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A distribuição das águas superficiais na área do estudo apresenta duas situações diferentes, a parte sul, até o paralelo 7849 000 m N, é rica em águas superficiais, que se expressam nas diversas lagoas e ribeirões, que drenam essa porção da área; na parte norte, do paralelo 7849 000 m N até o paralelo 7854 000 m N, as lagoas e drenagens perenes são escassas.

Os dois principais ribeirões que drenam á área do estudo pertencem à bacia do Rio das Velhas, que está inteiramente localizada na região central do estado de Minas Gerais, orientada no sentido sudeste para noroeste.

O rio das Velhas é o maior afluente em extensão rio São Francisco, com 801 km, possui a maior população e em sua bacia concentram-se atividades econômicas responsáveis pelo maior produto interno bruto, PIB, entre as sub-bacias do São Francisco. Deságua no São Francisco na localidade de Barra do Guaicuí, município de Várzea da Palma, MG.

Em escala local, a rede hidrográfica é bastante pobre, não tendo cursos d’água de grande volume,

à exceção do rio das Velhas que constitui o limite oriental da região, a cerca de 20 km da sede do CNPMS.

Tanto a área do CNPMS, como todo o seu entorno, está distribuída na microbacia do córrego do ribeirão Jequitibá, cujos principais afluentes são os córregos Marinheiro e Matadouro.

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6.5.1 Principais Córregos e Ribeirões da Área do estudo

A área do estudo é drenada por quatro ribeirões perenes, da sub-bacia do rio Jequitibá, um dos principais afluentes do rio das Velhas, a saber:

- o ribeirão Matadouro que corta a área em sua porção norte, fluindo de NW para NE, servindo como corpo receptor de esgotos sanitários de parte da área urbana de Sete Lagoas, paradoxalmente, enquadrado como classe 2, pelo Conselho de Política Ambiental – COPAM, segundo a deliberação normativa N°20, de 24 de junho de 1997;

- o ribeirão Jequitibá-Mirim, que flui de SE para NE, em boa parte dentro das terras da Fazenda Experimental da Epamig, um centro de pesquisa em olericultura e pecuária leiteira da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais – EPAMIG, em Prudente de Morais. Este passa a ser designado como ribeirão Jequitibá, após receber as águas do ribeirão Matadouro, pela sua margem esquerda;

- o córrego Forquilha que corta a cidade de Prudente de Morais, e atravessa a área da Fazenda da Epamig, de SW para NW, desaguando no ribeirão Jequitibá, pela margem direita, em terras desta fazenda;

- e o córrego Marinheiro que corta a área em seu extremo sudoeste, sendo o formador de uma represa que é a mantenedora do sistema de irrigação do CNPMS.

Segundo Engeo (s.d) ―a hidrografia da área urbana de Sete Lagoas é formada por dois cursos d’água principais, o ribeirão Matadouro e o córrego dos Tropeiros, que se juntam para formar o rio Jequitibá‖. Assim, considerando como bacia principal a do Jequitibá, sua área alcança cerca de 500 km2, totalmente na microrregião de Sete Lagoas.

Da nascente, na divisa dos municípios de Capim Branco e Sete Lagoas, no local denominado Matos de Cima, este ribeirão tem sido designado como Jequitibá-Mirim. Como tal, ele drena a região do contato entre o Complexo Cristalino e o Grupo Bambuí, ganhando um volume mais expressivo após receber as águas do córrego Forquilha, em terras da EPAMIG, no município de Prudente de Morais. Mais adiante deste ponto, constitui s divisa entre as terras do CNPMS e da EPAMIG, drenando toda a área do estudo. No limite nordeste desta divisa, e ainda dentro da área do estudo, no local de coordenadas 589036m E / 7850563m N, recebe o ribeirão Matadouro, que escoa parte do esgoto urbano de Sete Lagoas. No seu trajeto, drena ainda os

municípios de Funilândia e Jequitibá, onde deságua no rio das Velhas, no local de coordenadas 602 557 m E, e 7 872 423 m N.

As drenagens perenes, que constituem a sub-bacia do Matadouro, recebem significativa carga orgânica doméstica e urbana, pois estão quase que totalmente dentro da área urbana de Sete Lagoas, o que transformou este ribeirão em um esgoto cloacal. Desta forma, tornou-se o principal poluidor do rio Jequitibá.

