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Peso: 4,69* g. Estado: todas as medidas possíveis, apesar de ligeiras perdas de massa concentradas nas áreas de fractura; secção: trapezoidal; bolbo de percussão: bem definido; retoque: inexistente; EMA: não mensurável; altura: 80,02 mm; largura: 14,72 mm; espessura: 3,28 mm; MP: sílex.

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FIG. 2-1. Material lítico da gruta de Porto Covo, pequenas lâminas e lasca.

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FIG. 2-2. Os dois trapézios de Porto Covo, o da esquerda um trapézio assimétrico de base ligeiramente côncava e truncaturas retocadas, o segundo um trapézio com as truncaturas e o lado menor retocado. Desenhos em 1:1.

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FIG. 2-3. Exemplos de encabamentos de artefactos líticos de pequena dimensão como pontas de projéctil. Em cima, geométrico com traços de impacto do sítio neolítico de Muldbjerg (microfotografia com um aumento de 40x), segundo Fisher, 1990, fig. 5 e fig. 1 (remontada).

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FIG. 2-4. Um dos usos dos geométricos. Arqueiro, arco e ponta de seta transversal egípcios, usados no Pré-Dinástico (e depois), na caça e na guerra. Segundo Donatelli, 1988, fig. 238. Pontas de projéctil do Neolítico antigo e arqueiro disparando baixo. Segundo Marti Oliver e Juan Cabanilles, 1987, p. 64, fig. 37.

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6. Os artefactos de pedra polida

[Figs. 2-5 a 2-37]

Para a descrição dos artefactos de pedra polida provenientes de Porto Covo segui, em termos genéricos, os descritores que avancei em 2008 para Poço Velho. O primeiro campo, Ref. (referên- cia) indica o número de inventário do artefacto no Museu do IGM, a seguir à sigla do sítio (GPC por Gruta de Porto Covo).

O estado geral do artefacto é descrito de acordo com três possibilidades: 2: corresponde à extre- midade proximal ou talão; 3: à área mesial; 4: à área distal, que contém os planos de gume e o fio.

1 é a designação para uma peça completa. Um asterisco (*) a seguir a cada componente indica que ele perdeu massa (2*3*4*, no caso de haver perdas em todas as áreas). 23+4* significa uma

peça com a extremidade proximal e área mesial presentes, mas que apresenta a extremidade distal danificada. 2*34 uma extremidade proximal danificada mas uma área mesial e distal con- servadas.

O peso foi medido aos centésimos de grama, com um asterisco indicando que o artefacto se encontra fragmentado e que o seu peso actual não corresponde ao de origem.

A altura (Alt) é medida no eixo central vertical do artefacto.

Por «Grupo de dimensão» (GDm) entende-se o resultado de uma leitura empírica de duas categorias diferentes de artefactos de pedra polida, as enxós e os machados. A leitura dos grupos foi feita para a pedra polida das grutas de Poço Velho a partir da comparação directa das dimen- sões, com base na altura, ensaiada sobre a colecção do IGM e depois verificada e adaptada em confronto com os artefactos do CCG. Foram então reconhecidos os seguintes 5 grupos para as

enxós:

Grupo 1 – altura < 6,35 cm;

Grupo 2 – altura entre 6,83 e 8,40 cm; Grupo 3 – altura entre 8,86 e 10,88 cm; Grupo 4 – altura entre 11,09 e 13,70 cm; Grupo 5 – altura entre 13,96 e 18 cm. Para os machados, definiram-se 6 grupos:

Grupo 1 – altura < 5,90 cm. Neste conjunto, corresponde à categoria “machadinho”; Grupo 2 – altura entre 6,55 e 6,93 cm;

Grupo 3 – altura entre 7,50 e 8,75 cm; Grupo 4 – altura entre 8,98 e 9,94 cm; Grupo 5 – altura entre 10,03 e 11,60 cm; Grupo 6 – altura entre 13,72 e 14,70 cm.

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• A largura da extremidade proximal, o talão (Lep), é medida entre os pontos de inflexão que assinalam o início da extremidade proximal. A largura num ponto médio (Lpm) é o eixo hori- zontal a meia altura do artefacto. A largura do gume (Lgm) é medida na horizontal na área do gume, sendo portanto superior à extensão da linha de fio. A largura máxima (Lmx) é a largura máxima lida no artefacto.

• A espessura num ponto médio (Epm) é medida a meio da largura Lpm.

• A extremidade proximal (Ep): 1: truncada (corte abrupto, vertical ou oblíquo); 2: arredondada; 3: pontiaguda (31 – pontiagudo «verdadeiro», 32 – ponta boleada); 4: aplanada; 5: convexa; 6: côncava.

• A caracterização das faces (Fcs) inclui as seguintes possibilidades: 1: planas; 2: convexas; 3: côncavas; 4: irregulares.

No caso das enxós, o primeiro número caracteriza a face superior, o segundo a face inferior, mesmo nos raros casos em que esta não apresenta o «golpe de enxó». 12 indica faces plano-con- vexas com encurvamento apenas no gume.

• A geometria dos bordos (Gb) lê-se com a peça com a extremidade distal orientada para cima e compreende sete possibilidades: 1: paralelos; 2: divergentes; 3: rectilíneos; 4: convexos; 5: côn- cavos; 6: sinuosos; 7: convergentes.

As designações são, em algumas situações, cumulativas: bordos convergentes podem ser conve- xos, uma situação 47. Uma classificação de bordos de diferentes tipologias é indicada por dois valores separados por um +.

• A secção (Sc) é lida a meio da peça e regista as seguintes possibilidades: 1: rectangular; 2: subrectangular; 3: elipsoidal; 4: circular; 5: subcircular; 6: trapezoidal (mesmo que irregular); 7: quadrangular; 8: subquadrangular, mesmo que em alguns casos se aproxime do trapezoidal e subtrapezoidal.

• A extremidade distal (ED) é lida pelo perfil: 1: bisel duplo simétrico; 2: bisel duplo assimétrico.

A segunda forma, quando bem definida, é normalmente típica das enxós.

• A geometria do gume (Ggm) diz respeito às seguintes possibilidades: 1: rectilíneo; 2: convexo. Associados a uma indicação complementar: S: simétrico; A: assimétrico.

Assim, um gume 2-A é um gume convexo assimétrico.

• O estado do gume (Egm) indica se a peça foi usada (2) ou não (1).

Não se considera como uma situação que justifique alteração de categoria os pequenos danos

provocados por fenómenos pós-deposicionais.

• O acabamento (Acb) regista o grau de polimento do artefacto: 1: polimento integral (ou regis- tado, mesmo que parcialmente, em todas as áreas do artefacto). Quando acrescentado por um A leia-se excelente polimento; 2: polimento na extremidade distal; 6: picotado; 8: superfí- cies irregulares, conservando negativos da lascagem anterior ao polimento e não eliminados por ele.

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6.1. As enxós

[Figs. 2-7 a 2-21]

Foram recolhidas cinco enxós, GPC-12 a 16.