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Razões para a venda das empresas familiares *

No documento GestãodaEmpresaFamiliar (páginas 78-81)

2. Orientação ao crescimento: momento em que a empresa, tendo se consolidado no mercado, se prepara para crescer Além de serem contratados

8.4 Razões para a venda das empresas familiares *

A aquisição de empresas familiares por grupos multinacionais, representa não só o processo da globalização como também o interesse por parte desses grupos em determinados segmentos de mercados, onde as organizações brasileiras estão enraizadas e detém amplo domínio frente a seus concorrentes.

O fato é que, com uma moeda forte, aparato tecnológico, estrutura comercial e de comunicação, são condições consolidadas para estes grupos, uma vez que em nosso

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79 sistema atual as empresas ainda carecem de investimentos, planejamento fiscal tributário, especialmente por parte do governo.

Empresas são adquiridas e em alguns casos os antigos proprietários ou membros da família, continuam trabalhando numa condição de direção, por conhecerem bem o mercado e os seus clientes. Entra em ação o novo proprietário (empresa adquirente) que vai promover investimentos, propor um novo sistema de planejamento, diretrizes, regras, e controlar a empresa em sua totalidade financeira. O ciclo do negócio familiar continua, mas agora, sob nova direção.

Do ponto de vista financeiro a venda de certas empresas, representa a independência financeira para o seu fundador e os seus familiares. Esse aporte financeiro permite ao fundador abrir um outro negócio e reiniciar em outra atividade, assim como repassar parte desse dinheiro aos filhos e esses por sua vez abrirem seu próprio negócio.

São vários os motivos ou razões para a venda de uma empresa de origem familiar:

• A família não estava preparada para entender o negócio da empresa; • Desorganização financeira por parte do fundador: exemplo, misturar

interesses pessoais com interesses da empresa;

• O fundador se preocupou excessivamente em construir seu patrimônio, deixando de lado a educação dos filhos;

• A profissionalização não foi acompanhada e supervisionada pelo fundador, descaracterizou a empresa familiar;

• Acumulo de dívidas, falta de planejamento, sonegação fiscal etc. • Irregularidade na contratação de mão-de-obra, passivo trabalhista, etc. • A rivalidade entre irmãos;

• Não há preparação de um sucessor, falta consenso na família sobre quem deve assumir o controle da empresa;

• Falta de interesse por parte dos filhos em dar continuidade ao negócio da família.

Além desses motivos poderíamos enumerar muitos outros exemplos que determinam o fracasso das empresas familiares, Werner3 nos indicam cinco fatores para esse insucesso: “A rigidez do empreendedor; os desafios da modernização; os sucessores mal preparados; as questões emocionais; a falta de liderança e legitimidade.”

Independentemente do motivo, a venda de uma empresa deve obedecer a um padrão técnico de avaliação que na maioria das vezes é determinado por empresas especializadas, cujos coeficientes analisados por esses profissionais fixam um preço justo de mercado, tanto para quem vende quanto para quem compra.

80 O que acontece em muitos casos, é que o vendedor estipula um valor baseado em localização geográfica, ponto comercial, estoque, etc. Esse preço sem um acompanhamento técnico pode ser inadequado para quem está comprando ou pode até trazer prejuízo para o vendedor.

Na realidade os proprietários de empresas familiares, dificilmente acompanham a valorização de seu negócio, não se preocupam em patentear a sua marca, não possuem mecanismos técnicos que lhes permitam uma aproximação do valor real de mercado de sua empresa. Isso acontece porque o proprietário ou fundador quer perpetuar o seu negócio, não é seu desejo vender a empresa e sim dar continuidade através das futuras gerações.

Quando o proprietário ou a família opta em vender a empresa deve se cercar de alguns cuidados, analisar os prós e os contras dessa decisão, isto porque, é inevitável o reflexo dessa atitude, pois trará conseqüências positivas ou negativas em um futuro não muito distante. É comum as pessoas venderem seus negócios, investir em outro segmento e não obter os resultados desejados, isto significa que o risco não foi calculado como deveria ser. Outra situação é a demora do retorno no novo empreendimento, às pessoas trabalham com a perspectiva de retorno no curto prazo e nem sempre isso é possível.

Também é importante destacar aquelas empresas que estão em estágio mais avançado, cujo grau de complexidade é maior e para se tomar tal atitude devem-se levar em consideração os interesses e conflitos, seja no âmbito familiar ou da sociedade constituída.

A partir do momento em que o proprietário ou a família toma a decisão de vender a empresa, quais cuidados devem ser observados, segundo Adachi4:

• Contratar uma empresa especializada ou estabelecer mecanismos gerenciais que permitam avaliar a empresa, conforme seu mercado de atuação;

• Estabelecer o preço de venda e a forma de recebimento, quando da efetivação do negócio;

• Se a venda estiver relacionada a um novo investimento, reunir a família ou sócios e discutir o risco, a viabilidade do negócio e suas implicações a curto, médio e longo prazo;

• Se a venda estiver atrelada à divisão de bens, antes de efetivar o negócio é preciso estabelecer critérios e percentuais das pessoas favorecidas; • Se a venda estiver relacionada a conflitos familiares pare e pense! O que

81 novamente do zero, talvez não seja a melhor alternativa. É preciso fazer as pessoas entenderem que discordar também faz parte do negócio.

Os motivos que levam as empresas familiares a serem vendidas são inúmeros, alguns racionais outros motivados pela inexperiência de seus administradores. O administrador deve sistematicamente rever seus custos, supervisionar a atuação e o desempenho de seus colaboradores, separar o que são despesas pessoais e as que são da empresa, ter um planejamento não só financeiro, mas como também de metas dentro de seu habitat familiar, tratarem seus descendentes dentro de uma ótica profissional e prepará-los para herdar a empresa, assim como motivá-los em suas futuras gerações.

No documento GestãodaEmpresaFamiliar (páginas 78-81)

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