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IMPACTO DAS CRENÇAS EM NOSSAS VIDAS

No documento Como Pensar e Agir Como Um Trader Ativo (páginas 39-73)

2.2 – PRINCÍPIO DA SINGULARIDADE DO MOMENTO

3.2 VERSÃO E VERDADE

3.3.2 IMPACTO DAS CRENÇAS EM NOSSAS VIDAS

No sentido mais amplo, nossas crenças moldam a maneira como vivemos nossas vidas. Como descrevi acima, não nascemos com nossas crenças. Elas são adquiridas e acumuladas refletindo o que nós aprendemos a acreditar.

No livro “Trade in the Zone” de Mark Douglas faz quatro segmentações sobre como as crenças impactam nossas vidas:

1º Crenças gerenciam nossa percepção e interpretação sobre as informações provenientes do mundo.

A intensidade da crença pode e muitas vezes causa a alteração da percepção, ou seja, esta mesma pessoa muitas vezes não consegue mudar de opinião, mesmo que esteja diante de algo objetivo que contraponha a opinião gerada pela crença. Essa “cegueira” é causada ou pelo desconhecimento de outra versão sobre a informação, ou ainda, pela não aceitação sobre outras possibilidades.

Nos cursos e palestras que ministro sobre trading costumo colocar um gráfico no projetor e perguntar aos presentes o que cada um vê. Agora te pergunto, quão homogêneas você acha que são as respostas? Se respondeu: não são homogêneas, você acertou! Mas por que não são respostas similares e objetivas, já que há concentração de pessoas interessadas no mesmo tema? Primeiramente pelo próprio nível desigual de conhecimento sobre o

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tema, assim como ocorre em qualquer área. E segundo e mais importante de todos, pelo processo de percepção de cada um.

Cada um vê de um jeito particular, com uma perspectiva própria porque aprendeu assim. Uns aprenderam a interpretar o gráfico em cursos de análise técnica, outros aprenderam em um determinado livro, enquanto outros aprenderam por experiências próprias.

2º Crenças criam nossas expectativas.

Toda expectativa que criamos sobre qualquer evento futuro deriva de nossas crenças. Desde que não podemos projetar algo sobre o qual não sabemos, nós só podemos dizer que qualquer expectativa é o que já sabemos projetado para o futuro.

Outro exemplo que costumo dar é relativo às relações de causa e efeito que nada mais são do que crenças. O exemplo que mais utilizo é o do tempo nublado. É uma crença comum que quando o céu nubla a chance de chover é grande. Por quê? Excluindo toda a questão científica por traz desse fenômeno, todos nós já vivenciamos centenas, talvez milhares de observações de causa e efeito como essa. Nublou, logo mais vai chover!

Ainda na mesma linha busco fazer associação ao trading. Coloco um gráfico ou um cenário (com algumas variáveis) e questiono os alunos sobre o que vai acontecer. Como vimos na explicação anterior, as respostas são divergentes, pois as pessoas possuem crenças diferentes e por isso percebem a mesma informação de forma singular. Entretanto, a questão aqui é: o que embasa estas pessoas fazer projeções sobre o futuro? A resposta é: suas crenças.

Se alguém aprendeu que ao romper uma resistência os preços irão subir, ao se deparar com um novo rompimento de resistência, automaticamente associará este evento à sua crença de que rompimento de resistência gera alta nos preços. Essa crença, ou relação de causa e efeito é justamente o que vai gerar a sua expectativa de alta para os preços.

Agora preste muita atenção na continuidade do processo. Suponha que um trader (que por qualquer razão, não tenha as crenças corretas para ser consistente) decida comprar no rompimento dessa resistência citada acima e que os preços efetivamente subam. Como você acha que ele se sentirá? Certamente bem, não é mesmo! Concorda que ele tinha uma crença de que rompimento de resistência gera alta de preços e ao se deparar com essa informação

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(rompimento), percebeu uma oportunidade, instantaneamente criou uma expectativa de alta, agiu colocando uma ordem de compra e ao ver os preços subindo ele percebe a alta de preços como algo positivo e que preencheu sua expectativa? Logo ele se sente bem, confiante, poderoso etc.

