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Ao estabelecermos a escolha pelas ICES comunitárias regionais, dentro do grupo das associadas ao COMUNG, para estudar as formas de comunicação da memória, nosso universo passa a ser composto por um total de nove instituições. A fim de manter uma representatividade equilibrada para cada uma das regiões geográficas que compõem o estado do RS, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), valemo-nos de critérios de escolha que justificamos a seguir.

Desde o ano de 2017, o Brasil conta com uma nova forma de divisão geográfica, desenvolvida a partir de um estudo intitulado Divisão Geográfica do Brasil (BRASIL, 2018), do IBGE. O trabalho explica que, com a revisão das antigas unidades mesorregionais e microrregionais, em todo território nacional a classificação passou a receber, respectivamente, os nomes de Regiões Geográficas Intermediárias (RGId) e Regiões Geográficas Imediatas (RGIm)32, seguindo uma metodologia comum a todo o país e integrando análises e expectativas de órgãos de planejamento estaduais por meio de uma parceria mediada pela Associação Nacional das Instituições de Planejamento, Pesquisa e Estatística (ANIPES). De acordo com o IBGE, a divisão regional do Brasil em Regiões Geográficas Imediatas e Regiões Geográficas Intermediárias apresenta um novo quadro regional vinculado aos processos sociais, políticos e econômicos, sucedidos em território nacional desde a última versão da divisão regional do Brasil, publicada na década de 1990.

32 As Regiões Geográficas Imediatas (RGIm) – sigla adotada para este trabalho – têm na rede urbana

o seu principal elemento de referência. Essas regiões são estruturadas a partir de centros urbanos próximos para a satisfação das necessidades imediatas das populações, tais como: compras de bens de consumo duráveis e não duráveis; busca de trabalho; procura por serviços de saúde e educação, entre outros. As Regiões Geográficas Intermediárias (RGId) – sigla adotada para este trabalho – correspondem a uma escala intermediária entre as Unidades da Federação (estados e Distrito Federal) e as Regiões Geográficas Imediatas. Há mais informações no livro Divisão

Com base neste estudo do IBGE, o Rio Grande do Sul conta com 43 Regiões Geográficas Imediatas, ou seja, a menor divisão hierárquica antes de considerarmos o território individual dos municípios; e oito Regiões Geográficas Intermediárias, caracterizadas como um grau abaixo daquele das Unidades Federativas e um acima das Regiões Geográficas Imediatas. Nossa análise se dá a partir das Regiões Geográficas Intermediárias (RGId), das quais fazem parte as seguintes universidades, excetuando-se as confessionais:

Quadro 3 – Universidades Comunitárias conforme regiões geográficas do IBGE

Região Universidade

RGId Caxias do Sul UCS

RGId Ijuí Unijuí

RGId Passo Fundo Unicruz, UPF e URI

RGId Pelotas Urcamp

RGId Porto Alegre Feevale

RGId Santa

Cruz/Lajeado Unisc e Univates

RGId Santa Maria Sem ICES (com base nos critérios desta pesquisa) RGId Uruguaiana Sem ICES (com base nos critérios desta pesquisa)

Fonte: O autor (2018).

No intuito de ter uma universidade para cada Região Geográfica Intermediária, quando houve mais de uma representante com seu campus sede/reitoria em uma determinada RGId, estabelecemos os seguintes critérios de seleção, nesta ordem:

a) Data mais antiga de reconhecimento como universidade; b) Maior número de estudantes divulgado publicamente.

A seguir, apresentamos as Regiões Geográficas Intermediárias no RS com mais de uma universidade comunitária vinculada ao COMUNG e as respectivas datas de reconhecimento – critério de longevidade –, bem como o número de alunos matriculados entre 2016 e 2017:

Quadro 4 – ICES com respectivos anos de criação e número de alunos

Região Universidade Reconhecimento Número de

Alunos

RGId Passo Fundo UPF 1968 16.38133

Unicruz 1988 2.96734 URI 1992 13.87735 RGId Santa Cruz/Lajeado Unisc 1993 10.718 36 Univates 2017 15.34837

Fonte: O autor (2018), com base nos dados do Ranking Universitário Folha (RUF) e no Balanço Social 2016 Fundação Universidade Federal do Taquari.

A partir dos critérios explicitados, chegamos ao grupo de seis ICES analisadas. A demonstração gráfica, no mapa do Rio Grande do Sul, permite ver o alcance dessas universidades a partir de suas cidades-sede.

