• Nenhum resultado encontrado

A nova era não só força as organizações a se posicionarem em mercados chaves, mas exige também eficiência produtiva, upgrade dos produtos, tecnologia avançada e capacitação e valorização dos empregados. No entanto, tudo isso pode ser tornar muito oneroso para as empresas, onde a maioria delas têm dificuldades em aumentar as suas cadeias de valores em diversos mercados. Portanto, diante dessa situação, as empresas têm buscado cada vez mais as parcerias estratégicas, tanto para se manterem no mercado quanto para aumentarem a sua competitividade (KLOTZLE, 2002).

No entanto, autores tais como Inkpen (2001) e Liu (2009), mesmo admitindo a importância das parcerias estratégicas e suas vantagens, contestam se, de fato, a vantagem competitiva poderia ser resultado da formação de alianças estratégicas. Liu (2009) afirma que os participantes de tais parcerias poderiam vir a se tornar, futuramente, competidores entre si, tendo em vista que os mesmos tiveram acesso a uma tecnologia com baixo custo e a novos mercados de maneira mais fácil. O autor declara ainda em seus estudos, que até as alianças bem sucedidas poderiam chegar a se desintegrar, tendo como principais motivos: a falta de flexibilidade da administração das empresas, a falta de confiança, o compartilhamento de informações privativas, conflitos entre pessoal, falta de alinhamento de objetivos e metas entre os participantes, frustrando as suas expectativas e perda de continuidade de gestão. Liu (2009) sustenta, portanto, que as alianças estratégicas, podem, ao invés de gerar vantagem competitiva, afeta as empresas, de tal forma que pode deixá-las frágeis e indefesas frente ao cenário de competição.

Nesse sentido, as organizações precisam atentar-se para o seu posicionamento, suas estratégias e suas competências essenciais, tanto para que obtenha diferencial competitivo frente aos seus concorrentes quanto para que se mantenham nesse mercado acirrado. O posicionamento competitivo da organização simplificadamente refere-se a onde a empresa pretende competir (que mercados ela irá acessar) e de que forma ela pretende penetrar esses mercados (estratégia). Onde, para a obtenção da vantagem competitiva é necessária atenção a dois importantes fatores: a necessidade de se criar um valor superior para o consumidor, percebido por ele, e fazer uso de estratégias de difícil imitabilidade pela concorrência (HOOLEY e SAUNDERS, 1996).

As vantagens competitivas das parcerias estratégicas podem ser desenvolvidas nas organizações em quatro áreas, segundo Lorange e Roos (1996) são elas:

● Fornecedores: Trabalhar conjuntamente para o aumento do poder de barganha das empresas frente aos fornecedores;

● Clientes: Unir-se em prol de desenvolver relacionamentos duradouros com o público consumidor;

● Tecnologias: Compartilhar tecnologias ou trabalhar em conjunto para o desenvolvimento de novos produtos;

● Barreira a novos entrantes: Trabalhar forças que promovem o crescimento e desenvolvimento da organização de tal forma que sirva como uma barreira à entrada de potenciais entrantes

As empresas estão dando mais importância em se concentrar naquilo que de fato fazem de melhor, suas competências essenciais, para se sobressair e isso tem favorecido a criação de parcerias estratégicas, no sentido de que cada parte envolvida domina algum aspecto e que portanto recebe também ajuda naquilo em que é pouco eficiente (COSTA, 2008). Hamel e Prahalad (1995), afirmam que as empresas vencedoras dessa corrida pela busca de diferencial competitivo são aquelas comprometidas com a entrega de um valor superior, este alicerçado em suas próprias capacidades e competências individuais, mas que, a criação desse valor, na maioria das vezes estará atrelado ao desenvolvimento de parcerias estratégicas.

Johnson, Scholes e Whittington (2011) reafirmam esse pensamento quando dizem que nem sempre é possível obter a competitividade por meio da competição, e que muitas vez, ela pode ser melhorada, por meio de colaboração com outras empresas, a fim de se buscar sete elementos essenciais para essa melhoria, conforme pode ser visualizado na figura 5:

● Ampliar o poder de venda, atendendo melhor às expectativas dos consumidores; ● Ampliar o poder de compra juntos aos fornecedores;

● Construir barreiras à entrada de novos concorrentes no mercado; ● Criar barreiras contra a substituição de seus produtos e serviços; ● Ampliar o acesso a novos mercados;

● Compartilhar o trabalho com os clientes; ● Atender às expectativas dos Stakeholders.

Figura 5- Benefícios da colaboração para a competitividade da organização

Fonte: Johnson, Scholes e Whittington (2005, p.185)

Com isso, a vantagem competitiva é alcançada quando a empresa possui recursos e capacidades, valiosos e raros para os consumidores e que não sejam de fácil imitação ou substituição frente aos concorrentes, sendo todos os fatores atingidos, os recursos e capacidades portanto podem ser definidos como as competências essenciais da organização (HITT, IRELAND e HOSKISSON, 2002).

Portanto, as parcerias estratégicas têm mostrado importante contribuição tanto na internacionalização das organizações, à medida que a empresa busca entrar em um mercado desconhecido para ela, porém conhecido para seu parceiro, ela consegue se ancorar em relacionamentos que a empresa parceira já firmou nesse mercado, relacionamentos estes baseados na confiança, histórico e credibilidade que a empresa parceira conseguiu consolidar no mercado e assim, a empresa entrante consegue adentrar esse mercado internacional respaldada. Bem como, a competitividade dessa nova entrante também aumenta, haja vista que ela por ter esse respaldo da parceria frente aos seus concorrentes, faz com que ela se sobressaia nesse mercado, tornando-se mais competitiva.

Essas parcerias podem ser de alguma forma influenciadas de acordo com as especificidades do setor em que elas ocorrem, como no caso do setor de tecnologia, que será explorado no capítulo 4.

4 O SETOR DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Nesta seção serão explorados aspectos relativos ao setor de tecnologia da informação, tanto no mercado doméstico quanto no âmbito internacional, fazendo um breve histórico do setor, perpassando pelos principais indicadores do mercado brasileiro de softwares e serviços e como se deu a sua evolução, os desafios do setor diante da economia do Brasil e quais são as tendências de mercado para os próximos anos.

Documentos relacionados