• Nenhum resultado encontrado

Revista. V.2,N.9, SETEMBRO 2020 Exatto Educacional ISSN

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Revista. V.2,N.9, SETEMBRO 2020 Exatto Educacional ISSN"

Copied!
61
0
0

Texto

(1)

Exatto Educacional

Revista

V.2,N.9, SETEMBRO 2020

ISSN - 2674-8827

RESUMO

A educação deverá ser à base de novos princípios norteadores de uma cultura em respeito à diversidade humana, visando à transformação inclusiva e autônoma de pessoas com deficiência intelectual, com propostas educacio-nais, e seu potencial para a inclusão decorra pela adequado desenvolvimento das tecnologias no saber pedagógi-co e do de inovações nas formas de ensinar e interagir pedagógi-com os discentes.

O que se afigura de maneira mais expressiva ao se pensar na viabilidade do modelo de escola inclusiva para todo o país no momento é a situação dos recursos humanos, especificamente dos professores das classes regulares, que precisam ser efetivamente capacitados para transformar sua prática educativa. A formação e a capacitação docente impõem-se como meta principal a ser alcançada na concretização do sistema educacional que inclua a todos, verdadeiramente (BRASIL, 2003, p. 24).

Neste artigo iremos apresentar a contextualização da pessoa com deficiência intelectual no ensino regular e a sua inclusão na sociedade, visando adotar uma educação emancipatória e inclusiva, como a base acadêmica poderá quebrar barreiras eurocêntricas e hegemônicas dentro do âmbito escolar e todos os estereótipos criados a margem de uma sociedade com uma cultura preconceituosa. No entanto, quando nos deparamos com as Políti-cas PúbliPolíti-cas no processo da inclusão desses alunos entendemos que faltam ainda alguns entendimentos e preparo da equipe docente.

Palavras-chave: Inclusão; Deficiência Intelectual; Preconceito; Educação. INTRODUÇÃO

Esse artigo apresenta o envolvimento das pessoas com deficiência no âmbito escolar, ressaltando a importância da qualificação profissional e evolução para termos estratégias de uma escola de todos e para todos.

O preconceito nasce e se desenvolve no processo de socialização, ora todos os seres humanos necessitam socializar, mas uns acabam exercendo certa atitude hostil à outros sujeitos frente à desinformação: “Como tanto o processo de se tornar indivíduo, que envolve a socialização, quanto o do desenvolvimento da cultura têm se dado em função da adaptação à luta pela sobrevivência, o preconceito surge como resposta aos conflitos presen-tes nessa luta” (CROCHIK, 1996, p.11).

Andrade (2000, p. 55) afirma que: “durante muito tempo as pessoas portadoras de deficiência estiveram em situa-ção de manifesta sujeisitua-ção, que chegou a criar, até, condições de marginalidade. O movimento reivindicatório teve início quando começou seu processo de autovalorização e elas passaram a se reconhecer como integrantes de um grupo” (ANDRADE, 2000, p. 55).

Os PCN-EI apontam a necessidade da qualificação do professor para a Educação Inclusiva: O que se figura de maneira mais expressiva ao se pensar na viabilidade do modelo de escola inclusiva para todo o país no momento é a situação dos recursos humanos, especificamente dos professores das classes regulares, que precisam ser efetivamente capacitados para transformar sua prática educativa. A formação e a capacitação docente impõem-se como meta principal a ser alcançada na concretização do sistema educacional que inclua a todos, verdadeira-mente. (BRASIL, 1998, p.17)

A conduta do professor em relação aluno será determinante para o auto-conceito da criança, pois os sentimentos que um aluno tem sobre si mesmo, dependem, em grande parte, dos componentes que percebe que o professor mantém em relação a ela. Uma atitude continuada e consistente de alta expectativa sobre o êxito de um aluno potencializa sua confiança em si mesmo, reduz a ansiedade diante do fracasso e facilita resultados acadêmicos positivos (CUBERO e MORENO, 1995, p.255).

DEFICIÊNCIA E SUAS CARACTERÍSTICAS

No caso da igualdade entre Segundo Hennemann (2012), a neurociência procura estudar as variações entre o

comportamento e a atividade cerebral, tratando-se de um campo interdisciplinar que abrange várias outras disci-plinas como neuroanatomia, neurofisiologia, neuroquímica, neuroimagem, genética, neurologia, psicologia, psiquiatria e pedagogia.

Para Delours (1998), a igualdade não está em desacordo com o respeito às diferenças entre as pessoas, mas sim na valorização na capacidade de cada ser humano em suas realizações. Assim quando se trata de proporcionar oportunidades iguais e justas para todos, tem-se muito ainda por fazer nas escolas para corresponder ao princí-pio segundo o qual os seres humanos têm direito à dignidade, sejam quais forem as suas capacidades ou realiza-ções. A observância deste princípio é limitada por predisposições que nos levam a responder situações ou a outras pessoas de modo desfavorável, tendo em vista um dado valor.

Segundo o documento (BRASIL, 2007, p. 2), o atendimento às pessoas com necessidades educacionais especiais teve início na época do Império e por muito tempo perpetuou-se a ideia de que essas práticas educativas deve-riam acontecer paralelamente à educação comum devido às estruturas rígidas dos sistemas de ensino. Afirma que: Essa concepção exerceu impacto duradouro na história da educação especial, resultando em práticas que enfatizavam os aspectos relacionados à deficiência, em contraposição à sua dimensão pedagógica. O desenvol-vimento de estudos no campo da educação e dos direitos humanos vem modificando os conceitos, as legisla-ções, as práticas educacionais e de gestão, indicando a necessidade de se promover uma reestruturação das escolas de ensino regular e da educação especial. (BRASIL, 2007, p.15)

A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, elaborada pelo MEC (BRASIL, 2007), a sua contextualização acerca da educação para crianças com necessidades especiais no Brasil. Nele estão reunidas informações históricas, marcos e estatísticas, além da síntese de objetivos e diretrizes para essa modalidade educativa.

As barreiras arquitetônicas e sociais demonstram claramente a dificuldade de setores da sociedade em desenvol-ver inclusão de pessoas com deficiência de fato, destacando a falta de equidade no desenvolvimento estrutural, isso reflete nas demandas educacionais e em todo cenário do ensino regular. Essas informações aliadas formam a Neurociência e juntas averiguam o sistema nervoso procurando entender como ele se amplia, sua aparência entre sujeitos e espécies bem como ele deixa de trabalhar.

