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INFLUÊNCIA ESPIRITUAL

No documento Depressão, corpo, mente e alma (páginas 121-128)

As influências espirituais representam importante fator na composição de quadros depressivos, embora a presença de espíritos desencarnados não seja uma regra no contexto da depressão.

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Entre as formas de interferência espiritual no surgimento de quadros depressivos, temos: a obsessão espiritual; o assédio espiritual; a atração entre mentes deprimidas; e o vampirismo.

O processo obsessivo se caracteriza pela interferência de um obsessor sobre pensamentos e atos do obsediado. Esse processo pode se dar entre encarnados, entre desencarnados ou envolver habitantes de ambos os planos, forma que será aqui abordada. Trata-se de uma interação psíquica de nível inferior que se estabelece pela sintonia das vibrações que emanam dos pensamentos e sentimentos de ambas as partes. Neste contexto, pode ocorrer que comportamentos infelizes do passado e do presente resultem em vínculos mentais com espíritos vingativos que tenham interesse no insucesso e no sofrimento do obsediado, encontrando na depressão uma forte aliada no alcance de seus objetivos menos dignos. Nesta situação, a ação obsessiva pode ocorrer diretamente nos determinantes orgânicos da depressão, perturbando o equilíbrio fisiológico, ou por interferência na vida da pessoa, influenciando-lhe facilmente o pensamento através de suas falhas morais, provocando o surgimento de fatores externos como gastos excessivos, intrigas na relação familiar, problemas no trabalho e outros que propiciarão o clima de desânimo, insatisfação, estresse e rebaixamento da auto- estima.

Ainda no campo da obsessão espiritual, encontramos encarnados perturbados pela culpa, impondo-se situações de martírio e auto-punição, deixando o ambiente psíquico extremamente vulnerável e propício a severos processos obsessivos que podem conduzir o obsediado facilmente à depressão.

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O assédio espiritual é normalmente favorecido pela conduta moral do obsediado. Por imaturidade ou por falta de conhecimento da realidade espiritual, muitas pessoas assumem comportamentos infelizes como o abuso do álcool, das drogas e do sexo, além de vícios morais (orgulho, egoísmo, vaidade, ganância, maledicência, ...), ficando vulneráveis à ação espiritual. O comportamento invigilante do encarnado diante do assédio espiritual revela desconsideração para com o fato de que somos espíritos imortais em processo de evolução e que o desajuste na conduta de hoje pode ser a base para o sofrimento de amanhã.

Outra situação que envolve influência de entidades desencarnadas é a atração que pode existir entre mentes deprimidas. Como a consciência sobrevive à morte do corpo físico, o estado depressivo também permanece ativo após o desencarne, muitas vezes agravado pela culpa e pelo arrependimento decorrentes de situações como o suicídio. Desta forma, o espírito deprimido pode sentir-se atraído pelas vibrações negativas emanadas pelo encarnado, por se identificar com o tipo de pensamento e postura diante da vida, assim como é comum ocorrer entre encarnados. Essa situação compromete o fluxo energético do encarnado, acentuando o problema, ou seja, potencializando o estado depressivo.

Há ainda um outro fator que pode ser observado co- existindo com as três situações de influência descritas anteriormente: o vampirismo. Esta expressão é usada no meio espírita para se referir a uma relação parasitária, na qual o desencarnado vive às custas das sensações do encarnado, influenciando seus comportamentos e sugando-lhe as energias. Tal relação pode gerar no encarnado sensações de desânimo e prostração, ficando vulnerável à eclosão do quadro depressivo.

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Apesar de ainda existirem opiniões ortodoxas e unilaterais quanto à causalidade da depressão, desde a década de 90 consolidou-se o entendimento sobre a interação de fatores orgânicos e psicológicos na formação dos episódios depressivos. Atualmente, uma visão holística do ser humano tem inserido nessa análise o fator espiritual, sendo abordado pelos profissionais da saúde de forma ainda tímida por se considerar que faltam estudos científicos que comprovem tal influência. Certamente, não se trata de falta de pesquisa, mas sim de falta de conhecimento e interesse em relação às inúmeras contribuições deixadas por grandes e renomados pesquisadores dos séculos XVIII, XIX e XX - alguns deles citados no item sobre as bases científicas dos fatores espirituais - abordando os fenômenos espirituais, tornando evidentes a imortalidade da alma e o processo reencarnatório.

Diante desta realidade, faz-se necessário avançar os questionamentos, buscando compreender como interagem estes três elementos na formação dos quadros depressivos, já que as ciências médica, psicológica e espírita parecem apresentar, cada uma com seu olhar, argumentos convincentes sobre as causas da depressão.

Tal questão pode ser esclarecida quando se considera a sucessão de encarnações vivenciadas pelo espírito ao longo de seu processo evolutivo. Sendo o espírito imortal, suas experiências não se perdem de uma existência para outra, experimentando apenas um estado de esquecimento temporário de suas vidas anteriores, em benefício de seu aprimoramento moral. Ocorre que tal esquecimento não

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impede que suas vivências pregressas influenciem inconscientemente seus pensamentos e atos, sendo também fator considerável na formação da personalidade estruturada na vida ou encarnação atual.

Sendo assim, compreende-se que sentimentos de culpa, revolta, raiva e outros apontados como causas psicológicas da depressão podem ser “carregados” de uma encarnação para outra e influenciar inconscientemente o surgimento de sentimentos de angústia e tristeza, normalmente relatados pela pessoa deprimida como sem motivo aparente.

No que diz respeito aos aspectos orgânicos envolvidos no transtorno depressivo, é necessário considerar que o perispírito ou corpo espiritual guarda as marcas das sensações físicas e psíquicas experimentadas pelo encarnado, mantendo tais registros após o desencarne. Trata-se de uma matriz energética que, durante a preparação para uma nova encarnação, irá imprimir nas células do novo corpo as marcas sofridas, influenciando o material genético do mesmo.

Desta forma, entende-se que, em parte, os desajustes neurofisiológicos envolvidos na depressão podem ter uma base genética, determinada pela interação existente entre o material genético do casal parental e as especificações perispirituais do espírito reencarnante.

Assim, com o entendimento do ciclo reencarnatório, fica clara a interação dos aspectos orgânicos, psicológicos e espirituais compondo a base dos processos depressivos. No entanto, é preciso ainda considerar que muitos casos de depressão têm origem na existência atual em função de fatores psicológicos ligados às primeiras fases do desenvolvimento infantil ou mesmo por questões orgânicas relacionadas a

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lesões cerebrais, alterações hormonais, déficit de nutrientes celulares e disfunções neurofisiológicas.

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No documento Depressão, corpo, mente e alma (páginas 121-128)