33 Fonte: Ranking Universitário Folha 2018. Disponível em:

https://ruf.folha.uol.com.br/2018/perfil/universidade-de-passo-fundo-upf-20.shtml. Acesso em: 19 out. 2018.

34 Fonte: Ranking Universitário Folha 2018. Disponível em:

http://ruf.folha.uol.com.br/2018/perfil/universidade-de-cruz-alta-unicruz-446.shtml. Acesso em: 18 out. 2018.

35 Fonte: Ranking Universitário Folha 2018. Disponível em:

https://ruf.folha.uol.com.br/2018/perfil/universidade-regional-integrada-do-alto-uruguai-e-das- missoes-uri-423.shtml. Acesso em: 19 out. 2018.

36 Fonte: Ranking Universitário Folha 2018. Disponível em:

https://ruf.folha.uol.com.br/2018/perfil/universidade-de-santa-cruz-do-sul-unisc-295.shtml. Acesso em: 19 out. 2018.

37 Fonte: Balanço Social 2016 Fundação Vale do Taquari de Educação e Desenvolvimento Social.

Disponível em: https://www.univates.br/balancosocial/media/balanco-social-16.pdf. Acesso em: 19 out. 2018.

Figura 2 – Mapa do Rio Grande do Sul com as seis universidades comunitárias que

integram o corpus da pesquisa e seus respectivos campi

Fonte: O autor (2019), com base nas informações obtidas nos portais institucionais das seis universidades comunitárias que integram o corpus da pesquisa.

Quadro 5 – Grupo de ICES regionais selecionadas para a pesquisa Região Geográfica Intermediária Universidade Reconhecimento

Caxias do Sul UCS 1967

Passo Fundo UPF 1968

Ijuí Unijuí 1985

Pelotas Urcamp 1989

Santa Cruz/Lajeado Unisc 1993

Porto Alegre Feevale 2010

Fonte: O autor (2018).

As Instituições foram ordenadas cronologicamente pela data de reconhecimento como universidade (Quadro 5). A representação gráfica (Figura 2) das seis ICES – UCS, UPF, Unijuí, Urcamp, Unisc e Feevale –, com cores diferenciadas, evidenciando seus respectivos campi, contempla o alcance geográfico de cada universidade.

5 TEMPESTADE DE LUZ

Com o propósito de compreender a Memória Institucional comunicada pelas universidades comunitárias, optamos pela utilização da Análise Textual Discursiva (ATD), proposta por Roque Moraes e Maria do Carmo Galiazzi (2007) como procedimento metodológico ou abordagem de análise, como também referem os autores. De acordo com a menção feita em nosso primeiro capítulo, a ATD é como uma tempestade de luz, uma abordagem de análise que “pode ser concebida como um processo auto-organizado de produção de novas compreensões em relação aos fenômenos que examina” (MORAES; GALIAZZI, 2007, p. 46). A ATD consiste nos seguintes passos:

1) Desmontagem dos textos: também denominado processo de unitarização, implica examinar os textos em seus detalhes, fragmentando-os no sentido de atingir unidades constituintes, enunciados referentes aos fenômenos estudados.

2) Estabelecimento de relações: este processo denominado de categorização envolve construir relações entre as unidades de base, combinando-as e classificando-as, reunindo esses elementos unitários na formação de conjuntos que congregam elementos próximos, resultando daí sistemas de categorias.

3) Captando o novo emergente: a intensa impregnação nos materiais de análise desencadeada nos dois focos anteriores possibilita a emergência de uma compreensão renovada do todo. O investimento na comunicação dessa nova compreensão, assim como de sua crítica e validação, constituem o último elemento do ciclo de análise proposto. O metatexto resultante desse processo representa um esforço de explicitar a compreensão que se apresenta como produto de uma nova combinação dos elementos construídos ao longo dos passos anteriores [...].

4) Um processo auto-organizado: o ciclo de análise, ainda que composto de elementos racionalizados e em certa medida planejados, em seu todo pode ser compreendido como um processo auto-organizado do qual emergem novas compreensões. Os resultados finais, criativos e originais, não podem ser previstos. Mesmo assim é essencial o esforço de preparação e impregnação para que a emergência do novo possa concretizar-se (MORAES; GALIAZZI, 2007, p. 12).

A partir da definição do procedimento, apresentamos as etapas aplicadas no desenvolvimento de nossa pesquisa.