Agora imagine o mesmo trader, atuando na compra, na mesma situação de rompimento de resistência. Entretanto neste exemplo, os preços começam a cair tão logo ele tenha comprado. Como será este trader vai se sentir? Se ele não possuir os atributos mentais corretos, certamente ele vai sentir algo incômodo. O grau de incômodo dependerá do lote, de quanto e quão rápido o mercado vier contra sua posição de compra. Quanto mais rápido os preços caírem, mais frustração este trader sentirá. Você concorda? Aliás, você já sentiu isso? Não tenha vergonha em responder, pois todos que efetivamente operam já sentiram esta sensação ruim.

A sensação de errar gera dor/stress, pois fomos criados assim, fomos criados com a crença de que errar é feio, errar e perder nos diminui. Gostaria que você pensasse mais um pouco e respondesse: de onde vem essa sensação ruim e amarga, de onde vem o medo e dor? Essa sensação ocorre quando nossas expectativas são frustradas. Toda vez que esperamos que algo ocorra, naturalmente esperamos estar certos e assim, se depararmos com algo contrário à nossa expectativa automaticamente experimentamos dor. Quanto maior o nível de expectativa, maior será a frustração caso o evento esperado não ocorra.

Você pode resistir em dizer que isso não é uma verdade absoluta, mas apenas uma versão se adequando apenas a algumas circunstâncias. Pare e pense na sua vida quantas situações similares a essa ocorreram. Pense em quantas vezes depositou expectativa em uma determinada entrevista de emprego e em como se sentiu quando foi recusado. Em quantos relacionamentos mal resolvidos, depositou expectativa e acabou sentindo frustração. Um bom exemplo é torcer depositando demasiada expectativa em um jogo de futebol do seu time favorito. Como você se sente quando ele perde? Bom, a essa altura você entendeu efetivamente do que estou falando. Essas sensações (boas ou ruins) são geradas única e exclusivamente pelas nossas interpretações das informações vindas do mundo e das interpretações das informações geradas pelas nossas ações. As sensações não são intrínsecas ao mundo, nós que escolhemos como nos sentir.

Concorda que se você não depositar expectativa sobre a sua entrevista de emprego, o fato de não conseguir o emprego não terá o potencial de gerar frustração? Se você não depositar expectativa na

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vitória do seu time, você não sentirá frustração caso ele seja derrotado? O mesmo ocorre no mercado, se você não depositar expectativa sobre a alta de preços, você não sentirá frustração se os preços cederem.

Agora vem a grande questão: o que define o grau de expectativa que depositamos em certas ocasiões? O que define o quanto de expectativa depositamos é o grau de importância que atribuímos ao que se encontra em jogo.

Vou exemplificar: Digamos que você aposte com seu amigo, quem acertará o fechamento da PETR4 no pregão de hoje. A aposta não vale nada e o seu amigo é de fato uma pessoa a qual você respeita e não há competitividade entre vocês. Como você se sentirá se perder a aposta? Talvez chateado, um pouco frustrado, etc. Agora imagine que você esteja operando seu dinheiro de verdade e que ainda não possua todos os atributos que o trading consistente exige (você não acredita em imprevisibilidade e nem em singularidade dentre os demais que ainda não falamos). Como você se sentirá se errar sua previsão e ainda perder dinheiro? Sentirá mais ou menos frustrado do que quando apostou, simbolicamente, com seu amigo?

Garanto que quando há algo relevante em jogo (no caso dinheiro), tanto o grau de expectativa quanto o grau de frustração são maiores. Isso explica a diferença entre analisar o mercado e efetivamente operar. Ou ainda, explica a diferença entre operar um lote do mini e operar de verdade. Quanto menos dinheiro em jogo, menos preocupação e menor o grau de expectativa. Quanto menor a expectativa, maior é a objetividade em perceber o que o mercado esta mostrando e mais fácil de aceitar o resultado dos seus atos. Não há resistência interna em agir quando não há expectativa. Não há contra o que lutar.

Votarei a falar sobre expectativa mais adiante. Até aqui busquei explicar a influência das crenças na formação de expectativas. Entender o processo de formação de expectativas é crucial para que você possa fazer os ajustes necessários e se tornar um trader consistente.

