• Nenhum resultado encontrado

4.1 UDI: As Aventuras da Família Tamanduá

4.1.2 Implementação na segunda série da “Escola Bairro Centro”

Participaram dessa implementação 20 alunos de duas turmas de segunda série, que foram reunidas numa sala, sendo nove meninos e nove meninas. A profª E permaneceu em sala de aula, enquanto que a profª. F foi resolver assuntos na secretaria.

Nessa implementação as respostas dos alunos aos questionamentos foram apontadas sem identificar especificamente os emissores.

A implementação foi prejudicada por que os alunos não conseguiram concluir suas atividades, pois precisavam participar dos ensaios natalinos, de acordo com a programação da escola. Além disso, dispúnhamos de pouco tempo para a implementação, apenas de uma manhã.

Essa implementação foi realizada na penúltima semana de aula, mais precisamente em 09 de dezembro de 2004.

4. 1. 2. 1 As atividades da UDI

A implementação:

Após o momento da apresentação da equipe à turma, solicitamos que os alunos formassem grupos. Formaram-se, assim, 10 grupos.

Num primeiro momento realizamos alguns questionamentos aos alunos, dentre eles: 1. Vocês conhecem tamanduás?

Os alunos responderam: - Sim, têm língua grande! - Comem formigas!

- Vivem na selva amazônica! - Nas matas, nas florestas! - Apareceu no globo repórter! 2. Por que se usa veneno?

- Por causa das pragas, das formigas! 3. O que são pragas?

- São insetos! 4. São bons ou são ruins?

- Ruins!

76

- Têm edifícios, prédios! - Mercado, colégios! - Carros, pracinhas!

Em determinados momentos, não estando habituados à liberdade de poder opinar, os alunos começaram a responder todos ao mesmo tempo.

Porém logo estabelecemos a ordem. Entendemos a questão da ordem como um aprendizado de organização.

Os alunos continuavam eufóricos e respondendo: - Empresas, depósitos, negócios, lixo, centro, lojas,... - Eu vi no Sbt resto de comida e vendiam...

- Base, igreja, delegacia,... 6. E do meio rural, o que vocês sabem?

- Tem boi, vaca, plantações, cavalo, rios, porcos, galinhas, ovelhas. 7. E além dos animais?

- Lavoura, carroça, árvores, flores, cerca... 8. Por que algumas pessoas se mudam para a cidade?

- Para ter uma vida melhor.

- Medo da polícia, lá não têm. Também tem assaltante. - Para trabalhar.

Percebemos que a participação foi geral e muitos dos questionamentos contemplaram os conteúdos conceituais.

No próximo momento contamos a história.

Habitualmente não mostramos as figuras dos livros, porém como houve enorme curiosidade dos alunos a equipe acabou mostrando-as rapidamente.

Imediatamente após mostrarmos as figuras, os alunos solicitaram atividades que envolvessem as mesmas, pergunta-nos: - Vamos desenhar as figuras?

Em seguida, a equipe realizou algumas perguntas a respeito da história e que foram respondidas da seguinte forma:

1. O que aconteceu quando seu Jorge chegou na fazenda? - Expulsou os tamanduás.

2. Como era a fazenda?

- Tranqüila, mato em volta. 3. Tinha formigas?

- Tinha, os tamanduás comiam.

4. O que seu Jorge fez para terminar com as formigas? - Botou veneno!

- É ruim botar veneno, a gente come.

- A chuva levou o veneno e matou os peixes... 5. O que seu Jorge fez?

- Por causa da mulher dele, não por causa dele, buscou os tamanduás. 6. O que aconteceu então?

- As formigas saíram.

7. Seu Jorge agiu certo expulsando os tamanduás?

- Não! Antes não tinha formigas, os tamanduás comiam tudo. 8. Será que é bom viver no campo? E na cidade?

- No campo é melhor, por que meu vô, que não é meu vô, mora lá. Eu gosto de matar formiga e plantar com meu vô.

- No campo e na cidade por que os dois são legais. - Lá não tem assaltante.

- Para cuidar dos animais. - Mais lugar para brincar.

Notamos que o excesso de perguntas pode prejudicar a UDI por que gera certo cansaço nos alunos, dispersando-os. Assim, procuramos ser breves nos questionamentos. 9. Por que alguns saem (da cidade) para o campo?

- Tem assaltante na cidade.

Nesse instante ocorreu uma discussão na qual alguns alunos disseram que no campo também havia assaltantes.

- No campo tem roubo de gado! - Roubam vaca!

10. Por que alguns vêm do campo para a cidade? - Tem fedor de fumaça!

- Na cidade tem trabalho justo!

Depois dos questionamentos, procuramos organizar um vocabulário com algumas palavras da história no quadro que foi copiado pelos alunos. Este vocabulário foi elaborado em parceria com os alunos. Dentre as palavras destacamos:

78

Resposta dos alunos: casa de palha Borrifar:

Resposta dos alunos: atirar, soltar Nocivos:

Resposta dos alunos: comiam a plantação, prejudicar

Indenização: (lemos a parte da história que continha a palavra)

Resposta dos alunos: dinheiro, casa, comida, dinheiro pra construir a casa.

Como as atividades geram discussões, por vezes a turma exaltava-se e imediatamente eram repreendidos pela prof ª E que ameaçava levá-los para outra sala, retirando-os das atividades.

Como a turma começava a dispersar com facilidade, procuramos prender novamente a atenção da turma desenhando algumas figuras compostas de formas geométricas, essencialmente triângulos e retângulos.

As figuras colocadas no quadro, quando separadas tinham uma leitura, quando agrupadas, outra. Quando perguntamos a que as figuras a seguir remetiam, as respostas foram as seguintes:

FIGURA 10 – Círculo. FIGURA 11 – Triângulo.

- Uma roda! - Uma pedra!

- Uma bola! - Um buraco!

Porém, no momento que as agrupamos, os alunos responderam:

FIGURA 12 – Triângulo e círculo.

- Um boneco! -Uma menina! - Um peixe! - Um caminhão sobre uma pedra!

Assim, superficialmente, estávamos trabalhando com o posicionamento de figuras e que, dependendo como eram organizadas, geravam diferentes leituras.

Em seguida, inicialmente, perguntamos se os alunos recordavam-se da história que foi contada. Como os alunos assentiram, propomos, distribuindo uma folha contendo 12

desenhos aleatoriamente relacionados com a história, que fossem coloridos, se assim o desejassem, e depois recortados e colocados numa ordem que eles achassem adequada, seguindo ou não a ordem da história.

O que procuramos desenvolver, mais especificamente, foi a noção de ordem, porém, procurando refletir na possibilidade de que cada um dos alunos, ou do grupo, poderia realizar uma leitura das figuras e organizá-las a sua maneira, formando a sua própria noção de ordem, sem cumprir uma determinação prévia de ordem.

As figuras utilizadas foram as apresentadas na figura 13.

De fato, percebemos que a ordem variou de grupo para grupo, apesar de quatro deles iniciarem com a fig. 13.1, não houve nenhum consenso. A ordem foi estabelecida observando passagens que os alunos recordavam da história ou pelo simples gostar dos desenhos.

Quando os grupos terminaram as colagens, solicitamos que, a partir dessa ordem, escrevessem uma história que novamente poderia ou não estar relacionada com a que foi contada.

Devido ao pouco tempo, nem todos os alunos conseguiram concluir a redação das histórias.

FIGURA 13 – Desenhos utilizados para atividades na 2ª série

1 2 3 4

5 6 7 8 9 10 11 12

80