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Instrumento do Estudo e Amostra

No documento A confiança interorganizacional nas compras (páginas 107-111)

6 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

6.3 Instrumento do Estudo e Amostra

O instrumento adotado para a coleta dos dados foi o questionário, elaborado após a revisão da literatura e que pode ser visualizado no apêndice A. Segundo Cervo e Bervian (2002), o questionário é um instrumento utilizado para a obtenção de respostas às questões das quais o próprio informante preenche. Portanto, os questionários são entrevistas estruturadas que cumprem ao menos duas funções, que é descrever as características de um fenômeno e medir determinadas variáveis de um grupo social (RICHARDSON, 1999).

O questionário desta pesquisa utilizou 32 questões referentes às variáveis manifestas e uma sobre o nível de confiança interorganizacional, em escala de intensidade intervalar equivalente aos itens da escala de Likert, com valores rotulados de 1 (discordo totalmente) até 10 (concordo totalmente), subdivididas de meio em meio, bem como questões de múltipla escolha e uma questão dicotômica.

Outra questão importante no desenvolvido do questionário para a técnica de equações estruturais é a necessidade de múltiplos indicadores. Segundo Marôco (2010), cada variável latente do estudo deve ser operacionalizada por três ou mais variáveis manifestas que também podem ser chamadas de indicadores. Levando-se esse critério em consideração, cada uma das quatro variáveis latentes desta pesquisa apresentava no mínimo seis variáveis manifestas.

O instrumento foi dividido em quatro partes. A primeira parte apresenta a definição de confiança interorganizacional. A segunda parte contempla as variáveis a serem medidas que estão expostas na figura 14, bem como o nível de confiança que o comprador possui na empresa fornecedora que ele descreve. A terceira parte abrange o tipo de produto que é

adquirido (direto, indireto ou ambos) e o tempo médio de relacionamento do fornecedor de confiança com a empresa e com o comprador. Na última parte do questionário são levantadas as questões referentes às informações sobre o perfil da organização e do respondente.

Após o desenvolvimento do questionário e sua análise após a qualificação, o mesmo foi pré-testado durante uma semana com doze compradores que não fizeram parte do universo desta pesquisa, que possibilitou aprimorar o instrumento até chegar a versão final utilizado na pesquisa de campo e que pode ser verificado no apêndice A.

Realizada a qualificação e a aplicação do pré-teste o questionário final apresentava 32 questões em escala de intensidade para o uso na modelagem, subdividas da seguinte forma:

 Variável latente: Desempenho operacional (constituído de 9 itens indicadores);  Variável latente: Características organizacionais (constituído de 6 itens indicadores);  Variável latente: Compartilhamento de valores (constituído de 7 itens indicadores);  Variável latente: Relacionamento interpessoal (constituído de 10 itens indicadores).

Para a elaboração desse questionário, em função da técnica de modelagem, foi necessário assegurar que existiria uma boa distribuição nos dados para a estimação de cada um dos parâmetros descritos no modelo proposto.

Nesse sentido, para “garantir essa variabilidade deve ter entre 10 a 15 observações por cada variável manifesta ou, melhor, pelo menos 5 observações por cada parâmetro a estimar que, no caso das equações estruturais com variáveis latentes, pode exceder em duas ou três

vezes o número de variáveis manifestas no modelo” (MARÔCO, 2010, p. 26). Essa descrição

corrobora com Hair et al. (2005a, p. 484) que propõe para o tamanho da amostra em modelagem de equações estruturais, a mais usual, utilizar “uma proporção mínima de pelo menos cinco respondentes para cada parâmetro estimado, sendo considerada mais adequada uma proporção de 10 respondentes por parâmetro”. Vieira (2009) confirma esse mesmo cálculo, em que embora não existam muitas indicações, empíricas ou teóricas, sobre o que é uma amostra grande, uma referência que pode ser seguida é de 5 para 1 ou para testes de significância mais apropriados utilizar 10 para 1.