3º Nossas ações são baseadas em nossas crenças

Não bastasse gerenciar a forma como percebemos o mundo e como criamos nossas expectativas, as crenças norteiam nossas ações. Com uma crença limitante fica praticamente impossível de agir. Já com

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crenças fortalecedoras ou favoráveis, a capacidade de agir se torna natural.

Ouvi uma frase de um colega de trabalho, extremamente bem sucedido financeiramente e que me norteia até hoje: “Há pessoas que fazem e há pessoas que esperam acontecer”.

Agora pense como é possível agir se você possuir crenças que te limitem? Como fazer day trade se você acredita que é arriscado ou que não é possível? Fica praticamente impossível porque a cada sinal (conjunto de fatores que você considera para entrar em uma operação) haverá uma luta interna gigantesca. Uma tentativa de encontrar algum motivo que negue o sinal, ou seja, uma desculpa para não entrar no mercado. Essa luta/tentativa de encontrar mais sinais e mais desculpas acaba por gerar uma confusão inibindo cada vez mais as operações.

Concorda que esse tipo de crença altera sua percepção sobre o mercado fazendo você enxergar o que quer e não a verdade como é? Concorda que também te impede de agir, ora gerando resistência em entrar no mercado ora resistência a stopar para não assumir perdas?

4º Nossas crenças são responsáveis por como nos sentimos em relação aos resultados de nossas ações.

Um bom exemplo sobre a influência de crenças no comportamento humano e também na fisiologia é o efeito placebo. Um notável estudo sobre placebo (descrito no livro Poder sem Limites de Anthony Robbins) refere-se a um grupo de pacientes com úlceras supuradas. Estavam divididos em dois grupos e foi dito às pessoas de um dos grupos que receberiam uma nova droga que, certamente, produziria alívio. Às do segundo grupo foi dito que iriam receber uma droga experimental sobre cujos efeitos se sabia muito pouco. Setenta por cento das do primeiro grupo tiveram alívio significativo. Somente vinte e cinco por cento do segundo grupo tiveram resultado semelhante. Em ambos os casos, os pacientes receberam uma droga sem nenhuma propriedade medicinal. A única diferença foi o sistema de crença que adotaram. Ainda mais notáveis são os numerosos estudos em pessoas a quem foram dadas drogas de efeitos prejudiciais conhecidos, e que não experimentaram nenhum efeito ruim, quando lhes disseram que experimentariam um resultado positivo.

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Estudos conduzidos pelo Dr. Andrew Weil mostraram que as experiências de usuários de drogas correspondem quase exatamente ao que esperam. Descobriu-se que se podia induzir uma pessoa que recebera uma dose de anfetamina a sentir-se sedada ou a uma que recebera um barbitúrico sentir-se estimulada. “A magia das drogas reside dentro da mente do usuário, não nas drogas", concluiu Weil. Em todos esses exemplos, a única constante que afetou com mais força os resultados foi à crença, as mensagens consistentes e congruentes enviadas ao cérebro e sistema nervoso. Apesar de todo seu poder, não há magia confusa no processo. Crença não é mais que um estado, uma representação interna, que governa o comportamento. Pode ser uma crença fortalecedora numa possibilidade, crença de que seremos bem-sucedidos em alguma coisa, ou realizaremos algo mais. Pode ser uma crença enfraquecedora, a crença de que não seremos bem-sucedidos, que nossas limitações são claras, insuperáveis, esmagadoras.

Se você acreditar em sucesso, ficará fortalecido para consegui-lo, criará possibilidades mentais para que isso possa ocorrer. Se acreditarem fracasso, sua crença tenderá a levá-lo para o caminho que faz provar o fracasso. Lembre-se: quer você diga que pode fazer alguma coisa ou diga que não pode, você está certo. Ambas as espécies de crença têm grande poder.