A deficiência intelectual não é uma doença, e sim uma limitação, pois consiste no atraso de desenvolvimento da pessoa. Já a doença mental abrange uma série de condições que causam alteração do comportamento e do humor e pode acarretar no desempenho da pessoa em convívio na sociedade, Segundo a Organização Mundial de Saúde, não é possível se construir uma única definição deste conceito uma vez que o entendimento de saúde mental também está associado à construção de critérios subjetivos, pautados em valores e diferenças culturais. AUTONOMIA EM ETAPAS

A inclusão é formadora e estimuladora de professores e alunos no setor educacional, a mesma faz a escola crescer e ensinar fortalece a relação aluno e professor, e aguça o respeito e equidade. Todo esse componente necessita ser trabalhado em etapas, em formações constantes de professores e alunos, enriquecendo os conteú-dos na teoria e prática, sempre lembrando o dever que cada escola tem de propiciar um currículo inovador, vivo e integrador. Somente assim poderemos efetivar ações que garantam o pleno acesso dessa parcela da população aos recursos sócios educacionais disponíveis.

Segundo Kenny (1993, p. 436) a autonomia é, portanto, um conceito vital para a educação, pois é o único aspecto de ser um aluno sobre o qual a educação pode se concentrar sem interferências prejudiciais, ou efeitos de condi-cionamento. Sob este ponto de vista, a autonomia não é apenas a liberdade de escolher entre materiais didáticos e metodologias, ou até mesmo para negociar um plano de estudos. É mais importante do que isso. Adaptando algumas famosas palavras de Carl Rogers, autonomia é a liberdade de aprender e a oportunidade de se tornar uma pessoa.

O acesso a recursos educacionais não é apenas um direito do cidadão com deficiência, mas também uma das vias que pode garantir o exercício de sua cidadania e a apropriação da mesma. Refletir sobre a integração da pessoa com deficiência mental implica necessariamente repensar o sentido atribuído à educação. Implica, portanto, atualizar nossas concepções e dar um novo significado aos propósitos educacionais, compreendendo a complexidade e a amplitude que envolve o processo de construção de cada indivíduo, seja ou não deficiente (BRASIL, 1998, p. 96).

Segundo os PCN (BRASIL, 1997, p. 18): A prática escolar tem evidenciado o que pesquisas científicas vêm comprovando: os sistemas educacionais experimentam dificuldades para integrar o aluno com necessidades especiais. Revelam os efeitos dificultadores de diversos fatores de natureza familiar, institucionais e sociocultu-rais. A maioria dos sistemas educacionais ainda baseia-se na concepção médico psicopedagógico quanto à identificação e ao atendimento de alunos com necessidades especiais. Focaliza a deficiência como condição individual e minimiza a importância do fator social na origem e manutenção do estigma que cerca essa população específica. Essa visão está na base de expectativas massificadas de desempenho escolar dos alunos, sem flexibilidade curricular que contemple as diferenças individuais.

A escola precisa atender da melhor maneira possível essas crianças, adequando tudo, para que a experiência inclusiva contribua para uma educação de maior qualidade. A escola que acolhe as crianças com deficiência precisa de adaptações, mas isso gera um crescimento enorme, tanto para as pessoas que tratam com essas crianças, quanto para elas, que acabam aumentando seus horizontes. Em relação à educação especial, o artigo 3º da Resolução CNE/CEB Nº 2, de 11 de setembro de 2001 especifica que:

Por educação especial, modalidade da educação escolar entende-se um processo educacional definido por uma proposta pedagógica que assegure recursos e serviços educacionais e especiais, organizados institucionalmen-te para apoiar, complementar, suplementar e, em alguns casos, substituir os serviços educacionais comuns, de modo a garantir a educação escolar e promover o desenvolvimento das potencialidades dos educandos que apresentem necessidades educacionais especiais, em todas as etapas e modalidades da educação básica (BRA-SIL- MEC/SEESP, 2001, p. 1).

A diversidade humana deverá ser valorizada e respeitada em todos os setores da sociedade, principalmente no setor educacional, onde o respeito entre os alunos deve ser base para o desenvolvimento escolar. Daí a importân-cia do papel da escola em definir atividades e procedimentos de relações, que envolvam alunos, funcionários, corpo docente e gestores, para que possibilite espaços inclusivos, de acessibilidade, para que todos possam fazer parte de um todo, isto é, que as atividades extraclasses nunca deixam de atender os alunos com necessida-des especiais. Conforme Mader (1997) é necessário construir uma política de igualdade com seriedade e respon-sabilidade, possibilitando ações significativas e de qualidade na prática de educação inclusiva.

ENSINO REGULAR E INCLUSÃO

Andrade (2000, p. 55) afirma que: “durante muito tempo as pessoas portadoras de deficiência estiveram em situa-ção de manifesta sujeisitua-ção, que chegou a criar, até, condições de marginalidade. O movimento reivindicatório teve início quando começou seu processo de autovalorização e elas passaram a se reconhecer como integrantes de um grupo” (ANDRADE, 2000, p. 55)

Nascimento (2014) contextualiza que muitas escolas ainda não ofertam uma educação de qualidade. Quanto a Portaria Normativa nº 13 de 24/04/07, que trata da criação do Programa de Implantação de Salas de Recursos Multifuncionais, considerando o artigo 61 do Decreto nº 5.296/2004, as escolas devem ter como recursos pedagó-gicos para os portadores de necessidades educacionais especiais materiais, mobiliários, espaços, equipamentos e tecnologia adaptadas ou projetadas a fim de facilitar o desenvolvimento e a autonomia desses educandos (BRASIL, 2007).

Segundo a Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994), quanto ao preparo para esse momento de transição: Jovens com necessidades educacionais especiais deveriam ser auxiliados no sentido de realizarem uma transi-ção efetiva da escola para o trabalho. Escolas deveriam auxiliá-los a se tornarem economicamente ativos e provê--los com as habilidades necessárias ao cotidiano da vida, oferecendo treinamento em habilidades que correspon-dam às demandas sociais e de comunicação e às expectativas da vida adulta. Isto implica em tecnologias adequa-das de treinamento, incluindo experiências diretas em situações da vida real, fora da escola.

Uma das grandes razões para ocorrer à integração dos educandos com deficiência intelectual no ensino regular foi possibilitar uma mudança na forma de organizar a educação especial, atendendo os alunos que antes eram atendidos nas escolas especiais. Essa proposta fez aumentar a inclusão e emancipação a partir das reformas da educação especial.

O termo “acessibilidade” nas escolas refere-se aos recursos voltados para os educandos portadores de necessi-dades educacionais especiais. As escolas devem ter determinadas condições para receber bem esses educan-dos, oferecendo condições para que eles possam permanecer na escola. Rampas de acesso, banheiro para deficiente físico, tecnologias assistivas, mobiliário, profissionais especializados, entre outros recursos, fazem parte do processo de inclusão (NASCIMENTO, 2015).

