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INSTITUIR EDUCAÇÃO INCLUSIVA

MARIA APARECIDA DA SILVA PAES LANDIM Graduação em Pedagogia pela Universidade de Guarulhos (2010); Espe- cialista em Psicopedagogia Institucional pela Universidade São Paulo (2011); Especialista em TGD- Transtornos Globais do Desenvolvimento pela Faculdade de Conchas (2014), Professora de Educação Infantil e Ensino Fundamental na rede pública de São Paulo.

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ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO (AEE) E SALA DE RECURSOS

Atendimento Educacional Especializado vem ganhando muito espaço com a implantação desse recurso em muitas escolas, o que contribui para que muitas crianças tenham seus direitos garantidos. O ensino que é ofere- cido é diferenciado, deve estar de acordo com as necessidades dos alunos que necessitam dele, as metodolo- gias utilizadas visam a exploração de vários recursos existentes na sala, valorizando o aspecto lúdicos e tecnoló- gicos, pois existem vários materiais didáticos que auxiliam a diminuir as barreiras, facilitando e auxiliando a aprendizagem. O atendimento será individual, quando necessário, ou em pequenos grupos, conforme a necessi- dade de cada aluno atendido, a parceria entre os professores também é fundamental para o sucesso da sala de recursos, assim como a participação da família, que deve estar sempre presente, para que juntos possamos traçar melhor as metas a serem atingidas, estabelecendo uma mesma linguagem com os estudantes.

São previstas também, visitas na sala de aula ao longo do ano, para que se possa acompanhar bem de perto o rendimento destes alunos no grupo, buscando junto com o professor de sala de aula traçar estratégias que venham superar as dificuldades individuais e valorizar suas potencialidades. O trabalho ao longo do ano será acompanhado pela equipe pedagógica da escola, CEFAI- Centro de Formação e acompanhamento à Inclusão, famílias e outros parceiros, visando contemplar o desenvolvimento dos alunos do Atendimento Educacional Especializado em todos os aspectos.

AVALIAÇÃO NO ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO

A avaliação no Atendimento Educacional Especializado, é um processo dinâmico que considera tanto o nível atual de desenvolvimento quanto às possibilidades de aprendizagens futura, configura-se em uma ação pedagógica processual e formativa que analisa o desempenho do aluno em relação ao seu progresso individual, prevalecendo nessa avaliação os aspectos qualitativos que indiquem as intervenções pedagógicas do professor. A avaliação dos alunos portadores de necessidades especiais deve ser elaborada através de parecer descritivo pelo professor da classe comum e do professor do Atendimento Educacional Especializado, considerando todos os aspectos do desenvolvimento da aprendizagem desses alunos. A avaliação final deve conter a indicação de permanência ou avanço nos diversos níveis de ensino, estabelecendo consenso entre os professores, a equipe diretiva e a família dos alunos envolvidos, será efetivada através de registros e anotações diárias do professor, portfólio, relatórios e arquivos de atividades dos alunos, em que vão relacionando dados, impressões significati- vas sobre o cotidiano do ensino e da aprendizagem.

POLÍTICA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

O documento traz a proposta de Atendimento Educacional Especializado como: ”Conjunto de atividades e recur- sos pedagógicos e de acessibilidade organizados institucionalmente, prestado em caráter complementar ou suplementar às atividades escolares, destinado ao público-alvo da Educação Especial que dele necessite, escla- rece também, que “O AEE terá como função identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibi- lidade que eliminem as barreiras existentes no processo de escolarização e desenvolvimento dos educandos e educandas, considerando as suas necessidades específicas e assegurando a sua participação plena e efetiva nas atividades escolares, a oferta do AEE será realizada, de maneira articulada pelos educadores da unidade educa- cional e pelos professores responsáveis pelo AEE”.

Além disso disponibiliza os serviços e recursos próprios do AEE e orienta os alunos e seus professores quanto à sua utilização nas turmas comuns do ensino regular, ou seja, o aluno com deficiência está matriculado na escola regular, mas tem à disposição o Atendimento Educacional Especializado para qualquer necessidade espe- cífica que a escola regular não consiga suprir durante sua jornada escolar, da educação infantil ao ensino supe- rior.

O Poder Público garante todos estes direitos, além de outros, para alunos especiais, então, qual a razão para tanta insegurança e necessidade de aperfeiçoamento do professor para lidar com a inclusão? Pois bem, além desconhecimento por parte de alguns educadores dos documentos que regem a educação inclusiva, existe também o desconhecimento da função do AEE nos espaços escolares, que muitas vezes é confundido com sala para reforçar o que se está ensinando ou sala de brincar.

Faz se necessário então compreender que a premissa do atendimento educacional especializado é de colabora- ção e a articulação não devendo ser confundido com sala de reforço, assim, com o real alinhamento das ações, elaboração de um plano de ação flexível, elaborado no coletivo, contendo objetivos claros para atender as neces- sidades do educando, fará com que todos tenham êxito.

