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Nos últimos trinta anos, a economia do mundo todo passou por uma fase de grandes mudanças, em virtude do grande avanço das tecnologias de informação e comunicação, de tal modo que este reestruturou os modelos produtivos e de acumulação resultando na atual Sociedade da Informação (ALBUQUERQUE, 2014). Ainda segundo o autor, com essa revolução tecnológica, a perseguição pela qualidade total se tornou fundamental, tendo em vista que ela permite que as informações sejam compartilhadas e acessadas em tempo real e, por conta disso, hoje as tecnologias são o alicerce da globalização capitalista atual. Nesse sentido, a tecnologia passa a ser para as organizações, independente de tamanho, setor ou atuação, fator de sobrevivência.

Vários autores buscaram uma definição para o que vem a ser tecnologia da informação. Nesse sentido, segundo Mañas (1993) existem duas grandes correntes de pensamento: a primeira delas é que interpreta a palavra em seu sentido amplo, ou seja, o conceito engloba todo o processo de operacionalização de produtos e serviços, o ato de fazer alguma coisa implica o uso de alguma tecnologia; a segunda corrente delimita tecnologia ao processo produtivo de bens, ligado aos equipamento utilizados em tal processo.

Já para Carreteiro (2009, p. 41) a definição do termo é de que:

“A tecnologia é um conjunto de conhecimentos práticos, aplicáveis e teóricos, de métodos, procedimentos, diretrizes, experiências, dispositivos e equipamentos, relacionados a um dado produto ou serviço, que definem as possibilidades de produção de bens e serviços para o atendimento de necessidades da sociedade.”

Na década de 1960, com a introdução de máquinas de grande porte, conhecidas como mainframes, foi onde começou a área de tecnologia a dar saltos maiores. A partir dos anos 1970 as organizações começaram a fazer investimentos em tecnologia com o intuito de otimizar processos, acessar informações de forma mais rápida e gerar, armazenar e compartilhar conhecimento (CRUZ, 2008).

Cruz (2008), ainda, descreve como era limitado o conjunto de ferramentas da tecnologia da informação no início:

● Sistema Operacional – que fazia parte da configuração básica do computador, atrelado ao hardware e que portanto, não funcionava sem ele;

● Utilitários – ferramentas utilizadas apenas para complementar o sistema operacional; ● Softwares - que possibilitavam o trabalho com uma grande quantidade de dados e

informações;

● Linguagens – compiladores que transformavam a linguagem dos programadores para a linguagem das máquinas.

Cruz (2008), cita quatro fases da evolução do uso da Tecnologia da Informação: 1ª fase – Processamento de dados: período que compreende as décadas de 1960 e 1970, onde os sistemas isolados eram uma das poucas formas existentes de interação homem-máquina e o processamento das informações em batch(lote);

2ª fase – Sistemas de Informações: ocorrida entre as décadas de 1970 e 1980, a partir da criação dos discos magnéticos e terminais transformou-se a forma como era trocada informação como o computador, substituindo o papel aos poucos. Além do advento dos sistemas de bancos de dados, do teleprocessamento e dos sistemas de transferência e compartilhamento de dados;

3ª fase – Informações estratégicas: sucedida entre as décadas de 1980 e 1990, fase em que as novas tecnologias da informação passaram a substituir os mainframes, ou seja, o servidor central passou a perder espaço para um conjunto de servidores e o surgimento do computador pessoal;

4ª fase – Tecnologia de Informação: ocorrida a partir dos anos 1990, e existe até os dias de hoje, marcada pelos efeitos da globalização, reduzindo fronteiras e aproximando pessoas e mercados, por meio da internet.

Nesse sentido, Cruz (2008) conceitua de forma mais ampla a Tecnologia da informação como sendo (p. 186): Conjunto de dispositivos individuais, como hardware, software, telecomunicações ou qualquer outra tecnologia que faça parte ou gere tratamento da informação, ou, ainda, que a contenha”.

