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Informar e educar a população sobre a importância do saneamento básico e promover o entendimento acerca do Plano Municipal de Saneamento

No documento ENGENHARIA DE SAÚDE PÚBLICA (páginas 92-105)

Metodologias para fortalecimento do controle social na gestão em saneamento

II. Informar e educar a população sobre a importância do saneamento básico e promover o entendimento acerca do Plano Municipal de Saneamento

Quadro 2 – Problemas e soluções de infraestrutura sanitária identificados pelos atores sociais nos

mu-nicípios de Iperó e Mairinque

Problemas Soluções

Iperó - Falta de água frequente

- Residências não conectadas à rede de coleta de esgoto

- Fossas sépticas próximas de poços artesianos - Aterro sanitário recebe lixo de toda a Região - Estação de tratamento de esgoto abandonada

no Vileta

- Ampliação da rede de esgoto

- Elaboração de projetos de engenharia para busca de verba junto ao governo

- Análise de protocolos de solicitação de ligação de água, através de liberação de certidão de número

- Caixa d’água gigante Mairinque - Falta de água

- Água de péssima qualidade - Falta de coleta de resíduos sólidos - Esgoto a céu aberto

- Falta de tratamento dos esgotos

- Gerenciamento, fiscalização e operação de parte dos serviços

- Coleta de material reciclável - Cooperativa de catadores

- Projeto de coleta de óleo (algumas escolas) - ETE com geração de energia

- Coleta e tratamento de esgotos

Muitos relatam a falta de informação dos moradores em relação à qualidade da água e sobre doenças de veiculação hídrica para que a população tenha conhe-cimento sobre os riscos à saúde e possa incentivar a participação ativa do controle social do setor. Contudo, informação apenas por escrito não funciona, é necessário que seja feita por uma pessoa de confiança, presente no cotidiano da comunidade. Fazer parcerias com agentes comunitários de saúde para informar à população sobre o serviço de saneamento foi uma sugestão dos participantes de Iperó. Da mesma for-ma, em Mairinque, educadores falaram da importância da sua atuação na escola para informar e educar pais e filhos sobre a questão.

A partir dos relatos, pode-se perceber que muitos não sabiam o que engloba sa-neamento básico, quem são os responsáveis por promover o sasa-neamento, quem são titulares do serviço e quem são os operadores. Nesse sentindo, é muito importante promover uma disseminação maior das informações referentes ao setor de saneamen-to no município, o que seria uma estratégia importante para que a população com-preendesse melhor o funcionamento do sistema, estimulando assim maior integração com o poder público.

Iperó apresentou um caso de descompasso na prestação de serviços de abaste-cimento, o que foi relatado nas oficinas como falta de informação por parte da popu-lação que não tinha conhecimento sobre as vantagens e/ou desvantagens em repopu-lação

ao serviço de saneamento prestado pela SABESP (empresa estadual) que na ocasião do evento passou a ser prestado pela SEAMA (empresa da Prefeitura).

III. Integração dos setores saúde e educação

Um dos pontos ressaltados nas conversas foi a falta de integração dos setores de Saúde e Educação e, consequentemente, do acesso a informações relevantes por parte da população local. Utilizar o espaço da escola como meio de divulgação de infor-mações importantes relativas ao saneamento básico deve ser uma estratégia adotada para garantir o entendimento da população acerca das questões de saúde. Para tanto, os setores devem trabalhar juntos.

De modo geral, foi evidenciada pelos participantes a falta de informação sobre saneamento básico e ações que o envolvem assim como a falta de comunicação en-tre os órgãos responsáveis e desses com a população. Durante as oficinas, algumas soluções foram indicadas em ambos os municípios, como: aumentar a comunicação entre órgãos públicos, empresas prestadoras de serviço e a população; institucionali-zar o controle social; investir em educação, conscientização e mobilização popular; e fomentar o acesso à informação.

Os atores de Iperó (Figura 5) apresentaram algumas ideias como: levantar os problemas com a participação da população e criar coordenações de bairros. Os de Mairinque (Figura 6) demandaram: maior articulação com a empresa que presta os serviços de água e esgoto; conscientizar os técnicos de todos os setores da prefeitura para que entendam a importância do seu trabalho para o saneamento; e fomentar a participação da população em conselhos já existentes, onde a questão de saneamento entraria em pauta.