No entanto, isso é uma aproximação que permite propor sugestões sobre os tamanhos de amostra, porque na análise das equações estruturais a dimensão da matriz dos dados não é determinada pelo número de sujeitos na amostra, mas pelo número de elementos não

redundantes da matriz de covariância. Por isso, uma amostra é considerada adequada quando permite a estimação dos parâmetros do modelo, de forma a “minimizar as diferenças entre as variâncias e as covariâncias observadas nas variáveis manifestas e as variâncias e covariâncias geradas pelo modelo teórico” (MARÔCO, 2010, p. 26). Hair et al. (2005a, p. 484) já

ressaltava essa questão quando afirmava que o “tamanho absoluto mínimo da amostra deve

ser pelo menos maior que o número de covariâncias ou correlações na matriz de dados de

entrada”.

Segundo Marôco (2010), existem autores que sugerem que a amostra, para a modelagem de equações estruturais, tenha ao menos de 100 a 150 observações, outros defendem um número de 400 observações e existem ainda outros autores que propõem que as amostras tenham entre 250 e 400 observações. No entanto, essas indicações não possuem uma racionalidade clara, visto que o tamanho da amostra é variável em função do número e do tipo de variável utilizada no estudo, das relações que serão abordadas no modelo e dos parâmetros que se deseja estimar.

Pelo caráter quantitativo do método desta pesquisa foi necessário alcançar um número mínimo de observações amostrais coletadas junto a população deste estudo, formada pelos gerentes gerais e compradores organizacionais das indústrias de transformação localizadas na Cidade do Natal e Grande Natal.

Conforme dados da página da FIERN em julho de 2011, o universo das empresas de micro, pequeno, médio e grande porte localizadas em Natal e Grande Natal (Extremoz, Macaíba, Parnamirim e São Gonçalo do Amarante) totalizam 1.064 (mil e sessenta e quatro) indústrias de transformação distribuídos da seguinte forma entre as cidades: Natal – 775, Extremoz – 6, Macaíba – 36, Parnamirim – 214 e São Gonçalo do Amarante – 33.

Com esses dados e levando-se em consideração as recomendações expostas sobre o tamanho amostral para o uso dessa técnica estatística, o tamanho mínimo de amostra leva em consideração o número de variáveis manifestas no instrumento vezes cinco.

Como a presente pesquisa possui 32 parâmetros no instrumento, o tamanho amostral mínimo para a realização dos primeiros testes estatísticos é de 160 observações válidas. No entanto, após a análise fatorial exploratória, foram utilizados 19 parâmetros para a análise fatorial confirmatória e, portanto, o tamanho amostral ficou dentro do quantitativo considerado apropriado para essa técnica que é de 190 questionários válidos.

Um ponto pertinente para essa técnica estatística é o tipo de amostra a ser utilizada que nesta pesquisa foi a amostragem aleatória simples.

Com relação ao processo de coleta dos dados, o fluxo dessa atividade pode ser verificado na figura 15.

Figura 15 – Fases da coleta dos dados

Na fase da coleta, a empresa quando aceitava participar da pesquisa, agendava o dia e o horário mais conveniente para a aplicação dos questionários junto aos compradores e diretores. Os profissionais que aplicaram o instrumento foram compostos por quatro pessoas: a pesquisadora e três alunos do curso técnico do IFRN que foram treinados para essa atividade. Existiram casos em que a empresa aceitava participar, mas preferia responder e encaminhar o instrumento por email. Neste caso foram coletados 26 questionários oriundos de 23 empresas. A totalidade dos questionários coletados foram 239 em 187 indústrias de transformação, nos quais dois não estavam validos e a amostra terminou sendo formada por

Não sabia Contatos telefônicos Aceitava Encaminhava-se o pesquisador Encaminhava-se o e-mail

Relação das indústrias de transformação na FIERN

Sorteio com o uso do Excel Contato telefônico Nova empresa na lista Até 20 contatos Rejeitava Não sabia Aceitava Encaminhava-se o pesquisador Encaminhava-se o email

Relação das indústrias de transformação na FIERN

Sorteio amostral

237 questionários válidos. A pesquisa compreendeu o período de 25 de julho a 23 de setembro para as ligações e até a data de 30 de setembro para a coleta.

No documento A confiança interorganizacional nas compras (páginas 107-111)