Atualmente muitos autores descrevem a importância estratégica que a tecnologia da informação vem tomando no cenário organizacional, como Domingues (2004) que afirma que a TI tem sido uma importante ferramenta para o sucesso das estratégias empresariais e Veras (2009) complementa que a TI faz com que as organizações consigam operar conjuntamente,

além de fornecer para os consumidores uma proposta de valor diferenciada e Weil e Ross (2006) atesta que ela é um fator primordial para a competitividade do negócio.

4.1.1 O mercado brasileiro de Software e serviços

O mercado de softwares e serviços no Brasil tem passado por grandes transformações nos últimos anos, tendo como fator influenciador a própria situação econômica do país. O Brasil tem diante de si o desafio de lidar com a retração do mercado, causada principalmente pela atual crise política interna e o ceticismo dos grupos internacionais e investidores, sobretudo em relação à sua credibilidade (FATTORI, 2011).

Segundo o estudo Mercado Brasileiro de Software e Serviços 2017, elaborado pela Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES) com a colaboração da International Data Corporation (IDC), o mercado brasileiro de Tecnologia da Informação e Comunicação, que engloba hardware, software, serviços e exportações de TI, movimentou 38,5 bilhões de dólares em 2016, conforme pode ser visualizado no gráfico 2, o que representa 2,1% do PIB do país e 1,9% do total de investimentos de TI mundialmente em 2016:

Gráfico 2- O mercado mundial de TI no ano de 2016

Fonte: Associação brasileira de empresas de softwares (2017)

Em comparação, o ano de 2016 em relação a 2015 representou para o mercado mundial de TI um resultado aquém, quando 2015 movimentou 60 bilhões de dólares, conforme pode ser visualizado no gráfico 3, o que significa 3,3% do PIB brasileiro e 2,7% em investimento em TI no mundo. Considerando o mercado mundial de investimentos em TI, eles cresceram 2% e totalizaram US$ 2,03 trilhões no ano de 2015.

Gráfico 3- O mercado mundial de TI no ano de 2015

Fonte: Associação brasileira de empresas de softwares (2016)

Conforme pode-se verificar nos gráficos 2 e 3 acima, o setor de TI, no que tange aos serviços, é responsável por um pouco mais de 30% dos rendimentos no setor, perdendo apenas para os hardwares. Já em relação aos investimentos no setor de TI no território da América Latina, o Brasil permaneceu na colocação de 1º lugar no ranking, com 36,5% do total de investimentos, equivalente a US$ 38,5 bilhões, o México ficou logo atrás com 22,9% e a Colômbia com 10,2%. No total a América Latina investiu US$ 105,3 bilhões na área (ABES, 2017).

4.1.2 Estrutura do mercado de softwares e serviços

Segundo Petit et al., (2007) a maior parte das empresas de TI no Brasil costuma ofertar tanto o produto, no caso, o software quanto os serviços agregados. Nessa perspectiva as empresas brasileiras costumam adotar uma divisão em serviços de baixo e alto valor e o software customizável seria um elo entre os tipos produto e serviço, conforme segue estrutura:

● Serviço de alto valor agregado ● Serviço de baixo valor agregado ● Software customizável

Software-produto (pacote) Componente de software Software embarcado

Os serviços de alto valor, portanto, são os que necessitam de um maior conhecimento e técnica no alcance de resultados que resolvam os problemas encontrados, como por exemplo, a criação de um software sob encomenda com base em especificidades e requisitos na geração da

solução para o cliente; já os serviços de baixo valor são os que são programados a operar de acordo com especificações já codificadas e delimitadas. Ainda, o software customizável seria um mix das duas opções, produto e serviço, tendo em vista que o mesmo já possui um modelo programado para a proposição de soluções, como nos produtos, porém necessitam adequar-se à realidade dos clientes conforme suas necessidades, como os serviços. O software embarcado, por sua vez é aquele que para funcionar precisa estar conectado ao hardware específico (PETIT et al., 2007).

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