Voltando a exemplos de mercado. Imagine que você tem a crença de que operar logo na abertura do mercado é arriscado. Imagine também que o conjunto de fatores que indiquem uma oportunidade esteja presente e você decida operar na abertura. Caso você perca dinheiro, como irá se sentir? Certamente frustrado e arrependido e por quê? Pois fez algo que era contrário às suas crenças. Agora imagine o mesmo exemplo, com o mesmo sinal gerado pelo conjunto de fatores que você define como oportunidade, mas que você não tenha atuado. Ter se livrado de uma perda vai te deixar feliz e confortável, e mais, validará sua crença de que operar na abertura é arriscado.

Agora faço um questionamento: o evento não foi o mesmo? O mercado gerou um mesmo sinal? Mas por que você poderia ficar frustrado ou ficar feliz, dado que a situação é a mesma? A resposta é: pois você escolhe em que acreditar, o que esperar, como agir e ainda mais, como se sentir sobre o resultado de sua ação. Você e só você

cria a sua experiência no mercado.

Entender sobre esse processo e aceitar essa realidade é um grande passo para se tornar um trader consistente. A isso damos o nome de assumir a responsabilidade.

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Repare que até agora não me preocupei em falar o que é certo e o que é errado, qual crença é boa e qual é ruim e nem como lidar com expectativas. Estou apenas explicando o processo e a relevância das crenças, tanto na vida quanto para o trading.

Em seguida falaremos sobre as crenças que julgo adequadas, pela experiência dos traders que modelei e que hoje norteiam minha forma de interagir com o mercado. Só depois discutiremos sobre como mudar suas crenças.

3.4 ESTADOS

A melhor explicação que encontrei para Estados foi no livro Poder sem Limites de Anthony Robbins. Segue entre aspas abaixo:

“Você já passou pela experiência de estar em maré alta, de sentir que não poderia fazer nada errado, numa época quando tudo parece andar perfeitamente? Talvez, seja numa partida de tênis, quando acerta todas as bolas, ou numa reunião de negócios, onde você tem todas as respostas. Talvez, seja numa ocasião quando fica espantado ao se ver fazendo alguma coisa heróica ou dramática, que nunca pensou que pudesse fazer. Provavelmente, já passou também pela experiência oposta, num dia em que nada dá certo. Com certeza, você pode se lembrar de ocasiões em que confundiu as coisas que em geral faz com facilidade, quando todo passo está errado, cada porta trancada, quando tudo que tenta não dá certo. O que acontece? Você é a mesma pessoa. Deveria ter os mesmos recursos à sua disposição. Então, por que consegue resultados desanimadores uma hora e resultados fabulosos em outra. Por que é que mesmo os melhores atletas têm dias em que fazem tudo certo e, em seguida, dias em que não conseguem encestar uma bola, ou marcar um ponto? A diferença é o estado neurofisiológico em que estão. Há estados que habilitam e impulsionam - confiança, amor, força interior, alegria, êxtase, crença. Há os estados paralisantes – medo, ansiedade, frustração, confusão, depressão, tristeza - que nos deixam sem poder. Todos nós entramos e saímos de bons e maus estados.”

Um estado pode ser definido como a soma de milhões de processos neurológicos acontecendo dentro de nossas mentes. Em outras palavras, a soma total de nossa experiência a qualquer tempo, em qualquer momento.

“A maioria de nossos estados acontecem sem qualquer direcionamento consciente de nossa parte. Vemos alguma coisa e

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respondemos a ela entrando num estado. Pode ser um estado rico e útil, ou um empobrecedor e limitador, mas a maioria de nós não tem habilidades para controlá-lo ativamente”. Segundo Robbins, a diferença entre aqueles que falham em realizar suas metas na vida e aqueles que são bem sucedidos é a diferença entre aqueles que não conseguem se colocar num estado de apoio e aqueles que, com frequência, se colocam num estado que os ajuda em suas realizações.

Agora: você sabe o que gera um estado?

Existem dois componentes principais do estado: o primeiro é a nossa representação interna e o segundo é a condição e uso de nossa fisiologia. O que e como você imagina as coisas, assim como o que e como diz coisas para si mesmo sobre a situação do momento, criam o estado em que fica e, assim, as espécies de comportamento que produz.

