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Hipóteses de Trabalho relacionadas com o segundo objetivo específico Na arquitetura, atributos de identidade e de associação com o lugar podem

HIPÓTESES DE

2.3 Hipóteses de Trabalho

2.3.2 Hipóteses de Trabalho relacionadas com o segundo objetivo específico Na arquitetura, atributos de identidade e de associação com o lugar podem

estar atrelados às condições específicas de uma determinada localização, 4.

3. 2.

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tendo em vista aspectos histórico-culturais, geográficos, paisagísticos ou ambientais e urbanos. Sempre que possível, a arquitetura dos terminais, assim como a de outros tipos de edifício, deve expressar condições e valores locais;

Há situações, porém, em que esses atributos de identidade e sentido de lugar, dependem principal ou exclusivamente da própria arquitetura, na medida em que aspectos como história, cultura, paisagem e ambiente não oferecerem condições suficientes para serem devidamente referenciados. Nesses casos, cabe então à arquitetura auto-referenciar-se. E esta é uma situação muito comum e, pode-se dizer, até mesmo predominante, nos aeroportos;

Mas, tendo em vista a complexidade funcional e a correspondente diversidade de ambientes que, em geral caracterizam os aeroportos, qual desses ambientes, com suas características programáticas e espaciais próprias, melhor serviria ao propósito de representar o lugar, através da arquitetura? Não seria mais adequado entender que a questão do lugar deve estar presente em cada um desses diferentes ambientes, respeitadas as suas especificidades? Nesse caso, as áreas e os terminais de passageiros poderão ser melhor vistos como sistemas de lugares, facilitando a compreensão das diferentes demandas que a arquitetura deverá atender em cada um deles, para conferir-lhes qualidade, inclusive sob a ótica do lugar.

2.4 A Tese

As hipóteses apresentadas:

Enfatizam a importância dos conceitos operacionais, como os instrumentos mais adequados para enfrentar de forma sistemática, as questões funcionais, no processo de planejamento e projeto das áreas e terminais de passageiros; Partem da constatação de que os conceitos operacionais repercutem inescapavelmente sobre a forma dessas áreas e edifícios, onde, porém, a qualidade final da arquitetura não prescinde da consideração de outros fatores, também importantes, que são próprios dessa disciplina e que estão além das questões funcionais;

3. 2.

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Colocam entre esses fatores, a questão do lugar como de particular importância e condição essencial, para associação do aeroporto com o lo- cal geográfico onde ele se situa;

Atribuem à arquitetura, principalmente, a função de criar o lugar e proporcionar seu sentido aos passageiros, além da contribuição que podem dar diferentes aspectos relacionados com o local;

Finalmente sugerem tratar as áreas e os terminais de passageiros como sistema de lugares, para melhor avaliação das demandas e da qualidade das correspondentes arquiteturas.

A confirmação dessas hipóteses constitui a essência da tese que, nos seus desdobramentos, aborda questões nas quais o planejamento e o projeto das áreas e edifícios terminais de passageiros devem se concentrar, porque essenciais para obtenção de arquitetura de qualidade.

2.5 Metodologia

Face aos objetivos da tese, as pesquisas e a

abordagem dos assuntos relevantes procuraram ser fundamentalmente qualitativas, já que as hipóteses enunciadas com relação aos dois objetivos específicos definidos, não dependiam de uma numerosa e complexa coleção de dados e de estatísticas para serem sustentadas. A confirmação das hipóteses dependeu muito mais de análises e avaliações basicamente qualitativas, nas quais os números, ainda que pudessem ser de alguma utilidade, tiveram função apenas ilustrativa. Essas análises e avaliações, no entanto, não prescindiram de que fossem tomados como objeto de estudo um conjunto suficientemente numeroso de terminais de passageiros, para que a elas pudesse ser conferida a devida credibilidade. Assim, necessariamente, tornou-se indispensável que o universo da pesquisa fosse suficientemente amplo, em termos numéricos.

Esse universo foi relativamente amplo não apenas quanto ao número de terminais estudados, mas, também, para abranger diversos tipos de terminais, com diferentes volumes de tráfego e situados em diferentes partes do mundo. Procurou-se evitar restringir o campo de estudo a terminais com pouco, ou muito tráfego, ou terminais com tráfego de origem/destino ou de transferências, ou, ainda, de terminais situados

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neste ou naquele país ou, neste ou naquele continente. Ainda assim, foi inevitável que o trabalho se concentrasse, principalmente, em aeroportos com maiores vol- umes de tráfego e situados em países em estágio de desenvolvimento mais avançado. Por um lado, era maior a quantidade de informações disponíveis sobre aeroportos desses países e que são, também, os de maior movimento. Por outro, justamente por apresentarem maior movimento, concentram maior quantidade de problemas e, também, de soluções, que interessava conhecer.

