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IMPLANTAÇÕES POSSÍVEIS

No documento Arquitetura de emergência (páginas 87-99)

Este módulo foi criado para dar resposta a diferentes problemas para habitar em situações de emergência isolada, pretende resolver problemas estruturais em edifícios onde um pilar extra pode estabilizar a construção; ajudar a reforçar certas áreas edificadas injetando num edifício danificado uma nova estrutura permitindo a utilização segura desse espaço; e dar uma solução de construção de abrigo a desalojados.

Três cenários possíveis

1 Elemento Estrutural 2 Estrutura Injetável 3 Abrigo de Emergência

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ABRIGO DE TRANSIÇÃO Esc.: 1:100

O abrigo surge como uma proposta para habitação em locais isolados de edificado, ou para pessoas desalojadas. Recorrendo ao módulo proposto e a uma estrutura complementar feita com elementos tubulares para a estrutura e chapa, têxteis ou plástico para a cobertura, desenvolvemos esta proposta com 5 m2 de área mínima de habitação para proporcionar uma zona de repouso e abrigo.

Abrigo 3D Alçado Frente

73 Sistema de montagem

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Guia rápido

Como forma de apresentar estas soluções aos habitantes isolados foi feito um guia de montagem onde é apresentado o método de construção do módulo, as diferentes aplicações possíveis e as suas agregações consoante as necessidades e a construção do abrigo de emergência.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este projeto final veio levantar questões que surgiram ao observar a situação, ao longo destes anos, da guerra civil na Síria. Perceber de que forma poderia um arquiteto com o seu conhecimento ajudar à distância pessoas comuns, sem conhecimentos estruturais e de materiais, a solucionar os seus próprios problemas com edifícios destruídos. Por outro lado, analisar o impacto que tem esta destruição nas pessoas. Mesmo quando conseguimos garantir a forma de habitar, com soluções temporárias, analisar e perceber o comportamento das pessoas neste contexto de destruição foi fundamental para conseguir dar respostas aos seus problemas.

Em conclusão, as questões de trabalho propostas vieram enriquecer e fundamentar esta proposta de projeto. A análise feita sobre o conceito de memória na arquitetura e a sua relação com as cidades destruídas ajudou-nos a perceber o significado que a destruição do património e do edificado tem, não só na imagem e história de uma cidade, mas também na forma como as pessoas reagem à destruição e como vivem depois dela. Sendo que a proposta de projeto está pensada para atuar no momento e para ser contruída pelo próprio habitante, foi fundamental perceber este lado mais humanitário da emergência. A reflexão sobre o impacto da destruição de uma cidade como forma de afetar uma nação e ganhar uma guerra, deu-nos ferramentas para direcionar a proposta de projeto no sentido de se moldar a vários cenários, tirando inclusive proveito do edificado danificado para mais pessoas que não consigam ou não queiram sair deste cenário de guerra, possam continuar a habitar.

O estudo e análise de autores como Lebbeus Woods, ajudaram no sentido de mostrar que é pertinente reformular a postura do arquiteto perante a destruição e começar a pensar arquitetura de uma forma mais real, permitindo que os espaços que habitamos sejam um marco de memória, no sentido de nos mostrar que a destruição passou pelo lugar tentando mudar a forma de pensar para que não se volte a repetir.

O projeto final propôs uma construção de uma variedade de abrigos, garantindo em diferentes situações o conceito de habitar. O módulo proposto, construído com materiais de fácil acesso em locais destruídos, pode ser implementado como solução de elemento estrutural, reforçando pontualmente estruturas edificadas danificadas, pode resultar numa estrutura injetável, conceito proposto por Lebbeus Woods traduzido na colocação de um abrigo moldável a um espaço de um edifício danificado reforçando também a sua estrutura, e de uma forma isolada pode resultar na construção de um abrigo autónomo.

81 Este trabalho propõe um abrigo que pode variar consoante as necessidades da pessoa que o constrói, as características deste abrigo adequam-se ao lugar de implantação Alepo, no sentido em que existe ventilação e passagem de ar devido às altas temperaturas, noutro contexto a estrutura de cobertura seria mais reforçada. Conseguir responder a esta necessidade de habitar de uma forma portátil e moldável a vários cenários foi uma concretização do objetivo proposto.

Pessoalmente foi enriquecedor conseguir responder a estes problemas, o tema é pertinente para os nossos dias sendo que diariamente somos confrontados com estes cenários de destruição, enquanto profissional de arquitetura não me foi indiferente esta situação da Síria, ao recolher testemunhos de pessoas que viviam na guerra senti esta necessidade de conseguir ajudar mesmo que há distância. Apesar do estudo nesta área de emergência, nomeadamente no que diz respeito a dar ferramentas aos habitantes para sobreviver, estar ainda muito limitado, é percetível como se viu no trabalho de investigação que já existem vários autores preocupados em responder a este tipo de problemas. Numa perspetiva de futuro este projeto pode abrir oportunidade a novos estudos e a novas propostas de construção à distância. O objetivo é abrir esta recente área de investigação dentro da arquitetura de emergência, porque visto ser inacessível acabar com a destruição e com esta forma política de agir recorrendo à violência e isolando as pessoas, é pertinente todos os profissionais com ferramentas técnicas pensem, mesmo há distância, de que forma podem ajudar no sentido de melhorar a forma de sobreviver destas pessoas.

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BIBLIOGRAFIA

No documento Arquitetura de emergência (páginas 87-99)

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