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Vamos observar o exemplo de um deles, Herodes Agripa I. O nome Herodes era usado para identificar vários reis da região da Palestina no período anterior ao nascimento de Jesus, durante seu mi- nistério e após Sua ressurreição. Herodes Agripa I veio ao poder no ano de 37 D.C, após a ressurreição de Jesus. Ele conseguiu isto através de inteligência e diplomacia. Com sua mente de grande alcance, ele calculou todos os meios que o pudessem levar à sua autopromoção. Uma manobra primordialmente política após o Impe- rador romano Calígula ter sido assassinado, foi a ajuda para que Cláu- dio ganhasse o trono. Cláudio recompensou este movimento político sagaz e confirmou Agripa em sua posição presente, adicionando os territórios de Judéia e Sarnaria. Ele se tornou o rei de um reino tão grande quanto o de seu avô, Herodes, o Grande.

Durante seu reinado, Herodes Agripa I foi forçado a tomar partido na guerra entre Judaísmo e Cristianismo. Sem hesitação, ele assumiu o papel de perseguidor cristão. Lemos no livro de Atos, "Por aquele tempo, mandou o rei Herodes prender alguns da igreja para os maltratar, fazendo passar ao fio da espada a Tiago, ir- mão de João. Vendo ser isto agradável aos judeus, prosseguiu, pren- dendo também a Pedro." (At, 12:1-3) Ele era cruel com os cristãos porque isto servia seus propósitos políticos e lhe garantia favor perante os judeus. Ele matou a Tiago, um dos três apóstolos mais queridos

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de Jesus, e pretendia também matar a Pedro.

Precisamos perguntar, "De onde a autoridade de Agripa veio'?" Embora pareça que suas manobras é que lhe deram poder, ele nflo chegou à sua posição de autoridade sem o conhecimento e designo tki Deus.

Pedro, que havia sofrido nas mãos de Agripa, disse aos cris- tãos: "Temei a Deus, honrai o rei." (l Pé 2:17) O que? Honrar o rei quando este matou Tiago? Por que iria Deus designar um líder tão sagaz sobre uma terra onde tantos filhos Dele habitavam, e depois lhes ordenar que 'honrassem o rei' ? Parte da nossa resposta é encontrada nas Escrituras que se seguem: "Pedro, pois, estava guardado no cár- cere; mas havia oração incessante a Deus por parte da igreja a favor dele." (At. 12:5) Como um resultado, Deus enviou um anjo que livrou Pedro do cárcere, milagrosamente, para a segurança de um encontro de oração em casa. Se os cristãos não tivessem honrado o rei, e se rebelado contra o mandamento de Deus relacionado à autoridade de- legada, eles não teriam visto a mão milagrosa de Deus operando.

Os planos de Agripa para executar Pedro foram frustrados pelas orações e obediência da igreja. Este evento fortaleceu significantemente os cristãos. Assim como Faraó, Deus manifestou Seu poder por propósitos de redenção. O maior testemunho é encontrado nas próprias escrituras: "Entretanto, a palavra do Senhor crescia e se multiplicava." (At. 12:24)

As constantes orações dos santos e sua obediência em hon- rar autoridades tiveram um grande impacto nos acontecimentos. Ao continuarmos lendo, vemos que Herodes Agripa I separou um dia no qual ele veio perante o povo, sentou-se no seu trono em toda sua realeza, e deu um discurso público: "E o povo clamava: voz de Deus, e não de homem! No mesmo instante, um anjo do Senhor o feriu, por ele não haver dado glória a Deus; e, comido de vermes, expirou." (At. 12:22-23)

O julgamento veio, mas pela espada do Senhor, e não pelo povo de Deus. Logo veremos que Deus é Aquele que traz julgamento

DEBAIXO DAS SUAS ASAS

sobre autoridades. Somos ordenados a orar por aqueles que estão na liderança e honrar e nos submeter à autoridade deles. Se houver ne- cessidade de julgamento, Deus diz que devemos deixar que Ele o faça. O que eu tenho escrito neste capítulo é verdade, mesmo que vá contra o que é ensinado e pensado na igreja. Vamos abrir nosso coração para a sabedoria de Deus. Lembre-se, Ele é por nós, e não contra nós.

Capítulo 9

HONRAI Ao REI

Precisamos aprender a honrar - reverenciar, respeitar; tratar com consideração e submissão, e realizar nossas obrigações com

relação àqueles que são autoridades.

