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1.7 Caracterização do HIV em cultura de células

1.9.1. HIV no mundo

Os dados gerais da situação epidemiológica do HIV/AIDS no mundo podem ser visualizados na Tabela 2.

Tabela 2. Pacientes portadores de HIV/AIDS em 2004 no Mundo (OMS).

Total 40,3 milhões (36,7 – 45,3 mihões) Adultos 38 milhões (34,5 – 42,6 mihões) Mulheres 17,5 milhões (16,2 – 19,3 mihões)

Número de pessoas vivendo com HIV/AIDS em 2005 Crianças (< de 15 anos) 2,3 milhões (2,1 – 2,8 milhões) Total 4,9 milhões (4,3 – 6,6 milhões) Adultos 4,2 milhões (3,6 – 5,8 milhões) Pessoas infectadas por HIV em 2005 Crianças (< de 15 anos) 700.000 (630.000 – 820.000) Total 3,1 milhões (2,8 – 3,6 milhões) Adultos 2,6 milhões (2,3 – 2,9 milhões)

Mortes por AIDS em 2005

Crianças (< de 15 anos)

570.000 (510.000 – 670.000) Fonte: AIDS Epidemic Update 2005 UNAIDS.org

O total de pessoas portadoras do HIV aumentou em 2005, alcançando os mais altos índices: estimativa de 40,3 milhões (36,7 milhões – 45,3 milhões). Cerca de 5 milhões de pessoas adquiriram HIV em 2005. A

O número de pessoas portadoras do HIV aumentou em cada região, comparando aos dois anos anteriores, com os maiores níveis, ocorrendo no leste da Ásia, leste Europeu e Ásia Central. Vale ressaltar que este aumento ocorreu no leste Asiático em quase 50% entre 2002 e 2004, por atribuição ao incremento da epidemia na China. No leste Europeu e Ásia Central, aumentou em 40% o número de pessoas portadoras do HIV, em 2004 em relação a 2002, este fato se deve ao resurgimento da epidemia na Ucrânia e crescimento do número de pessoas portadoras do HIV na Federação Russa.

A África subsaariana de longe permanece como a região mais afetada, com 25,8 milhões (23,8 - 28,9 milhões) de pessoas com HIV no final de 2005, comparado com 24,4 milhões (22,5 – 27,3 milhões) em 2002. Quase dois terços de toda a população mundial portadora do HIV está na África subsaariana, onde estão 77% das mulheres com HIV. Em geral, a epidemia nesta região parece estar estabilizada, com prevalência de 7,2% em 2005. Contudo, tal perspectiva esconde aspectos importantes: primeiro, a estabilidade na prevalência pelo HIV significa que o número de pessoas recentemente infectadas equivale ao número de pessoas morrendo com Aids; especialmente no sul da África que é responsável por um terço dos óbitos globais. segundo, as epidemias na África são diversas, tanto em termos de escala quanto na redução nos novos casos, pois não existe uma epidemia única na África. Algumas áreas urbanas no leste africano evidenciam um declínio modesto na prevalência do HIV entre mulheres grávidas, enquanto que no oeste e África central os índices de prevalência caíram estrondosamente em relação ao restante da África subsaariana. Dados nacionais escondem altos níveis de infecção em certas partes dos países, como na Nigéria, e o sul da África infelizmente oferece apenas pequenas quedas na prevalência.

A preponderância do HIV no Caribe é a segunda maior do mundo, excedendo 2% em três países (Bahamas, Guiana e Trinidade e Tobago) e 3% no Haiti, tendo a Aids como principal causa de óbito entre adultos de 15 a 44 anos nesta região (AIDS Epidemic Update 2004 e 2005, www.UNAIDS.org).

A epidemia de Aids afeta mulheres e garotas em números crescentes. Globalmente, quase metade da população convivendo com HIV são mulheres. Na maioria das regiões, um aumento na proporção de pessoas infectadas pelo HIV deve-se ao sexo feminino, particularmente, no leste europeu, Ásia e América Latina.