Assim, o ribeirão Jequitibá, um dos principais afluentes do rio das Velhas, tem contribuído com expressiva carga orgânica para a poluição deste último.

6.5.2 A Lagoa Capivara

A área do CNPMS e o seu entorno, particularmente, a parte meridional, considerando a região da sede como o centro da área, é muito rica em águas superficiais. Além dos corpos d’água lóticos, várias lagoas em dolinas e represas compõem a paisagem local.

Chama a atenção pela dimensão de sua superfície a lagoa Capivara, considerada a principal lagoa da área, apresentada na imagem na Figura 6.19.

Figura 6.19  Vista da lagoa Capivara na área do estudo

Fonte: Google Hearth, 2011.

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Sua origem admitida é que ocorreu a colmatação de dolinas pré-existentes na área, portanto, caracterizando-se como uma uvala, e o enchimento com águas subterrâneas e meteóricas.

Durante os anos hidrológicos, de 207 a 2010, foi observado variação menor que 1m entre o nível d’água máximo e mínimo, nos períodos de chuva e de seca.

Nas vertentes ao sul e a sudoeste da lagoa, na bacia onde está situada, são conduzidos cultivos experimentais, praticados sob irrigação e sob stress hídrico, portanto o corpo d’água está sujeito ao aporte de agroquímicos por receber águas de escoamento superficial, nos períodos de chuva e, possivelmente, por águas subterrâneas.

Foi realizado um estudo mais detalhado desta lagoa, que incluiu a instalação de um poço de monitoramento e um piezômetro, localizados na sua margem sul, a saber os poços PC-6 e PC- 7, apontados na imagem da Figura 6.19. Foi feita a batimetria da lagoa e medições dos parâmetros pH, condutividade elétrica alcalinidade e oxigênio dissolvido na massa de água.

A partir da análise dos resultados batimétricos, utilizando-se o aplicativo computacional Surfer®, que incluíram além das medidas de profundidade, a captação das coordenadas UTM dos pontos de medição, e do levantamento do perímetro da lagoa, resultaram as características dimensionais descritas na Tabela 6.2.

Tabela 6.2  Características Dimensionais da Lagoa Capivara

Volume armazenado de água 340 528 m3

Área do espelho d´água 165 738 m2

Maior comprimento (Oeste-Leste) 736 m

Maior comprimento (Sul-Norte) 400 m

Profundidade máxima 6,2 m

Atualmente a lagoa exibe uma forma diferente da forma comum das dolinas, que freqüentemente, se apresentam circulares ou meio ovaladas e aprofundando-se, radialmente em direção ao centro. Em princípio, parece ter havido uma composição paisagística do seu entorno, com um aterramento na porção noroeste, formando-se a ―península‖, apontada no bloco diagrama, mostrado na Figura 6.20, em que se apresenta a morfologia da lagoa Capivara, gerada com o aplicativo computacional Surfer® . Neste local está implantada a mata homogênea que aparece na imagem apresentada na Figura 6.19.

A lagoa apresenta um abaciamento em sua porção nordeste, onde se encontra a profundidade máxima medida, a saber 6,2 m.

Esperava-se, em princípio, que a lagoa recebesse águas do aqüífero cárstico, em razão de sua origem e pelo fato estar sobre rochas carbonáticas. Entretanto, medições dos níveis d’água nos poços de monitoramento, instalados na margem sul da lagoa, em outubro de 2010, indicaram 1m acima da cota do espelho d’água, no poço PC-6, e 3 m abaixo da cota do espelho d’água, no piezômetro, PC-7.

Figura 6.20  Morfologia da lagoa Capivara

De acordo com as medições realizadas, as cargas hidráulicas nos poços PC-6 e PC-7, resultaram 713 m e 709 m, respectivamente, e a carga hidráulica correspondente ao espelho d’água, medida também em outubro de 2010, resultou 712 m.

De acordo com esses resultados, pode ser admitido que a lagoa recebe uma alimentação superficial do aqüífero freático, possivelmente, em um nível próximo da superfície, não recebendo águas de circulação mais profunda.

O detalhamento do fluxo hídrico subterrâneo, objeto de estudo de Machado (2011), também aterro

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