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De acordo com Parmenter (2015), os Indicadores-Chaves de Desempenho, ou Key

Performance Indicators (KPI), são aqueles indicadores que tem como foco os aspectos de

desempenho que são mais importantes para o sucesso atual e futuro da organização. Para

Cabeza et al. (2015), KPI é uma medida de desempenho que tem como objetivo avaliar uma

atividade específica, de acordo com seu resultado de uma meta operacional, ou um progresso

em relação aos objetivos estratégicos da empresa. Já para Spitzer (2007), KPI é um método

utilizado pelas empresas para as mesmas se guiarem.

Costa (2003) afirma que os sistemas de medição de desempenho estão ampliando seu

papel nas organizações, no passado estavam voltados à contabilidade das empresas, e

atualmente tornaram-se parte da implementação da estratégia e avaliação de desemprenho tanto

de recursos humanos, quanto da competitividade das empresas no seu mercado de atuação, além

disso os indicadores de desempenho estão se tornando um dos principais instrumentos de

auxílio na tomada de decisões nas empresas.

Medir ou mensurar está relacionado à punição ou recompensa, em um contexto

organizacional, a ausência de um KPI adequado pode acarretar na perda de clientes como uma

punição, já por outro lado, a existência de um bom indicador pode proporcionar melhoria nas

vendas como recompensa para a organização (SPITZER, 2007).

Ainda segundo Spitzer (2009), é uma das principais técnicas utilizada para auxiliar as

empresas no controle de suas metas organizacionais. Cabeza et al. (2015), diz que o uso de KPIs

é de grande relevância quando se trata de obtenção de metas estratégicas, organizacionais e de

negócios da empresa.

Segundo Costa (2003), um indicador tem a função de demonstrar os desempenhos atuais

de uma organização, indicando seus pontos positivos e negativos, além de chamar atenção para

suas disfunções. Costa (2003) ainda afirma que este tipo de avaliação permite estabelecer

prioridades em programas de melhoria da qualidade, indicando quais setores da empresa as

intervenções são mais importantes ou viáveis.

Os indicadores também cumprem um papel fundamental na motivação das pessoas

envolvidas no processo, pois sempre que uma melhoria é implantada, é importante que um ou

mais indicadores de desempenhos associados a mesma sejam monitorados, e seus resultados de

evolução divulgados na organização (SINK E TUTTLE, 1993 apud COSTA, 2003).

De acordo com Neely et al. (1996, apud COSTA, 2003), um sistema de medição de

desempenho é constituído por uma série de indicadores utilizados para medir a eficácia ou a

eficiência de um processo. A eficácia refere-se ao atendimento dos requisitos do cliente, já a

eficiência é uma medida do uso econômico dos recursos para atingir um determinado grau de

satisfação do cliente.

De acordo com Freitas (2011), para que um indicador seja realmente eficiente e útil para

a organização, o mesmo deve ter algumas características importantes, como:

• Deve ser objetivo;

• Deve ser mensurável;

• Deve ser verificável;

• Deve possuir valor agregado;

• Deve ser feita a sua comunicação;

• Deve haver consenso no seu valor;

• Deve haver comprometimento dos envolvidos.

Segundo Costa (2003), os indicadores podem ser agregados em 2 grupos, são eles:

• Indicadores de desempenho específicos: são aqueles que fornecem

informações que auxiliam no gerenciamento das empresas e de seus processos

individuais. Esses indicadores estão relacionados às estratégias e às atividades

específicas das empresas, nesse sentido, as informações fornecidas são utilizadas

para o planejamento, controle e melhoria contínua das estratégias e dos

processos da empresa.

• Indicadores de desempenho globais: são aqueles que possuem um caráter mais

agregado e visam demonstrar o desempenho de uma empresa ou setor em relação

ao ambiente em que o mesmo se insere e, portanto, tem um caráter mais

homogêneo para permitir a comparação. Esses indicadores podem ser voltados

à empresas ou podem ser setoriais, para avaliar o desempenho do setor como um

todo.