Como exemplo, a implementação da Portaria Normativa de nº 13 de 24 de abril de 2007, contribuiu para a criação do Programa de Implantação de Salas de Recursos Multifuncionais. O programa visa disponibilizar para as esco-las públicas de ensino regular equipamentos de informática, mobiliários, recursos e materiais pedagógicos para garantir a permanência do educando e a acessibilidade, garantindo assim um ambiente específico para o atendi-mento educacional especializado (BRASIL, 2007).

ENSINO REGULAR PARA TODOS

O mais importante é como a escola pode ajudar na inclusão de pessoas com deficiência, neste caso enfatizando pessoas com DI na busca de uma sociedade que respeite a pluralidade e diversidade humana. Visto este concei-to, temos que a base estrutural da inteligência humana é o pensamento formal, isto é, a capacidade de desenvol-ver uma operação mental que permite aproveitar os conhecimentos adquiridos da vida social e cultural, combiná -los logicamente e alcançar uma nova forma de conhecimento (BALLONE, 2015)

Tirar conclusões sobre o que é melhor para os alunos com alguma deficiência não é fácil. Para se avaliar sobre a integração é necessário definir os objetivos se pretendem ao incorporar alunos com deficiência intelectual na escola regular. Sendo necessário ter o conhecimento geral da legislação, da política educacional que se aplica e é preciso conhecer os objetivos específicos da escola de integração.

Segundo a Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994): estimular a comunidade acadêmica no sentido de fortale-cer pesquisa, redes de trabalho e o estabelecimento de centros regionais de informação e documentação e da mesma forma, a servir de exemplo em tais atividades e na disseminação dos resultados específicos e dos progressos alcançados em cada país no sentido de realizar o que almeja a presente Declaração.

Moita Lopes (2006, p. 101-103) também desconstrói a visão do sujeito social hegemônico enquanto objeto de estudo da LA, buscando abrir “alternativas sociais com base nas e com as vozes dos que estão à margem” (p.86) ou ainda problematizando como a diversidade pode contribuir para a transformação social.

A rotina escolar tem demonstrado que o processo de inclusão pode ser favorecido quando existe a preparação e a dedicação dos profissionais; o apoio especializado para os que necessitam; e a realização de adaptações curri-culares e de acesso ao currículo (CARVALHO, 1999).

Para Mushakoji (1999, p. 207, apud MOITA LOPES, 2006, p. 86), Como aqueles que “vivenciam o sofrimento humano” com base em suas epistemes diferentes podem colaborar na construção de “uma sociedade mais humana, mais delicada com a natureza e com as pessoas” ou, pelo menos, na compreensão de tal sociedade? A prática da educação inclusiva faz com que as escolas precisem de mudanças profundas. É necessário ter cons-ciência dos problemas que existem, é necessário avaliar os resultados e analisar a transição dos alunos com necessidades educativas especiais da escola para a vida adulta.

TECNOLOGIA NA INCLUSÃO

Os PCN-EI afirmam que: Alguns educadores defendem que uma escola não precisa preparar-se para garantir a

inclusão de alunos com necessidades especiais, mas tornar-se preparada como resultado do ingresso desses alunos. Indicam, portanto, a colocação imediata de todos na escola. Entendem que o processo de inclusão é gradual, interativo e culturalmente determinado, requerendo a participação do próprio aluno na construção do ambiente escolar que lhe seja favorável. (BRASIL, 1998, p. 18).

Essas adaptações resguardam o caráter de flexibilidade e dinamicidade que o currículo escolar deve ter, ou seja, a convergência com as condições do aluno e a correspondência com as finalidades da educação na dialética de ensino e aprendizagem. Não se colocam, portanto, como soluções remediativas para "males diagnosticados" nos alunos, nem justificam a cristalização do ato pedagógico igualmente produzido para todos na sala de aula. Do mesmo modo, não defendem a concepção de que a escola dispõe sempre de uma estrutura apropriada ou realiza um fazer pedagógico adequado a que o educando deve se adaptar. Implica, sim, a convicção de que o aluno e a escola devem se aprimorar para alcançar a eficiência da educação a partir da interatividade entre esses dois atores. (BRASIL, 1998, p.16)

Segundo os PCN-EI: Nesse contexto, a ajuda pedagógica e os serviços educacionais, mesmo os especializados quando necessários – não devem restringir ou prejudicar os trabalhos que os alunos com necessidades espe-ciais compartilham na sala de aula com os demais colegas. Respeitar a atenção à diversidade e manter a ação pedagógica “normal” parece ser um desafio presente na integração dos alunos com maiores ou menos acentua-da dificulacentua-dades para aprender. (BRASIL, p. 24)

Segundo Paiva (2013, pg. 209-230) Pelo que vimos até agora, a formação do professor para uso da tecnologia, raramente acontece de forma sistematizada. Isso não é diferente no Brasil, onde a formação tecnológica fica, geralmente, restrita a iniciativas individuais. É comum entre os que advogam a apropriação das novas tecnolo-gias na educação, o reconhecimento de que elas ainda podem intimidar muitos professores, apesar de acredita-rem que o uso adequado da tecnologia por um professor bem formado pode beneficiar enormemente os aprendi-zes.

As tecnologias estão presentes em cada uma das pegadas que o ser humano deixou sobre a terra, ao longo de toda a sua história. Desde um simples pedaço de pau que tenha servido de apoio, de bengala, para um homem no tempo das cavernas, por exemplo, até as modernas próteses de fibra de carbono que permitem, hoje, que um atleta com amputação de ambas as pernas possa competir em uma Olimpíada, disputando corridas com outros atletas sem nenhuma deficiência (LÉVY, 1999 apud GALVÃO FILHO, 2009, p. 38).

RESULTADOS DE UM AMBIENTE INCLUSIVO

O estudo de caso é o estudo de um caso, seja ele simples e específico, ou complexo e abstrato. O estudo de caso, quando qualitativo, se desenvolve numa situação natural, é rico em dados descritivos, tem um plano aberto e flexível e focaliza a realidade de forma complexa e contextualizada (LUDKE; ANDRÉ, 1986, p.18).

A inclusão reflete diretamente no resultado escolar, transformando a escola num lugar humanizado, que valoriza a diversidade humana e respeita todos com equidade e pluralidade, apoiando os discentes a viver em sociedade, facilitando seus horizontes e suas demandas educativas. Todo processo de inclusão é feito com formações na busca de aperfeiçoamento, isso favorece no processo das aprendizagens. O desenvolvimento humano é um processo sociocultural no qual o homem se desenvolve a partir da apropriação que faz da cultura, apropriação esta que só é possível mediante um processo de relação com outros homens (TRINDADE, 2011).

