6.3 DIMENSÃO 2: INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA PARA
6.3.2 Categoria 2.1: Caracterização das ILPIs amostradas de
6.3.2.18 Indicador 2.1.18: Importância do profissional farmacêutico
Como último questionamento dessas entrevistas foi solicitado a opinião
acerca da importância da presença do profissional farmacêutico na ILPI e o porquê.
As respostas são mostradas no Quadro 20.
Da análise do referido Quadro observa-se que a maioria dos entrevistados
das ILPIs estudadas, oito das 11, consideravam importante a presença do
farmacêutico nessas Instituições e três achavam que não. Em todas as Instituições
que contavam com farmacêutico trabalhando os entrevistados consideravam
importante a presença desse profissional, são as casas 1, 5, 7, 10 e 11, mostrando
que o entrevistado observava os benefícios que esse serviço trazia para as ILPIs e
seus idosos.
Das ILPIs sem farmacêutico prestando serviço três consideravam importante
ter esse profissional, e três não. Três das casas sem farmacêutico não faziam a
contratação desse profissional por motivos financeiros, por não terem recursos ou
porque isso aumentaria a mensalidade da casa. O que é observado nesse estudo
também é relatado no Documento do Paraná quando expõe que muitas ILPIs não
conseguem ter profissionais especializados e qualificados trabalhando por restrições
financeiras (PARANÁ, 2008).
Com essa visão, algo que foi sugerido pela entrevistada da ILPI 2, configura
uma boa saída para o impedimento financeiro à contratação e poderá possibilitar
que todas as ILPIs tenham a contribuição do farmacêutico. Foi sugerido que
houvesse, fora das Instituições, farmacêuticos que prestassem assistência às
Instituições tirando dúvidas e dando informações, desse modo um único profissional
poderia atender mais de uma Instituição. Seria interessante que houvesse nas
Unidades de Saúde do município farmacêuticos que prestassem serviços às
Instituições de Longa Permanência para Idosos.
ILPI OPINIÃO JUSTIFICATIVA PARA A OPINIÃO
1 Sim
Pelo conhecimento e responsabilidade do farmacêutico no cuidado com os medicamentos, característica que outro profissional, como o enfermeiro, não teria
2 Não
A manipulação de medicamentos na casa vira rotina por isso não é necessária a presença do profissional na ILPI, mas seria bom ter farmacêutico fora da casa para dar assistência tirando dúvidas e informando sobre os
medicamentos
3 Não Ter farmacêutico na casa é desperdício, pois o medicamento já vem prescrito sendo necessária apenas sua separação, o enfermeiro pode fazer essa tarefa
4 Sim Pelo conhecimento quanto aos medicamentos, sabe como fazer a separação.
O motivo de não se ter atualmente farmacêutico na ILPI é financeiro 5 Sim Pela contribuição na estrutura organizacional da Instituição e no manejo da
farmacoterapia
6 Sim Pela utilidade de seu serviço, mas há grande impedimento financeiro para sua contratação
7 Sim É o profissional mais capacitado para cuidar dos medicamentos
8 Sim Porque cuida do circuito dos medicamentos na ILPI, da separação e
administração. Em casas com muitos moradores a presença é indispensável
9 Não
Na ILPI a quantidade de pessoas e de medicamentos é pequena. Em casas com muitos moradores é necessário. Há também o impedimento financeiro para a contratação desse profissional, a admissão aumentaria o custo da mensalidade dos idosos
10 Sim
O farmacêutico é o guardião da qualidade da administração, armazenamento e acompanhamento dos medicamentos. Além disso, o farmacêutico faz contato com o morador
11 Sim
Pela capacitação para cuidar da parte burocrática e da administração dos medicamentos. Também na administração da farmácia o farmacêutico é importante, outro profissional como assistente social ou psicólogo não teriam o mesmo conhecimento
QUADRO 20 - OPINIÃO DOS FARMACÊUTICOS DE ILPIs QUANTO À IMPORTÂNCIA DA PRESENÇA DO FARMACÊUTICO NAS INSTITUIÇÕES
FONTE: A autora (2015)
Os entrevistados das casas 8 e 9 consideravam indispensável a presença do
profissional farmacêutico apenas nas Instituições com grande número de moradores,
mas pode-se afirmar que em ILPIs pequenas esse profissional também pode fazer a
diferença pois suas tarefas não devem ficar restritas a aquisição ou ao cuidado com
o estoque dos medicamentos, mas também e principalmente acompanhando o
morador, observando interações e efeitos adversos.
Certificando a capacitação que o profissional farmacêutico tem para cuidar
de todo o circuito do medicamento em ILPI, conforme citado pelos entrevistados das
casas 1, 4, 5, 7, 8, 10 e 11 o Conselho Nacional de Educação com a Resolução nº 2,
de 19 de fevereiro de 2002, que institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso
de Graduação em Farmácia, estabelece no artigo 6º, capítulo IV:
IV - Ciências Farmacêuticas – incluem-se os conteúdos teóricos e práticos relacionados com a pesquisa e desenvolvimento, produção e garantia da qualidade de matérias primas, insumos e produtos farmacêuticos; legislação sanitária e profissional; ao estudo dos medicamentos no que se refere à farmacodinâmica, biodisponibilidade, farmacocinética, emprego terapêutico, farmacoepidimiologia, incluindo-se a farmacovigilância, visando garantir as boas práticas de dispensação e a utilização racional; conteúdos teóricos e práticos que fundamentam a atenção farmacêutica em nível individual e coletivo; conteúdos referentes ao diagnóstico clínico laboratorial e terapêutico e conteúdos da bromatologia, biosegurança e da toxicologia como suporte à assistência farmacêutica (BRASIL, 2002).