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3   METODOLOGIA

3.3   DESENHO  DA  PESQUISA

3.3.2   Hipóteses  de  pesquisa  e  pressupostos

H5#

H1#

Figura#5#,#Desenho#da#pesquisa#

!

!

!

! CA1#

CA5#

CA2#

CA6#

CA3#

CA7#

CA4#

CA8#

VAEc# VAEd# VASo#

CAe#

e#

e#

e#

e#

CO#

Legenda:!

VA!=>!Variável!Ambiental!(Econômica,!Educacional!e!Social)!

CA!=>!Configuração!Ambiental!

!=>!Indicador!de!Inovação!!

CAe!=>!Configuração!Ambiental!específica!

e!=>!Indicador!de!Inovação!específico!

CO!=>!Competitividade!Organizacional!

!

H3#

H4#

M#M#C#A

#

Fonte:  O  autor  (2015).  

 

Nas   diversas   relações   constantes   do   desenho   da   pesquisa,   amparadas   no  

referencial   teórico,   observa-­se   que   existem   variáveis   que   supostamente   se   inter-­

relacionam,   mas   que   não   foram   exploradas   em   estudos   científicos.   Assim,   foram  

estabelecidas  cinco  hipóteses  que  são  testadas  empiricamente  por  meio  de  coleta  e  

análise  de  dados  secundários  para  se  chegar  à  resposta  da  pergunta  do  problema  

de   pesquisa.   Para   a   formulação   das   hipóteses   foram   levados   em   consideração  

pressupostos  constantes  da  literatura.  As  hipóteses  e  pressupostos  são  descritos  na  

sequência.  

 

3.3.2  Hipóteses  de  pesquisa  e  pressupostos  

 

a)  H1   =>   As   variáveis   ambientais   –   econômicas,   educacionais   e   sociais   –   podem  

assumir  valores  diversos  ao  longo  de  um  determinado  período,  variando  de  posições  

extremamente   positivas   a   posições   extremamente   negativas   e   podem   se  

correlacionar  umas  às  outras.  

O   ambiente   organizacional   se   subdivide   em   duas   grandes   dimensões:   o  

macro   e   o   microambiente   (MOYSÉS   FILHO   et   al.,   2010;;   MYBURGH,   2004;;  

SAWYERR,  1993;;  ZHANG,  MAJID  e  FOO,  2011).  Na  construção  das  configurações  

ambientais,  foi  considerado  o  macroambiente,  porque  nele  as  organizações  não  têm  

poder  de  ingerência.  Esta  dimensão  não  é  exclusiva  de  um  determinado  setor,  pois  

seus   fatores   influenciam,   direta   ou   indiretamente,   diferentes   ramos   e   todos   os  

setores  de  forma  indistinta  (MOYSÉS  FILHO  et  al.,  2010).  

Visando  a  facilitar  a  abordagem,  foi  utilizado  o  termo  ambiente  referindo-­se  

ao   macroambiente,   visto   que   o   microambiente   foi   desconsiderado   nesta   pesquisa,  

em   função   das   especificidades   de   um   determinado   setor   (mercado;;   firma),   não   se  

aplicando   a   outro.   Deste   modo,   a   forma   como   as   variáveis   ambientais  

interdependentes   se   apresentam   e   se   correlacionam   pode   propiciar   uma  

característica  específica  para  o  ambiente.  Estas  especificidades  que  caracterizam  e  

dão  forma  a  este  ambiente  se  consolidam  e  constituem  uma  configuração  ambiental  

(CA)   específica   (Configuração   Ambiental   Econômica   -­   CAEc;;   Configuração  

Ambiental   Educacional   -­   CAEd;;   Configuração   Ambiental   Social   -­   CASo).   As  

configurações   ambientais,   suas   variáveis   e   a   construção   do   banco   de   dados   são  

descritas  no  item  3.4.  