A escola integradora é aquela que avalia seus alunos de acordo com suas possibilidades e não em comparação com seus colegas e que trabalham particularmente em grupos cooperativos heterogêneos, com mais possibilida-des de melhoria e competência social e a autoestima dos alunos. Quando se trabalha inclusão na escola a valori-zação humana cresce e todos os alunos se sentem respeitados, ressaltando suas potencialidades e crescendo como humanos. A aprendizagem ao contrário do pensam muitos responsáveis, não depende só das condições internas inerentes ao indivíduo que aprende. Ela constitui o corolário do equilíbrio de tais condições internas de aprendizagem com as condições externas de ensino inerentes ao indivíduo que ensina: como Piaget (1978) nos ajuda a compreender, a adaptação a situações e exige um equilíbrio e uma organização entre o processo de assimilação do exterior para o interior e de acomodação do interior para o exterior (SALES, 2018, p. 14).

Segundo Bortoni Ricardo (2008, p. 46): O professor pesquisador não se vê apenas como um usuário de conheci-mento produzido por outros pesquisadores, mas se propõe também a produzir conheciconheci-mentos sobre seus problemas profissionais, de forma a melhorar sua prática. O que distingue um professor pesquisador dos demais professores é seu compromisso de refletir sobre a própria prática, buscando reforçar e desenvolver aspectos positivos e superar as próprias deficiências. Para isso ele se mantém aberto a novas ideias e estratégias.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Dado o exposto; conclui-se que a inclusão inova e humaniza o âmbito escolar, preparando todos os alunos para a sociedade, ampliando todas as potencialidades dos alunos com deficiência intelectual, que não devem sofrer com as barreiras estruturais e atitudinais, quebrando paradigmas de uma sociedade eurocêntrica e hegemônica, não há dúvida que um conjunto de docentes comprometidos torna possível o ensino inclusivo. Através deste estudo, busquei entender e informar a importância do papel da escola na vida de um aluno com deficiência. Desse modo, a interação social depende da forma como a criança é recebida, acolhida, observada, ouvida e compreendida em suas necessidades. Essa forma de relação e comunicação influencia o desenvolvimento psico-afetivo e determina a maneira como a criança vai interagir com as pessoas, objetos e o meio em que vive. Desse pressuposto, a estimulação precoce é concebida como ato ou efeito de excitar, incitar, exercitar, instigar, ativar, prematuramente, antecipar (FERREIRA, 2010, p.875).

O envolvimento da família no processo educacional da criança é uma necessidade e de muita importância. A família deve ser orientada e motivada a colaborar e participar do programa educacional, promovendo desta forma uma interação maior com a criança. Também é fundamental que a família incentive a pratica de tudo que a criança assimila.

As crianças com necessidades especiais precisam, nos primeiros anos, encontrar pessoas desejosas de intera-gir e se comunicar com ela. Os pais e educadores devem estar atentos às manifestações de intenção comunicati-va ou pequenos gestos aos quais devem interpretar e reagir responsavelmente mediante o toque e a confirmação 607 Revista Educar FCE - 30 ª Edição - Maio/2020 verbal. Nesta perspectiva é importante compreender o conceito e o trabalho da estimulação precoce, bem como sua aplicação no cotidiano do desenvolvimento e aprendizagem da criança especial (FERREIRA, 2010, p.875).

REFERÊNCIAS

AMARO, D. G.; MACEDO, L. Da lógica da exclusão à lógica da inclusão: reflexão sobre uma estratégia de apoio à inclusão escolar, 2002.

ARROYO, M. G. Ofício de mestre - Imagens e auto imagens. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.

BARBOSA, José Juvêncio. Alfabetização e Leitura _ São Paulo: Cortez, 2008_ (Coleção Magistério. Série forma-ção do professor).

BATISTA, C. G. Crianças com problemas orgânicos: contribuições e riscos de prognósticos psicológicos. Educar em Revista, Curitiba, v. 23, n. jan-jun, p. 45-63, 2004.

BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998.

BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei nº 9.394). Brasília: 1996. Disponível em: < http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm> Aces so em: 10 out 2020

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial (SEESP). Lei de Diretrizes e Bases da Educa-ção Nacional (LDB). Brasília, 1996.

BRASIL. Ministério Público Federal. Fundação Procurador Pedro Jorge de Melo e Silva. O acesso de alunos com deficiência às escolas e classe comum da rede regular. 2ª ed. Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão. Brasília, 2004.

BRASIL. Portaria normativa nº 13. Programa de Implantação de Salas de Recursos Multifuncionais. Brasília: MEC. 2007. Disponível em: . Acesso em 10 out 2020.

CARNEIRO, R. U. C. Formação de professores: da educação especial à inclusiva – alguns apontamentos. In.: ZANIOLO, L. O.; DALL ‟ACQUA, M. J. C. (Orgs.). Inclusão escolar: pesquisando políticas públicas, formação de professores e práticas pedagógicas. Jundiaí: Paco Editorial, 2012.

CARVALHO R. E. A nova LDB e a educação especial. Rio de Janeiro: WVA. 1997.

CHIAPPINI, Ligia. Aprender e ensinar com textos / coordenadora geral/ Ligia Chiappini._ 6. Ed. - São Paulo: Cortez, 2004.

CUNHA, E. Autismo na escola: um jeito diferente de aprender, um jeito diferente de ensinar – ideias e práticas pedagógicas. 4. ed. Rio de Janeiro: Wak, 2016.

FERREIRA, W. B. Educar na diversidade: práticas educacionais inclusivas na sala de aula regular. In: Ensaios Pedagógicos - Educação Inclusiva: direito à diversidade. Brasília: SEESP/ MEC, 2006.

MAZZOTTA, M. J. da S. Deficiência, Educação Escolar e Necessidades Especiais: reflexões sobre inclusão socio-educacional, 2003.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A EDUCAÇÃO, A CIENCIA E A CULTURA – UNESCO. Declaração Mundial sobre Educação para Todos: satisfação das necessidades básicas de aprendizagem. Jomtien, 1990. ORRÚ, S. E. Autismo, linguagem e educação: interação social no cotidiano escolar. Rio de Janeiro: Wak, 2007 PERES, R. C. N. C. O lúdico no desenvolvimento da criança com paralisia cerebral espástica. 2003. 242 f. Tese (Doutorado em Educação)–Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2003.

SEVERINO. Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 23ª edição Revista e Ampliada. São Paulo. Cortez, 2007.

SOBRINHO, José Dias. Educação superior, globalização e democratização. Rio de Janeiro: Rev. Bras. Educ. nº28/Apr. 2005 –.

VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. 6. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1994.

(2)

RESUMO

A educação deverá ser à base de novos princípios norteadores de uma cultura em respeito à diversidade humana, visando à transformação inclusiva e autônoma de pessoas com deficiência intelectual, com propostas educacio-nais, e seu potencial para a inclusão decorra pela adequado desenvolvimento das tecnologias no saber pedagógi-co e do de inovações nas formas de ensinar e interagir pedagógi-com os discentes.