O Open Space em Mairinque contou com grande parte de representantes da sociedade civil organizada (quatro); três técnicos da prefeitura e um vereador (Figura 6). O número de representantes da sociedade é fundamental para trazer as questões locais e fatores que dificultam ou limitam a participação.

Em Mairinque existem algumas singularidades: primeiro, diferente de Iperó, onde existem três regiões, em Mairinque existem muitos bairros rurais afastados do centro urbano. Essas comunidades isoladas não fazem parte do contrato de prestação de serviço da empresa concessionária e não possuem o mesmo sistema de coleta de resíduos sólidos que nas regiões centrais. Portanto, uma das questões que surgiram tanto no World Café como no Open Space foi a coleta regular dos resíduos sólidos, questão a qual a comunidade apresenta cada vez mais cobranças ao setor público. Esse fator é visto como positivo inclusive pela prefeitura, que alegou que tais

cobran-ças forçam a entidade a tomar medidas preventivas, além das corretivas. A questão dos esgotos domésticos a céu aberto surgiu na primeira atividade (World Café), que contou com uma maior presença numérica da população (19), e teve uma proposta mais diagnóstica (Figura 6).

0 2 4 6 8 10 12 Assistência

Social MunicipalCâmara Educação Prefeitura Saúde SEAMA de EsporteSecretaria Secretariade Obras TransporteSecretaria

e Serviços Municipais

Sociedade Civil

Open Space Iperó World Café Iperó

Figura 5 – Participantes, por segmento representado, no World Café e no Open Space em Iperó.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 Câmara Municipal

Diretora PMM Educação Prefeitura Secretaria Planejamento e Obras Secretário APRI Sociedade Civil

Open Space Mairinque World Café Mairinque

Figura 6 – Participantes, por segmento representado, no World Café e no Open Space em Mairinque.

Por ter acontecido em período que a região passava por estresse hídrico, devi-do à seca, surgiu a importância de se tratar as questões de uso de água, da represa Itupararanga (manancial) e da falta de água, por todos de maneira integrada, enfati-zando a importância de cada setor (Quadros 3 e 4). A questão da comunicação

tam-bém esteve presente nos dois momentos, porém observou-se uma evolução. Enquanto no primeiro encontro a discussão ficou pautada na participação de todos os setores, no segundo momento o foco foi o acesso à informação. O Quadro 3 apresenta uma síntese das informações coletadas nas três rodadas de conversa do World Café e no

Open Space, ambos nos dois municípios.

Quadro 3 – Temas propostos e resumo da discussão do grupo, no World Café e Open Space em Iperó

e Mairinque

Tema proposto Resumo da discussão do grupo

Iperó

Informação à população a respeito do saneamento

Fazer parceria com agentes de saúde para informar a população sobre o serviço de saneamento. Informação por escrito não funciona, é necessário que ela seja feita por uma pessoa de confiança, presente no cotidiano da comunidade.

Regularização da situação do bairro

Campos Vileta Fortalecer a ação no tribunal de justiça Descarte de resíduos sólidos

Falta de coleta seletiva gera problemas com a dengue. Formar parcerias entre a Sec. Do Meio Ambiente e Vigilância Sanitária para realizar um programa de conscientização da população sobre a necessidade da coleta seletiva. Não há um Ecoponto.

Mairinque

Uso da água, represa Itupararanga e a falta de água

Vários departamentos lidam com essa questão, sem dialogar e integrar suas ações. Há também a falta de compreensão por parte da população em participar. Para isso, um processo de conscientização da importância de integração entre setores e da participação. Um agente “provocador” poderia colaborar para estimular a participação.

Controle social e acesso à informação

A população está acostumada a não ter que participar e deixar a tomada de decisão para o governo municipal. O desafio é trazer a população para o diálogo. Proporíamos criar uma organização que permita que o controle social aconteça, com representantes de associações em todos os bairros, com representantes da prefeitura, sociedade civil e empresas.

Coleta de resíduos sólidos

A cobrança da sociedade para a coleta de resíduos sólidos chega aos órgãos municipais de forma acelerada. A equipe deveria atuar de forma preventiva e criar medidas para o cumprimento das medidas (resíduos sólidos). A educação seria um caminho interessante.

4.2.2 Fóruns Regionais

Os fóruns abrangeram todo o município de Mairinque, dividido em quatro re-giões. Exceto no centro expandido, grande parte dos participantes foi de moradores (10 a 11), enquanto os demais segmentos mantiveram um padrão na participação (Figura 7).

