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6.3 DIMENSÃO 2: INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA PARA

6.3.2 Categoria 2.1: Caracterização das ILPIs amostradas de

6.3.2.10 Indicador 2.1.10: Individualização dos medicamentos para

Quanto à individualização dos medicamentos para a administração a cada

morador, foi questionado de quem era essa função, como era feito e qual o controle

desse procedimento.

Na ILPI 1 as tarefas eram desempenhadas pelo farmacêutico, o qual ao

receber a prescrição, a analisava e providenciava seu pedido, quando necessário. O

medicamento é então etiquetado com o nome do morador e o registro contendo

nome, medicamento, lote, quantidade de comprimidos e laboratório é lançado no

computador. O profissional também se responsabilizava pelas etiquetas para

fracionamento e pelo fracionamento em si, dispondo os medicamentos

individualizados na caixinha do respectivo morador. Não foi informado o modo de

controle desses procedimentos.

Na ILPI 2 as tarefas eram desempenhadas pelo fisioterapeuta e na ausência

desse profissional pelo cuidador de idosos. A individualização dos medicamentos é

feita usando bandejas e caixas. Há uma caixa para cada idoso com os

medicamentos a serem usados durante um mês. Há também uma bandeja com sete

caixas, uma para cada dia da semana, com divisórias de acordo com os horários de

administração dos medicamentos e com o nome de cada morador. As caixas dos

moradores e a bandeja são guardadas na farmácia da ILPI. A caixa correspondente

ao dia da semana e de cada morador são retiradas da bandeja na farmácia, e

levadas ao armário do refeitório para que os medicamentos fiquem ao alcance para

serem administrados. Na tampa da caixa que contém os medicamentos a serem

usados durante o mês e na tampa da caixa com os medicamentos para serem

usados durante um dia tinham informações quanto aos medicamentos em uso, o

horário de administração e a dose dos medicamentos. O controle da individualização

é feito observando-se a caixa com os medicamentos para serem tomados durante o

dia.

Na ILPI 3 essas tarefas eram realizadas pelo enfermeiro, que fazia a

separação diariamente dos medicamentos a serem administrados no dia seguinte ou

durante o dia os medicamentos que seriam administrados à noite (20 horas). Nos

casos em que o morador utilizava metade do comprimido o fracionamento também

era feito pelo enfermeiro. O profissional não realizava expediente na casa nos finais

de semana por isso os medicamentos para o sábado e o domingo eram separados

previamente com identificação do dia. A administração de medicamentos era feita

em quatro momentos pré-determinados na Instituição: jejum, manhã (7 horas),

almoço e noite (20 horas). A tarefa de individualização consistia em retirar os

medicamentos de suas embalagens e colocá-los, de acordo com a dose a ser

administrada, em copinhos identificados com o nome de cada morador. Em seguida

esses copinhos eram dispostos em uma das quatro caixas correspondentes aos

quatro horários de administração mencionados anteriormente. Os poucos

medicamentos que deveriam ser administrados em horários diferentes dos

estabelecidos eram guardados juntos e o responsável pela administração sabia para

qual morador dar o medicamento e em que horário. O mesmo procedimento era

adotado para medicamentos líquidos os quais eram armazenados juntos,

etiquetados identificando à qual morador pertencia e o momento de administração.

Foi relatado que a maioria dos moradores tomava mais de um medicamento em um

mesmo horário.

Na ILPI 4 as tarefas eram desempenhadas pelo administrador de empresas,

também proprietário da casa, tal tarefa era feita semanalmente e, segundo o

entrevistado, exigia muita concentração. Para a individualização eram usadas

caixas, havia uma caixa para cada turno de administração e dentro de cada uma

dessas existia uma caixa para cada morador com os medicamentos a serem

administrados no respectivo turno. Existia uma pasta para cada morador com nomes

dos medicamentos em uso, horário de administração, e medicamentos para

administrar “em caso de”. Havia duas cópias dessa lista, uma ficava no escritório e

outra com a enfermagem. A enfermagem administrava os medicamentos de acordo

com os horários da lista e assinava a administração.