O que se afigura de maneira mais expressiva ao se pensar na viabilidade do modelo de escola inclusiva para todo o país no momento é a situação dos recursos humanos, especificamente dos professores das classes regulares, que precisam ser efetivamente capacitados para transformar sua prática educativa. A formação e a capacitação docente impõem-se como meta principal a ser alcançada na concretização do sistema educacional que inclua a todos, verdadeiramente (BRASIL, 2003, p. 24).

Neste artigo iremos apresentar a contextualização da pessoa com deficiência intelectual no ensino regular e a sua inclusão na sociedade, visando adotar uma educação emancipatória e inclusiva, como a base acadêmica poderá quebrar barreiras eurocêntricas e hegemônicas dentro do âmbito escolar e todos os estereótipos criados a margem de uma sociedade com uma cultura preconceituosa. No entanto, quando nos deparamos com as Políti-cas PúbliPolíti-cas no processo da inclusão desses alunos entendemos que faltam ainda alguns entendimentos e preparo da equipe docente.

Palavras-chave: Inclusão; Deficiência Intelectual; Preconceito; Educação. INTRODUÇÃO

Esse artigo apresenta o envolvimento das pessoas com deficiência no âmbito escolar, ressaltando a importância da qualificação profissional e evolução para termos estratégias de uma escola de todos e para todos.

O preconceito nasce e se desenvolve no processo de socialização, ora todos os seres humanos necessitam socializar, mas uns acabam exercendo certa atitude hostil à outros sujeitos frente à desinformação: “Como tanto o processo de se tornar indivíduo, que envolve a socialização, quanto o do desenvolvimento da cultura têm se dado em função da adaptação à luta pela sobrevivência, o preconceito surge como resposta aos conflitos presen-tes nessa luta” (CROCHIK, 1996, p.11).

Andrade (2000, p. 55) afirma que: “durante muito tempo as pessoas portadoras de deficiência estiveram em situa-ção de manifesta sujeisitua-ção, que chegou a criar, até, condições de marginalidade. O movimento reivindicatório teve início quando começou seu processo de autovalorização e elas passaram a se reconhecer como integrantes de um grupo” (ANDRADE, 2000, p. 55).

Os PCN-EI apontam a necessidade da qualificação do professor para a Educação Inclusiva: O que se figura de maneira mais expressiva ao se pensar na viabilidade do modelo de escola inclusiva para todo o país no momento é a situação dos recursos humanos, especificamente dos professores das classes regulares, que precisam ser efetivamente capacitados para transformar sua prática educativa. A formação e a capacitação docente impõem-se como meta principal a ser alcançada na concretização do sistema educacional que inclua a todos, verdadeira-mente. (BRASIL, 1998, p.17)

A conduta do professor em relação aluno será determinante para o auto-conceito da criança, pois os sentimentos que um aluno tem sobre si mesmo, dependem, em grande parte, dos componentes que percebe que o professor mantém em relação a ela. Uma atitude continuada e consistente de alta expectativa sobre o êxito de um aluno potencializa sua confiança em si mesmo, reduz a ansiedade diante do fracasso e facilita resultados acadêmicos positivos (CUBERO e MORENO, 1995, p.255).

DEFICIÊNCIA E SUAS CARACTERÍSTICAS

No caso da igualdade entre Segundo Hennemann (2012), a neurociência procura estudar as variações entre o

comportamento e a atividade cerebral, tratando-se de um campo interdisciplinar que abrange várias outras disci-plinas como neuroanatomia, neurofisiologia, neuroquímica, neuroimagem, genética, neurologia, psicologia, psiquiatria e pedagogia.

Para Delours (1998), a igualdade não está em desacordo com o respeito às diferenças entre as pessoas, mas sim na valorização na capacidade de cada ser humano em suas realizações. Assim quando se trata de proporcionar oportunidades iguais e justas para todos, tem-se muito ainda por fazer nas escolas para corresponder ao princí-pio segundo o qual os seres humanos têm direito à dignidade, sejam quais forem as suas capacidades ou realiza-ções. A observância deste princípio é limitada por predisposições que nos levam a responder situações ou a outras pessoas de modo desfavorável, tendo em vista um dado valor.

Segundo o documento (BRASIL, 2007, p. 2), o atendimento às pessoas com necessidades educacionais especiais teve início na época do Império e por muito tempo perpetuou-se a ideia de que essas práticas educativas deve-riam acontecer paralelamente à educação comum devido às estruturas rígidas dos sistemas de ensino. Afirma que: Essa concepção exerceu impacto duradouro na história da educação especial, resultando em práticas que enfatizavam os aspectos relacionados à deficiência, em contraposição à sua dimensão pedagógica. O desenvol-vimento de estudos no campo da educação e dos direitos humanos vem modificando os conceitos, as legisla-ções, as práticas educacionais e de gestão, indicando a necessidade de se promover uma reestruturação das escolas de ensino regular e da educação especial. (BRASIL, 2007, p.15)

A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, elaborada pelo MEC (BRASIL, 2007), a sua contextualização acerca da educação para crianças com necessidades especiais no Brasil. Nele estão reunidas informações históricas, marcos e estatísticas, além da síntese de objetivos e diretrizes para essa modalidade educativa.

As barreiras arquitetônicas e sociais demonstram claramente a dificuldade de setores da sociedade em desenvol-ver inclusão de pessoas com deficiência de fato, destacando a falta de equidade no desenvolvimento estrutural, isso reflete nas demandas educacionais e em todo cenário do ensino regular. Essas informações aliadas formam a Neurociência e juntas averiguam o sistema nervoso procurando entender como ele se amplia, sua aparência entre sujeitos e espécies bem como ele deixa de trabalhar.

A deficiência intelectual não é uma doença, e sim uma limitação, pois consiste no atraso de desenvolvimento da pessoa. Já a doença mental abrange uma série de condições que causam alteração do comportamento e do humor e pode acarretar no desempenho da pessoa em convívio na sociedade, Segundo a Organização Mundial de Saúde, não é possível se construir uma única definição deste conceito uma vez que o entendimento de saúde mental também está associado à construção de critérios subjetivos, pautados em valores e diferenças culturais. AUTONOMIA EM ETAPAS

A inclusão é formadora e estimuladora de professores e alunos no setor educacional, a mesma faz a escola crescer e ensinar fortalece a relação aluno e professor, e aguça o respeito e equidade. Todo esse componente necessita ser trabalhado em etapas, em formações constantes de professores e alunos, enriquecendo os conteú-dos na teoria e prática, sempre lembrando o dever que cada escola tem de propiciar um currículo inovador, vivo e integrador. Somente assim poderemos efetivar ações que garantam o pleno acesso dessa parcela da população aos recursos sócios educacionais disponíveis.