 

b)   H2   =>   A   correlação   das   variáveis   econômica,   educacional   e   social,   em   suas  

formas   distintas   (variando   de   positiva   à   negativa)   tem   como   resultado   oito  

configurações  ambientais  distintas.    

 

O  objetivo  de  testar  esta  hipótese  é  verificar  se  as  posições  extremas  de  cada  

variável  podem  resultar  em  configurações  ambientais  distintas.  O  pressuposto  é  de  

que   as   configurações,   em   função   da   correlação   interna   de   seus   indicadores  

(intracorrelação),  podem  assumir  posições  diferenciadas  e  caracterizar  a  variável  em  

análise   em   situação   positiva   ou   negativa.   A   variável   analisada   podendo   assumir  

posições   extremas,   em   correlação   com   a   outras   variáveis   do   ambiente,   propiciará  

configurações   e   ambiente   que   podem   ser   muito   distintos   um   do   outro.   Confirmada  

esta  hipótese,  tem-­se  as  condições  necessárias  para  testar  a  terceira  hipótese.  

 

 

c)  H3   =>   Existem   indicadores   de   inovação   que   se   mostram   mais   presentes   em  

determinadas   configurações   ambientais,   denotando   certa   correlação   entre  

configuração  ambiental  e  indicador  de  inovação.  

Diversas   configurações   de   ambiente   decorrem   da   forma   como   as   variáveis  

ambientais   se   apresentam,   cada   uma   com   suas   especificidades.   Por   outro   lado,  

existem  diversos  indicadores  que  são  utilizados  para  mensurar  a  inovação  (ADAMS,  

BESSANT  e  PHELPS,  2006;;  BRITO,  BRITO  E  MORGANTI,  2009;;  CARAYANNIS  e  

PROVANCE,   2008;;   MILBERG   e   VONORTA,   2005;;   TIDD,   2001),   mas   não   há  

estudos  verificando  como  estes  indicadores  se  comportam  em  ambientes  diversos.  

Assim,   cada   uma   das   configurações   ambientais   pode   facilitar   ou   dificultar   o  

desempenho   de   diferentes   indicadores   de   inovação   que   mostram   melhor  

desempenho,   de   forma   que   com   a   evolução   de   uma   configuração   para   outra   esta  

propensão  pode  aumentar,  diminuir  ou  deixar  de  existir.  

 

d)  H4  =>  Uma  Configuração  Ambiental  específica  tem  correlação  com  determinados  

indicadores   de   inovação   que   tendem   a   ser   mais   presentes   no   processo   de  

mensuração   da   inovação,   caracterizado   por   resultados   estatísticos   que   garantem  

validade  e  confiabilidade.  

 

 A   existência   de   correlação   entre   uma   configuração   ambiental   específica   e  

os   respectivos   indicadores   de   inovação   implica   em   identificar   o   desempenho   de  

cada  indicador  nas  respectivas  configurações  ambientais.  O  procedimento  seguinte  

é   elencar   aqueles   com   melhor   desempenho   para   relacioná-­los   à   configuração  

específica,   de   forma   ser   possível   caracterizar   os   indicadores   de   inovação  

específicos   para   uma   determinada   configuração   ambiental,   o   que   propiciará  

efetividade  no  uso  de  indicadores  de  inovação  com  reflexos  para  a  mensuração  da  

inovação.  

 

e)  H5  =>  A  identificação  de  indicadores  específicos  para  determinada  configuração  

ambiental,   que   permite   mensurar   com   mais   acuidade   a   inovação,   provoca   reflexos  

na  mensuração  da  competitividade  organizacional.  

 

O   uso   de   indicadores   de   inovação   específicos   para   uma   determinada  

configuração   ambiental   implica   reflexos   na   forma   de   se   mensurar   a   inovação.  

