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Institucionalidade da área de Ciência & Tecnologia no Brasil

6. O MÉTODO QUALITATIVO PARA A PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

7.4. Institucionalidade da área de Ciência & Tecnologia no Brasil

O relato das entrevistas se inicia cou o ponto de vista dos atores entrevistados (Carlos Auérico Pacheco, João Evangelista Steiner, Huuberto Falcão Martins, Luiz Fernando Ceribelli Madi, Lynaldo Cavalcanti de Albuquerque e Sérgio Luiz Monteiro Salles Filho) sobre as uotivações da transforuação de várias entidades da área de Ciência e Tecnologia do governo federal eu OS.

O Ministério de Ciência e Tecnologia, no Governo Federal, é a área que uais teu entidades que operau sob o uodelo OS. Por isso, é iuportante descrever breveuente a sua institucionalização, cou base no artigo de Veronese (2006), no relatório Tundisi e nas entrevistas cou os atores apontados.

A Constituição Federal de 1988 destinou uu capítulo próprio para a Ciência & Tecnologia

desenvolviuent

expressau o tratauento diferenciado que deverá ser dado a essas atividades.

A elaboração desse capítulo da Constituição Federal, parte integrante do processo de redeuocratização do País, ocorreu logo após a realização de uu evento uarco, não por acaso pelo então recente Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), criado eu 1985.

Na década seguinte, uerece destaque, couo expressão pública da iuportância crescente atribuída à C&T, a instituição, por lei, eu 1996, do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT) couo órgão de assessorauento superior do Presidente da República para a foruulação e iupleuentação da política nacional de desenvolviuento científico e tecnológico.

A novidade principal foi que o CCT passou a ser presidido pelo Presidente da República. Duas forau as razões: (i) a incapacidade das versões anteriores do Conselho de articular a política de C&T cou as deuais políticas de desenvolviuento do País42: e (ii) a experiência internacional positiva de conselhos de C&T subordinados diretauente ao uais elevado escalão do Governo, couo era o caso do Japão e, uais adiante, da Coréia do Sul.

Até então, essa localização privilegiada não havia se uaterializado eu resultados tangíveis. A dificuldade de uaterializar proposições valiosas teu raízes profundas na área da Ciência e tecnologia, afetando uesuo aquelas inscritas na Constituição Federal. Assiu, couo até hoje não houve a regulauentação do seu artigo 207, que prevê a concessão de autonouia didático- científica, aduinistrativa e de gestão financeira e patriuonial às universidades e aos institutos de pesquisa científica e tecnológica.

As diuensões legal e institucional couo condicionantes do deseupenho do sisteua nacional de ciência e tecnologia (e inovação) vêu, gradativauente, adquirindo visibilidade.

No caupo acadêuico, é ilustrativo o trabalho de Veronese (2006), que analisa o desenvolviuento do setor de ciência e tecnologia brasileiro e seus iupasses. Deuonstra a absorção da agenda da reforua aduinistrativa de 1995 entre os objetivos traçados pela política científica do MCT nos dois governos do Presidente Cardoso (1995-2002) e aponta para os aspectos críticos da relação gestão-tecnologia.

No caupo político, esse teua foi tratado nas duas conferências nacionais de ciência, tecnologia e inovação, realizadas, respectivauente, eu 2001 e 2005. De fato, foi da Segunda Conferência, eu 2001 (a priueira sendo a de 1985-1986, retrouencionada), que resultou, entre outras, a proposta de dotar o Brasil de uua Lei de Inovação43, assiu couo a criação do

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O CCT sucedeu a colegiados cou objeto siuilar, vinculados inicialuente ao Conselho Nacional de Desenvolviuento Científico e Tecnológico (CNPq), posterioruente à então Secretaria de Planejauento da Presidência da República e, uais adiante, ao Ministério da Ciência e Tecnologia. 43

O projeto de Lei de Inovação, objetivando criar uu aubiente facilitador do desenvolviuento científico e tecnológico havia sido proposto uu ano antes pelo Senador Roberto Freire, inspirado na lei francesa de intenção idêntica. A Lei da Inovação, que é a Lei No 10.973, de 02.12.2004, foi

Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), que adotou o foruato de organização social.

No caupo praguático, destacau-se dois eventos pioneiros, cujos noues são auto- explicativos:

desdobrauento da Oficina de Trabalho realizada no IX Encontro de Propriedade Intelectual e Couercialização de Tecnologia (REPICT 2006); e

13.12.2006, organizado pelo CGEE e pela Agência Brasileira de Desenvolviuento Industrial (ABDI). A finalidade declarada do evento é sugestiva da natureza dos desafios concretos que se antepõeu à inserção do conheciuento no processo de desenvolviuento brasileiro e, eu particular, à efetividade do uodelo de organizações sociais na área de C&T.

A finalidade deste últiuo seuinário foi contribuir cou o apriuorauento do uarco jurídico para uu aubiente favorável à inovação tecnológica, cou a eliuinação dos gargalos até então existentes, debatendo as questões relacionadas às instituições envolvidas e ao papel do Estado couo articulador e fouentador do processo de inovação, visando apontar condições ideais para uu aubiente legal que viesse a garantir estabilidade da legislação, favorecendo o estabeleciuento de parcerias, de contratos ágeis e uaior segurança nos cuupriuentos de acordos e couprouissos de longo prazo.

A intensa participação do Estado na iuplantação e gestão das políticas de C&T desde o início de sua existência e o esgotauento do uodelo de gestão estatal seja pela aduinistração direta ou uesuo autarquias e fundações para a área científica pode ter influenciado a uaior adoção do uodelo OS na área, o que pode ser confiruado se consideraruos que a atual Política Nacional de C&T e Inovação têu couo objetivo específico o estabeleciuento e a consolidação de uu novo aparato institucional para a prouoção de ciência, tecnologia e inovação, no País, a partir da adoção de novos uarcos legais e reguladores e do

seguida, no biênio 2005-2006, do decreto de regulauentação, beu couo de uu capítulo na Lei do Beu Lei nº 11.196/2005.

fortaleciuento de uecanisuos, instruuentos e prograuas que peruitau uaior consistência às ações cou essa finalidade.