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A infografia vem contribuindo significativamente na educação, principalmente na educação em meio digital, como a Educação a Distância, na elaboração de e-books e de material em cursos em plataformas e ambientes virtuais de aprendizagem.

Caixeta (2005) conceitua de forma simples o termo:

O termo infográfico vem do inglês informational graphics e o seu uso revolucionou o layout das páginas de jornais, revistas e sites. É uma forma de representar informações técnicas como números, mecanismos e/ou estatísticas, que devem ser sobretudo atrativos e transmitidos ao leitor em pouco tempo e espaço. [...] Segundo pesquisas, a primeira coisa que se lê num jornal são os títulos, seguidos pelos infográficos, que, muitas vezes, são a única coisa consultada na matéria. (Caixeta, 2005, p.1).

Para melhor exemplificar a prática aqui realizada, um infográfico foi elaborado a fim de tornar mais rápido, e mais didático, o acesso da proposta aos professores que desejam replicá- la, ordenando os passos realizados para a aplicação da atividade de produção textual, conforme Figura 30.

Figura 33 - Infográfico da Proposta Didática para a utilização de e-books.

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Foi o tempo que dedicastes à tua rosa que a fez tão importante. (Antoine de Saint-Exupéry)

As experiências com os livros digitais interativos estão se tornando cada vez mais frequentes e muitos são os autores e também professores que encontram nesses livros maneiras de divulgar seus trabalhos e atividades feitas. Dessa forma, é de total importância que as práticas desenvolvidas e os estudos realizados sejam compartilhados e que a pesquisa seja incentivada para que isso aconteça.

A fim de se construir o objeto de estudo da pesquisa, a utilização dos e-books interativos e colaborativos, foi feita uma investigação bibliográfica a respeito de temas adjacentes que circundam o tema principal, como os Objetos de Aprendizagem e seus Modelos de Avaliação; os Gêneros Textuais, Gêneros Discursivos e o Hipertexto; a Interatividade; a Aprendizagem Colaborativa; a Escrita Colaborativa; e a própria linha do tempo sobre os E-books. Assim, passou-se a entender melhor o objeto de estudo e caminhos que deveriam ser percorridos para a sua fundamentação teórica.

Na investigação, verificou-se que raros são os livros digitais interativos voltados para o ensino dos gêneros textuais e poucos são os que apresentam recursos de interatividade e esses não se integram à colaboração, limitando-se a meras cópias das versões impressas, o que ratifica ainda mais a importância do atual estudo.

Como objetivo principal do atual estudo, foi desenvolvida uma proposta didática para a utilização dos e-books interativos e colaborativos no ensino das práticas de Leitura e Produção Textual e, para isso, a pesquisa-ação foi aplicada com alunos do Ensino Médio, de uma escola particular do município de Parnamirim, no Rio Grande do Norte. Dessa forma, foram elaborados três experimentos, cuja finalidade era verificar se a aprendizagem no que tange à escrita de textos dissertativos-argumentativos melhorou com a utilização dos e-books.

Após a aplicação dos experimentos, com o quadro comparativo de notas e com as respostas dos questionários, concluiu-se que a utilização dos e-books interativos muito contribuiu para a ampliação do repertório sociocultural dos alunos e, dessa forma, fez com que a produção textual fosse enriquecida, pois muitos alunos eram leigos no assunto proposto pela atividade e passaram a conhecer termos e sugestões que podem ser usadas para além do texto, respondendo, assim, à primeira hipótese de investigação da pesquisa.

importância desse processo, pois quando o aluno passa a corrigir seus próprios erros, ganhando autonomia, ele consegue resolver problemas e não os repetir em textos futuros. Ainda, dois alunos, no Experimento II, atingiram a nota máxima (1000 pontos), engrandecendo a média da turma, que, ainda no Experimento I, era de 760 pontos. Logo, a metodologia aplicada logrou êxito para os alunos, validando a pesquisa atual.