Para Freitas (2011), os indicadores são formas de representações quantificáveis de

características de produtos e processos, utilizados para acompanhar e melhorar os resultados ao

longo do tempo. Os tipos de indicadores segundo Freitas (2011) são:

• Indicadores Estratégicos: informam quanto a organização se encontra na

direção da consecução de sua visão, ou seja, refletem o desempenho em relação

aos fatores críticos de sucesso;

• Indicadores de Produtividade ou Eficiência: medem a proporção de recursos

consumidos com relação as saídas dos processos;

• Indicadores de Qualidade ou Eficácia: focam as medidas de satisfação dos

clientes e as características de produto ou serviço;

• Indicadores de Efetividade ou Impacto: focam as consequências dos produtos

ou serviços, ou seja, fazer a coisa certa da forma certa;

• Indicadores da Capacidade: medem a capacidade de resposta de um processo

através da relação entre as saídas produzidas por unidade de tempo.

Martins e Neto (1998), destacam que os indicadores de desempenho são uma ferramenta

de auxílio a gestão, eles são úteis para que o sistema de gestão possa identificar e controlar as

necessidades, e então realizar melhorias no desempenho, que está relacionada a satisfação dos

stakeholders da empresa. O Tabela 1 apresenta alguns exemplos genéricos de indicadores de

desempenho voltados a satisfação dos stakeholders de uma empresa.

Tabela 1 – Exemplos de alguns indicadores de desempenho

Fonte: Martins e Neto (1998)

Abaixo são citados alguns problemas que podem ocorrer devido à falta de um KPI, de

acordo com Spitizer (2007):

As estratégias da organização não são bem executadas, devido os seus gestores e

funcionários não conhecerem ou compreenderem inadequadamente o que significa

a estratégia da empresa em sua atividade;

Má gerência sobre o desempenho operacional, pois a gestão atua frequentemente

com suposições a respeito das estratégias da organização;

Conflitos internos, informações contraditórias e falta de priorização resultam na não

obtenção das metas, pois para as metas serem alcançadas as medidas devem ser

tomadas corretamente; e

Os problemas são camuflados, dificultando os resultados de ações corretivas.

2.7.1. On Time Delivery (OTD)

Segundo Parreiras (2015), uma empresa é confiável quando ela cumpre sua palavra,

seus acordos ou suas promessas e quanto maior o índice de cumprimento, mais confiável a

empresa vai ser para seus clientes.

Para a administração da produção, ser confiável significa entregar o produto com a

qualidade exigida pelos clientes na data acordada com o cliente. Essa data acordada na maioria

dos casos não pode ter folgas, pois o cliente também exige velocidade. Em muitos casos, a data

é imposta pelo cliente e cabe à empresa decidir se vai produzir e entregar na data combinada

ou se vai rejeitar o pedido. Dependendo da indústria, no modelo Just in Time, a entrega

combinada pode ter a precisão de horas ou até minutos e não pode ser atrasada e nem

antecipada. Porém, em geral, são acordadas datas de entrega e a tolerância ao atraso é baixa

(PARREIRAS, 2015).

De acordo com Parreiras (2015), o indicador de desempenho mais indicado para a

indústria ser mais confiável é entregas no prazo, também conhecido como On Time

Delivery (OTD), que é representado pela razão entre as entregas no prazo e as entregas totais.

Quanto mais próximo de 100%, melhor. Utilizando as ferramentas adequadas, esse indicador

pode ser desdobrado por produtos, clientes, vendedores, representantes, regiões etc. Ou seja, é

possível comparar os desempenhos de diferentes e entender que pode haver uma diferença de

tratamento e buscar reduzir discrepâncias.

Segundo Silva (2011), o On Time Delivery (OTD), é o indicador utilizado para medir a

qualidade de serviços prestados aos clientes, e por esse motivo sua melhoria deve ser um

objetivo constante das empresas.

De acordo com Silva (2011), o nível de serviço pode ser medido por expressões

similares as apresentadas pelas Equações 1 e 2:

𝑁í𝑣𝑒𝑙 𝑑𝑒 𝑠𝑒𝑟𝑣𝑖ç𝑜 =

Quantidade de artigos entregues no prazo acordado

Quantidade de artigos entregues

(1)

Nível de serviço =

Encomendas satisfeitas

Total de encomendas

(2)

Silva (2011) diz que o OTD indica a porcentagem de encomendas entregues ao cliente

dentro do prazo acordado e deve ser calculado no início de cada mês referente as entregas

realizadas no mês anterior e deve ser divulgado para os responsáveis dos departamentos

envolvidos no processo de produção.