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2.4 INDICADORES DE DESEMPENHO

2.4.1 Tipos de Indicadores de Desempenho

Saber identificar o que deve ser medido e avaliado nas diversas atividades realizadas por uma empresa não é uma tarefa tão fácil, pois determinar quais medidas usar, depende da complexidade do processo que se deseja avaliar, da sua importância em relação às metas estabelecidas pela empresa e da expectativa de uso gerencial posterior desses dados (CALLADO et al., 2007).

Muitos trabalhos tentaram encontrar os critérios mais adequados para avaliar o desempenho. Essa tarefa é difícil, uma vez que esses critérios variam ao longo do tempo, de

setor para setor, de empresa para empresa, sendo muito difícil sua generalização. Assim toda tentativa de defini-los deve considerar as características específicas do setor e da organização (HOLANDA, 2007).

Existem muitos indicadores, logo, temos muitos enfoques que podem ser utilizados, com o objetivo de avaliar o desempenho de uma empresa; utilizar uma ferramenta que, de alguma forma, ajude ao analista a trabalhar com um conjunto de índices escolhidos por ele, na busca por dados que contribuam para tomada de decisão da empresa.

Segundo Oliveira, Perez Júnior e Silva (2009), antes da implantação dos indicadores de desempenho devem ser consideradas algumas características importantes como:

a) consistência: que não conflita com nenhum outro indicador utilizado na empresa; b) confiabilidade: que transmita confiança e siga um padrão definido que não distorça os dados quando realizado da mesma forma;

c) validade: mesmo sendo confiável, ela poderá não ser válida, se adotada de forma incorreta;

d) relevância: que seja útil, não confrontar com outros indicadores nem ser insubstituível.

Segundo Slack (1997), não existe a possibilidade de reduzir a complexidade do desempenho de um negócio a um único indicador, há necessidade real de aplicar diversos indicadores para atingir os mais variados aspectos, nos quais a estratégia de negócio se realiza. É necessário também compreender que os indicadores devem interagir para que se constituam em instrumentos eficazes de gestão.

Kaplan e Norton (2003), então, consideram que nenhum indicador de desempenho isolado será capaz de prover uma clara representação da performance de uma organização, nem poderá focar todas as áreas relevantes ao mesmo tempo.

Os indicadores de desempenho constituem a métrica utilizada em todo sistema de medição. As alternativas são realmente muito variadas. As organizações devem selecionar e definir quais indicadores são mais adequados e eficazes em função do seu negócio. Assim, as empresas, se quiserem sobreviver e prosperar, devem utilizar algum sistema de gestão ou medição de desempenho derivados de suas estratégias e capacidades (KAPLAN; NORTON, 2003). Diante dos autores, os indicadores de desempenho podem ter variados tipos, não se detendo apenas em uma ou outra forma.

Na administração dos negócios, uma abordagem financeira e quantitativa trouxe uma incrível variedade de instrumentos e ferramentas de mensuração. A necessidade de quantificar para analisar e comparar o desempenho sempre seguiu nas organizações. Para Morissete

(1977), indicador de desempenho é uma medida quantitativa, expressa em valor monetário, resultante das ações tomadas pelas empresas.

As medidas financeiras são valiosas para sintetizar os resultados econômicos imediatos de ações consumadas. Medidas financeiras indicam se a estratégia de uma empresa, sua implementação e sua execução estão contribuindo com os resultados financeiros (KAPLAN; NORTON, 2003).

Para medir o desempenho estratégico das organizações, é necessário que os gestores busquem indicadores para aperfeiçoar as metas empresariais, alcançando os resultados desejados. Nesse sentido, de um modo geral, as empresas baseavam-se apenas em demonstrativos contábeis comuns, fornecidos pela contabilidade financeira, para avaliar o desempenho empresarial (REZENDE et al., 2011).