Segundo Kenny (1993, p. 436) a autonomia é, portanto, um conceito vital para a educação, pois é o único aspecto de ser um aluno sobre o qual a educação pode se concentrar sem interferências prejudiciais, ou efeitos de condi-cionamento. Sob este ponto de vista, a autonomia não é apenas a liberdade de escolher entre materiais didáticos e metodologias, ou até mesmo para negociar um plano de estudos. É mais importante do que isso. Adaptando algumas famosas palavras de Carl Rogers, autonomia é a liberdade de aprender e a oportunidade de se tornar uma pessoa.

O acesso a recursos educacionais não é apenas um direito do cidadão com deficiência, mas também uma das vias que pode garantir o exercício de sua cidadania e a apropriação da mesma. Refletir sobre a integração da pessoa com deficiência mental implica necessariamente repensar o sentido atribuído à educação. Implica, portanto, atualizar nossas concepções e dar um novo significado aos propósitos educacionais, compreendendo a complexidade e a amplitude que envolve o processo de construção de cada indivíduo, seja ou não deficiente (BRASIL, 1998, p. 96).

Segundo os PCN (BRASIL, 1997, p. 18): A prática escolar tem evidenciado o que pesquisas científicas vêm comprovando: os sistemas educacionais experimentam dificuldades para integrar o aluno com necessidades especiais. Revelam os efeitos dificultadores de diversos fatores de natureza familiar, institucionais e sociocultu-rais. A maioria dos sistemas educacionais ainda baseia-se na concepção médico psicopedagógico quanto à identificação e ao atendimento de alunos com necessidades especiais. Focaliza a deficiência como condição individual e minimiza a importância do fator social na origem e manutenção do estigma que cerca essa população específica. Essa visão está na base de expectativas massificadas de desempenho escolar dos alunos, sem flexibilidade curricular que contemple as diferenças individuais.

A escola precisa atender da melhor maneira possível essas crianças, adequando tudo, para que a experiência inclusiva contribua para uma educação de maior qualidade. A escola que acolhe as crianças com deficiência precisa de adaptações, mas isso gera um crescimento enorme, tanto para as pessoas que tratam com essas crianças, quanto para elas, que acabam aumentando seus horizontes. Em relação à educação especial, o artigo 3º da Resolução CNE/CEB Nº 2, de 11 de setembro de 2001 especifica que:

Por educação especial, modalidade da educação escolar entende-se um processo educacional definido por uma proposta pedagógica que assegure recursos e serviços educacionais e especiais, organizados institucionalmen-te para apoiar, complementar, suplementar e, em alguns casos, substituir os serviços educacionais comuns, de modo a garantir a educação escolar e promover o desenvolvimento das potencialidades dos educandos que apresentem necessidades educacionais especiais, em todas as etapas e modalidades da educação básica (BRA-SIL- MEC/SEESP, 2001, p. 1).

A diversidade humana deverá ser valorizada e respeitada em todos os setores da sociedade, principalmente no setor educacional, onde o respeito entre os alunos deve ser base para o desenvolvimento escolar. Daí a importân-cia do papel da escola em definir atividades e procedimentos de relações, que envolvam alunos, funcionários, corpo docente e gestores, para que possibilite espaços inclusivos, de acessibilidade, para que todos possam fazer parte de um todo, isto é, que as atividades extraclasses nunca deixam de atender os alunos com necessida-des especiais. Conforme Mader (1997) é necessário construir uma política de igualdade com seriedade e respon-sabilidade, possibilitando ações significativas e de qualidade na prática de educação inclusiva.

ENSINO REGULAR E INCLUSÃO

Andrade (2000, p. 55) afirma que: “durante muito tempo as pessoas portadoras de deficiência estiveram em situa-ção de manifesta sujeisitua-ção, que chegou a criar, até, condições de marginalidade. O movimento reivindicatório teve início quando começou seu processo de autovalorização e elas passaram a se reconhecer como integrantes de um grupo” (ANDRADE, 2000, p. 55)

Nascimento (2014) contextualiza que muitas escolas ainda não ofertam uma educação de qualidade. Quanto a Portaria Normativa nº 13 de 24/04/07, que trata da criação do Programa de Implantação de Salas de Recursos Multifuncionais, considerando o artigo 61 do Decreto nº 5.296/2004, as escolas devem ter como recursos pedagó-gicos para os portadores de necessidades educacionais especiais materiais, mobiliários, espaços, equipamentos e tecnologia adaptadas ou projetadas a fim de facilitar o desenvolvimento e a autonomia desses educandos (BRASIL, 2007).

Segundo a Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994), quanto ao preparo para esse momento de transição: Jovens com necessidades educacionais especiais deveriam ser auxiliados no sentido de realizarem uma transi-ção efetiva da escola para o trabalho. Escolas deveriam auxiliá-los a se tornarem economicamente ativos e provê--los com as habilidades necessárias ao cotidiano da vida, oferecendo treinamento em habilidades que correspon-dam às demandas sociais e de comunicação e às expectativas da vida adulta. Isto implica em tecnologias adequa-das de treinamento, incluindo experiências diretas em situações da vida real, fora da escola.

Uma das grandes razões para ocorrer à integração dos educandos com deficiência intelectual no ensino regular foi possibilitar uma mudança na forma de organizar a educação especial, atendendo os alunos que antes eram atendidos nas escolas especiais. Essa proposta fez aumentar a inclusão e emancipação a partir das reformas da educação especial.

O termo “acessibilidade” nas escolas refere-se aos recursos voltados para os educandos portadores de necessi-dades educacionais especiais. As escolas devem ter determinadas condições para receber bem esses educan-dos, oferecendo condições para que eles possam permanecer na escola. Rampas de acesso, banheiro para deficiente físico, tecnologias assistivas, mobiliário, profissionais especializados, entre outros recursos, fazem parte do processo de inclusão (NASCIMENTO, 2015).

Como exemplo, a implementação da Portaria Normativa de nº 13 de 24 de abril de 2007, contribuiu para a criação do Programa de Implantação de Salas de Recursos Multifuncionais. O programa visa disponibilizar para as esco-las públicas de ensino regular equipamentos de informática, mobiliários, recursos e materiais pedagógicos para garantir a permanência do educando e a acessibilidade, garantindo assim um ambiente específico para o atendi-mento educacional especializado (BRASIL, 2007).

ENSINO REGULAR PARA TODOS

O mais importante é como a escola pode ajudar na inclusão de pessoas com deficiência, neste caso enfatizando pessoas com DI na busca de uma sociedade que respeite a pluralidade e diversidade humana. Visto este concei-to, temos que a base estrutural da inteligência humana é o pensamento formal, isto é, a capacidade de desenvol-ver uma operação mental que permite aproveitar os conhecimentos adquiridos da vida social e cultural, combiná -los logicamente e alcançar uma nova forma de conhecimento (BALLONE, 2015)

Tirar conclusões sobre o que é melhor para os alunos com alguma deficiência não é fácil. Para se avaliar sobre a integração é necessário definir os objetivos se pretendem ao incorporar alunos com deficiência intelectual na escola regular. Sendo necessário ter o conhecimento geral da legislação, da política educacional que se aplica e é preciso conhecer os objetivos específicos da escola de integração.