Na ILPI 5 a individualização era feita pelo farmacêutico e o controle feito por

meio de uma planilha, entretanto não foi fornecido maior detalhamento do processo.

Na ILPI 6 tais tarefas eram desempenhadas pelo nutricionista e pelo

cuidador, também proprietário da casa. O nutricionista fazia a individualização dos

medicamentos que seriam administrados durante um mês, o cuidador fazia a

individualização diária para os medicamentos que seriam administrados durante o

dia. Cada morador tinha uma caixa onde eram guardados os medicamentos para

uso durante um mês, cuidar dessas caixas era função do nutricionista. Os

medicamentos que seriam administrados no dia o cuidador retirava dessas caixas e

colocava em copos plásticos.

Na ILPI 7 estas funções eram atribuições do farmacêutico, o qual organizava

a caixa de cada morador que continha etiqueta de identificação e a prescrição. Esse

controle era diário, mas o modo como era feito não foi informado.

Na ILPI 8 o enfermeiro e também proprietário era o responsável por essas

tarefas. Os medicamentos de cada morador ainda nas embalagens originais eram

colocados em caixas grandes, uma para cada morador. A partir dessas caixas os

blísteres de cada medicamento eram individualizados e etiquetados com prazo de

validade, horário e via de administração e dose do medicamento (mg), e colocados

em caixas menores sendo também uma para cada morador. Na sequência os

medicamentos (blísteres) eram colocados em copinhos identificados com nome do

morador e horário de administração. Os horários especificados eram: jejum, café do

amanhã, almoço, café da tarde e jantar.

A determinação de horários para a administração de medicamentos aos

moradores é uma prática adotada por mais ILPIs segundo mostra Yamamoto e

Diogo (2002) que das seis Instituições estudadas por eles, duas tinham horários

preestabelecidos para a administração e a prescrição de cada morador adaptava-se

a esses horários conforme o que se observa nas casas 3 e 8 do presente estudo.

No entanto, o Protocolo Qualidade em ILPIs deixa claro que os horários e

doses de administração dos medicamentos devem ser respeitados. Portanto, as

ILPIs 3 e 8 estão indo contra essa norma.

Na Instituição 9 os responsáveis pelas tarefas eram o enfermeiro e o

cuidador que realizavam tais tarefas semanalmente indo ao quarto dos moradores

deixar os medicamentos individualizados. Não foram informados maiores detalhes

do processo de individualização e não havia controle deste.

Na casa 10 essas tarefas eram desempenhadas em sua maior parte por

voluntários, com supervisão do farmacêutico, que diariamente colocavam rótulos e

registravam medicamentos no software, mas não foram dados maiores detalhes do

processo de individualização ou da existência de controle desse processo.

Na ILPI 11 essas tarefas eram de responsabilidade do farmacêutico e dos

auxiliares de farmácia (equipe), porém não foram dadas informações da forma como

a individualização dos medicamentos era feita nem da existência de controle desse

processo.

No estudo feito por Lenardt et al. (2006), já mencionado nesse capítulo, a

enfermeira e a auxiliar de enfermagem distribuíam os medicamentos que ficavam no

posto de enfermagem para serem administrados pelos próximos três dias. Essa

tarefa estava em transição para que os medicamentos fossem separados para

administração durante um mês. Os medicamentos eram colocados em sacos

plásticos, um para cada horário de administração, que por sua vez eram

acondicionados em outro saco plástico contendo o nome do paciente (LENARDT et

al., 2006). De acordo com o que foi apresentado para as 11 ILPIs estudadas em

Curitiba, as Instituições de 1 a 4 e de 6 a 8 apresentam procedimentos para a

individualização de medicamentos parecidos entre si e com o que é relatado por

Lenardt et al. (2006).

Os próximos cinco indicadores analisados avaliados nesta pesquisa versam

sobre a administração dos medicamentos aos idosos das Instituições amostradas. A

administração de medicamentos aos idosos institucionalizados é um procedimento

que exige extremo cuidado, atenção e controle, dado o fato da maioria ser

polimedicada. Isto se torna ainda mais delicado quando se considera o número de

idosos dependentes de várias tomas diárias de medicamentos, em dosagens

específicas, em uma mesma moradia.