que arremete o profissional para dentro do ambiente familiar, a ponto de identificá-lo como braço direito do fundador-empresário.

10.6 Herdeiro

Dentre as dificuldades existentes no processo sucessório, uma delas está em separar os conceitos de herdeiro e sucessor. Seguindo a definição de Houaiss, Villar e Franco4 teremos: “Herdeiro: aquele que sucede na totalidade ou em parte da herança, seja por força de lei, seja por disposição de testamento.”

Herdeiro representa a figura do novo proprietário, que ingressa na sociedade por ter recebido uma participação societária como herança de um falecido sócio, portanto, está associado ao falecimento e à transmissão do patrimônio. Somente com o fato do falecimento é que surgirá a figura dos herdeiros e seus direitos assegurados por lei.

Herdeiro está relacionado à transmissão de patrimônio, pois recebe uma parcela dos bens e direitos que constitui o patrimônio do espólio, ou dado como ausente. Numa sociedade empresarial, significa mudanças de sócios e proprietários, assim como a transferência de direitos e obrigações.

Sucessor surge quando ocorre a substituição de um cargo. Ocorre por diversos motivos, tais como: por falecimento, aposentadoria, afastamento, determinação estatutária etc.

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Os itens 10.5 e 10.6 foram elaborados a partir das idéias de Adachi (2006).

[S21] Comentário: Professor,

concorda que esse item poderia estar dentro do item 10.1? podemos alterar?

94 Conforme Houaiss, Villar e Franco5 sucessor é “aquele que sucede a outrem ou que o substitui num cargo ou função.”

10.7 Herança

A expressão Direito das sucessões é utilizada pelo legislador brasileiro, quando o assunto se refere à herança. De acordo com Monteiro6, descreve assim:

Num sentido amplo, a palavra sucessão significa o ato pelo qual uma pessoa toma o lugar de outra, a qualquer título, no todo ou em parte, nos direitos que lhe competem. Por exemplo: o comprador sucede ao vendedor no que diz respeito à propriedade da coisa vendida. Já o cedente sucede o cessionário, e assim para todos os modos derivados de adquirir o domínio ou o direito.

No direito das sucessões, o vocábulo é restrito a transferência da herança, ou do legado, por morte de alguém, ao herdeiro ou legatário, seja por força de lei, ou em virtude de testamento.

De acordo com a Constituição Federal, em seu artigo 5º, trata dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos, conforme segue:

[...]

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

[...]

XXX - é garantido o direito de herança;

XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus.

[...]

Assunto também regulamentado pelo artigo 10 lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro: “Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que era domiciliado o defunto ou desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens.”

Na esfera processual, o inventário e a partilha estão regulados nos artigos 982 a 1045 do Código de Processo Civil, que tratam das práticas e dos procedimentos processuais sobre o tema.

A herança pode ser resumida ao patrimônio do de cujus, ou seja, o conjunto de bens e direitos a serem partilhados entre os herdeiros. Isto significa não confundi-lo com o patrimônio do cônjuge, da empresa ou de terceiro. É muito importante observar, o regime de bens adotado no casamento para processar a partilha.

95 No regime de comunhão universal de bens, assim como nas parcelas adquiridas na constância do casamento no regime legal, cada cônjuge é proprietário de metade do patrimônio, antes mesmo do falecimento de qualquer dos cônjuges e cada parcela recebe o nome de meação, ou seja, ocorrendo a morte de um dos cônjuges, a herança corresponde a 50% do patrimônio do casal, sendo excluída a meação do cônjuge sobrevivente. Esta regra é adotada para os bens adquiridos na constância do casamento, no regime legal.

“Vocação hereditária”, preferência na partilha para os descendentes mais próximos: como os filhos (pela Constituição Federal, havidos dentro e fora do casamento, adotivos ou não), os netos, os bisnetos, e assim por diante. Concorrendo com os descendentes está o cônjuge. Demais casos envolvendo o requerimento da filiação, estão sujeitos a discussões jurídicas, para uma solução em definitivo.

A vocação hereditária prevê que não havendo descendentes, surgem os ascendentes do de cujus, que são: os pais, os avós, os bisavós, obedecendo sempre à ordem do mais próximo, que por sua vez excluirá o mais remoto. Também concorre o cônjuge sobrevivente.

De acordo com a ordem de vocação hereditária, na ausência dos descendentes e ascendentes, caberá a herança ao cônjuge sobrevivente, viúva ou viúvo. Outra situação prevista na vocação hereditária são os colaterais, formados por parentes até o 4º grau, que são os irmãos, os sobrinhos, os tios e os primos.

No caso de não existir nenhum herdeiro legítimo, a herança será considerada “herança jacente,” e deverá ser entregue ao domínio dos entes públicos.

O novo Código Civil Brasileiro (Lei nº 10.406/2002), em seu artigo 1.485, classifica como herdeiros necessários os descendentes, ascendentes e cônjuges, que garante no mínimo receber metade da herança do falecido:

[...]

Art. 1.845. São herdeiros necessários os descendentes, os ascendentes e o cônjuge.

Art. 1.846. Pertence aos herdeiros necessários, de pleno direito, a metade dos bens da herança, constituindo a legítima.

[...]

A legítima é um direito dos herdeiros necessários, os quais constituem os herdeiros legítimos mais qualificados. Existe uma única exceção à norma legítima, a deserdação, ou seja, pessoa impedida de receber a herança.

Deserdação, causas previstas em lei: autor e co-autor de homicídio doloso contra a pessoa de cuja sucessão se tratar; acusar caluniosamente em juízo o autor da herança; ofensa física; injúria grave; relações ilícitas com parentes do falecido; desamparo do filho com deficiência mental ou enfermidade etc.

96 Testamento, ato pelo qual uma pessoa declara sua vontade própria sobre a disposição do seu patrimônio pessoal após seu falecimento.

Legatário, de acordo com a legislação brasileira, é a pessoa que recebe por disposição testamentária uma coisa certa e determinada, chamada legado.

Inventário, procedimento processual que objetiva a formalização da arrecadação dos bens e a posterior partilha, ou seja, divisão da herança entre os herdeiros.

No documento GestãodaEmpresaFamiliar (páginas 93-96)

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