Segundo Mendes e Schmidt (2016), mesmo que a legislação assegure o acesso do aluno com deficiência ao ensino regular, na prática, requer “um conjunto de ações e tomadas de decisão que ultrapassam o acesso à escola. São necessárias condições de infraestrutura, de trabalho e de formação para o professor e de recursos didáticos” (MENDES; SCHMIDT, 2016, p. 495). Mas apesar das garantias dos direitos, ainda se percebe na prática educativa, atitudes e ações que são verdadeiras barreiras, como a falta de professor de apoio ou até mesmo a quantidade de alunos inseridos na sala, a perspectiva inclusiva vem para derrubar essas barreiras e garantir aprendizagens para todas as crianças que necessite.

Segundo a legislação brasileira vigente, o direito à inclusão implica plena participação em todas as atividades da escola em igualdade de oportunidades, além disso, os professores podem e devem contar com o apoio do profes- sor especializado e todos só teremos a ganhar, pois todos nós aprendemos com a diversidade, e o público-alvo da Educação Especial além de aprender, pode desenvolver outras habilidades durante a interação, pois o ambien-

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te escolar, como espaço social, possibilita o contato com diversas experiências, enriquecendo e ampliando o repertório cultural do sujeito. Em 1980, as ideias de Vygotsky já destacavam a importância da linguagem e do outro no desenvolvimento e na aprendizagem, destacando o professor num lugar fundamental no processo de ensino e aprendizagem. Também destacava a teoria prospectiva de Vygotsky (1999), que o indivíduo não possui funções internas que garantem sozinhas seu desenvolvimento.

O simples contato com objetos por si só não possibilita o desenvolvimento, mas sim as relações sociais, nas intervenções das pessoas, principalmente na linguagem, que o desenvolvimento ocorre. (p.368. Sendo assim, fica evidente a importância da inclusão da criança na sala regular, mas, é importante ressaltar mais uma vez que os professores não estão sozinhos, os professores do atendimento educacional especializado e outros profissionais da escola estão lá para apoia-los, porém, que não são menos responsáveis pelos estudantes com deficiência porque na escola tem sala de recursos.

INTEGRAÇÃO E ADAPTAÇÃO DO EDUCADOR COM A CRIANÇA

Integrar visa aproximar, criar um elo entre os diferentes e promover formas comum de convivência e participação nos processos de aprendizagens. Conforme os autores Vayer e Roncin, (1989, pág. 59) “Esta integração no mundo da comunicação faz necessária a presença do outro, pois é o outro que possibilita ao indivíduo reconhe- cer-se, logo, ajustar-se - sua pessoa e seu discurso -ao contexto que constitui a realidade do momento.”

É muito importante e desejado por todos que a integração aconteça da melhor maneira possível, principalmente pelos educadores que estarão mais frequentemente com o educando, e é notado que muitos imploram por ajuda na hora da integração por falta de formação ou conhecimento que favoreçam essa adaptação entre o profissional e a criança que necessita do atendimento especializado. Mas, Vayer e Roncin (1989, pág. 75), reafirmam que: “O problema é que a integração é entendida

de uma maneira sensivelmente diferente pelos responsáveis da Instituição Escolar e pelos interessados, isto é, aqueles que deverão inserir em sua classe os indivíduos diferentes e em quem a integração provoca reações variadas.”

Muitos professores são favoráveis à integração dos alunos especiais, mas ficam preocupados em com as condi- ções que acontecem, pois, não recebem somente crianças com atrasos mentais, mas também crianças com fracassos escolares, devidos a diversos fatores o que também acaba causando angústias e evidenciam insegu- rança.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do exposto, é necessário para afirmação do tema que seja assegurada metodologias eficazes, planejamen- to elaborado no coletivo e alinhamento das ações, projetos de formação continuada para professores, proporcio- nar espaços destinados ao trabalho em equipe dos professores, com o objetivo de fomentar a reflexão sobre a importância do reconhecimento das diferenças, oportunizar encontros periódicos entre os distintos membros da comunidade escolar para debater iniciativas de melhoria na comunidade escolar. A capacitação é a garantia de que o professor desenvolverá trabalho de forma segura oferecendo possibilidades de aprendizagens de forma equitativa garantindo a tão sonhada inclusão.

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REFERÊNCIAS

Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Brasília: MEC/CEB, 2001. Portaria Secretaria Municipal de Educação - SME nº 8.764 de 23 de dezembro de 2016

h t t p : / / l e g i s l a c a o . p r e f e i t u r a . s p . g o v . b r / l e i s / p o r t a r i a - s e c r e t a - ria-municipal-deeducacao-8764-de-23-de-dezembro-de-2016. Acesso em 06 de agosto 2020.

VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo, SP: Martins Fontes, 1984. http://ouleft.org/wp-conten- t/uploads/Vygotsky-Mind-in-Society.pdf, acesso em 10 de agosto 2020.

LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Ed. Cortez, 1994. pág. 150.

VAYER, Pierre, RONCIN, Charles. Integração da Criança deficiente na classe. São Paulo: Ed. Manole, 1989. Pg. 59. MENDES, Jacira Amadeu; SCHMIDT, Leonete Luzia. Alfabetização de crianças com deficiência matriculadas na rede regular de ensino. p. 494. http://dx.doi.org/10.19177/prppge.v10e182016494-510. Acesso em 16 de agosto 2020.

Política Paulistana de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. SME/COPED Educação Especial, 2016.

h t t p : / / p o r t a l . s m e . p r e f e i t u r a . s p . g o v . b r / M a i n / P a g e / P o r t a l S M E S P / - Politica-Municipal-de-Ed-Especial-na-Perspectiva-da-Ed-Inclusiva, Acesso em 06 de agosto 2020.

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RESUMO

As Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC) vêm se tornando instrumentos importantes, para minimizar as barreiras causadas pela deficiência. Nesse sentido, o objetivo deste artigo, consiste em verificar a funcionalidade e a utilização dos aplicativos: Prodeaf e Handtalk na comunicação surdo e/ou ouvinte no contexto escolar e subsidiar a formação docente, para que os professores conheçam esses recursos disponíveis, porém, muitas vezes ainda desconhecidos. Como percurso metodológico optamos por coletar os dados, por meio de questionário qualitativo e quantitativo aplicado para 10 professores atuantes no ensino fundamental de uma determinada escola da rede pública, do Município de São Paulo. Os resultados evidenciaram que cerca de 90% dos participantes analisaram positivamente a utilização dos aplicativos e, consideraram o potencial inclusivo destas ferramentas, pois facilitam a interação com o estudante surdo, de forma simples e acessível, a sua experi- mentação foi testada durante o horário da Jornada Especial de Informação e Formação. Sugere-se que em uma próxima pesquisa, seja avaliada a funcionalidade dos aplicativos em contextos reais, haja vista, que a estudante surda foi transferida para uma Escola Municipal de Educação Bilíngue para Surdos (EMEBS). Por fim, a conside- ração apresentada ao final do estudo contribuiu, para a formação continuada dos professores envolvidos, os quais tiveram oportunidade de conhecer e refletir sobre como essas tecnologias podem e devem ser aplicadas no contexto escolar.

Palavras-chave: Aplicativos; Tradutores; Estudante Surdo; Formação de Professores; TDICs. INTRODUÇÃO

O interesse pelo tema Formação de professores: o uso da Tecnologia Assistiva no contexto escolar para estudan- tes Surdos, surgiu da necessidade de incluir as pessoas Surdas na escola com equidade. Ao longo dos anos que atuo em Sala de Recursos Multifuncional, alguns questionamentos tornaram-se recorrentes como: se um estudante Surdo teria condições de comunicar com ouvintes nos mais diferentes espaços escolares.

Como professora especialista, de acordo com o Decreto nº 57379, 13 de outubro de 2016 é previsto como função eliminar as barreiras comunicacionais impostas aos estudantes surdos no contexto escolar, portanto, sempre que possível é preciso criar oportunidades para de interação, entre pessoas surdas e ouvintes trocando experiên- cias e saberes.

1º O AEE terá como função identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que elimi- nem as barreiras existentes no processo de escolarização e desenvolvimento dos educandos e educandas, considerando as suas necessidades específicas e assegurando a sua participação plena e efetiva nas atividades escolares. (SÃO PAULO, Decreto 57379, 2016, art 1 º)

Esse tema, que há tempo vem costurando meu pensamento, é inundado por uma profunda reflexão. A escola tem por papel fundamental, nos últimos anos, atender todas pessoas e assegurar a inclusão e a acessibilidade, promovendo a ruptura de barreiras que impedem ou limitam a participação destes Estudantes Público-Alvo da Educação Especial e, é sobre esses desafios e conquistas que se debruça o papel da Tecnologia Assistiva no processo de educação inclusiva.

A Tecnologia Assistiva - TA é um termo ainda novo, utilizado para identificar todo o arsenal de recursos e serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com deficiência e consequente- mente promover vida independente e inclusão (BERSCH, 2013, p. 01).

Espera-se que com essa pesquisa seja possível, contribuir com o processo de escolarização dos estudantes surdos no ensino regular e, diminuir drasticamente as barreiras de comunicação, proporcionando mais acessibi- lidade por meio da utilização de ferramentas tecnológicas mais inclusivas e, compatíveis com as necessidades

FORMAÇÃO DE PROFESSORES: O USO DAS