As fontes de pesquisa foram principalmente secundárias - livros e revistas especializadas. Fontes primárias como, por exemplo, as derivadas de observações pessoais “in loco” e em número suficientemente grande de terminais, situados tão distantes uns dos outros, mostraram-se impraticáveis. Nem mesmo cogitou-se a possibilidade de consultas diretas a desenhos de projetos, face ao número de documentos que teriam que ser analisados, na hipótese de que esses documentos viessem a ser fornecidos, o que, desde o início da pesquisa foi considerado bastante improvável. Não havia para um trabalho acadêmico individual, nos prazos determinados para seu desenvolvimento e elaboração final, as condições mínimas, materiais logísticas e financeiras, para que o mesmo pudesse se basear em fontes primárias, como as citadas. Isso só seria possível no âmbito de uma instituição devidamente estruturada e equipada. No entanto, as informações que estavam disponíveis foram suficientes para o adequado desenvolvimento do trabalho. Elas constam de publicações periódicas especializadas que, mesmo sem o foco dirigido para as questões específicas de arquitetura, tratam desta e de assuntos com os quais, direta ou indiretamente a arquitetura tem que se envolver. Há, ainda, livros que tratam, com relativa riqueza de detalhes, sobre terminais de construção recente e com projetos de arquitetura de reconhecida qualidade. Assim, a metodologia adotada, pelos determinantes do próprio trabalho, é uma metodologia basicamente documental, onde os dados e informações são obtidos basicamente de publicações.

Se, como afirmado, as fontes foram principalmente secundárias, não ficaram totalmente excluídas as fontes primárias. Estas foram, tanto a experiência profissional do autor na participação como arquiteto em projetos de terminais de passageiros, quanto a constituída por visitas pessoais a aeroportos importantes; anteriormente, na condição de profissional atuando na área e, mais recentemente, pelo interesse especificamente acadêmico nas elaborações da Dissertação e da presente Tese. Feitas essas considerações, de caráter metodológico geral, o

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trabalho procurou observar os seguintes procedimentos com relação aos dois objetivos específicos da tese:

Com relação ao primeiro objetivo específico:

Ratificar os conceitos operacionais estabelecidos na Dissertação, assim como os fatores que interferem, fundamentalmente, na sua constituição11;

Identificar, no quadro amplo dos estudos e decisões necessárias à formulação dos planos diretores dos aeroportos, as tarefas que implicam na seleção de conceitos operacionais aplicáveis e na definição do conceito operacional definitivo da área terminal e do edifício terminal de passageiros;

Evidenciar no bojo desse processo, a necessária participação de arquitetos, em tarefas específicas, nas diferentes etapas em que ocorrem;

Relacionar diferentes terminais, representativos de diferentes conceitos operacionais, com as respectivas arquiteturas, caracterizando as semelhanças formais decorrentes fundamentalmente do conceito operacional no qual se baseiam;

Caracterizar, com os mesmos e outros terminais, as várias singularidades, procurando identificar nelas, os fatores explicativos que independem e estão além dos conceitos operacionais;

Com relação ao segundo objetivo específico, no que se refere aos outros significados e às questões da identidade e do sentido de lugar:

Precisar os conceitos de identidade e de lugar, nas várias conotações que são correntemente atribuídas a esses conceitos;

Identificar quais, entre os conceitos de identidade e de lugar, os que podem ser aplicados aos aeroportos e seus terminais de passageiros, e em que condições; Identificar qual a participação específica da arquitetura na formação da identidade e na criação do lugar;

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Caracterizar as condições potenciais de criação de identidade e de lugar, nas diferentes partes e setores de que se compõem os terminais, entendendo que, dependendo das dimensões da área terminal, os edifícios nela existentes, terminais e outros, são percebidos externamente de maneiras muito distintas. Da mesma forma, os vários ambientes internos são vivenciados segundo o porte dos mesmos e o tempo que neles os passageiros devem permanecer.

Para a realização dessas tarefas, as fontes secundárias, compostas por livros e revistas especializadas, foram selecionadas visando cobrir de maneira ampla e abrangente os diferentes temas envolvidos no trabalho, assim agrupados:

História do desenvolvimento da aviação, do transporte aéreo e dos terminais; Questões funcionais, conceitos operacionais e arquiteturas correspondentes, em terminais representativos dos diferentes conceitos e em distintas condições de ocorrência;

Repercussão da função sobre a forma na arquitetura;

Evolução da função e do significado dos aeroportos e terminais, A questão da identidade e do lugar na arquitetura.

CONCEITOS