Segundo a Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994): estimular a comunidade acadêmica no sentido de fortale-cer pesquisa, redes de trabalho e o estabelecimento de centros regionais de informação e documentação e da mesma forma, a servir de exemplo em tais atividades e na disseminação dos resultados específicos e dos progressos alcançados em cada país no sentido de realizar o que almeja a presente Declaração.

Moita Lopes (2006, p. 101-103) também desconstrói a visão do sujeito social hegemônico enquanto objeto de estudo da LA, buscando abrir “alternativas sociais com base nas e com as vozes dos que estão à margem” (p.86) ou ainda problematizando como a diversidade pode contribuir para a transformação social.

A rotina escolar tem demonstrado que o processo de inclusão pode ser favorecido quando existe a preparação e a dedicação dos profissionais; o apoio especializado para os que necessitam; e a realização de adaptações curri-culares e de acesso ao currículo (CARVALHO, 1999).

Para Mushakoji (1999, p. 207, apud MOITA LOPES, 2006, p. 86), Como aqueles que “vivenciam o sofrimento humano” com base em suas epistemes diferentes podem colaborar na construção de “uma sociedade mais humana, mais delicada com a natureza e com as pessoas” ou, pelo menos, na compreensão de tal sociedade? A prática da educação inclusiva faz com que as escolas precisem de mudanças profundas. É necessário ter cons-ciência dos problemas que existem, é necessário avaliar os resultados e analisar a transição dos alunos com necessidades educativas especiais da escola para a vida adulta.

TECNOLOGIA NA INCLUSÃO

Os PCN-EI afirmam que: Alguns educadores defendem que uma escola não precisa preparar-se para garantir a

inclusão de alunos com necessidades especiais, mas tornar-se preparada como resultado do ingresso desses alunos. Indicam, portanto, a colocação imediata de todos na escola. Entendem que o processo de inclusão é gradual, interativo e culturalmente determinado, requerendo a participação do próprio aluno na construção do ambiente escolar que lhe seja favorável. (BRASIL, 1998, p. 18).

Essas adaptações resguardam o caráter de flexibilidade e dinamicidade que o currículo escolar deve ter, ou seja, a convergência com as condições do aluno e a correspondência com as finalidades da educação na dialética de ensino e aprendizagem. Não se colocam, portanto, como soluções remediativas para "males diagnosticados" nos alunos, nem justificam a cristalização do ato pedagógico igualmente produzido para todos na sala de aula. Do mesmo modo, não defendem a concepção de que a escola dispõe sempre de uma estrutura apropriada ou realiza um fazer pedagógico adequado a que o educando deve se adaptar. Implica, sim, a convicção de que o aluno e a escola devem se aprimorar para alcançar a eficiência da educação a partir da interatividade entre esses dois atores. (BRASIL, 1998, p.16)

Segundo os PCN-EI: Nesse contexto, a ajuda pedagógica e os serviços educacionais, mesmo os especializados quando necessários – não devem restringir ou prejudicar os trabalhos que os alunos com necessidades espe-ciais compartilham na sala de aula com os demais colegas. Respeitar a atenção à diversidade e manter a ação pedagógica “normal” parece ser um desafio presente na integração dos alunos com maiores ou menos acentua-da dificulacentua-dades para aprender. (BRASIL, p. 24)

Segundo Paiva (2013, pg. 209-230) Pelo que vimos até agora, a formação do professor para uso da tecnologia, raramente acontece de forma sistematizada. Isso não é diferente no Brasil, onde a formação tecnológica fica, geralmente, restrita a iniciativas individuais. É comum entre os que advogam a apropriação das novas tecnolo-gias na educação, o reconhecimento de que elas ainda podem intimidar muitos professores, apesar de acredita-rem que o uso adequado da tecnologia por um professor bem formado pode beneficiar enormemente os aprendi-zes.

As tecnologias estão presentes em cada uma das pegadas que o ser humano deixou sobre a terra, ao longo de toda a sua história. Desde um simples pedaço de pau que tenha servido de apoio, de bengala, para um homem no tempo das cavernas, por exemplo, até as modernas próteses de fibra de carbono que permitem, hoje, que um atleta com amputação de ambas as pernas possa competir em uma Olimpíada, disputando corridas com outros atletas sem nenhuma deficiência (LÉVY, 1999 apud GALVÃO FILHO, 2009, p. 38).

RESULTADOS DE UM AMBIENTE INCLUSIVO

O estudo de caso é o estudo de um caso, seja ele simples e específico, ou complexo e abstrato. O estudo de caso, quando qualitativo, se desenvolve numa situação natural, é rico em dados descritivos, tem um plano aberto e flexível e focaliza a realidade de forma complexa e contextualizada (LUDKE; ANDRÉ, 1986, p.18).

A inclusão reflete diretamente no resultado escolar, transformando a escola num lugar humanizado, que valoriza a diversidade humana e respeita todos com equidade e pluralidade, apoiando os discentes a viver em sociedade, facilitando seus horizontes e suas demandas educativas. Todo processo de inclusão é feito com formações na busca de aperfeiçoamento, isso favorece no processo das aprendizagens. O desenvolvimento humano é um processo sociocultural no qual o homem se desenvolve a partir da apropriação que faz da cultura, apropriação esta que só é possível mediante um processo de relação com outros homens (TRINDADE, 2011).

A escola integradora é aquela que avalia seus alunos de acordo com suas possibilidades e não em comparação com seus colegas e que trabalham particularmente em grupos cooperativos heterogêneos, com mais possibilida-des de melhoria e competência social e a autoestima dos alunos. Quando se trabalha inclusão na escola a valori-zação humana cresce e todos os alunos se sentem respeitados, ressaltando suas potencialidades e crescendo como humanos. A aprendizagem ao contrário do pensam muitos responsáveis, não depende só das condições internas inerentes ao indivíduo que aprende. Ela constitui o corolário do equilíbrio de tais condições internas de aprendizagem com as condições externas de ensino inerentes ao indivíduo que ensina: como Piaget (1978) nos ajuda a compreender, a adaptação a situações e exige um equilíbrio e uma organização entre o processo de assimilação do exterior para o interior e de acomodação do interior para o exterior (SALES, 2018, p. 14).