Os instrumentos contábeis e financeiros deixaram de ser as únicas alternativas de mensuração; ao longo do tempo foram criadas medidas colaterais de desempenho na organização, por exemplo, o controle orçamentário, retorno sobre o capital investido além de outras medidas que dispusessem de dados para verificar o sucesso na organização. Banker et al (2000) definem que as medidas não financeiras são os melhores indicadores de medidas de desempenho futuro do que as medidas financeiras, uma vez que as medidas não financeiras auxiliam os gestores a focarem suas ações em perspectivas de longo prazo.

Entretanto, atualmente, a tomada de decisões envolve um maior número de variáveis, exigindo grande preocupação dos gestores com indicadores, como: satisfação de clientes, qualidade dos produtos, participação no mercado, retenção de clientes, fidelidade dos clientes, inovação, habilidades estratégicas, entre outros.

Em contrapartida, Kaplan e Norton (2003) afirmam que os indicadores financeiros são inadequados para orientar e avaliar a trajetória da empresa em um ambiente competitivo, pois são indicadores de ocorrência. Eles contam parte, mas não toda a história das ações passadas, bem como não fornecem orientações adequadas para as ações, que devem ser realizadas hoje e amanhã para criar valor financeiro futuro.

Os indicadores gerenciais estão diretamente ligados à disponibilidade, ao acesso, registro, à qualidade da informação e ao envolvimento de todos na organização. O uso da informação para controle e avaliação dos resultados, no final de cada processo, associado à autonomia dada aos funcionários para a tomada de decisões, com base no uso de ferramentas gerenciais, gera agilidade no processo produtivo. Isso através da solução rápida de problemas e comparações de resultado, podendo modificar ou confirmar os objetivos e os recursos empregados ao longo do processo. Desse modo, as ferramentas gerenciais aliadas à

informação passam a ser parte integrante do processo de administração estratégica (PONGELUPPE, 2002).

O objetivo de controles gerenciais, na forma de métodos e sistemas de custeio, evidenciou que é fornecer dados para o estabelecimento de padrões, orçamentos e outras formas de previsão e, em uma etapa posterior, acompanhar o que de fato aconteceu, a fim de comparar isso com os valores previamente estabelecidos (MARTINS, 2003).

Esse tipo de indicador pode estar alocado em qualquer parte da empresa, ajudando na gestão empresarial. Um modelo de gestão pode ser visto como um conjunto de princípios, nem sempre formalizados, contemplados por meio da observância dos instrumentos de gestão. Constitui um conjunto de crenças e valores a respeito da maneira como administrar uma empresa, e decorre de uma série de diretrizes que impactam os subsistemas e o sistema organizacional. Estas diretrizes mostram se a empresa tem ou não planejamento e controle (REGINATO; GUERREIRO, 2011).

Como indicadores, a contabilidade gerencial abarca as práticas gerenciais utilizadas para gerar informações aos gestores de todos os níveis hierárquicos, a fim de tomarem decisões e controlarem os resultados, sejam envoltos por sistemas de custeio, sistemas de avaliação de desempenho ou por outras práticas que a empresa venha a adotar (REGINATO; GUERREIRO, 2011)

Não há um sistema de controle gerencial que possa ser aplicado, igualmente, em todas as organizações e em todas as circunstâncias. Isso dependerá da necessidade de cada organização para um determinado momento (OTLEY, 1980). Logo, o importante não é a quantidade de índices, mas um conjunto de índices que permita conhecer a situação da empresa, segundo o grau de profundidade desejada pela análise (MATARAZZO, 2010). O mais importante nestas ferramentas de mensuração é permitir que o desempenho seja amplo e profundamente analisada e as ações corretivas sejam tomadas quando necessário.

Coube neste capítulo, não entrar em detalhes mais “robustos” sobre os indicadores de desempenho, mas de revelar a sua importância nas organizações e sua relação com a Aprendizagem Organizacional. Além de sua capacidade de gerar dados que orientam os gestores, é uma fonte de dados e informações que, se não interpretadas corretamente, pode distorcer os resultados esperados. Logo, podemos inferir que esses relatórios gerenciais refletem diretamente na tomada de decisões do gestor. Mas cabe lembrar que a capacidade de interpretação e a tomada de decisões estão nas capacidades individuais geradas por alguma forma de aprendizagem.