10 4 5 2 3 24 11 3 4 4 1 23 11 5 3 2 6 27 0 5 5 3 4 17 0 5 10 15 20 25 30

Moradores Prefeitura Prestodora de serviço de saneamento

Câmara Sociedade civil

organizada Total Vila Barreto e Granada Dona Catarina APA Itupararanga Centro expandido e Vitória

Figura 7 – Participantes dos Fóruns Regionais realizados em Mairinque, por região e total.

Após apresentação da proposta de trabalho (equipe de pesquisadores do GovAmb, grupo de pesquisa da Universidade de São Paulo) e do plano de sanea-mento básico proposto (técnicos da SANEAQUA), os participantes tiveram a oportu-nidade de se reunir em grupos de discussão e propor modificações no plano, as quais poderiam ser acatadas ou negociadas. Portanto, como resultado imediato dos fóruns regionais foram apresentadas contribuições ao plano de abastecimento de água e es-gotamento sanitário, com base no plano que a prestadora de serviço apresentou.

Como resultado dos fóruns, os participantes com interesse em continuar partici-pando do controle social e compor o colegiado se manifestaram. Portanto, o municí-pio possui uma lista de interessados em participar do controle social no saneamento (Quadro 4).

Quadro 4 – Lista de interessados em participar do colegiado de controle social, em Mairinque Localidade (Fó-rum/Região) Número de interes-sados em compor o colegiado

Qual seria sua participação no controle social na gestão do saneamento básico?

Centro Expandido e

Vitória Indicaram: representantes de empresas, poder público, sociedade civil e todos os prestadores de serviços, além da SANEAQUA

- Discutir, propor, fiscalizar as ações - Controle de resíduos

- Questão do aterro sanitário

- Formação de cooperativa de coleta de recicláveis - Câmaras técnicas dentro do Conselho de Meio

Ambiente – CONDEMA

- Propor fóruns com constância para envolver a população nas discussões e proposituras Vila Barreto e

Granada 5 - Grupo que estabelece critérios- Como organizar essa participação - Utopias, premissas

- Resolvo a minha rua, meu bairro – ações - Trazer informações

- Estabelecer parâmetros - Educar, reeducação

- Construir o modo de participar

Dona Catarina 1 - Nada apresentado pelo grupo

APA Itupararanga 5 - Pode contar conosco

Como resultado dos Fóruns realizados em Mairinque ocorreu o protocolo na Câmara Municipal de Mairinque, em 26/11/2014, do Projeto de Lei nº 99/2014, que “Institui Colegiado de Controle Social no Saneamento Básico no Município de Mairinque, e dá outras providências”. Na Câmara o Projeto recebeu emendas em 08/12/2014 e em 10/12/2014 foi protocolado Substitutivo nº 58/2014 (autoria de Vereador) ao PL nº 99/2014. Após novas emendas em 12/12/2014, e aprovação do Substitutivo, o mesmo foi encaminhado ao poder executivo para sanção e publicação. Aprovada Lei Municipal nº 3.192, de 16 de janeiro de 2015, que “Institui Colegiado de Controle Social no Saneamento Básico no Município de Mairinque, e dá outras provi-dências”. Em 23 de março de 2015, o Presidente da Câmara Municipal de Mairinque promulgou a Lei Municipal nº 3.198, alterando parágrafo terceiro do Artigo 12 da Lei Municipal nº 3.192. Até a finalização dessa pesquisa não havia sido nomeado o Colegiado previsto em Lei Municipal.

4.2.3 Alcance das Metodologias

Conforme explicitado no item da metodologia, a avaliação das propostas me-todológicas teve como pressuposto e referencial Harmonicop (2003). Portanto, os

ei-xos seguiram a divisão das metodologias, ou processos realizados, avaliados segundo conjunto de fatores que contribuem para os conteúdos e as relações entre os atores.

Nesse sentido, em Iperó observamos que as metodologias participativas apli-cadas tiveram maior eficiência para a sensibilização dos atores sociais (Quadro 5). Ao longo das atividades, foi possível perceber que o nível de conhecimento e de informações a respeito do saneamento básico no município era muito incipiente. Da mesma forma, a comunicação entre os órgãos responsáveis e com a população era quase inexistente. Portanto, as atividades desenvolvidas buscaram ser trabalhadas nesse sentido.