Ainda na aplicação, observou-se que os alunos se motivaram na atividade em colaboração, porque tinham como discutir e expor suas ideias, além de poder construir conceitos com os conhecimentos adquiridos por meio do diálogo. Destarte, a segunda hipótese de investigação também foi atestada, pois o experimento ajudou, principalmente, os alunos com maior dificuldade em elaboração de textos, e trouxe à turma uma natureza diferente, a de união, já que poderiam compartilhar suas ideias sem a preocupação com o erro ou com a exposição.

As atividades feitas em colaboração são muito produtivas, independentemente da plataforma ou tecnologia utilizada, elas engrandecem a prática e fazem com que o professor passe a ser mais um orientador, promovendo a autonomia dos alunos nas tomadas de decisões.

No que tange à terceira hipótese de investigação, os alunos se sentiram mais interessados pela leitura com o livro digital, especialmente quando o livro apresentava maiores recursos de multimídia e interatividade. Logo, sentiram-se mais imersos e próximos ao tema, uma vez que os livros escolhidos tinham uma linguagem mais jovial e recursos os quais despertam o interesse pela leitura.

Com a observação, ficou claro que a motivação pela leitura depende, além do interesse particular do aluno, do professor, em mostrar caminhos e recursos disponíveis a fim de ampliar o horizonte de conhecimento do aluno. Então, ainda que o livro digital não disponha de determinada ferramenta, como o vídeo ou jogos, o educador pode trazer links externos como sugestão, ou até mesmo mostrá-los em sala, caso detenha de recursos.

Além da pesquisa atender plenamente ao objetivo geral, também foi possível responder aos objetivos específicos. Comprovou-se, com a aplicação, a importância do estudo dos gêneros argumentativos nas aulas de Leitura e Produção Textual, uma vez que, para que o aluno tenha total domínio de sua escrita, é preciso entender o objetivo dela e como o texto será composto, assim, não basta que o professor peça um tema de Redação sem que haja uma contextualização e uma situação enunciativa bem elaborada, permitindo ao aluno um entendimento maior sobre o que está escrevendo. Logo, é preciso reforçar cada vez mais o ensino de gêneros textuais nas escolas, já propostos PCNs de Língua Portuguesa, e ampliar esse estudo utilizando de textos inseridos nos meios digitais.

benefícios em se adotar livros digitais interativos no ambiente escolar. Um dos principais aspectos inerentes aos livros interativos são os recursos multimídias, os quais permitem ao leitor a ampliação de seu repertório e despertem o gosto pela leitura. Quando imerso, o aluno não percebe o tempo passar e aprende, além dos diversos recursos poderem atender também aos diversos tipos de aluno e de aprendizado.

Entretanto, como ainda não se tem uma “cultura digital” em todas as instituições de ensino, são encontrados alguns obstáculos para que as atividades com recursos digitais ocorram, como a falta da infraestrutura necessária com computadores ou tablets e internet, além de os livros digitais interativos serem, em sua maioria, pagos. Ainda, o professor pode perder o controle do acesso dos alunos, pois não se tem uma cultura digital plena que ensine ao educando o potencial da tecnologia e como utilizá-la com responsabilidade em sala de aula. Os alunos podem acessar links externos aos livros e perder o foco da leitura, cabendo ao professor retomar sempre a atividade realizada.

Ainda assim, há maneiras de se adaptar atividades quando não se dispõe de recursos e ferramentas digitais em sala de aula. O professor pode oferecer livros digitais aos seus alunos, os quais são distribuídos de forma gratuita pelo MEC e também pedir aos discentes que efetuem o download em suas residências ou lugares que dispõem de internet, ofertando-lhes o link da obra.