Representação Interna – é como nos comunicamos com nós mesmos. Recebemos a informação do mundo através dos cinco sentidos: gustação, olfato, visão, audição e cinestesia (tato), sendo que os três últimos são os mais utilizados. Esses receptores transmitem o estímulo ao cérebro que através de processos (e crenças) filtra-os em representação interna. Pense em representação interna, como sendo as imagens que você cria no “teatro da sua mente”8, as vozes que

você ouve (diálogo interno) e as imaginações que você cria na sua cabeça, ao pensar sobre qualquer coisa.

Lembre-se, o que representamos internamente nem sempre é a verdade, sendo muitas vezes apenas a nossa versão. Por exemplo, se por qualquer motivo desconfiarmos de alguém, fatalmente iremos representar internamente tal informação gerando pensamentos, imagens e diálogos internos condizentes e associativos à mentira. Fatalmente entraremos em um estado de desconfiança. Isso não significa, contudo, que a pessoa esteja mentindo.

Fisiologia – Fatores como postura, bioquímica, energia nervosa, respiração e tensão muscular compõem a fisiologia. O melhor exemplo de influência da fisiologia em nossos estados é quando estamos doentes, com febre, por exemplo. Como você reage aos eventos e como vê o mundo, quando esta com febre? Certamente a sua percepção e reação será muito diferente de quando você se encontra vibrante, animado ou cheio de energia positiva.

Representação interna e fisiologia trabalham juntas e tudo que afeta uma afetará a outra. Dessa forma, para mudar um estado,

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necessariamente deverá ter havido uma mudança de representação interna e fisiologia.

Reflita comigo: quase tudo o que queremos na vida é um estado. Amor é um estado, é um sentimento que comunicamos para nós mesmos e que sentimos dentro de nós, baseados em certos estímulos. Confiança, poder, ambos são estados criados por nós. Até mesmo o dinheiro. Na verdade nos interessamos pelo que ele representa e não pelas notas de papel. O dinheiro pode representar poder, segurança, tranquilidade, liberdade etc.

Agora, você se lembra do tanto que falamos sobre consistência como trader? Pois bem, consistência é um estado mental! É o resultado da sua representação interna e fisiologia sobre a sua interpretação de errar, perder, acertar, ganhar e etc. A consistência não vem do mercado, não depende de ele ser bom ou ruim, de alta ou baixa, volátil ou não. Consistência está na sua mente, faz parte de você. É a sua interpretação das informações do mercado e do resultado de suas ações que te fazem consistente.

Quando você é consistente você não espera que o mercado faça algo para você, algo que preencha a sua expectativa, você simplesmente aceita qualquer movimento que ele faça. Sem nenhuma restrição. Vou além, ser consistente é não só aceitar, sem resistência interna, os choques aleatórios e imprevisíveis dos preços, mas também interagir com o mercado (operando) e aceitar qualquer que seja o resultado das suas ações.

No livro Trading in the Zone, Mark Douglas faz uma explicação muito boa sobre consistência. Ele afirma que o que separa os melhores traders dos demais não é como eles fazem ou quando fazem. O que, de fato, os separam é “como pensam sobre o que fazem e como estão pensando enquanto fazem”.

Reflita sobre o exemplo: Tome dois traders, o primeiro que ainda não possui uma mentalidade de trader (sofre de algum ou mais problemas descritos no início da apostila) e o outro que já entende o que o trading realmente é (possui mentalidade de trader – entende a natureza do mercado, acredita em imprevisibilidade e singularidade do momento e aceita o risco de operar). Imagine que os dois estejam operando o mesmo mercado ao mesmo tempo e que decidam entrar na compra, por qualquer motivo. Neste exemplo, logo após a compra, ocorre o inesperado: entra uma boletada de venda relativamente grande e o mercado já vira vendedor abaixo do preço de stop, pré- estimado por ambos. Como ambos devem reagir? Será que da mesma forma? Pense bem, pois o evento é o mesmo. Ambos compraram e ambos estão olhando para um mercado vendedor abaixo do preço de stop deles.

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Dificilmente um trader, sem a mentalidade correta perceberá esse evento da mesma forma que um trader consistente. O mais comum será ouvir desse trader “o que eu poderia ter feito para evitar isso”; “só acontece comigo”; “o mercado é perigoso, é uma droga”; “eu sabia que isso ia acontecer comigo”. Com essa estrutura de

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