A avaliação realizada evidenciou que as práticas realizadas foram muito impor-tantes para a sensibilização, dar conhecimento a respeito e aumentar a relação entre os diferentes atores sociais, o que analisamos como um primeiro passo para constru-ção de uma realidade de controle social.

Em Mairinque as atividades realizadas tiveram uma abordagem diferente de Iperó, pois existe um conselho de meio ambiente cujos conselheiros, representantes da sociedade civil organizada, participaram ativamente de todo o processo. Além dis-so o município se mostrou interessado em apoiar e dar o suporte necessário para um processo que culminou na criação do colegiado para o controle social no saneamento (Quadro 6). Nesse sentido, o alcance das metodologias atingiu um foco diferente, que além da sensibilização, fase mais trabalhada em Iperó, culminou em ações concretas.

5. Conclusão

O projeto teve como objetivo contribuir com a promoção e a participação da comunidade em processos de gestão dos serviços de saneamento básico na bacia hidrográfica dos rios Sorocaba e Médio Tietê (SMT), por meio da aplicação de novas metodologias participativas para a aprendizagem social e controle social no sanea-mento nos municípios de Iperó e Mairinque, estado de São Paulo.

Quadro 5 – Síntese do alcance da metodologia por fator avaliado, em Iperó e Mairinque Aspectos do controle e avaliação dos processos

Metodologias (processos) – IPERÓ

World Café Open Space Mapeamen-to

socioam-biental

Caminhada

diagnóstica Devolutiva

Conteúdos

a) Conhecimento sobre os objetivos do projeto desenvolvido nos municípios participantes b) Conhecimento da Lei Federal 11.445/2007 – Lei do

Saneamento Básico N.A. N.A.

c) Conhecimento sobre o plano de gestão do município N.A. N.A. d) Conhecimento sobre os projetos futuros das prestadoras

de serviço para abastecimento e saneamento no município

e) Conhecimento sobre controle social no saneamento f) Conhecimento para organizar os órgãos colegiados,

que poderão fazer parte do controle social dos serviços de saneamento básico e terão função consultiva e não decisória

N.A. N.A. N.A. N.A.

Relações

a) Estabelecimento de comunicação entre os atores b) Sensibilização dos atores para a realidade local c) Mobilização dos atores para trabalhos conjuntos em seus

bairros

d) Motivação dos atores para compor ações conjuntas e) Fortalecimento do controle social

f) Contribuição para a construção de uma cultura de participação

Aspectos do controle e avaliação dos processos World Café Open SpaceMetodologias (processos) – MairinqueFóruns Devolutiva

Conteúdos

a) Conhecimento sobre os objetivos do projeto desenvolvido nos municípios participantes

b) Conhecimento da Lei Federal 11.445/2007 – Lei do Saneamento Básico c) Conhecimento sobre o plano de gestão do município

d) Conhecimento sobre os projetos futuros das prestadoras de serviço para abastecimento e saneamento no município

e) Conhecimento sobre controle social no saneamento

f) Conhecimento para organizar os órgãos colegiados, que poderão fazer parte do controle social dos serviços de saneamento básico e terão função consultiva e não decisória

Relações

a) Estabelecimento de comunicação entre os atores b) Sensibilização dos atores para a realidade local

c) Mobilização dos atores para trabalhos conjuntos em seus bairros d) Motivação dos atores para compor ações conjuntas

e) Fortalecimento do controle social

f) Contribuição para a construção de uma cultura de participação Legenda: N.A.: não se aplica

Bom Regular Ruim

O foco da proposta foi a capacitação dos atores sociais envolvidos, com base em atividades de pesquisa-ação, visando contribuir para promover a participação da comunidade em processos de gestão dos serviços de saneamento básico. A partir dos

encontros realizados em Iperó pôde-se compreender melhor a realidade dos serviços de saneamento no município, principalmente a partir do ponto de vista dos usuários e também atores sociais. Dessa forma, considera-se que as metodologias utilizadas foram importantes por permitir essa percepção mais aprofundada sobre o setor, bem como de seus problemas e desafios.

Ressalta-se que, mesmo em se tratando de um município de pequeno porte, há uma falta de comunicação entre os trabalhadores da área de Saúde, Educação e Meio Ambiente. Portanto, torna-se necessário integrar os participantes das diversas áreas de atuação a fim de construir parcerias e ações conjuntas para construção de estratégias que visem sanar os desafios de saneamento básico no município, garantindo a efetiva ação do controle social no setor.