Para que essa prática não ocorra de forma tão desordenada, o atual estudo também trouxe como contribuição a elaboração de um Ciclo Didático que pode guiar o uso dos e-books em sala de aula. Percebeu-se com a aplicação do Ciclo que os caminhos feitos na leitura pelo aluno são, muitas vezes, distintos dos caminhos sugeridos pelo professor, pois o aluno tende a escolher páginas interessantes para o seu conhecimento, as quais podem diferir da escolha do professor. Além disso, os alunos são mais propensos a clicar em recursos multimidiáticos, como links, vídeos e áudios, mesmo sem o incentivo do professor.

Dessa forma, os Ciclos ilustram a maneira como a utilização do livro digital acontece em ambientes com e sem internet, permitindo que o professor, ao replicar a prática, possa avaliar melhor a atividade ou percorrer outros caminhos que não foram sugeridos, refletindo sobre suas ações. Também foi possível observar que, ainda que a internet seja uma das mídias mais utilizadas por jovens em todo o mundo, há aqueles que apresentam dificuldades em seu acesso, reafirmando o papel do professor como mediador e sua importância.

Como último objetivo específico, a Matriz de Análise para a concepção e avaliação de e-books interativos e colaborativos foi elaborada, visando guiar o professor quando precisar avaliar se um livro digital atende aos aspectos de interatividade e colaboração, e também

quantificar os recursos existentes para a avaliação de e-books disponíveis.

A validação da Matriz ocorreu com a análise de cinco livros digitais disponíveis de forma gratuita e também serviu como inspiração para a avaliação do e-book “Deficiência Intelectual, Tecnologia assistiva e Sala de recursos multifuncionais: o que posso fazer”, da também aluna do Mestrado em Inovação em Tecnologias Educacionais, Sônia de Medeiros. Os aspectos destacados na Matriz servem como norteadores para a construção de livros digitais interativos, inspirando professores a produzirem seus materiais e obras, agregando as multimídias, os recursos de interatividade e os recursos que promovem a colaboração, importantes ferramentas para livros digitais interativos e colaborativos, como ocorreu com o professor Alexandre Ribeiro, o qual transformou o ensino do gênero fábula, no ciclo de alfabetização, no e-book “Alfabetizar letrando com jogos digitais”, inspirado pela atual pesquisa.

Além de todos os produtos aqui desenvolvidos, um dos maiores ganhos foi ter contemplado os alunos sujeitos da pesquisa com a temática Segurança na Web, cobrada pela prova de Redação do Exame Nacional do Ensino Médio, e ter visto que os resultados foram satisfatórios nessa prova, uma vez que os alunos já dominavam a temática.

Por fim, o trabalho aqui desenvolvido traz grandes contribuições para a Educação, uma vez que apresenta frutíferas discussões a respeito da escrita interativa e colaborativa, e Inovação, trazendo uma inédita proposta didática para inspirar professores e alunos a utilizarem os e-books colaborativos e interativos em suas práticas. Todos os resultados alcançados, assim como o desenvolver das práticas e o estudo acerca dos e-books e de temas circundantes, servirão para que professores e pesquisadores possam construir também seus próprios livros interativos, replicando as atividades, adaptando-as e modificando-as, ampliando cada vez mais o estudo, por isso, o Infográfico, mais uma contribuição da atual pesquisa, guiará de forma prática as ações aqui desenvolvidas.

Nesta dissertação, desde o princípio de sua concepção, teve-se como objetivo criar propostas para que os professores pudessem melhorar suas práticas e motivar os alunos a lerem e a escreverem em suas práticas de produção textual, no entanto, os objetivos aqui alcançados superaram as expectativas e ressoam a importância de trabalhos como este para o estudo dos gêneros textuais, da interatividade e da colaboração. O grandioso corpus de análise, o Ciclo Didático, a Matriz de Análise e toda a aplicação da pesquisa por meio dos experimentos são contribuições frutíferas e pertinentes, as quais poderão motivar professores e transformar em inovador o processo de ensino-aprendizagem.