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Nesta subseção tentou-se trazer o tema aprendizagem organizacional e as suas relações para a prática, no sentido mais organizacional, apontando em que o estudo pode contribuir para a vida empresarial, ou quais observações merecem destaque, por apresentarem discussões que podem ser levadas ao dia a dia na empresa.

Todas as formas de aprendizagem se mostraram contributivas para a aprendizagem dos gestores. Logo, percebe-se que as formas de aprendizagem têm grande contribuição na aquisição de conhecimentos aos gestores.

Uma contribuição está em algumas perspectivas capazes de entender como as formas de aprendizagem podem pesar nas capacidades dos gestores empresariais. Isso pode contribuir para o desenvolvimento da empresa. Conforme Guns (1998), a organização que adota a aprendizagem na sua estratégia age de forma mais realista e responde de maneira rápida às mudanças.

Dentre as formas de aprendizagem, a reflexão foi a mais mencionada quando retratada a relação das formas de aprendizagem e os indicadores de desempenho. Isso reforça o fato de que se usa a reflexão sobre os indicadores e que merece atenção.

Indicador é algo fundamental para o sucesso das organizações. A ligação entre Indicadores e Aprendizagem Organizacional pode estar entre entender e utilizar a informação de forma adequada em relação aos seus propósitos, ou seja, refletir acerca desta relação.

Foi possível afirmar que havia certa dificuldade por parte dos entrevistados em analisar a aprendizagem como forma de ganhar desempenho empresarial. Entender qual forma de aprendizagem dá melhor condição de interpretar um relatório de indicadores. Isso,

talvez tenha ocorrido pelo fato de nunca ter pensado desta maneira. Assim recomenda-se uma revisão de como está sendo tratada a questão da aprendizagem organizacional, verificando o que realmente contribui para interpretar os indicadores.

Outra implicação da pesquisa é que demonstrou que as formas de aprendizagem são utilizadas de diversos modos, individualmente ou relacionadas, e isso gera resultados diferentes. Com o tempo o indivíduo vai preferir algumas formas de aprendizagem em detrimento de outras. Isto está relacionado com a teoria e prática, porque muitas vezes as formas de aprendizagem não trazem resultados imediatos, fazendo com que a pessoa leve em conta outras formas, o que poderia trazer bons resultados futuros, mas a pessoa não tem paciência ou não se dá conta disso, ou a empresa não permite perder tempo com isso.

Diante da pesquisa, a relação das formas de aprendizagem com os indicadores de desempenho muda de alguma maneira. Muda no seu sentido mais amplo, no sentido de percepções e capacidades, pois as capacidades individuais são relativas de pessoa para pessoa. As mudanças não estão diretamente no comportamento, mas na mudança de perceber as coisas de forma diferente, tanto para interpretar os indicadores como de outra forma.

Mintzberg (2004) afirma que nem tudo pode ser medido ou quantificado para ser controlado, reforçando a questão que não se pode controlar o que não se pode medir. A recomendação nestes casos é uma averiguação mais efetiva da real necessidade de se ter aquele indicador e sua real função na interpretação para tomar decisões.

Em relação à tomada de decisão, as formas de aprendizagem mostraram haver maior destaque, no sentido de que, quando passada por uma das formas de aprendizagem, vai haver um novo conhecimento ou uma nova experiência para usar como referência na tomada a decisão. Isto pode ser um ponto importante para as empresas que pretendem melhorar as tomadas de decisão.

Outro destaque em relação aos indicadores está na importância dada pelos entrevistados no fato de números estarem de forma correta e segura, diante da construção e montagem destes indicadores. Ou seja, vale ressaltar que, conforme os entrevistados, os indicadores podem atrapalhar as decisões, quando há diversos indicadores com pouca qualidade, o que leva a entender que nem tudo é absoluto ou positivo demais. Sugere-se às empresas que deem atenção a esses fatores, os quais podem contribuir para o desempenho organizacional. Tais como a verificação das formas de aprendizagem que melhor se encaixam dentro dos seus objetivos de negócio a fim de aperfeiçoar a capacidades dos trabalhadores. A participação dos funcionários na construção dos indicadores de desempenho seria a melhor maneira de entender o que ele significa e se pode influenciar na decisão final. Outro fator

importante é fazer a integração das ideias, com discussões sobre as tomada de decisão e sua relação com a interpretação dos indicadores, destacando as dificuldades de cada um. Isso seria uma maneira de troca de informações e correções para ajustes nos objetivos da empresa, a qual contribuiria ainda mais no desenvolvimento da mesma.

Assim, aprendizagem organizacional recorre à aquisição de compreensão, experiência, técnicas e práticas que são novas para a organização. A aprendizagem se manifesta em novos pensamentos e ações; nas mudanças de comportamento e nos modelos mentais, bem como no redesenho das práticas organizacionais (ANTONELLO, 2010).

Conforme o que foi mencionado, a aprendizagem organizacional é vista pelos gestores como uma forma de ganhar vantagem competitiva, mas, na prática ainda é muito pouco trabalhada. A recomendação às empresas pesquisadas é tentarem colocar em prática a ideia de aprendizagem organizacional como fator estratégico. Ou seja, conforme o estudo criar meios e facilitar a integração destas formas de aprendizagem no meio empresarial, dando suporte para que gerem capacidades individuais e coletivas. Segundo Oderich (2005), o papel do gerente é caracterizado pelas habilidades, que representa conhecimento específico. Logo, a aprendizagem pode ser considerada uma forma de estratégia organizacional.