Em locais cuja prática heterossexual é a forma dominante na transmissão do HIV, a Aids afeta mulheres mais severamente, como no caso da África subsaariana e Caribe. Em geral, três quartos de todas as mulheres do mundo com HIV moram nesta região. De acordo com dados recentes, mulheres adultas na África subsaariana têm 1,3 vezes maior probabilidade de infecção pelo HIV que seus companheiros masculinos (UNAIDS, 2004). Estes valores são maiores entre adultos jovens (15-24 anos), que têm três vezes mais probabilidade de infecção pelo HIV que os homens na mesma faixa etária.

Este panorama é particularmente desconcertante em alguns países. Na África do Sul, Zâmbia e Zimbabue, por exemplo, mulheres jovens (idade de 15-24 anos) são três a seis vezes mais propensas a estarem infectadas pelo HIV que os adultos masculinos na mesma idade (Estatística oficial da Zâmbia Central, 2003; Young Adults Survelly in Zimbabue, 2001- 2002). Mais de três quartos de todos os jovens com HIV nestes países são mulheres (WHO Regional Office for Africa, 2003; Reproductive Health

Research Unit and Medical Research Council, 2004). Mulheres constituem

perto da metade dos 420.000 (260.000–740.000) adultos com HIV no Caribe, enquanto mulheres jovens entre 15 e 24 anos têm quase duas vezes mais probabilidade de estarem infectadas que os homens na mesma idade (UNAIDS, UNIFEM, UNFPA, 2004).

Em outras partes do mundo, a maioria das novas infecções pelo HIV ocorre através de drogas endovenosas com material contaminado, sexo desprotegido entre homens e comércio sexual inseguro. Porém, a noção de que a epidemia nestas regiões está restrita a esses grupos de risco é falsa, pois, a maioria dos usuários de drogas é jovem e sexualmente ativa, dobrando o risco de exposição ao vírus. Além disso, muitos clientes masculinos de profissionais sexuais têm outros parceiros sexuais, incluindo esposas e relacionamentos estáveis. Em cada região, uma proporção de homens que fazem sexo com homens, também fazem sexo com mulheres. Portanto, nenhum aspecto da pandemia pela Aids encontra-se completamente isolado. À medida que a epidemia se estabiliza firmemente, mais e mais mulheres estão se infectando.

Assim, as mulheres representam 36% dos 1,8 milhões (1,4 - 2,4 milhões) de adultos com HIV na América Latina, em 2005, cuja epidemia inicialmente focalizou-se em homens que fazem sexo com homens e drogaditos.

À medida que mais mulheres no Leste Europeu e Ásia Central adquirem o vírus através do uso de material contaminado, ao injetar drogas, e de parceiros que também são drogaditos e/ou clientes de profissionais do sexo, a proporção total de mulheres com HIV na região também aumenta. Nestes locais, mulheres correspondem a 34% das pessoas com HIV. Na Rússia, que tem a maior epidemia na região, a proporção de mulheres com diagnóstico de HIV aumentou para 38% em 2003, comparado com 24% em 2001 (Russian

Federal AIDS Center, 2004).

Assim, como no Leste Europeu, partes da Ásia estão experimentando epidemias de Aids alastrando-se com e entre grupos particulares da população, iniciando-se com profissionais do sexo ou drogaditos, e depois atingindo a população geral, principalmente as mulheres. No Leste Asiático, as mulheres correspondem a 22% dos adultos com HIV, e 28% dos jovens (15-24 anos) com HIV. No sul e sudeste Asiático, 30% dos adultos e 40% de jovens com HIV são mulheres. Estas atualmente contam mais de um quarto das novas infecções por HIV na Índia, de acordo com estimativas, e 90% dos testes positivos no pré-natal informam que são solteiras, porém com relacionamentos de longo período (Cohen, 2004).

A transmissão de HIV entre casados se tornou a mais proeminente causa de novas infecções em países como Camboja, Myanmar e Tailândia. Há 20 anos, aproximadamente 90% da transmissão do HIV na Tailândia ocorria entre profissionais do sexo e seus clientes. Projeções apresentavam que em 2002, 50% das novas infecções seriam entre casais, devido a clientes masculinos de profissionais do sexo transmitirem o vírus a suas esposas (Thai Working Group on HIV/AIDS Projections, 2001). Portanto, atualmente, as mudanças no perfil de novas infecções pelo HIV demandam medidas de controle e prevenção rígidas, a fim de evitar um maior alastramento desta epidemia pelo mundo.