Uma clara exortação do apóstolo Pedro rapidamente mencio- nada no último capítulo necessita de considerável atenção, especial- mente nos nossos dias, nessas últimas horas. Antes de isolarmos a escritura, vamos examinar o contexto das colocações que a prece- dem: "Amados, exorto-vos, como peregrinos e forasteiros que sois, a vos absterdes das paixões carnais, que fazem guerra contra a alma. Tendo o vosso viver honesto entre os gentios; para que, naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, glorifiquem a Deus no dia da visitação, pelas boas obras que em vós observam." (l Pé. 2:11-12) Descobriremos que a submissão à autoridade é o comportamento apro- priado de que Pedro falou. A luta mencionada é a guerra entre o desejo rebelde de desobedecer a autoridade, e a obediência. Contudo, geralmente pensamos o oposto; consideramos o desejo de desobede- cer como nosso aliado, e a submissão como nosso inimigo. Esta per- cepção não poderia estar mais longe da verdade.

Precisamos não esquecer o que Pedro escreveu, pois quando nós nos submetemos e obedecemos, nós ainda assim poderemos ser acusados de 'estarmos agindo errado'. Eu já ouvi pessoas questio- nando, "O que acontece? Eu me submeto, mas ainda assim sou culpado por coisas que não fiz de errado." Estas pessoas perderam de vista que a obediência é ao Senhor, e seu galardão vem Dele. A versão bíblica 'The Message' coloca isto de uma forma muito bonita:

DEBAIXO DAS SUAS ASAS

"Servos [empregados, membros de igreja, cidadãos, etc.] obedecei a vosso senhor terreno [ patrões, líderes de igreja, auto-

ridades civis, etc.], mas sempre obedecendo ao Mestre, Cristo. Não

servindo à vista, como para agradar a homens, mas como servos de Cristo, fazendo de coração a vontade de Deus. E servi com um sorriso no semblante, não observando quem porventura lhe dá ordens, servindo de boa vontade, como ao Senhor, e não como a homens, certos de que cada um, se fizer alguma cousa boa, rece- berá isso outra vez do Senhor, quer seja servo, quer livre."

(Ef. 6:5-8)

Retornando à exortação de Pedro: "Sujeitai-vos a toda institui- ção humana por causa do Senhor, quer seja ao rei, como soberano, quer às autoridades, como enviadas por ele." (l Pé. 2:13-14) O Espírito Santo nos exorta através de Pedro, assim como Ele o fez através de Paulo, para nos submetermos às autoridades. Lembre-se sempre, o rei ao que se referiam era muito cruel, e cristãos sofreram amargosa perse- guição sob seu reinado. Como Paulo, Pedro nos exorta a reconhecer- mos a autoridade de Deus investida no homem, ao invés de reconhecer- mos o homem em si. Ele nunca poderia ter se submetido a um homem como Herodes Agripa I se não tivesse entendido e reconhecido a auto- ridade de Deus na posição do rei. É difícil nos submetermos a uma auto- ridade delegada se ainda não tivermos encontrado a autoridade de Deus. Quanto mais tentarmos obedecer, mais difícil se tornará, se não compre- endermos a verdadeira autoridade.

Pedro nos advertiu porque ele sabia que a insubordinação, na verdade, expande a causa do espírito do anti-cristo ou dos anti-cristãos. Pois esta força 'se levanta contra tudo que se chama Deus' (2 Ts. 2:4), incluindo os caminhos, métodos, operações e ordenanças do verdadeiro Deus Vivo. Nós, cristãos precisamos nos perguntar, "Estamos res- tringindo ou apoiando a operação da iniqüidade?" Se apoiarmos, nós operamos sob os princípios de satanás (rebelião), não de Deus.

Pedro continuou, "Tratai a todos com honra, amais os irmãos, temei a Deus, honrai o rei." (l Pé. 2:17) Ele não somente nos exorta a nos submetermos, mas também a honrarmos autoridades. A palavra grega para 'honrar' é timão, que significa 'honrar, dever honra, reve- renciar, venerar'. É a mesma palavrausada por Jesus quando Ele disse, "Eu honro meu Pai." (Jo. 8:49) A versão de 1828 do Dicionário Webster define a palavra honrar como 'reverenciar, respeitar, tratar com consideração e submissão e obedecer'. Deixe-me relembrar algo: o rei ao qual Pedro se refere era alguém que perseguia os cristãos naquela época! Não pode ser possível ele ter se referido ao rei como um indivíduo; ele nos exorta a honrarmos o rei como uma autoridade instituída por Deus.

No documento Debaixo de Suas Asas - John Bevere PDF (páginas 64-66)