Segundo Bortoni Ricardo (2008, p. 46): O professor pesquisador não se vê apenas como um usuário de conheci-mento produzido por outros pesquisadores, mas se propõe também a produzir conheciconheci-mentos sobre seus problemas profissionais, de forma a melhorar sua prática. O que distingue um professor pesquisador dos demais professores é seu compromisso de refletir sobre a própria prática, buscando reforçar e desenvolver aspectos positivos e superar as próprias deficiências. Para isso ele se mantém aberto a novas ideias e estratégias.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Dado o exposto; conclui-se que a inclusão inova e humaniza o âmbito escolar, preparando todos os alunos para a sociedade, ampliando todas as potencialidades dos alunos com deficiência intelectual, que não devem sofrer com as barreiras estruturais e atitudinais, quebrando paradigmas de uma sociedade eurocêntrica e hegemônica, não há dúvida que um conjunto de docentes comprometidos torna possível o ensino inclusivo. Através deste estudo, busquei entender e informar a importância do papel da escola na vida de um aluno com deficiência. Desse modo, a interação social depende da forma como a criança é recebida, acolhida, observada, ouvida e compreendida em suas necessidades. Essa forma de relação e comunicação influencia o desenvolvimento psico-afetivo e determina a maneira como a criança vai interagir com as pessoas, objetos e o meio em que vive. Desse pressuposto, a estimulação precoce é concebida como ato ou efeito de excitar, incitar, exercitar, instigar, ativar, prematuramente, antecipar (FERREIRA, 2010, p.875).

O envolvimento da família no processo educacional da criança é uma necessidade e de muita importância. A família deve ser orientada e motivada a colaborar e participar do programa educacional, promovendo desta forma uma interação maior com a criança. Também é fundamental que a família incentive a pratica de tudo que a criança assimila.

As crianças com necessidades especiais precisam, nos primeiros anos, encontrar pessoas desejosas de intera-gir e se comunicar com ela. Os pais e educadores devem estar atentos às manifestações de intenção comunicati-va ou pequenos gestos aos quais devem interpretar e reagir responsavelmente mediante o toque e a confirmação 607 Revista Educar FCE - 30 ª Edição - Maio/2020 verbal. Nesta perspectiva é importante compreender o conceito e o trabalho da estimulação precoce, bem como sua aplicação no cotidiano do desenvolvimento e aprendizagem da criança especial (FERREIRA, 2010, p.875).

REFERÊNCIAS

AMARO, D. G.; MACEDO, L. Da lógica da exclusão à lógica da inclusão: reflexão sobre uma estratégia de apoio à inclusão escolar, 2002.

ARROYO, M. G. Ofício de mestre - Imagens e auto imagens. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.

BARBOSA, José Juvêncio. Alfabetização e Leitura _ São Paulo: Cortez, 2008_ (Coleção Magistério. Série forma-ção do professor).

BATISTA, C. G. Crianças com problemas orgânicos: contribuições e riscos de prognósticos psicológicos. Educar em Revista, Curitiba, v. 23, n. jan-jun, p. 45-63, 2004.

BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998.

BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei nº 9.394). Brasília: 1996. Disponível em: < http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm> Aces so em: 10 out 2020

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial (SEESP). Lei de Diretrizes e Bases da Educa-ção Nacional (LDB). Brasília, 1996.

BRASIL. Ministério Público Federal. Fundação Procurador Pedro Jorge de Melo e Silva. O acesso de alunos com deficiência às escolas e classe comum da rede regular. 2ª ed. Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão. Brasília, 2004.

BRASIL. Portaria normativa nº 13. Programa de Implantação de Salas de Recursos Multifuncionais. Brasília: MEC. 2007. Disponível em: . Acesso em 10 out 2020.

CARNEIRO, R. U. C. Formação de professores: da educação especial à inclusiva – alguns apontamentos. In.: ZANIOLO, L. O.; DALL ‟ACQUA, M. J. C. (Orgs.). Inclusão escolar: pesquisando políticas públicas, formação de professores e práticas pedagógicas. Jundiaí: Paco Editorial, 2012.

CARVALHO R. E. A nova LDB e a educação especial. Rio de Janeiro: WVA. 1997.

CHIAPPINI, Ligia. Aprender e ensinar com textos / coordenadora geral/ Ligia Chiappini._ 6. Ed. - São Paulo: Cortez, 2004.

CUNHA, E. Autismo na escola: um jeito diferente de aprender, um jeito diferente de ensinar – ideias e práticas pedagógicas. 4. ed. Rio de Janeiro: Wak, 2016.

FERREIRA, W. B. Educar na diversidade: práticas educacionais inclusivas na sala de aula regular. In: Ensaios Pedagógicos - Educação Inclusiva: direito à diversidade. Brasília: SEESP/ MEC, 2006.

MAZZOTTA, M. J. da S. Deficiência, Educação Escolar e Necessidades Especiais: reflexões sobre inclusão socio-educacional, 2003.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A EDUCAÇÃO, A CIENCIA E A CULTURA – UNESCO. Declaração Mundial sobre Educação para Todos: satisfação das necessidades básicas de aprendizagem. Jomtien, 1990. ORRÚ, S. E. Autismo, linguagem e educação: interação social no cotidiano escolar. Rio de Janeiro: Wak, 2007 PERES, R. C. N. C. O lúdico no desenvolvimento da criança com paralisia cerebral espástica. 2003. 242 f. Tese (Doutorado em Educação)–Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2003.

SEVERINO. Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 23ª edição Revista e Ampliada. São Paulo. Cortez, 2007.

SOBRINHO, José Dias. Educação superior, globalização e democratização. Rio de Janeiro: Rev. Bras. Educ. nº28/Apr. 2005 –.

VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. 6. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1994.

Referências

Documentos relacionados

A ira de Deus se revela contra os nossos pecados, e a Sua perfeita justiça exige a nossa condenação eterna, mas a misericórdia e longanimidade de Deus também

A Leishmaniose Visceral é uma enfermidade que tem ganhado destaque no cenário nacional nas últimas décadas, como um importante problema de Saúde Pública.

Recai sobre causas relativas a coisas Sagradas e a bens eclesiásticos, tais como, relativas ao sistema fiscal da Igreja, pensões, foros, relativas à usurpação da jurisdição

Nos processos de soldagem por fusão, o fato de se usar calor torna inevitável a presença de modificações tanto na estrutura quanto na superfície do material que está sendo

Não será assim entre vós; mas todo aquele que quiser, entre vós, fazer-se grande, que seja vosso serviçal; e qualquer que, entre vós, quiser ser o primeiro, que seja vosso

De fato, a aplicação das propriedades da regra variável aos estudos lingüísticos além da fonologia não constitui assunto tranqüilo, seja porque a variável passa a ser

Se nesse período crítico, ela encontra alguém que, ignorante e inescrupulosamente, lhe fornece exercícios respiratórios, e se ela segue as instruções fidedignamente na esperança

2 Não disponível para o eTGE e chassis para carroçarias especiais (por exemplo, túnel de vento, plataforma, autocaravanas), bem como veículos sem rádio e veículos preparados