Ressalta-­se  que  esta,  em  algumas  situações,  é  tratada  como  indicador  para  avaliar  

a  competitividade  organizacional.  Como  efetivamente  a  inovação  é  um  componente  

da   competitividade,   o   uso   de   indicadores   específicos   demandados   por   uma  

determinada   configuração   ambiental   implica   maior   eficiência   na   mensuração   da  

competitividade.  Assim,  para  determinada  configuração  ambiental  há  um  conjunto  de  

indicadores   que   se   mostra   mais   adequado   para   ser   utilizado   na   mensuração   da  

inovação   e,   por   consequência,   da   competitividade.   Desta   forma,   para   que   haja   a  

eficácia  no  processo  de  mensuração  deve  ser  determinado  previamente  qual  o  tipo  

de  configuração  ambiental  a  que  se  está  sujeito.  

 

3.4  VARIÁVEIS  AMBIENTAIS  E  A  CONSTRUÇÃO  DO  BANCO  DE  DADOS  

 

Para   dar   suporte   a   pesquisa,   foi   construído   um   banco   de   dados   para   o  

estudo   tratado   nesta   tese.   Para   a   caracterização   das   variáveis   ambientais   de  

interesse  (econômicas,  educacionais  e  sociais)  que  compõem  determinado  contexto,  

inicialmente   foram   realizadas   pesquisas   e   análises   bibliométricas   em   banco   de  

dados  públicos  com  vista  à  identificação  de  quais  indicadores  são  os  mais  utilizados  

em  métricas  de  mensuração  para  estas  variáveis.  Igualmente  foram  identificados  os  

indicadores   utilizados   no   Brasil   para   mensurar   a   inovação,   coletados   também   em  

banco  de  dados  público.  As  fontes  de  dados  públicos  estão  elencadas  no  Quadro  8.  

 

Quadro  8  –  Fontes  de  dados  públicos  

Variáveis   Banco  de  dados  públicos  

Econômicas  

Instituto   Brasileiro   de   Geografia   e   Estatística   –   IBGE;;   Instituto   de   Pesquisa  

Econômica   Aplicada   –   IPEA;;   Banco   Central   do   Brasil   –   BCB;;   Ministério   da   Ciência,  

Tecnologia,   Inovações   e   Comunicações   –   MCTI;;   Mistério   do   Trabalho   e   Emprego   –  

MTE;;   Fundação   Instituto   de   Pesquisas   Econômicas   –   FIPE;;   Relação   Anual   de  

Informações  Sociais  –  RAIS;;  Fundo  do  Amparo  do  Trabalhador  –  FAT;;  Confederação  

Nacional   da   Indústria   –   CNI;;   Federação   das   Indústrias   do   Estado   de   São   Paulo   –  

FIESP;;   Federação   das   Indústrias   do   Estado   do   Paraná   –   FIEP;;   Federação   das  

Indústrias  do  Estado  de  Sergipe  –  FIES;;  Observatório  de  Sergipe.  

Educacionais  

Ministério  da  Educação  –  MEC;;  Fundo  Nacional  de  Desenvolvimento  da  Educação  –  

FNDE;;   O   Instituto   Nacional   de   Estudos   e   Pesquisas   Educacionais   Anísio   Teixeira   –  

INEP;;   Coordenação   de   Aperfeiçoamento   de   Pessoal   de   Nível   Superior   –   CAPES;;  

Observatório  de  Sergipe.

Sociais   Instituto   Brasileiro   de   Geografia   e   Estatística   –   IBGE;;   Mistério   do   Trabalho   e  

Emprego;;  Relação  Anual  de  Informações  Sociais  –  RAIS.  

Inovação   Pesquisa  de  Inovação  Tecnológica  –  Pintec:  Relatórios  de  2002,  2005,  2008  e  2011.  

Fonte:  O  autor,  2016.  

 

Identificados   os   bancos   de   dados   públicos,   estes   foram   acessados   e  

analisados   para   que   fossem   coletados   os   indicadores   utilizados   para   mensurar   e  

apresentar  o  valor  de  cada  uma  das  variáveis  ambientais.  Estes  indicadores  foram  

relacionados,   tendo-­se   uma   primeira   versão   da   composição   de   cada   variável   de