A promoção desses espaços de diálogo no município obteve importantes re-sultados na medida em que todos os participantes puderam se expressar livremente, inclusive questionando os pesquisadores acerca dos objetivos, alcances e limites do projeto, e sobre a própria participação individual (como escola, como agente de saú-de, entre outros) nas ações de saneamento. Acredita-se que o ambiente acolhedor e participativo favoreceu o diálogo e apresentou possibilidades para futuras ações. A maioria dos participantes mostrou-se satisfeita com o resultado das discussões, de-monstrando uma disposição para a continuidade do processo com a inclusão e su-gestão de outros atores que devem ser envolvidos, uma vez que apresentam poder de tomada de decisão no setor de saneamento.

Conclui-se que a temática saneamento básico é uma questão complexa e de difícil solução por envolver vários desafios socioambientais e transpassar diversos se-tores de administração pública. Portanto, é prioritário que seja um tema levantado e discutido a partir da visão de diversos atores, com participação ativa da sociedade civil usuária dos serviços, com a finalidade de gerar um aprendizado social, legitimar o direito à cidadania e desenvolver possíveis soluções para o setor, principalmente no que concerne a aplicação da Lei na garantia do controle social.

Com a finalidade de ampliar o escopo dos resultados obtidos na pesquisa, a equipe elaborou uma publicação para divulgar e multiplicar caminhos que fortaleçam o Controle Social e a Participação no Saneamento Básico, dois instrumentos funda-mentais para fortalecer o papel dos cidadãos na Gestão Pública. O principal objetivo é de contribuir para a disseminação de conhecimentos através de materiais educativos que fortaleçam novas formas coletivas de pensar e enfrentar os problemas associados ao uso sustentável da água e saneamento. Desde janeiro de 2015 os municípios têm que instituir o controle social dos serviços públicos de saneamento para ter acesso aos recursos federais destinados às obras e outras ações dessa área, conforme a Lei de

Saneamento promulgada em 2007. Assim, as obras e serviços de saneamento básico nos municípios passarão a ter o acompanhamento da sociedade.

O foco da publicação se centrou no aprofundamento do conhecimento dos prin-cipais aspectos que demandam que as comunidades e o Poder Público ampliem seu diálogo em torno de um tema com estreita colaboração e uma intervenção conjunta dos atores locais e prefeituras, pois um dos maiores desafios atuais no Brasil é reduzir o déficit de acesso a saneamento básico nas cidades. A publicação foi organizada de forma a promover, contribuir e sensibilizar para ampliar a corresponsabilidade no Controle Social do Saneamento, por meio de processos coletivos e práticas inova-doras, apoiado em metodologias participativas e cooperativas. As palavras-chave do Manual são: aprendizagem social, diálogo, participação e corresponsabilidade.

Ao destacar a ideia de Aprendizagem Social, propõe-se contribuir para que os diferentes atores envolvidos possam aprofundar seu conhecimento sobre como am-pliar os diálogos, estabelecer laços de confiança e cooperação; administrar e resolver conflitos, buscar soluções conjuntas que sejam técnica e socialmente adequadas, que possam ser implementadas e promovam o engajamento do maior número possível de atores compromissados.

Nosso enfoque propõe o fortalecimento de práticas coletivas que possam contri-buir para melhorar a qualidade de vida, apoiado por meio de planejamento participa-tivo que garanta a consulta das partes interessadas durante todo o processo, com base num permanente contato com os principais atores envolvidos.

6. Recomendações para utilização dos resultados pela Funasa

Recomenda-se o aperfeiçoamento da compreensão dos problemas inter-re-lacionados e complexos em torno da gestão compartilhada do Controle Social do Saneamento Básico.

Entende-se que a principal meta é de contribuir para que diferentes atores com-preendam melhor as percepções dos outros sobre os problemas que ajudam a me-lhorar as relações entre os participantes e proporcionam a base para a colaboração e interconexão, visando avanços rumo a uma gestão mais sustentável e, assim, am-pliar as orientações e conhecimentos para criar um contexto favorável para práticas cooperativas.

Finalmente a importância de divulgar e multiplicar caminhos que fortaleçam o Controle Social e a Participação no Saneamento Básico para fortalecer o papel dos cidadãos na gestão pública.

Referências bibliográficas

BRAGA, R. Plano Diretor Municipal: três questões para discussão. Caderno do

No documento ENGENHARIA DE SAÚDE PÚBLICA (páginas 92-105)